Governo Temer é uma “ditadura civil” que faz perseguição política, por Tereza Cruvinel

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por Tereza Cruvinel

No 247

Na ditadura Temer, a volta do dedurismo

Os mais jovens não sabem disso mas os que pegaram a ditadura sabem o que significa a sigla DSI: Divisão de Segurança e Informação, uma unidade de dedurismo que havia em cada ministério para entregar ao SNI nomes de funcionários suspeitos de serem subversivos ou criticarem o regime. Era o maccarthismo institucionalizado.

Agora, na ditadura civil de Temer, as DSIs estão de volta, embora informalmente. Em todos os ministérios funciona uma máquina de delação de colegas suspeitos de ligações com o PT e de serem contra o governo interino. Se o denunciado tem cargo comissionado, é sumariamente dispensado.

As delações funcionaram na EBC, no Minc e no Ministério da Saúde para ajudar os superiores na montagem das listas de demitidos. O próprio embaixador Fernando Igreja foi destituído da chefia do Cerimonial do Itamaraty esta semana, nas vésperas das Olimpíadas, por ter feito postagens em tom crítico ao processo de impeachment. E ainda que não tivesse feito, era conhecida sua identificação com a política externa anterior.

Triste o país que nada aprende com a História. A ditadura passou e o SNI ficou para a História como uma de suas faces mais perversas. Temer passará carregando na biografia a marca do golpe, do desmonte de políticas sociais e do retorno das práticas autoritárias como o expurgo e perseguição dos que exercitam o sagrado direito de divergir.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

8 Comentários

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  1. Está certo ele. Isto se chama

    Está certo ele. Isto se chama exercer o poder.

    Errado esteve o PT de manter e sua ilusão republicana de manter um monte de vagabundos tucanos, pemedebistas e até antipetistas doentios em cargos de comando. Deu no que deu.

    1. eu ia escrever algo……….mas

      Ivan, eu ia escrever algo………mas voce disse tudo.

      se o golpe passar, Dilma e principalmente, seu ministro da justiça tem grande peso nas desgraças que estão se abatendo, e ainda vão se abater sobre nós.

      enquanto o golpe era preparado, eles se apegavam ao republicanismo.

      e Dilma se esqueceu de exercer o poder.

  2. Se confirmar o golpe os

    Se confirmar o golpe os movimentos sociais serão duramente reprimidos. Haverá conflitos nas ruas, desobediência civil e o ministro mussolini da justiça contratará o PCC para fazer o serviço. Tempos duros para os movimentos sociais.

  3. É a falência moral de um

    É a falência moral de um povo. Pois, a meu ver, quem concorda com esse GOLPE ou se omite diante dele, já faliu moralmente faz é tempo! O país, a população, as instituições e os poderes estão apodrecidos, corrompidos. Em estado terminal!

  4. Um canalha desses SÓ TEM

    Um canalha desses SÓ TEM CONDIÇÕES DE GOVERNAR SE FOR MEDIANTE FORÇA BRUTA!. Nunca, jamais, pelo intetecto ou competência!.

  5. “Ditadura Civil”

    É ótimo ler a Tereza, pois é sempre honesta, precisa e desapaixonada nos seus escritos. Só mesmo um político da baixa estatura moral do Temer, para reeditar as excrescências e expedientes rasteiros utilizados pela ditadura. Conheci algumas vítimas do famigerado DSI. Oxalá não estejamos rumando para as trevas de uma ditadura!

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