É hipócrita a reação da Mídia contra Bolsonaro?, por Arnóbio Rocha

O Presidente eleito age exatamente como antes, aliás, ele nem liga para qualquer liturgia do cargo, não tem nenhum respeito pela República, pelas instituições, por que agiria diferente com a mídia?

Um Presidente que despreza a imprensa e essa finge não ver, pelos seus negócios?

É hipócrita a reação da Mídia contra Bolsonaro?

por Arnóbio Rocha

em seu blog

Nenhum Presidente normal poderia ter uma atitude tão abjeta quanto essa que Bolsonaro teve em relação a jornalista Patricia Campos Mello, da Folha de S. Paulo, ao insinuar que ela se prostituía para conseguir um furo de reportagem, fazendo coro Hans River, ex-funcionário da empresa que fazia “disparos” de Fakenews da campanha de Bolsornaro, denunciado pela jornalista.

Alguns jornalistas parecem escandalizados, inclusive aqueles e aquelas que colaboraram com a essa máquina de mentiras, pelo simples ódio patronal ao PT e que eles bovinamente obedeciam, com tanto louvor, mais realistas que o rei. A maioria deles põem sinal de igualdade, ainda hoje, entre Bolsonaro e o PT, não acham que fizeram nada de errado nestes últimos 18 anos, muito menos em 2018.

Bolsonaro é um personagem terrível, sua trajetória medíocre em 30 anos de parlamento, suas polêmicas escatológicas, suas declarações de amor à ditadura e aos ditadores, aos torturadores mais cruéis, um gosto horrível compartilhado por seus filhos. Havia em 2018, esse candidato com perfil de inimigo da democracia, da imprensa, por que foi ignorado pela redações? Por que foi poupado no momento que crescia e com possibilidade de vencer?

O Presidente eleito age exatamente como antes, aliás, ele nem liga para qualquer liturgia do cargo, não tem nenhum respeito pela República, pelas instituições, por que agiria diferente com a mídia? Por acaso os donos da grande mídia achavam que íam dominar o monstro neofascista e sua família? Que descobriria um jeito de por um guizo nele?

Dois amigos diletos do patronato, Moro e Guedes, passam a ser a “esperança” de um diálogo ou de ser justificativa para apoiar esse governo cruel, que demonstra o Estado, que retira direitos elementares, que atenta contra os direito humanos e as liberdades. Mesmo assim há dezenas e dezenas de editoriais “passando o pano”, apoiando os projetos e os ataques à Constituição.

As desastradas declarações de Guedes, de Moro e mesmo as de Bolsonaro, mal ganham manchetes de um dia. Outro dia deu banana para jornalistas, repetiu o gesto, agora o episódio da Patricia Campos, entretanto os jornais e TVs continuam sustentando o clima de “normalidade” ou de que as instituições estão funcionando normalmente.

Como acreditar em qualquer arroubo de um destes grandes jornais, será que essa ruptura é por não terem conseguido domar a fera? Ou apenas porque perderam publicidades, contratos e serviços do governo? Há alguma verdade na revolta contra essa escalada neofascista? A grande mídia continuará apoiando Guedes e Moro,  ao mesmo tendo fazendo vista grossa para Damares, Weintraub, Araújo?

Essas questões são fundamentais, pois senão é apenas mais uma reação hipócrita ao pior governo eleito da história do Brasil.

Redação

4 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Não sou um “entendido” do assunto e nem jornalista, porém acho que o pre faz jogo ou tabelinha com a imprensa. Fala o que pensa para ver se cola. Se colar, colou. Se não colar, e a imprensa reagir e bater, ele alega que houve má interpretação do que ele falou, ou diz que é mentira dos jornais, ou etc. Volta atrás. Aí faz média com os eleitores menos esclarecidos ou mais ferrenhos. E a imprensa passa por vilã. É preciso ter mais cuidado com ele.

  2. O corvo nojento que está sacando os seus olhos da mídia oficial foi alimentado por ela.

    Agora ela vive entre monstros da sua própria criação.

    A Dita não foi dura, foi branda. Pimenta nos olhos dos outros é refresco nos olhos da Folha de Sampa.

    Estou a plagiar a Legião Urbana

  3. Ora, ora… Resumiríamos esta situação em duas simples palavras: Conivência seguida de corporativismo. Num primeiro momento, a conivência com os patrões (movidos por interesses que ainda perduram e estão sendo satisfeitos), seguindo a onda de apedrejar o PT, construindo opiniões. Num segundo momento, o corporativismo quando se viram como a “geni” da vez (mas não é este sempre o jogo?), indignaram-se com o óbvio já esperado. Ahhh, mas Maria do Rosário era petista, aí valia tudo!! “Por acaso os donos da grande mídia achavam que íam dominar o monstro neofascista e sua família?” Querido, eles (os donos) estão andando solenemente para o esgoto que sai da boca deles, tá? Vocês ainda não perceberam o jogo? Bozo é sim dominado naquilo que interessa a eles, caso contrário, já teria virado um Collor. E falar M. o tempo todo é uma tática de distração para que o que interessa não tenha o devido espaço nas discussões. O jogo é este: eles só tem a oferecer são as polêmicas como distração, para fazerem em paz o que satisfaz a banca. E a esquerda, os índios, as mulheres ultrajadas seguem o script de se revoltarem e darem tudo o que eles precisam para continuar: polêmica!

  4. Se o Bozo disse em discurso que a deputada MARIA DO ROSÁRIO não seria estuprada por ser muito feia, como reagir quando ele divulga que a jornalista da folha se ofereceu sexualmente para obter um furo?

    Por que essa surpresa?

    O certo é mandar a conta para quem votou no Mito. QUEM PARIU MATHEUS QUE O EMBALE!

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador