Andre Motta Araujo
Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo
[email protected]

Frente Ampla não tem projeto, por Andre Motta Araujo

No propósito de montar uma frente ampla contra a ameaça autoritária da ultradireita, potenciais participantes colocam como condição da frente o embandeiramento de projetos.

Frente Ampla não tem projeto

por Andre Motta Araujo

A pobreza de pensamento estratégico das elites políticas brasileiras não consegue entender a lógica do conceito de uma frente ampla, instrumento de luta política contra um inimigo comum, de vários partidos unidos em uma frente com o único propósito de dar combate a um inimigo de todos e NÃO para realizar um projeto de futuro.

Quem deve lutar por ideias, programas e projetos são os PARTIDOS POLÍTICOS permanentes, a frente é por definição um instrumento temporário de batalha contra um inimigo maior, que ameaça a todos os partidos, é a ameaça maior acima de divergências temáticas, é o navio que afunda levando ao naufrágio todas as classes.

No propósito de montar uma frente ampla contra a ameaça autoritária da ultradireita, potenciais participantes colocam como condição da frente o embandeiramento de projetos, algo que não faz parte dos alvos de uma frente que se desfaz quando o inimigo comum é derrotado, o mecanismo histórico tem longa trajetória no campo político e militar.

A FRENTE POLÍTICO MILITAR CONTRA O NAZISMO

Na Segunda Guerra, o conceito de FRENTE uniu adversários históricos, a União Soviética, o Império Britânico e os Estados Unidos, cujos líderes tinham objetivos conflitantes e antagônicos, mas que se sentiam todos ameaçados pelo nazismo como perigo mais próximo e maior. Derrotado o inimigo comum, a frente imediatamente se desfez dando início à Guerra Fria, dias depois da Conferência de Potsdam, que foi o fecho do conflito e acerto dos despojos de guerra.

O conceito de ALIADOS foi a frente clássica, união contra um inimigo comum que oferece maior e mais imediato risco a todos, às grandes potências se uniu uma força sem território, a França Livre do General De Gaulle, que saiu do conflito como líder de uma ideia de França anti-colaboracionista, mas que imediatamente ganhou território acompanhando os exércitos anglo-americanos após o desembarque na Normandia. Foi De Gaulle, e não os anglo-americanos, quem aceitou a rendição do General von Choltitz na Gare du Nord em Paris, operação de grande significado simbólico. Patton já estava às portas de Paris e se viu obrigado a parar para que De Gaulle fosse o libertador, operação duramente bancada por Eisenhower, que teve que ameaçar Patton de demissão para que ele estacionasse suas tropas, permitindo a passagem à frente da divisão gaulllista Leclerc, libertadora de Paris.

O simbolismo da frente aí atingiu o máximo, se De Gaulle não libertasse Paris os comunistas o fariam antes de Patton e ganhariam o poder no pós guerra.

A LÓGICA DA FRENTE AMPLA

Frentes amplas se formam com a reunião de um arco de forças heterogêneas para evitar um naufrágio do País frente a um claro perigo maior que os projetos de cada partido.

O atual governo errático, caótico, sem capacidade de administrar por falta de experiência, inteligência, conexões, orientado por um charlatão, criando atritos com outros países e organismos multilaterais, sem projeto, sem credibilidade, sem mecanismos de ação e reação, pode DESCONSTRUIR a administração pública e, em consequência, a economia, não é uma crise resultante de um mau governo, é algo muito maior, uma economia em frangalhos, abalada nas suas raízes, relações internacionais esgarçadas ao máximo, especialmente se, como se prevê, Trump perder as eleições nos EUA, o governo do Partido Democrata não dará respiro a um governo inconsequente no Brasil.

CONTRA A FRENTE AMPLA

Uma frente ampla no Brasil tem inimigos naturais, o grande capital financeiro, as FIESPES da vida, os politiquinhos com projetinhos pessoais fisiológicos, a elite Miami, os bispos caça-níqueis, os boçais do rádio, os grileiros e madeireiros ilegais da Amazônia, há sim uma frente de apoio ao desgoverno contando com o suporte fundamental do PT.

Lembrando que o governo de Vichy manteve amplo apoio mesmo depois do desembarque dos Aliados na Normandia, regimes, qualquer um, têm arco de apoiadores.

O PAPEL DO PT

A não adesão do PT a uma frente ampla é a maior defesa do atual Governo e pode levá-lo à reeleição. A lógica do PT é anti-frente ampla porque se coloca como contraponto isolado contra a ultradireita e vê, nesse isolamento, uma oportunidade de vencer sozinho, o que a análise das forças mostra ser quase impossível.

A não renovação de lideranças do PT pode levá-lo ao isolamento e decadência, partidos históricos sem renovação vão para o arquivo morto porque a política é dinâmica e mutante.

Ao se manter como contraponto à ultradireita, o PT justifica estar no comando como salvação contra o petismo, a ultradireita liderando uma FRENTE AMPLA DO CONSERVADORISMO contra o PT, quer dizer, o instrumento da frente ampla será usado pela ultradireita para se manter no poder, usando o PT como o inimigo a manter longe.

Ao não aderir à uma frente ampla contra o desgoverno, o PT destrói seu papel histórico em benefício de uma hipótese remota de voltar SOZINHO ao poder, um delírio.

O Brasil está em um momento de inflexão, como a Inglaterra em 1939, quando o Partido Conservador mantinha férreo controle do Governo, mas os acontecimentos obrigaram o gabinete Chamberlain a aceitar um controvertido e indesejado político, Churchill, como Primeiro Ministro, deslocando Chamberlain para um Ministério sem pasta como consolação, os acontecimentos moldaram a política partidária, os ultra conservadores como Lorde Halifax detestavam Churchill mas não tiveram saída, era ele ou o caos.

O PT está em um momento de inflexão, sem candidatos viáveis para as grandes prefeituras do Sudeste, ou adere a uma frente ampla ou irá fenecendo para a irrelevância.

Apenas para registro, o PTB já foi o partido central da política brasileira, chegou à Presidência e hoje, sem renovação, é um fantasma histórico e ainda de má reputação.

Em 2018 o PT conseguiu o apoio de todas as forças progressistas que viram o perigo da ultradireita populista, mas esse apoio foi eventual e acidental, hoje seria muito mais difícil.

Há no Brasil um amplo arco de forças civilizadas de muitos partidos políticos com programas diferentes, mas que precisam da democracia e das instituições funcionando para sobreviverem, todos estão ameaçados pela ultradireita agressiva e é hora de todos se unirem contra o grande risco anti-democrático, o PT não pode ser exceção.

Andre Motta Araujo

Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo

40 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. “…O simbolismo da frente aí atingiu o máximo, se De Gaulle não libertasse Paris os comunistas o fariam antes de Patton e ganhariam o poder no pós guerra…” O Pecado mora nos detalhes. Aí está a necessidade de se usar De Gaulle. Peso Morto útil. Assim como foi Churchill e sua marca histórica na Guerra, para logo após ser descartado ao ostracismo. Os Ingleses sabiam que a Guerra direta era o fim do Império Britânico, entregando o Mundo a uma nova Potência. O fardo entregue por Churchill foi a submissão. E os Britânicos não o perdoaram nas urnas. E onde estava o Brasil na Reconstrução Mundial na Era de Maior Evolução na História da Humanidade entre Aniquilados, Destruição, Miséria, Pobreza, Famintos, Desemprego ? Enterrado nas imbecilidades e aventuras de um Pária Fascista e toda Esquerdopatia que lhe dá sustentação. Menos de 1 década após o aniquilamento da Ordem Mundial e completa destruição de toda Europa, a Volkswagem Alemã já está instalando sua maior Fábrica de Automóveis ‘alemães’ fora de seu território (1953). Advinha aonde? SBC !!! Bastaram 2 décadas para a Nação Miscigenada de maior amplitude democrática, liberal, progressista, desenvolvimentista (até 1930), torna-se em Terceiro Mundo (1955). O Revisionismo Histórico que nos assola nestes 90 anos dirá que Nosso Melhor Período!! Não Somos Surreais?!! O Mundo Industrial e Desenvolvido em busca da Estrutura Democrática enquanto ainda hoje enxergamos nossas possibilidades somente no DonSebastianismo de Sindicalismo Pelego de Legislação Trabalhista Fascista da década de 1930. Alguns dizem não saber como construímos estes 90 anos de ‘QuintoMundismo’ entre Nazistas, Stalinistas, Fascistas, Nepotismo e Satélites. Pobre país rico. Sindicalismo Messiânico Pelego, Tancredo Neves, Leonel Brizola,… nos diz tanto !!! Mas de muito fácil explicação.

      1. joel lima: primeiro dê a sua avaliação sobre Filinto Muller, as cadeias, ‘paus de arara’ e cemitérios clandestinos ‘getulistas’. Climério de Almeida, Gregório Fortunato, Lutero Vargas, Benjamin ‘Bejo’ Vargas, e outros tantos Criminosos comparsas do Ditador. Depois avaliaremos os ‘Justiciamentos’ produzidos pelos Grupos Terroristas de Esquerda comandados por Luiz Carlos Prestes, Olga Benário, Merighella,…então será possível a avaliação que este período mencionado possa ter nos salvado de mais uma tragédia brasileira, novamente, entre tantos bandidos. Mas é necessário sua antecipada avaliação. abs.

    1. De Gaulle não foi peso morto, tornou-se o grande lider da França e sua força se projetou por décadas pelo seu partido e mais ainda De Gaulle nunca foi pro-EUA, todos seus movimentos incomodaram o poder americano.
      Roosevelt detestava De Gaulle, que tampouco nunca foi um parceiro de fato da OTAN.

      1. Caro sr. André, naquele momento do final da Guerra na Europa, não passava de peso morto sim, principalmente para Forças NorteAmericanas. Os EUA, como o sr. explicita, aturaram De Gaulle para não ter que entregar aos Comunistas o comando da França ou a continuidade da Guerra Civil como havia na Espanha. De Gaulle não é nem convidado para as primeiras reuniões sobre a divisão da Europa e despojos de guerra. Mas realmente De Gaulle soube reverter a posição política francesa rapidamente.

        1. Seu papel foi extraordinario, a França derrotada em 1940 e colaborocionista com o nazismo conseguiu uma cadeira fixa no Conselho de Segurança da ONU, até hoje, graças a De Gaulle, de derrotada saiu vencedora.

          1. A elite francesa dos anos 30 teve a proeza de jogar a França – que teve um Bonaparte – de bandeja e com um lacinho pra Hitler. Não lembra um entreguismo vil praticado por uma elite ao sul do equador nos dias de hoje?

          2. Caro sr. André, muito interesse norteamericano, muito dinheiro norteamericano, muito ‘Plano Marshall’ segurou De Gaulle na cadeira da Presidência. Mas como afirmei, o “Peso Morto” soube reverter a Política e Interesses Franceses na reconstrução do Mundo e ‘vender’ caro seu apoio. Nisto foi realmente brilhante. Enquanto isto o Brasil que sai limpo e vencedor desta Tragédia na História da Humanidade se enterra em Caudilhismo, Fascismo, Ditadura, Atraso, Miséria e ‘QuintoMundismo’. Nossa Melhor Fase?!! Por que e como será que construímos estes 90 anos. abs.

        1. No fim, ele sempre quer dizer que se a província de São Paulo – locomotiva do brazil – , não tivesse sido derrotada pelas forças getulistas, os fazendeiros de café de lá teriam colocado o país no primeiro mundo!!!

    2. Você foi bem até 1955. Depois de lá degringolou.
      Seu remédio não está ajudando. Ginkgo e cafeína, quem sabe, poderiam melhorar a sua capacidade de discernimento e evitar que você desse essas emboladas no final de seu raciocínio.

      1. “Frente Ampla” é um eufemismo para “socorro Lula, fizemos besteira e não conseguimos controlar o monstro que criamos”. Onde estavam esses “democratas” em 2018, quando uma frente ampla poderia ter evitado a atual tragédia? Pro inferno com esses hipócritas!

        1. Henrique

          Excelente comentário.

          Resumindo: Em 2018, onde estavam esses “democratas”, quando uma FRENTE AMPLA poderia ter evitado a atual tragédia?

          Agora, que esses “democratas”, após falharem em domesticar o Messias, que façam a sua parte.

          Eles à direita. “Nosostros” à esquerda. Todos juntos, contra o adversário comum. Cada grupo preservando sua identidade.

    3. Esqueceu-se de Falar da GRANDE DESTRUIÇÃO promovida no período militar e da era pós MILITAR até FHC que completaram a destruição total da nação

  2. O que demora a entrar na cachola de muita gente é que a tal “frente” foi feita, lá atrás, contra o PT, PT, PT, o Lula e a esquerda em geral.

    O Sr FHC, no segundo semestre de 2012, passeava por todos os salões com desenvoltura propagandeando e movendo mundos e fundos pelo “todos contra o PT”.

    2013 começou com a histeria do tomate; e assim que começaram as manifestações de rua, grupelhos montados em gabinetes assumiram (ou receberam a missão) de vanguarda dos movimentos.

    Foram para as eleições de 2014 com o plano B pronto. Não foi num arroubo qualquer que Aécio recusou o resultado das eleições; tampouco o Gilmar Mendes, cozinhando a ação no TSE; menos ainda a eleição do Eduardo Cunha para a Presidencia da Câmara…

    O governo Temer nada mais foi do que uma “frente” antipetista, antiesquerda, antissocial.

    Do resultado de 2018 não se ouviu QUALQUER mençao publica de desagrado.

    O que a direita que se diz “liberal” que se agrupou em torno de Collor, FHC I e II, Serra, Alckmin, Serra, Aécio, Alckmin quer é retomar a cabeça de chapa pra 2022. Querem é continuar contando com os votos da fascistada, como sempre, porém insistindo na pose de lideranças esclarecidas.

    Mantidas as condiçoes atuais, vão se ferrar de novo.

      1. Renato Cruz,

        Pra começar, aprender a se comunicar. Ou seja, defender o que fizeram e o que pretendem fazer.

        Parece siplificaçao, mas o que se vê é so exemplo contrário, de “complicação”. Na segunda feira mesmo, por exemplo, no Roda Viva, o Haddad se queixou que “nao foi chamado” pra opinar sobre a queda de ministros da educaçao…

        Aí, a gente vê que vão MORRER torcendo, suplicando para serem tratados como postulantes legítimos na disputa pelo poder; vão ficar nessa teimosia de tentar agradar, serem bonzinhos com quem os detesta, despreza.

        …E o Haddad é, vamos dizer, da “nova geração” da cúpula do Partido dos Trabalhadores, heim!

        Ou seja, vão continuar apanhando na velha mídia, na nova, na super nova, na rua, nos lares, nos bares, etc.

        Quem sabe uma tuitada ou um textão resolvem, né?

        1. Lucinei

          Você é uma grata surpresa nestes comentários. Muito lúcida, e capaz de traduzir em poucas palavras os sentimentos de muitos que não conseguem faze-lo com sua maestria.

          Muito oportuna sua observação sobre – a “esquerda” – aprender a se comunicar, para defender o que fizeram e o que pretendem fazer, para benefício da maioria dos brasileiros.

          Ficar esperando que a mídia conservadora venha chama-los para participar dos debates públicos é de uma ingenuidade atroz.

          Lula está certo em recusar convite do GLOBO para uma entrevista, até que seja reparado por aquela organização o “tratamento editorial difamatório” de que foi vítima e levou à sua prisão.

          Sem se comunicar adequadamente com seus potenciais eleitores, que são a maioria dos brasileiros, as eventuais realizações da esquerda serão apropriadas por outros “espertos”.

          As muitas realizações dos governos de Lula e Dilma, foram atribuídas a “Deus” por grupos evangélicos. A classe média considerou que seu sucesso era devido a sua “meritocracia”, esquecendo-se de quem criou as oportunidades que permitiu-lhe chegar lá.

  3. Caro André,
    Gosto muito dos seus textos e geralmente compartilho do seu ponto de vista.
    Mas acho q agora o senhor viajou na maionese…
    Comparar a ameaça em escala internacional nazista com os amadores da ultradireita brasileira é de fazer rir. Hitler uniu URSS e EUA. A frente ampla anti-Bozo é apenas frustração da direita civilizada e do tal centrão (que são bem parecidos, diga-se de passagem). Não acho que nenhum partido de esquerda ou grupo político que pretenda liderar um Estado forte deva se aliar aos frustradinhos da direita caviar, simplesmente pq não há ameaça NENHUMA à democracia. Ditadura no Brasil, atualmente , não faz sentido nenhum, a ameaça de fechar o regime tem sua função: amedrontar a sociedade, gerar ódio e manter a opinião pública polarizada, engajada e em constante conflito. O conflito e a polarização favorece o grupo atualmente no poder. Mas implementar regime fechado acabaria de vez com o pouco q resta de imagem das FFAA, polícias e do Brasil perante a comunidade internacional. Sem falar q hj existe internet. Instrumentos como censura e policiamento ideológico têm eficácia muito menor do que à época em q ditaduras eram a regra por essas bandas.. Quem quer formar frente ampla contra o Bozo é quem o ajudou a chegar lá, sob o manto do anti-petismo. Não acho que ninguém deve se unir a essa corja que implementaria todas as maldades que o Paulo Guedes não consegue devido a total inaptidão política e técnica desse desgoverno. Já faz um bom tempo que não sinto mais ódio quando leio sobre política no Brasil pq não há governo, ao contrário do Temer, que, em pouco tempo implantou lei to Teto, reforma trabalhista, prevideciária, corte em programas sociais, corte na verba do SUS (via palhaço Mandetta, que depois ficou posando de defensor do SUS).Desses , eu tenho medo. No Brasil, a ultra direita é tosca, carente, bagunceira, inútil, incompetente e até criminosa. Mas a direita civilizada, essa me dá medo, pq ela sabe negociar tudo para o capital financeiro. Temo muito mais os projetos de Huck, Moro, Mourão, Maia e outros lobos em pele de cordeiro, do que as bravatas do palhaço Bozo e seu circo de excentricidades. Além do mais acho divertidíssimo a globo, band e frente ampla espumar de raiva e não tenho um pingo de dó quando a boiada ameaça, xinga e quer matar STF, Congresso, globo, etc…. Estão tendo q merecem, e, que para eles é horrível: viraram chacota mundial. Com relação ao PT, acho que nas eleiçoes para presidente, eles vão de Flávio Dino, que já tem meu voto. Quanto a ausência de lideranças, qual outro partido está melhor ?
    Abraço
    POste mais, escreva mais aqui no ggn. A freguesia agradece

    1. A Historia comparativa internacional é para ilustrar o CONCEITO de frente ampla, não teve outro objetivo.
      É claro que o contexto nacional é outro mas o conceito de frente se aplica ajustado a cada cenario, nacional ou internacional.

    2. Simplesmente não existe a possibilidade de a classe média de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul votarem em Flávio Dino, um homem decente e notável governador do Maranhão.

  4. Querem e precisam do apoio dos trabalhadores, mas…
    Oa direitos dos trabalhadores que foram destruídos? Não vão ser restituídos?
    A reforma da Previdência vai continuar? Como foi aprovada por esse Congresso?!!!
    E a condenação sem provas de Lula, não vai ser revogada? Continuará proibido de fazer política?
    Resumindo é só para tirar o Bolsonaro? Para quando viajarem ao exterior não sofrerem chacotas!
    E suas políticas de destruição do governo Temer e Bolsonaro, não vão ser revogadas?
    Teremos um novo presidente, mais cordato, mas mantendo a mesma política de destruição nacional!!!!

  5. Eu creio que o grande problema que há no Brasil, com relação ao combate ao governo e presidente atuais, problema existente principalmente nas ditas “forças políticas progressistas”, é a existência de um cinismo e de uma acomodação parasitários, destas mesmas forças, ao status quo (ou seja, o problema é as ditas forças progressistas não serem progressistas, ou melhor, não serem sequer democráticas, o que comporta ainda uma grande diferença). Essas ditas “forças progressistas”, compostas por todo o espectro político nacional que não se assumiu publicamente como extrema direita, e por uma “opinião pública esclarecida” de redes sociais e blogs de notícias (como este), realmente condicionam a sua participação em uma frente ampla contra o governo e presidente atuais à exigências do tipo: Da parte das forças progressistas políticas, à uma concessão aos seus interessezinhos partidários-eleitoreiros, ao compromisso de garantir em um futuro novo governo o cumprimento de um projeto político-administrativo ou político-legislativo ou de uma pauta político partidária, enfim de uma bandeira do partido (não de uma necessidade nacional, e assim, de uma realidade essencial, mas uma bandeira que leve a marca do partido adiante. Exigência que é feita mesmo sem o partido quase conseguir manter-se em pé ); Da parte das forças progressistas sociais ou da opinião pública esclarecida de redes sociais e blog de notícias (como este), à uma necessidade de desvinculação e de afastamento, de tal frente ampla, de qualquer tipo de adversário político de uma ideologia de esquerda, de qualquer inimigo político do PT . Essa “força progressista social” ou “de opinião pública de redes sociais e blogs”, acredita que se governa um país de acordo com ideologias, com ideais políticos, e não de acordo com idéias políticas, com compromissos pragmáticos e razoáveis (isto é, realizáveis). Este mesmo tipo de força progressista irá retrucar dizendo que se governa sim, de acordo com a ideologia e com ideais políticos, dando como exemplo disso a direita nacional e mundial que consegue impor o seu modelo ideológico de exploração e dominação, mas eu creio que assim seja exatamente porque ela governa de uma maneira absolutamente pragmática (e o pragmatismo é como nós sabemos a grande invenção moderna dos EUA: pragmatismo e capitalismo, uma relação indissociável, a completa naturalização da ideologia ou o capitalismo como forma de vida. Caberia aos partidos de esquerda tentar dar uma resposta à este êxito histórico que o capitalismo obteve em sua expansão imperialista. A China e a Rússia tentam dar uma resposta com as suas políticas de Estado Forte).
    E assim presas desses condicionamentos as ditas “forças progressistas” ignoram o que efetivamente é uma frente ampla. E ignoram a realidade atual do país: Que nós já vivemos em um estado político de ditadura que busca se constitucionalizar cada vez mais, se constitucionalizar em um estado totalmente policial. Ignoram o que é a realidade de uma milícia dominando um território (isso permite a existência de um artigo como o que o Sr. Luis Nassif escreveu neste blog, endossando a negativa do Lula em assinar um manifesto pela democracia, com o argumento de que ele não podia assinar um cheque em branco, porque o mes,o manifesto era assinado por adversários políticos seus. Em artigo desta semana sobre milícias em Angra dos Reis com participação de Eduardo Bolsonaro, o Sr. Luis Nassif parece ter tomado consciência da gravidade da situação do país. Parece.

  6. O problema é a esperteza , “a gente bota o bigode aí ele se lasca e a gente entra” pensavam os liberais de um país europeu…
    Pelo visto não acham importante , deixa quieto , continuam “fazendo campanha” para seu Jair…
    Eu torço por um otário pois os espertos …

  7. A frente ampla é contra Bolsonaro mas a favor do Guedes. Eles acham que o presidente atrapalha a agenda ultra liberal e anti estado, por isso são contra Bolsonaro. Propor uma frente de defesa apenas da democracia é generico demais pra funcionar.

  8. A discussão sobre a formação de uma frente ampla pela democracia parece-me estar menosprezando alguns aspectos essenciais do problema em questão e, em consequência, permitindo que o consórcio golpista, ainda unido, capitalize na divulgação do tema. No meu modesto entendimento, frente ampla se forma em termos de objetivos explícitos e propostas de ações políticas que seriam compartilhados e levados a efeito conjuntamente pelos agentes (pessoais e institucionais) que dela viessem a participar. Assim sendo, o passo inicial no processo de construção de uma frente ampla seria uma primeira tentativa, por parte de agente(s) político(s) importante(s), de elaboração de objetivos e propostas de ações conjuntas a partir da qual outros agentes seriam procurados para iniciar as negociações que poderiam levar à formação da frente desejada. Não vejo isso acontecendo no momento. Vejo, sim, manifestações de golpistas contendo platitudes, que buscam polir suas imagens de democratas, e de seus simpatizantes, que usam o fato de não haver nada de concreto na mesa de negociação para cobrar uma suposta omissão do campo progressista. Vejo também uma certa confusão no campo progressista sobre aderir ou não aderir a uma frente ampla pela democracia e, aparentemente, críticas ao PT (enquanto instituição) por não estar engajado nas articulações para viabilizá-la. Acho que estamos olhando para o lado errado. Será que os representantes do consórcio golpista tão confortáveis com o impeachment sem crime de responsabilidade e com o escárnio feito com o Estado Democrático de direito na condenação do Lula, tem de fato interesse e compromisso com a democracia? Com qual democracia? Essa questão tem que ser respondida na prática nas negociações para definir objetivos e ações conjuntas e não “resolvida” por declarações genéricas de apoio à “democracia”que seriam possivelmente subscritas até mesmo por algum general do Planalto (afinal, verba volant, já dizia o democrata Temer). Além disso, com as críticas cabíveis a um suposto hegemonismo do PT, é preciso reconhecer que não cabe ao mesmo iniciar o processo de formação mencionado uma vez que muito possivelmente isso dificultaria a sua progressão – afinal não foi isso que estava em jogo no segundo turno da eleição presidencial de 2018 e foi tão contundentemente rejeitado pelos “democratas” de agora? Parece-me que políticos como o Flávio Dino, Requião, Randolfe Rodrigues e Freixo poderiam dar início a esse processo explicitando objetivos e linhas de ação para a preservação, fortalecimento e ampliação da democracia no Brasil e convidando os agora auto-proclamados democratas a negociarem a sua participação. Acredito que só nesse contexto seria de fato possível colocar com serenidade para os vários atores as questões de sua participação e do real significado da sua adesão ou recusa à participação nesse processo.

    1. Brizola não ficou com a sigla do PTB devido a uma briga com Ivete Vargas que herdou o Partido e toda sua Capitania Hereditária recebida do Fascista.

      1. Correto. Mas quem garantiu que a Ivete tivesse a posse do partido foi a “Justiça”, por interferência do bruxo Golbery do Couto e Silva. Por isso, disse que a “foi a ditadura”.

  9. “Frente Ampla” é um eufemismo para “socorro Lula, fizemos besteira e não conseguimos controlar o monstro que criamos”. Não há necessidade de uma digressão até a 2ª Guerra. Onde estavam esses “democratas” em 2018, quando uma frente ampla poderia ter evitado a atual tragédia? Pro inferno com esses hipócritas!

  10. Como habitual, o artigo do colunista é profundo e lastreado em sólido conhecimento histórico. Define com precisão a razão de uma Frente Ampla- a defesa contra um inimigo comum que ameaça a todos. Concordo que não se faz política olhando para o retrovisor e que é preciso dar a “mão”por um período a quem se detesta. Que o PT é fundamental nessa frente também é claro. Mas o objetivo da Frente é remover Bolsonaro mesmo? FHC ja deu declarações ao contrário, como também Tasso Jereissati. A mídia empresarial parece estar num jogo de morde e assopra com o presidente. Desde que ele se comporte e avance na política econômica de Guedes, tudo bem em ficar. Penso que a saída de Bolsonaro só sera viável com povo maciço na rua. Sem este, as elites tendem à acomodação.

  11. É isso aí, Lula e o PT estão sem visão estratégica… infelizmente, mais uma vez não haverá uma união das esquerdas, e muito menos destas com os democratas de centro e até de direita… vamos perder novamente para boçalnaro ou Moro 2022!

  12. Andy.
    Bom em termos de paralelismo histórico, fica a sugestão para um exercício a ser feito entre Pindorama hoje e a República de Weimar.
    E não foi só na França que o dedo anglo-saxão se fez presente. Grécia (Guerra Civil), Itália (a vista grossa com a Máfia gerou a infame Mani Pulite) e todas a republicas bananeiras (em geral ditaduras sanguinárias ) patrocinadas pela Escola do Panamá em Fort Amador na América Latina.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador