Mulheres negras e trabalhadoras, homens negros e trabalhadores, se empoderem, vocês são a maioria da população brasileira. E também a mais explorada.
A mulher negra e trabalhadora é três vezes oprimida, como mulher, como negra e como trabalhadora.
A mulher branca trabalhadora e o homem negro trabalhador duas vezes.
E todos, brancos e negros, homens e mulheres, trabalhadores, são espoliados e discriminados pelo sistema capitalista.
Ainda na atualidade leio artigos, manifestos e ouço discursos de lideranças se referindo às mulheres e aos negros como minorias. Não são há aproximadamente uma década. Os percentuais próximos da realidade indicam 55,5% da população de negros e 53% de mulheres.
O Brasil é um país feminino e negro.
Entretanto, é um país machista, racista, misógino, criminosamente desigual econômica, social e politicamente.
Este quadro precisa mudar. Mudar já! Como?
Primeiramente assumir a consciência de que são maiorias. Segundo, compreender que a realidade é consequência da história da luta de classes. Terceiro se organizando como classe majoritária e lutando pela libertação estrutural, ou seja: não se trata de almejar a ascensão social, mas, sim, sobretudo a emancipação coletiva.
Conhecer a história e florescer a consciência de rejeição a esse passado, se organizar, construir a unidade da classe trabalhadora, elaborar um programa mínimo de objetivos imediatos, e elaborar um projeto de nação (desenhar o país de nossos sonhos, que desejamos legar a filhos e netos, enfim, às gerações futuras) alternativo ao capitalismo, ou seja, o socialismo democrático de raiz.
Mudar o sistema por dentro, não tem respaldo na história e na teoria revolucionária. Crer que o Estado possa ser reformado por suas próprias instituições, é uma crença que nega a luta de classes como motor da história, bem típica do revisionismo e da esquerda pelega. Essas mudanças quando ocorrem têm tempo de validade, pois não são sustentáveis.
O surgimento da internet e o predomínio do mundo virtual, possibilitou que as esquerdas festivas, cosméticas, passassem a ser protagonistas dominantes.
O Chile é o maior exemplo histórico de que uma democracia popular só constrói o socialismo se estiver sustentada pela organização basal da população trabalhadora, e, se necessário, em armas.
Não pode haver ilusões em relação às Forças Armadas. Não são as exceções, como Prestes, Astrogildo Pereira, Lamarca, almirante Aragão, capitão Sergio macaco, que as caracteriza, e, sim, a sua história golpista, de guarda pretoriana das oligarquias, e que na ditadura militar expurgou 7500 militares entre nacionalistas e democratas de suas fileiras. Não se analisa uma instituição por individualidades, mas pela sua história institucional.
As FAs contemporâneas são assumidamente submissas ao império norte-americano e serviçal do poder oligárquico conservador. Como no passado imperial reprimiram revoltas populares, como a de Canudos; e na República, desde sua gênese, foram protagonistas de nove insurgências à legalidade, entre tentativas e golpes concretizados, culminando com a ditadura militar de 21 anos. Não compreenderam as lições da história e no presente estão aliadas a um governo nazifascista, genocida na pandemia e na economia.
O Poder é civil. A instituição militar não é um poder e a sua função precípua é a defesa da pátria. A era da tutela e dos golpes, se ainda não foi encerrada, é mister que seja imediatamente.
A pedagogia de agradar ao inimigo para que não seja tão inimigo e reconheça o seu lugar na estrutura do Estado, pode estar fortalecendo-o, como se devesse pedir a compreensão deles para que a Constituição seja cumprida, para que a democracia vigore, como uma concessão. Exatamente quando a história e o presente mostram que são algozes. Evitar que prossigam neste desmonte ao Estado de direito, é fazê-los respeitar a Constituição que juraram obedecer, por conseguinte, ao poder civil consagrado pelo mandamento constitucional.
Não pode existir democracia enquanto houver fome, racismo, discriminações de qualquer ordem, desigualdade social, concentração de riquezas, analfabetismo, mortalidade infantil.
Enquanto uma criança brasileira, desde o nascituro, não tiver direito a bem nascer e ter plenas condições de desenvolver suas potencialidades para contribuir para a sociedade e para a sua felicidade, não poderemos afirmar, com honestidade intelectual, que existe uma democracia no Brasil.
Diante do pandemônio bolsonarista e à luz da história, cabe à classe trabalhadora, vanguardeada por mulheres e negros, assumir o papel que lhe está destinado no presente, para realizar a revolução social, que a minha geração de 68 não conseguiu concluir.
No meu artigo anterior, O Desafio da comunicação, na frase que digo que o somatório de desempregados, subocupados e desalentados pode chegar a 50 milhões ou mais, saiu mil e não milhões, como é o certo. Embora em outros artigos já afirmei quantidade em milhões, lamento o erro, e espero que ninguém tenha se iludido.
Francisco Celso Calmon é Advogado, Administrador; membro do canal Resistência Carbonária; Coordenador do Fórum Memória, Verdade e Justiça do ES; ex-coordenador nacional da RBMVJ; autor de livros.
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