Dentre todos os grupos sociais os trabalhadores de frigoríficos são as grandes vítimas não mencionadas do COVID-19, por Rogério Maestri

Dentre todos os grupos sociais os trabalhadores de frigoríficos são as grandes vítimas não mencionadas do COVID-19

por Rogério Maestri

Desde o início da epidemia do COVID-19 falou-se muito dos velhinhos nas casas de repouso ou asilos que morreram como moscas em quase todo o mundo, mesmo em países que se acham civilizados como a Suécia 2/3 de todas as mais de 4000 mortes naquele país foram de velhinhos. Esses na Suécia, assim como na França, Estados Unidos tiveram o acesso de seus filhos e netos proibidos por questão de segurança, porém os funcionários mal treinados e mal remunerados, que perderiam o salário nos dias que estivessem ausentes, tiveram por imposição econômica de ir trabalhar mesmo portadores do Vírus.
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Isto ocorreu em praticamente todos os países europeus e foi uma forma de aliviar o custo social que representavam esses para os sistemas de saúde, chamo a atenção da Suécia que foi verdadeiramente cruel pois nem oxigênio era dado aos mesmos deixando-os em grande agonia durante horas ou mesmo dias sentindo sufocados para depois morrer.
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Nos Estados Unidos houve um caso que a polícia chegou a ser chamada e viram cenas dantescas, onde idosos com mais de 80 anos e impossibilidade de se moverem de permaneceram mais de um dia sem trocarem suas fraudas geriátricas ou qualquer tipo de higiene, pois o gerente e parte do corpo de assistente simplesmente fugiram.
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Além dos velhos os profissionais de saúde, médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e outros ajudantes sofreram também o descaso do setor público que simplesmente deveria ter se desdobrado para fornecer equipamentos de segurança para não causar a mortalidade que houve nesse grupo, provavelmente países com uma indústria desenvolvida como o a França, os Estados Unidos e até mesmo o Brasil se tivesse os governantes com risco de vida pessoal ou de seus próximos, fariam as máquinas girarem aproveitando todos os recursos existente para evitar suas mortes, mas simplesmente esperaram que a “mão invisível do mercado” resolvesse o problema, porém como esta mão não viu risco para os seus e não viram um lucro sustentável deixaram numerosos profissionais de saúde morrer. Países que fabricam aviões, automóveis e mais um monte de produtos industrializados conseguem em poucas semanas fabricarem EPIs para os profissionais de saúde. E o mais incrível que muitos desses profissionais já velhos e com comorbidades, que já estava aposentados, simplesmente atenderam ao chamado de seus colegas e foram ao campo de batalha, mesmo sabendo que estavam na primeira linha das tropas.
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Porém há um grupo que a imensa maioria da população ignora seu sacrifício que pode até ser eventualmente involuntário, que são os operários de matadouros ou de outras indústrias que exigem refrigeração no seu ambiente de trabalho, no estado do Rio Grande do Sul, em todo o lugar onde havia uma indústria desse tipo a mesma “mão bem visível do mercado” obrigou esses operários a se sujeitarem a condições insanas de trabalho para produzirem carnes, embutidos e outros produtos que exigem câmaras frias causando em todo o mundo milhares de mortes ocultas desses operários. Em nenhum momento não se declarou o vegetarianismo uma forma de alimentação compulsória, para que passada o surto pudéssemos voltar a comer uma carne sem o sangue dos trabalhadores.
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Sou gaúcho e gosto de carne, mas se tivesse que virar vegetariano por dois ou três meses só emagreceria um pouco, coisa que faria bem a minha saúde e depois voltaria ao meu hábito, que veganos acham bárbaros, de comer carne. Ou seja, uma ação em nome da humanidade todos nós devemos estar dispostos a nos sujeitar.
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Felizmente no estado do Rio Grande d Sul os técnicos da área do controle sanitário estão estabelecendo novas normas de funcionamento dessas indústrias, entretanto a “mão nada invisível do mercado” fará tudo juridicamente para preservar seus lucros, simplesmente porque pagar melhor para cuidadores e cuidadoras de velhinhas, produzir EPI’s para profissionais de saúde ou modificar a linha de produção das indústrias, tudo isso reduzirá o lucro em algumas gramas por produto produzido.

Redação

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