Dilma foi sabotada por seu próprio partido, por Bernardo Mello Franco

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Artigo de Bernardo Mello Franco, nesta quinta (25), na Folha, reforça que o PT abandonou Dilma Rousseff às vésperas do julgamento final do impeachment, quando a maioria da executiva nacional do partido rejeitou, por 14 votos a 2, a proposta de plebiscito por novas eleições.

A ideia tem, segundo o Datafolha, apoio de mais de 60% da população. Mas o PT considerou de difícil execução e decidiu não endossar a proposta que Dilma fez na carta aos senadores e povo brasileiro. 

Dessa maneira, disse Bernardo, o PT deu margem para que senadores perguntem à Dilma como ela deseja ser apoiada por eles se nem seu próprio partido lhe deu apoio.

Bernardo também sinalizou que a atitude do PT está relacionada com a disputa eleitoral. Antecipar o pleito seria “um tiro no pé” do PT em meio à Lava Jato. O partido acha que tem mais chances em 2018, com Lula e o eventual desastre do governo Michel Temer (PMDB). 

Por Bernardo Mello Franco

O PT rasga a bandeira de Dilma

Da Folha

Às vésperas do julgamento final do impeachment, a direção do PT rasgou a última bandeira de Dilma Rousseff: a realização de um plebiscito para antecipar as eleições presidenciais de 2018.

A presidente afastada levou meses para encampar a ideia levada por senadores amigos. Quando finalmente decidiu aceitá-la, foi sabotada por seu próprio partido. A executiva petista rejeitou a proposta por ampla maioria : 14 votos a 2.

A decisão é um presente para os escudeiros de Michel Temer. Na próxima segunda, quando Dilma enfrentar o plenário do Senado, eles poderão fazer uma pergunta irrespondível: “Como a senhora vem cobrar nossa adesão a uma ideia que nem o seu partido apoia?”.

O plebiscito surgiu como uma ideia exótica e de difícil execução. Depois que o processo de impeachment avançou, tornou-se uma proposta extemporânea. Ainda assim, parecia manter amplo apoio popular. No mês passado, 62% dos entrevistados pelo Datafolha defenderam a realização de novas eleições presidenciais.

A pesquisa mostrou um quadro de insatisfação geral com a chapa eleita em 2014. Por um lado, apenas 32% dos eleitores eram favoráveis à volta de Dilma. Por outro, só 14% aprovavam o governo Temer.

Se a promessa do plebiscito não seria mais capaz de salvar o mandato de Dilma, ao menos permitiria a ela se despedir com um discurso de apelo popular. Isso explica por que os políticos que ainda frequentam o Palácio da Alvorada ficaram tão irritados com o desdém do PT.

O partido avalia que antecipar a eleição seria um tiro no pé. O petismo só teria chances de voltar ao poder em 2018, e na hipótese de o governo Temer se desmanchar até lá. Neste cenário, Lula poderia ser candidato com a promessa de retorno aos tempos de bonança. O problema deste raciocínio é que o futuro do ex-presidente depende cada vez menos dele, e cada vez mais da Lava Jato.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

26 Comentários

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  1. Alguém sabe o que aconteceu

    Alguém sabe o que aconteceu com aquele deputado Simbá Machado? Ele falava muito em defesa de Dilma, mas sumiu.

  2. Qual a novidade?

    Tirando o Lula, qual é o petista autêntico / histórico que ainda milita? Os que ficaram foram silenciados ou jogados no ostracismo pelo próprio partido. Hoje o PT é conduzido por profissionais que adoram salas climatizadas. É triste ver os movimentos sociais a reboque desse partido. Portanto, a traição não é nehuma novidade.

    1. qual…

      Antonio, você disse tudo. Abandonada agora? Traida agora? Quem sustentava a Dilma era a esquerda e o PT e foi quem primeiro a derrubou. Só não vê quem não quer ou a paixão ideológica não permite. A esquerda não evoluiu. Suas exigências continuam as mesmas e a presidenta exigia respostas. A reforma agrária não produziu resultados. Os movimentos sem-teto foram comtemplados com o Minha Casa Minha Vida. Mas mesmo assim as exigências continuaram as mesmas. Sem discurso e sem projeto, a presidenta Dilma não aceitava apenas a extorsão. Cairão abraçados. 

  3. Com todo respeito ao

    Com todo respeito ao jornalista Bernardo Mello Franco…

    Mas “sabotagem” é o Senador Delcídio ir ao Palácio do Planalto em meados de 2014 e alertar a Presidenta Dilma de que a “Lava Jato” seria usada para derrubar seu Governo, inviabilizar a candidatura do Presidente Lula e destruir o PT e ouvir do ‘Mercadante” a seguinte pérola: “…não se preocupe Dilma, no máximo pega no Lula e vc sairá por cima de tudo isso!”

    Sr. Mello Franco, quem sabotou quem???

    Abç

  4. COERÊNCIA PETISTA QUANTO À NOVAS ELEIÇÕES

    Caro Nassif, não sou  militante político, porem voto no PT desde sua fundação, e acho muita coerência da cúpula petista tomar essa deliberação (14 x 2). Acho que um plebiscito para novas eleições só fortalece o golpe e enfraquece sobremaneira nossa já combalida democracia. Só se justificaria um plebiscito se se levasse em conta eleições gerais (Presidente/Deputados/Senadores) acompanhado de uma reforma política (diminuindo o numero de partidos), senão é chover no molhado. 

  5. De novo ? A tese do

    De novo ? A tese do plebiscito nasceu com Marina, mais tarde teve o apoio do Requiáo, do PMDB,  e…só. Dilma resistiu, dizia que tinha vencido as eleições e iria cumprir integralmente o mandato que lhe foi conferido pelo povo. 

    Começou uma campanha, por uns blogueiros, reforçando a tese do plebiscito ( muita gente chamando de um segundo golpe , no entanto ).  O PCdoB. Passa a apoiar a mesma ideia. A Presidenta , em entrevistas, diz que não se oporia.

    O PT discute e põe em votação. A proposta é rejeitada.

    Onde a rejeição, se o Partido já achava a proposta sem chances no Congresso e. achava que discurtí-la seria facilitar, legitimar a proposta do impeachment. Qual seria a defesa da Dilma , na circunstância de ser admitido um plebiscito para novas eleições. ?

  6. Esse é um assunto que mais me

    Esse é um assunto que mais me intriga e incomoda.De mãos sobre a biblia,juro,falo dele pela ultima vez.O PT abandonou Dilma,acredito eu,antes de começar o segundo mandato.O PT vazou quando do anúncio do Ministério,disso não tenho nenhuma duvida.Quando a Presidenta Dilma se aferrou na cadeira em busca do segundo mandato,ali já houve,claramente, um racha,uma diáspora.Estouro da boiada,cada um por si,e Deus por todos.Nesse lance ousado,a Presidenta cercada  por idiotas politicos,tipo Mercadante,Cardoso,Vargas,Rosseto,Genro,etc,incutiu na criação do Dilmismo,tipo,”esse Governo deixará como legado,o que mais combateu a corrupção”,para o delirio da camarilha curitibana.Lula evitou a derrota,quando a propria Dilma,dava a eleição como perdida.Leiam a entrevista concedida ontem ao blog Conversa Afiada,pelo Senador Roberto Requião.A Presidenta chorava,ia às lagrimas,eleição perdida.Nada de alomgar-me,sigo o padrão Jeferson Miola.Nisso tudo,nessa noite de mil horrores,o que mais me dói na região situada entre o fígado e a alma,é que em mim,ficou encravada como verdade absoluta,que a querida Presidenta Dilma nunca soube efetivamente o que estava fazendo lá.Por infelicidade que as vezes o destino nos reserva,se cercou e encontrou pelo caminho,politicos e pessoas que sabiam bem menos que ela.Que caia de pé e siga a cumprir o que a historia lhe reserva.

    1. O PT está certo, pois eleições já se viável seria golpe

       

      Junior Sertanejo (quinta-feira, 25/08/2016 às 11:52),

      Veja o comentário de João de Paiva enviado quinta-feira, 25/08/2016 às 12:13, logo após o seu. Leia e aponte uma frase dele que esteja equivocada. E me dê um bom motivo de o comentário dele não virar post aqui no blog de Luis Nassif ou de não ser elevado como um contraponto ao artigo de Bernardo Mello Franco.

      E leia os comentários de quem apoia o texto de Bernardo Mello Franco. Nenhum o faz porque apoia a presidenta Dilma Rousseff. O faz porque apoiam a proposta de eleição já. Eleição já que se fosse viável era um golpe. Como não é viável a única serventia dela é a presidenta Dilma Rousseff poder utilizar a proposta para fustigar quem a traiu, o presidente interino às custas do golpe, Michel Temer, junto aos 60% da população que apoiam a proposta. E se não fosse golpe e se fosse viável e caso ela pudesse se concretizar a única serventia dessa proposta seria adiar as eleições previstas para 2018.

      A justificativa que Bernardo Mello Franco fez para atingir o PT é calhorda no sentido de que ou é feita por pessoas sem valor que age de má-fé ou por pessoa sem conhecimento. É matéria de jornal que funciona empresarialmente e precisa agradar os 60% a favor das “eleições já” e também os que são contra o PT. Significa que os partidos e os governantes devem governar não segundo aquilo que eles consideram correto, mas segundo aquilo que os institutos de pesquisa sinalizam. E um dia virá que as urnas eleitorais estarão ligadas diretamente com os institutos de pesquisa e o fluxo será em uma só direção.

      E a compreensão da situação da presidenta Dilma Rousseff, em que eu votei mais pelo histórico dela de brizolista do que de petista e cuja política econômica eu apoiei tanto no primeiro governo como no segundo o que eu duvido que alguém entre os comentaristas que fizeram críticas ao PT tenha apoiado, requer entender três dimensões. A presidenta não é política, a presidenta é republicana e a presidenta tinha uma proposta econômica.

      No fato da presidenta Dilma Rousseff não ser política eu incluo três aspectos: ela não tem carisma (excetuando aquele decorrente da história dela), ela não tem uma boa elocução e ela acredita na superioridade da técnica sobre a política. O político precisa do carisma e precisa ter muita facilidade de comunicação. E é um atraso que a presidenta Dilma Rousseff apresenta e que é acreditar na superioridade da técnica sobre a política.

      Em meu entendimento a presidenta Dilma Rousseff não aceita o fisiologismo inerente a atividade política que deve ser entendida basicamente como consistindo da atividade parlamentar em uma democracia representativa. E por fisiologismo eu me refiro a prática dentro da lei do toma-lá-dá-cá. Provavelmente todos os comentaristas que criticaram o PT neste post são contra o fisiologismo. Não existe democracia sem fisiologismo e quanto mais fisiológica for uma democracia mais ela é democrática. O fisiologismo é da essência do processo de composição de interesses que ocorre no parlamento.

      Só há fisiologismo quando há um processo e por isso não há fisiologismo nas manifestações diretas da população que são feitas de modo pontual. Nas eleições diretas a vontade majoritária se impõe sobre a vontade minoritária.

      A presidenta Dilma Rousseff considera que a técnica tem a resposta para tudo e, portanto, o processo fisiológico que ocorre em todos os parlamentos do mundo democrático e que é até essencial para a proteção dos grupos minoritários, não pode ficar acima da racional decisão a que o cientista chegou. Como o fisiologismo só ocorre no processo das democracias representativas e como o fisiologismo permite a proteção dos interesses dos grupos minoritários isso torna a democracia representativa superior a democracia direta.

      Então não ser uma política é para mim um defeito da presidenta Dilma Rousseff, mas um defeito que eu conhecia desde o período em que ela foi escolhida como a candidata do PT, principalmente no aspecto de carisma e de dificuldade de comunicação.

      Em relação ao republicanismo eu considero que quanto mais a civilização avançar mais republicana (e fisiológica) será a atividade política porque ela será cada vez mais democrática e portanto menos autoritária. Os textos de André Araujo de combate implícito ao republicanismo reflete a formação antiga dele. É uma postura autoritária e anti-democrática.

      E quanto a política econômica da presidenta Dilma Rousseff tanto no primeiro governo como no segundo, a intenção dela era tornar o real bastante competitivo. No primeiro governo uma série de fatores impediu que ela conseguisse uma desvalorização maior do real. Talvez valesse a penas fazer pesquisas com três palavras: Currency, Wars e Mantega. Que eu saiba é o único economista brasileiro que é mencionado nos artigos técnicos.

      No primeiro governo da presidenta Dilma Rousseff, a desvalorização foi buscada, mas não foi conseguida. De todo modo, o Guido Mantega era a pessoa ideal para tentar realizar a proeza de desvalorizar a nossa moeda naquela situação de guerra cambial. Já no segundo governo a desvalorização viria naturalmente e alguém como Joaquim Levy era a pessoa ideal para assumir as tarefas necessárias para enfrentar a desvalorização que viria.

      Desvalorização que veio e que veio de forma complicada, pois veio em três etapas, acabou estragando quase todo o planejamento do governo, sem esquecer que a forte recuperação que surgiu no final de 2012 e início de 2013 foi estancada no terceiro trimestre de 2013, dificultando ainda mais o planejamento do governo. De todo modo a desvalorização que veio de modo atabalhoada teve três etapas. No primeiro momento veio em função da queda das commodities a partir de outubro de 2014, no segundo momento veio com a queda das commodities a partir de junho de 2015 e no terceiro momento após a subida dos juros americanos em dezembro de 2015. Veio e está indo embora. E está indo embora não por culpa do presidente interino às custas do golpe, Michel Temer, mas por culpa da recuperação americana que não está ocorrendo como todos esperavam.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 25/08/2016

      1. Acho que o PT nunca apoio a

        Acho que o PT nunca apoio a realização de eleições já não por questão de que isso iria justificar o golpe. O PT não apoio porque as pesquisas eleitorais apontavam que Lula chegaria no segundo turno em todas, mas dificilmente iria ganhar no segundo turno. Se Lula tivesse chance real de ser eleito de novo, o PT iria parar a Paulista todo o dia para pressionar por eleições. Eu acho que a solução menos traumática era uma nova eleição, pois, pelo menos, evitaria que o que há de mais retrógrado no pensamento do país chegasse ao poder sem precisar de um único voto. Estaríamos aqui na política de redução de danos, e não do que é o justo, infelzmente. 

        Realmente Dilma tem zero de habilidade política. O único jeito de compensar isso seria acertar na área econômica. E foi um fracasso. Tentar segurar a inflação congelando o preço da gasolina além de não conter a inflação deixou a Petróbras nessa situação. 

        1. Suas alegações são sem fundamentação ou irrelevantes

           

          Joel Lima (sexta-feira, 26/08/2016 às 07:21),

          Para você o PT nunca apoiou a realização de “eleições já” porque Lula “dificilmente iria ganhar no segundo turno”. Eu não sou do PT e não sei qual é o pensamento predominante no PT, mas é claro que se as pesquisas apontassem que Lula seria eleito com folga em qualquer eleição que fosse feita agora, e o PT apoiasse a proposta de “eleições já” não caberia outra qualificação ao PT do que partido golpista.

          Então, sem a prova inequívoca da razão para o PT não ter apoiado a proposta de “eleições já” apresentar uma opinião pessoal sobre a razão para o PT não apoiar a proposta de “eleições já” é irrelevante e que não ajuda a entender o artigo de Bernardo Mello Franco “O PT rasga a bandeira de Dilma”. E diga-se de passagem que Bernardo Mello Franco não faz essa alegação no texto dele.

          E quanto a mim, o que eu aleguei é que acusar o PT de ter sabotado a presidenta Dilma Rousseff por não ter apoiado a proposta de “eleições já” é uma acusação calhorda, exatamente porque era preciso que o PT fosse um partido golpista para apoiar a proposta de “eleições já”. A acusação de golpista já suficiente, mas como se trata de uma proposta inviável implicitamente eu disse que se o PT apoiasse a proposta o partido estaria agindo ou de má-fé ou por ignorância.

          E se concebesse que “eleições já” não é golpe, e para isso seria preciso que houvesse esta previsão na Constituição, e ela pudesse se realizar já, eu considero ingênua a seguinte afirmação sua:

          “Eu acho que a solução menos traumática era uma nova eleição, pois, pelo menos, evitaria que o que há de mais retrógrado no pensamento do país chegasse ao poder sem precisar de um único voto. Estaríamos aqui na política de redução de danos, e não do que é o justo, infelizmente.”

          Muito provavelmente dada a situação atual quem ganharia as eleições seria ainda mais retrógrado do que o presidente interino às custas do golpe, Michel Temer. O presidente interino às custas do golpe, Michel Temer, é golpista, mas por ser golpista isso não significa que ele seja mais retrógrado do que muitos senadores ou deputados ou outros possíveis candidatos à presidente da República. Se se avaliar item por item não é muito difícil se constatar que o presidente interino às custas do golpe, Michel Temer, seja menos retrógrado do que, por exemplo, a Marina Silva.

          E a pensar como você de que o presidente interino às custas do golpe, Michel Temer não precisou de um único voto e imaginando que o presidente eleito viesse a falecer se teria a mesma situação atual em que o vice se tornasse presidente sem nenhum voto, só que seria um vice empossado e ainda mais retrógado do que o presidente interino às custas do golpe, Michel Temer.

          E por fim, eu discordo completamente de você relativamente ao seu segundo e último parágrafo. A política econômica da presidenta Dilma Rousseff não foi, em minha avaliação, um fracasso. Ela resultou em um fracasso, mas é preciso um estudo mais aprofundado para descobrir as causas desse fracasso. Só depois que se descobrir as causas desse fracasso e se constatar que as causas estiveram dentro da própria política econômica da presidenta Dilma Rousseff é que se poderia acusa a política econômica dela de um fracasso.

          E a presidenta Dilma Rousseff aumentou o preço da gasolina. Quem não aumentou o preço da gasolina foi o Lula. As causas do insucesso da Petrobras foram de um lado a busca de financiamento externo e aqui houve erro da política econômica do governo e de outro a queda nos preços do petróleo.

          Não faço relação do fracasso da Petrobras quer com a Operação Lava-Jato quer com o preço da gasolina. Até porque não só o preço da gasolina foi aumentado durante o governo da presidenta Dilma Rousseff como também o preço da gasolina, dada a existência da política de pró álcool, não pode ser elevado muito, pois há o risco de se desviar áreas produtoras de alimentos para a produção de cana de açúcar.

          Clever Mendes de Oliveira

          BH, 26/08/2016

          1. Errei em dizer que Bernardo Mello Franco não diz o que ele diz

             

            Joel Lima (sexta-feira, 26/08/2016 às 07:21),

            Embora meu comentário seja para você junto ao seu comentário de sexta-feira, 26/08/2016 às 07:21, preferi colocá-lo como resposta ao meu comentário enviado sexta-feira, 26/08/2016 às 14:01, para ficar na ordem que ele foi apresentado.

            Desculpe-me por ter alegado que o Bernardo Mello Franco não chega a dizer que o PT não apoiou a realização de “eleições já” porque Lula “dificilmente iria ganhar no segundo turno”. Para mim essa afirmação que só tem validade como opinião não teria sido dita por Bernardo Mello Franco. Relendo o texto dele eu percebi que eu me enganei. Ele não faz diretamente, mas deixa subentendido ao afirmar que o PT “avalia que antecipar a eleição seria um tiro no pé”.

            Não quer isso dizer que porque o Bernardo Mello Franco diz uma frase calhorda você ganha o direito de também a dizer. A frase é calhorda por várias razões. Uma é que para ser dita ia requerer que se conhecesse o interior da mente do PT. Duas porque o valor do voto deve ser considerado pelo PT como tal que não se possa de modo nenhum admitir que ele seja usurpado. O PT deve amarrar a esse princípio de tal forma que o impeachment se tornasse uma possibilidade cada vez menos provável. Em um jornal de grande circulação nacional os jornalista tem que ater mais aos fatos.

            Assim entre ficar contra a eleição porque o partido pode perder a ficar contra a eleição porque a admitir significa transformar em ilegítimo os votos recebidos é mais condizente com a trajetória de um partido democrático a segunda opção. E acusar o partido de ter escolhido a primeira opção sem a prova evidente é sinal de má-fé contra esse partido. Ainda mais que essa má-fé está associada a uma segunda má-fé para com o PT que é acusar o partido de sabotar a presidenta Dilma Rousseff.

            Então errei em dizer que o Bernardo Mello Franco não alega que o PT não apoia as “eleições já” por que a teme perder. Bernardo Mello Franco diz algo parecido, mas o que ele diz em minha opinião está errado. E em minha opinião você também está errado em acompanhar tal pensamento. Agora você fez melhor do que Bernardo Mello Franco porque você diz: “eu acho”. Bernardo Mello Franco afirma em tom categórico o que é muito mais condenável.

            No comentário que eu enviei quinta-feira 25/08/2016 às 14:30, para junto do comentário de Junior Sertanejo enviado quinta-feira, 25/08/2016 às 11:52, eu menciono o comentário de João de Paiva como um bom comentário não comprometido com o viés pró eleição que alguns comentaristas do blog do Luis Nassif adquiriram.

            Revendo o texto li outros comentários também muito bons como o de Mello enviado quinta-feira, 25/08/2016 às 11:36, que historia a proposta de Eleições Já e também o de Wanildo Alves, enviado quinta-feira, 25/08/2016 às 11:29. Aliás há muito mais do que eu avaliara anteriormente quando achei que a maioria concordava com Bernardo Mello Franco.

            Clever Mendes de Oliveira

            BH, 31/08/2016

  7. Nem preciso ler para comentar

    Prezados,

    Esse tipo de análise já era mais do que esperado. Bernardo Mello Franco foi o escalado pela FSP para assiná-la. É fácil compreender tanto a crítica, como o jornalista escolhido para ser o porta-voz daquele que a concebeu, mas que não publica o nome. 

    Como sàbiamente escreveu o Romulus, a Esquerda é fragmentária e fragmentada e o capital de que dispõe (idéias) não é fàcilmente divisível. Já a Direita, sempre muito mais esperta, tudo monetiza. E o dinheiro (bem fungível na acepçao que lhe dá Delfim Netto) não sòmente é divisível, como não carrega consigo traços pessoais.

    Explorar as contradições, as divergências entre as diversas correntes da Esquerda – e do PT em particular – NUNCA foi tarefa difícl ou desafiadora. E mais fácil se torna, num momento de crise política e institucional, como vivemos agora. Não há mérito algum para o jornalista que escreve o óbvio. 

    O título bombástico da análise e o uso que a camarilha do senado fará do episódio em que a executiva do PT rechaçou a proposta de plebiscito são além de prvisíveis, um tanto risíveis. 

    Mesmo que a executiva do PT não se pronunciasse ou apoiasse a idéia do plebiscito, não havia qualquer garantia de que essa idéia pudesse se concretizar, já que o plebiscito depende apoio de 1/3 dos membros das duas casas legislativas (Câmara e Senado) e a convocação de eleições depende Emenda Constitucional, a qual exige apoio de 2/3 das duas casas legislativas. E na Câmara esse 1/3 não foi e não é possível de se obter, como já ficou demonstrado. Pouco provável seria a obtenção de apoio no Senado para essa idéia de consulta popular, sobretudo porque a presidenta Dilma só apresentou pùblicamente a Carta em que expressa essa proposta, quando os senadores já se pronunciaram sobre o (ilegalíssimo e golpista) processo de impedimento, com maioria amplamente favorável ao golpe de Estado midiático-policial-judicial-parlamentar (59 a 21). 

    Os que votamos, elegendo e reelegendo Dilma Rousseff presidenta da república não o fizemos pelas habilidades políticas e discursivas,  capacidade negocial e de articulação política ou fineza no trato com ministros, servidores do Executivo e de outros poderes do Estado ou de estatais controladas pelo governo federal. Dilma foi eleita porque se apresentou como candidata por um partido com base social orgânica, cujo maior líder e fundador, Lula, fez bons governos e cuja linha ideológica vai ao encontro dos anseios da maioria das classes pobres e trablahadoras. Dilma é honesta, íntegra e por isso os brasileiros que a elegeram defendem que seja reconduzida ao exercício da presidência da república, para qual foi reeleita em 26 de ouubro de 2014.

    Para a chamada ‘grande mídia comercial’ – sempre hostil ao PT e à presidenta Dilma – soa como música essa decisão da executiva do PT em rechaçar a proposta de plebiscito. Mas a análise simplista feita por Bernardo Mello Franco é como as meias verdades, ou seja, serve para construir grandes mentiras.

  8. O PT abandonou Dilma à sua

    O PT abandonou Dilma à sua própria incapacidade de articulação política. Vocês não acham estranho Dilma não conseguir reunir 6 votos para voltar ao poder? 6 votos. O Temer e o Cunha conseguiram muito mais que isso com promessas vazias. 6 votos com o governo federal na mão não é nenhuma missão impossível. Tanto é que no início do ano qualquer um era incrédulo quanto ao avanço do impeachment. O PT poderia conseguir esses 6 votos. Mas qualquer um entende porque recuou. O cenário é o pior. Os golpistas sim estão afundando o país. O PT não quer pagar esse preço.

     

     

     

     

  9. Não vai demorar muito e o PT

    Não vai demorar muito e o PT estará negociando com o governo golpista. Quer saber, é tudo farinha do mesmo saco. Não voto mais no PT e farei campanha contra. Um partido que só tem um trabalhador simbólico e os demais são burocratas burguesas que fazem da política profissão. Aqui em São Paulo votarei em Erundina e, se o Haddad for para o segundo turno com Russomano, não terei dúvidas, voto nulo. Traira é traíra e para mim basta! 

    1. Você errou o endereço?

      Este papo pra lá de manjado pode agradar coxinhas. Mas aqui? Sua indignação é mais falsa que a do Janota e Mendes no vazamento do depoimento da da OAS. 

    2. Quem traiu quem?

      desculpe interromper sua ilusão mas se a Erunda ganhar haveram muitos petistas em seu governo.

      Quer maior burocrata burguesa do que a Luciana Genro?

       

  10. A mesma executiva que se

    A mesma executiva que se acovarda em garantir, na luta social, a resistência contra o golpe, agora abandona a Presidenta com um raciocínio eleitoreiro. Só não garantem ao País, o calendário eleitoral. Covardes!!

     

  11. Status Freudiano: Negação da Realidade

    “O sistema da negação pode ser um mecanismo psicológico positivo que nos permite recusar a realidade dolorosa, cobrindo as “feridas”, e assim continuar em frente, efeito idêntico a um “amortecedor” psicológico. A verdade é dolorosa porque abre a porta das “feridas” que estão encobertas pelas mais diversas formas de racionalização e justificação e, em último caso, mentiras.

    Após um período de choque, é perfeitamente legítimo recusar a realidade extremamente dolorosa, todavia, precisamos de quebrar este ciclo, e recomeçar a viver, enquadrados e sincronizados, com a verdade. Caso contrário, podemos cair na tendência de viver na mentira, para evitar e recusar aceitar a dor da perda.”

    Definição de negação na Psicologia de Freud

    negacao - mecanismo de defesaA negação é um mecanismo de defesa que basicamente é recusar-se a reconhecer que um evento ocorreu. A pessoa afetada simplesmente age como se nada tivesse acontecido, se comportando de maneira que outros podem ver como bizarro.

    Na sua forma completa, a negação é totalmente inconsciente, e o indivíduo podem ficar tão perplexo com o comportamento das pessoas ao seu redor como essas pessoas estão pelo comportamento dele. Esse mecanismo de defesa também pode ter um elemento consciente significativo, onde a pessoa simplesmente “faz vista grossa” para uma situação desconfortável.

    Negação
    Negação é a tentativa de não aceitar na consciência algum fato que perturba o Ego. Os adultos têm a tendência de fantasiar que certos acontecimentos não são, de fato, do jeito que são, ou que na verdade nunca aconteceram. Este vôo de fantasia pode tomar várias formas, algumas das quais parecem absurdas ao observador objetivo. A seguinte estória é uma ilustração da negação:Uma mulher foi levada à Corte a pedido de seu vizinho. Esse vizinho acusava a mulher de ter pego e danificado um vaso valioso. Quando chegou a hora da mulher se defender, sua defesa foi tripla: “Em primeiro lugar, nunca tomei o vaso emprestado. Em segundo lugar, estava lascado quando eu o peguei. Finalmente, Sua Excelência, eu o devolvi em perfeito estado”.
    A notável capacidade de lembrar-se incorretamente de fatos é a forma de negação encontrada com maior freqüência na prática psicoterápica. O paciente recorda-se de um acontecimento de forma vívida, depois, mais tarde, pode lembrar-se do incidente de maneira diferente e, de súbito, dar-se conta de que a primeira versão era uma construção defensiva.
    Para exemplificar a Negação, Freud citou Darwin, que em sua autobiografia dizia obedecer a uma regra de ouro: sempre que eu deparava com um fato publicado, uma nova observação ou pensamento, que se opunha aos meus resultados gerais, eu imediatamente anotava isso sem errar, porque a experiência me ensinou que tais fatos e pensamentos fogem da memória com muito maior facilidade que os fatos que nos são totalmente favoráveis.

  12. “Lula é Dilma e Dilma é Lula”

    Há mais de 1 ano, quando já era mais do que evidente, escancarado que os dois viviam entre tapas e beijos, certos militantes Jim Jones ensandecidos propagavam de boca cheia: “Dilma é Lula e Lula é Dilma”, em mais um surto psicótico de negação da realidade. Segunda-feira 22, a ex-Presidente Dilma esteve em SP, na Casa de Portugal, em mais um ato (derradeiro?) desesperado de reaver o cargo. Lula, que mora em SP, foi? Não, estava convenientemente em giro pelo Nordeste. Lula sabe que o Titanic bateu no iceberg há pelo menos 2 anos. 

  13. Dilma sempre foi um boi de piranha

    Isso eu venho dizendo no meu blog desde o seu primeiro mandato; Dilma sempre foi um boi de piranha do PT, pronta para ser sacrificada. Foi inventada por Lula para tomar conta da cadeira dele, bancar a faxineira e deixar tudo arrumadinho para ele voltar em 2014. Mas a coisa não saiu como previsto. Quando a popularidade dela desabou no início do segundo mandato, a tática de Lula ficou óbvia: ele ia se afastar dela, e no momento certo, lançar a sua candidatura em 2018 criticando-a e culpando-a por tudo o que deu de errado. Mas novamente a coisa não saiu como previsto.

  14. Dilma, de traídora à

    Dilma, de traídora à traída.

     

    Sempre sustentada pelas bases progressistas – enfrentada, vencida ou superada as dificuldades (das eleições às crises) – Dilma afastava-se dos seus… 

     

    De dupla personalidade política, nunca me iludi pessoalmente com ela.

    Se a defendi arduamente – enfrentando familiares, amigos e conhecidos – sempre o fiz pela defesa de um ideal de maior justiça social, liberdade, igualdade, bem-estar e desenvolvimento social. Hoje o faço, ainda, também pela defesa do Estado de Direito, da legalidade e da CF.

      

    Infelizmente, é ela a grande responsável pelo retocesso de um sonho (de um Brasil melhor e mais justo) que, passo à passo, vinha sendo firmando. É lamentável…

     

    Terá ela ciência e remorso do mal desmesurado que provocou??? A história – como exemplo vivido – não poderá olvidar essas circunstâncias…

     

    Que ela não alimente e aumente (egoísticamente) sua responsabilidade pelo retrocesso, para 

  15. Não adianta muito querer

    Não adianta muito querer achar culpados. Sim, é importante entender os erros do pt e dilma para tentar, quem saber, evitá-los no futuro. Mas agora a realidade nua e crua é que o que há e mais retrógrado na política e pensamento do país terá o poder de fato daqui alguns horas e sem ter que disputar um voto para isso. Todo esse circo de horrores – cujo ponto alto – ATÉ AGORA – foi a votação dos deputados federais em 17 de abril – nos faz ver como a nossa elite pouco se lixa pro país. O STF, que deveria ter dado freio a essa insanidade, luta mesmo é pra ter mais 6000 reais no salário de 33000, apesar de 12 milhões de desempregados e a perspectiva de o país virar uma grécia tamanho família caso o plano Meirelles cumpra o que promete. Bato nessa tecla = a nossa elite se acha a caixa preta dum boeing que está pra bater numa montanha = todos os passageiros morrerão, mas a caixa preta sobreviverá, intacta. 

     

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