Gilberto Maringoni
Gilberto Maringoni de Oliveira é um jornalista, cartunista e professor universitário brasileiro. É professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC, tendo lecionado também na Faculdade Cásper Líbero e na Universidade Federal de São Paulo.
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É urgente formar uma frente de esquerda contra o retrocesso, diz Maringoni

É urgente formar uma frente contra o retrocesso

Por Gilberto Maringoni

Na CartaCapital

Em debates públicos realizados nos últimos dias em São Paulo, surgiu a ideia de constituir uma frente política para se contrapor à maré reacionária que se espalha pelo País.

Os sinais mais evidentes dessa vertente foram as impressionantes marchas do dia 15 de março, em diversas cidades brasileiras, com destaque para a capital paulista. Colhendo um descontentamento crescente com a política econômica adotada pela gestão Dilma Rousseff, as agitações sequer tocam nesse tema. Seus focos são a corrupção e a perspectiva de se iniciar um processo de impeachment.

Parêntesis. As descobertas da operação Zelotes, um rombo equivalente ou superior ao da Petrobrás, estão sendo devidamente enviadas para o subterrâneo do noticiário. Roubar o Estado sem que os ladrões sejam petistas ou aliados rapidamente vira não notícia, em mais um caso de udenismo seletivo. Fecha-se parêntesis.

A pregação conservadora recebe ampla cobertura midiática e tem ecos no Congresso Nacional, onde os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Eduardo Cunha, operam uma verdadeira motoniveladora parlamentar visando emparedar o Poder Executivo. Com sucesso, diga-se de passagem.

Além de desfraldarem a bandeira de uma reforma política pró-mercantilismo eleitoral, o duo coloca em pauta a supressão de vários direitos trabalhistas – via MP 4330, que legaliza as terceirizações na contratação de mão de obra -, monta a CPI da Petrobrás, decide convocar semanalmente cada um dos 39 ministros para depor em plenário, ameaça a nomeação de juízes para o STF, clama por mais ministérios (pregando a necessidade de reduzir o número dos mesmos), ameaçam votar a redução da maioridade penal, bloqueiam o avanço de temas como a criminalização da homofobia e a legalização do aborto e por aí vai.

Diante de um governo que voluntariamente se entregou a uma espécie de haraquiri político para ganhar a confiança do “mercado”, a dupla dinâmica parlamentar pinta, borda e ainda costura para fora. Ou seja, de membros da chamada base aliada, flertam e articulam cotidianamente com a oposição de direita, PSDB, DEM e PPS à frente.

Como pano de fundo, há uma espetacular recessão em construção, autorizada pela presidente e por seu partido. A obra é tocada pelo ministro da Fazenda Joaquim Levy. Contração do PIB, desemprego, queda da renda, cortes orçamentários, juros nas alturas e o conhecido rosário ultraliberal são apresentados como a maravilha curativa para os males nacionais.

Em tempos de fundamentalismo religioso, nada melhor que a promessa de sacrifícios dolorosos para uma redenção na forma de bonança econômica mais adiante.

O curioso é que não há plano algum. Brande-se o abismo de onde nascerá a luz. Prega-se a contração como saída para a expansão. Até agora, a única resultante efetiva, a desvalorização cambial que pode aumentar a competitividade dos produtos brasileiros no exterior, não necessitaria de tamanho solavanco para ser implementada.

Rodeando a cena, há um gigantesco escândalo de financiamento a partidos políticos, cujo centro é 13% do PIB, codinome da Petrobrás.

Ataque da direita, repúdio da esquerda

Dilma conseguiu um feito de difícil construção: diante de um ataque da direita, consegue ser repudiada pela esquerda. Nenhuma voz de peso – nem mesmo seu antecessor ou membros de seu partido – consegue vir a público defender o kit ultraortodoxo que apresenta. O arrocho é repudiado até mesmo pela manifestação convocada pela CUT, MST e UNE, que reuniu 40 mil pessoas debaixo de chuva na tarde paulistana do último dia 13. É parcela microscópica do impressionante eleitorado de 54 milhões de brasileiros que acreditou em sua pregação desenvolvimentista de campanha.

Gramsci cunhou a expressão “empate catastrófico” para situações de dualidade de poderes. Em 2015, evoluímos para o enrosco catastrófico.

A presidenta comprou o peixe de que a situação estaria calamitosa no final do ano e deu corda para que um representante de um dos maiores bancos privados do mundo ditasse as regras da economia. E o incrível: defende o auxiliar de forma enfática.

Para isso, ensaia voltar atrás em legislação sancionada em 2014, que cria novo indexador para o pagamento das dívidas de estados e municípios. Compra briga com os prefeitos de São Paulo, Rio e de centenas de municípios e de alguns governadores.

Com a erosão de sua base original – os trabalhadores urbanos e os pobres – a mandatária apega-se assim à única marca de sua gestão com possibilidade de sustentá-la, o ajuste fiscal.

É fantástico. Ela vê como salvação o que seus eleitores majoritariamente veem como perdição.

A insatisfação popular com Dilma, seu governo e seu partido ainda não atingiu o pico. Com a deterioração da situação econômica, o desalento e a insatisfação podem se transformar em raiva.

O novelo está tão embaraçado que se torna quase impossível saber onde está a ponta – ou as pontas – a puxar para desatar as dezenas de nós na linha.

Nesse imbróglio, uma pergunta: como formar a frente contra o retrocesso, a direita e o fundamentalismo golpista? Quem participa? Propostas surgem. Este pode entrar, aquele também, o outro ali não, fulano é bem vindo, sicrano nem pensar…

Não é um bom começo começar as tratativas tendo comportamento de bedel para ver quem pode ou não passar pela catraca dessa necessária aliança. Melhor é verificar os pontos que podem unificar um grande e variegado contingente de forças políticas, entidades, partidos, personalidades etc. Para começar, o que vai ser defendido? O que vai ser combatido?

O retrocesso seria o PMDB, o PSDB, o DEM, os monopólios de comunicação, o mercado financeiro e outros quetais? O avanço seria o governo Dilma? É possível para a esquerda aceitar o ajuste levyano em nome da conquista de direitos sociais? De fato, o enrosco é grande. Nessas horas, vale a pena verificar quem já lidou com situações tão ou mais dramáticas quanto.

O maldito Mao

Vamos a um autor maldito e demonizado nas últimas décadas. Ele está longe de ser unanimidade, mas teve inegável êxito no que fez. Vamos ao velho Mao Tsétung.

Em agosto de 1937, no verdor de seus 44 anos, o dirigente chinês pronunciou uma conferência na Academia Militar e Política Anti-Japonesa de Ien-na. Embora não fosse colônia, seu país vivia sob o espectro da dominação nipônica, doze anos antes da revolução socialista. O conteúdo da intervenção foi transformado num livreto que se tornou um clássico da tática política, chamado Sobre a Contradição.

A certa altura, o camarada Mao comenta:

“No complexo processo de desenvolvimento de um fenômeno existe toda uma série de contradições. Uma delas é necessariamente a contradição principal, cuja existência e desenvolvimento determinam a existência e o desenvolvimento das demais contradições ou agem sobre elas”.

Mais adiante, ele emenda:

“Não se devem tratar as contradições de um processo como se fossem todas iguais. É necessário distinguir a contradição principal das contradições secundárias, e mostrar-se particularmente atento na descoberta da contradição principal”.

A conclusão do líder comunista é meio lisa, mas aqui vai:

“Uma vez dominada a contradição principal, todos os problemas se resolvem facilmente”.

Pode ser que os problemas de se fazer expulsar um exército invasor, realizar uma revolução em um imenso país atrasado, construir um novo Estado e acabar com a fome endêmica de centenas de milhões de pessoas fosse algo mais tranquilo do que lidar com o “mercado” e com Eduardo Cunha. Há controvérsias sobre esse ponto.

Nada é fácil no País de Dilma

Nada é fácil no Brasil de Dilma Rousseff, a começar pelo gênio que contam ter a mandatária.

É preciso verificar, em meio ao cipoal de problemas e – vá lá – contradições, o que pode unificar uma base social progressista.

Certamente não é o “Fora Dilma”. O “Fora PMDB” nada resolve neste momento.

A presidenta está fragilizada. Mas ela precisa reunir mercadoria em falta no Planalto – coragem – para dar um salto.

A direita quer o ajuste fiscal, mas não quer Dilma.

A presidenta não ganhou a simpatia do capital financeiro com seu ajuste destinado a conquistar sua confiança. A indústria está apreensiva com os rumos do aperto geral. Prefeitos e governadores aos poucos sentem nas contas públicas as maravilhas do arrocho. E o povo começa a ver em Dilma a encarnação do estelionato eleitoral por causa do ajuste.

Onde estaria a tal “contradição principal” nessa geleia toda? A contradição principal não está no Congresso. A contradição principal não está no ministério de direita. A contradição principal não está no escândalo da Petrobrás. A contradição principal é o ajuste.

É ele que fragiliza o governo, confunde seus apoiadores, deteriora a situação social, traz desalento à população e abre espaço para a direita ganhar as ruas.

O ponto programático a ser definido para se compor uma frente contra o retrocesso é a oposição radical ao ajuste ultraliberal, com seu pacote de redução de direitos, recessão e alta dos juros. Trata-se de unificar forças para riscá-lo da agenda nacional.

A presidenta terá coragem para mudar de rota e demitir seu auxiliar nomeado pelo Bradesco? Não se sabe. Mas somente o fim do ajuste pode desanuviar o ambiente, entusiasmar os setores populares e dar curso à resolução de outros problemas. O resto pode vir mais ou menos facilmente, como lembrava o velho autor maldito.

* Gilberto Maringoni é professor de Relações Internacionais da UFABC e ex-candidato a governador de São Paulo pelo PSOL, em 2014

Gilberto Maringoni

Gilberto Maringoni de Oliveira é um jornalista, cartunista e professor universitário brasileiro. É professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC, tendo lecionado também na Faculdade Cásper Líbero e na Universidade Federal de São Paulo.

15 Comentários

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  1. Difícil unir as esquerdas. O

    Difícil unir as esquerdas. O psol virou aliado doentio e antipaís da imprensa corrupta, corruptora e propineira. A direita, nunca se dilui em tempos de luta, mas os esquerdistas radicais se ofercem de presente. São otários e furiosos como a direita que os oprime. Sempre foi fácil patra a direita diluir a esquerda, pois não são lutadores, são bocós fantasiados de esquerda, trabalhando, estupidamente, para a direita se dar bem. Se existe uma coisa que admiro na direita, é isso: a união em tempos de guerra. Se os lunáticos, utópicos esquerdistas não aprenderem, não entenderem que existe o momento da união radical, não haverá esquerda que se sustente. A direita é oca, podre e terrorista, mas tem o capital que a sustenta, só que o esquerdista esquece desse fato em todos os momentos importantes que deveriam estar  unidas. Diluir as esquerdas é coisa facilzinha para a direita com seus propineiros, sonegdores, corruptos e escambau. Quando vejo um traidor de esquerda, sinto muito nojo desse ser que se curva sempre que a direita necessita isso dele.

  2. Fala-se muito dos problemas

    Fala-se muito dos problemas ou, como diz o autor, das contradições. E as soluções? Olha o preço que o povo chinês tem pago para desenvolver o país, trabalhando praticamente como escravos por décadas. É mesmo urgente que a esquerda se articule, se una, enfim. Mas não contra a presidente, para fazer mais uma oposição oportunista. Clamando por direitos, na maioria justos, mas sem oferecer saídas viáveis para a crise. Se não apoiam as medidas dela, que medidas sugerem para gerar riqueza, manter o direitos trabalhistas e as contas sob controle, conter a inflação? Eu só conheço colheita com plantio.

  3. A contradição principal não

    A contradição principal não está no Congresso. A contradição principal não está no ministério de direita. A contradição principal não está no escândalo da Petrobrás. A contradição principal é o ajuste.

     

    Resta saber como colocar a economia novamente nos trilhos sem o ajuste. Nesse ponto o professor não avançou um milímetro sequer.

  4. Ah, os piçolistas !!! Poderia

    Ah, os piçolistas !!! Poderia explicar o tal “pacote de redução de direitos” sem os argumentos dos paneleiros, por favor ?

  5. Ainda bem que esse professor

    Ainda bem que esse professor não foi eleito governador de SP. Em suas aulas (e artigos) pode falar bobagens à vontade, sem repercussão e sem causar maiores males. No presente artigo, disse “não” ao ajuste, mas nada diz sobre como atingir o equilíbrio das contas públicas. Será que ele descobriu como custear nossa máquina perdulária? Imagino que sim, é só o que essa gente sabe fazer: aumentar impostos, aumentar impostos, aumentar impostos; falta saber quem, e como, vai pagá-los. Ou quem sabe ele tenha uma solução mais radical, maoísta. Estaríamos em maus lençóis…

  6. Frente de esquerda pra

    Frente de esquerda pra defender um governo de direita? voto no psol, mas não reconheço o governo atual como esquerda…. nem a a vaca tussa de novo…

  7. Alguém precisa explicar ao

    Alguém precisa explicar ao como é mesmo…professor, que o ajuste econômico pode ser ortodoxo, seguindo a cartilha padrão da economia ou pode ser heterodoxo seguindo teorias paralelas. O país aplicou inúmeros ajustes e planos do segundo tipo e ganhamos inflação descontrolada, recessão, desemprego, etc. Desde o plano real seguimos um plano racional e ganham só estabilidade, crescimento, emprego. Não foi este ou aquele governo,  mas a manutenção de um plano bem sucedido. O que estamos sofrendo agora são os resultados de um afrouxamento e rompantes de ações mais ou menos populistas no segundo governo Lula e primeiro governo dilma como por exemplo o corte de 20% nas tarifas de energia.

    o ajuste é necessário. Se o país fosse conduzido pelo psol, estaríamos usando tangas e comendo uns aos outros, retroagindo no tempo e voltando aos anos 1500, aonde realmmente não seriam necessários ajustes na economia.

    Quanto ao comentário da corrupção na receita, o autor do comentário poderia demonstrar que os sábados não foram indicados por pt e coleguinhas? Porque somente assim a crítica seria aplicável. E tem outra, corrupção existe em todos os campos da atividade humana, bastando ter um político ou empresário sem vergonha e um funcionário disposto a se sujar. O que ocorre na Petrobrás é que o discurso do pt desde que era oposição é que a estatal era a jóia da coroa, sustentáculo do país e que os satânicos tucanos queriam vender. O discurso sempre foi esse. Agora se vê que a estatal era parasitada por empresários que tinham de pagar propina para manter seus contratos é partidos políticos tirando o seu como se a estatal fosse do partido que ganhou as eleições e não do estado brasileiro.

    Até que se demonstre o contrário,  o escândalo da receita  é de funcionários públicos pegando dinheiro para aliviar devedores. O da petrobras são partidos políticos tirando dinheiro da estatal. No primeiro é preciso verificar se o dinheiro parava nos funcionários e no segundo não esquecer que as empreiteiras foram veículos para a roubalheira.

  8.  
    Não seria melhor proceder

     

    Não seria melhor proceder um sorteio da Caixa Econômica Federal, para escolher a “contradição principal”? Não achei justo, a escolha aleatória e ao gosto do freguez,  do tal de ajuste fiscal, como sendo a contradição principal.

    Orlando

  9. A GÊ ENE PÊ

    … velhas questões requentadas…

    “Durante aquele jantar Luis Miguel, com aquele finíssimo instinto que o caracteriza e o cinismo do qual faz alarde, certamente com o intuito de se proteger e se garantir, prognosticou – a Domingo e a mim – um imediato desengano no caso de vitória dos nossos. “Vocês não amam o poder – dizia Luis Miguel – mas é o poder a única coisa que importa. Vocês são visceralmente homens da oposição, da luta contra o poder e não da luta pelo poder. Hoje vocês estão contra Franco, amanhã estarão contra Carrillo se este vier a encarnar o poder. Comigo dá-se o contrário: sou sempre do lado do poder. Porém não se preocupem; tal como agora, eu posso intervir em favor de vocês junto a meu amigo Camilo Alonso Vega, intervirei amanhã para defendê-los quando Carrillo se tornar amigo meu e quando vocês forem perseguidos.”

    Autobiografia de Federico Sánchez. Jorge Semprún. Trad. Olga Savary. Ed. Paz e Terra, 1984. (edição comprada na bacia das almas… a 1,99 na ótima Livraria MST, no Bixiga).

  10. Psol e Maringoni, casos perdidos

    Domingo à noite fiquei sabendo dessa tal reunião de articulação da frente de esquerda. Quando meu interlocutor falou da presença do Maringoni, dei um crédito de confiança: “caiu a ficha, ele sentiu a água chegando perigosamente na região glútea, entendeu o momento histórico, etc”. Aí ele produz isso aí, que nada mais é do que uma satisfação para o seu público do partido. Esqueçam o Maringoni, não faz falta. 

  11. Fácil responder

    “O novelo está tão embaraçado que se torna quase impossível saber onde está a ponta – ou as pontas – a puxar para desatar as dezenas de nós na linha.”

    ““Uma vez dominada a contradição principal, todos os problemas se resolvem facilmente”.”

    “Onde estaria a tal “contradição principal” nessa geleia toda?”

     

    Fácil responder, a contradição não está no ajuste, mas “onde” se ajusta. Se Dilma diminuísse a Selic para 8% ou 7%, todo ajuste estaria feito sem precisar de mais nada. Cada 1% são Bilhões. (1000000000). Bilhões jogados fora em mãos de especuladores que nada contribuem para aumento de PIB, nem geração de emprego, nem para aumento de arrecadação.

    Mas sabemos que ela não dará o braço a torcer, como fez FHC. FHC preferiu quebrar, arruinar o país à abaixar a Selic. Precisou vir um Metalúrgico de nove dedos para fazer isto. E Dilma esta a caminho de fazer o mesmo que FHC fez.

    É um medo psicológico de que se abaixar a Selic a inflação subirá, ou o câmbio irá disparar. O câmbio vai disparar com ou sem Selic, e a inflação seguirá o câmbio, então a Selic alta é inútil, só uma conta monstruosa a mais no colo do Governo. FHC tinha este medo, esta doença, e Dilma também tem. Governar bem é para os fortes e corajosos, como o fez Lula.

    Esta de unir as esquerdas é inútil. Escreva uma história de sucesso e todo mundo se unirá a você, seja de esquerda ou de direita. Tenha uma história de fracasso, e todos fugirão.

     

  12. O campo de batalha

    O campo de batalha nessa disputa é a “mente” das pessoas. Quem chega primeiro ocupa o espaço vazio. E nesse quisito a grande mídia leva uma enorme vantagem. São décadas de doutrinação da grande massa de brasileiros.

    O poder do voto está na base da pirâmide social mas o poder de decisão está na ponta de cima. Infelizmente a grande parte das pessoas ainda vivem alienadas quando se trata de informação. A grande massa de eleitores trabalha durante o dia e a noite senta-se na poltrona para ver e ouvir os “especialistas” da grande mídia a lhes dizer o que está certo ou errado. Não saem dessa letargica apatia para ir buscar mais informação e se conforma com o que lhe pregão diariamente. Aí reside o problema. O grande problema. A alienação mental de grande parte dos brasileiros.

    Qual movimento que pretenda combater o radicalismo deverá buscar o contato com a grande massa. Seja através de associações, de organizações sociais e da criação de grupos de mídias participativas (jornais comunitários impressos ou publicados na internet) onde as comunidades possam acessar as várias versões da verdade e possam participar e contribuir dando sua opinião. Participando de enquetes, debates, etc…

    É preciso levar a informação aos bairros de periferia. Atraí-los para participar dos debates e com isso inrequecê-los com informações que os levem a desenvolver o senso crítico.

    A esquerda a medida que subiu ao poder afastou-se dos grupos mais pobres, da grande massa.

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