Urariano Mota
Escritor, jornalista. Autor de "A mais longa duração da juventude", "O filho renegado de Deus" e "Soledad no Recife". Também publicou o "Dicionário Amoroso do Recife".
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Greve dos PMs do Espírito Santo acaba em barriga do Jornal Nacional, por Urariano Mota

Greve dos PMs do Espírito Santo acaba em barriga do Jornal Nacional

por Urariano Mota

Agora, se confirma que o Jornal Nacional cometeu uma tremenda “barriga”. Anunciou o fim da greve dos PMS do Espírito Santo em furo de reportagem na sexta-feira 10 de fevereiro.

Pouco depois, o site de O Globo foi mais ponderado, aqui http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2017/02/governo-associacoes-e-sindicato-tem-acordo-e-greve-termina-no-es.html  :

“Representantes dos policiais militares e do Governo do Estado chegaram a um acordo, na noite desta sexta-feira (10) em uma reunião sem a participação das mulheres dos PMs que ocuparam a frente dos batalhões no estado. O anuncio aconteceu no Palácio da Fonte Grande, no Centro de Vitória. As mulheres dos PMs falaram com o G1 e dizem que não foram comunicadas do acordo. Pelo acordo, os PMs voltam às ruas do Espírito Santo às 7h da manhã deste sábado (11). A paralisação completou sete dias nesta sexta-feira (10). A informação do acordo foi publicada no blog da jornalista Miriam Leitão.

No entanto, pela entrevista coletiva do Secretário de Direitos Humanos do ES, houve um, digamos, tortuoso  acordo. Ficou claro na coletiva que o secretário fez um apelo aos policiais para que os PMs voltassem ao trabalho às 7 horas da manhã deste sábado. Ora, se o acordo havia sido pra valer, não havia por que se fazer apelo.  Acordo se cumpre. Parece que, no máximo, houve um documento de intenções, puramente declaratório.

Pois quem assinou o “acordo”? Pelo visto, entidades de policias que não têm representatividade com a tropa.  O governo do Espírito Santo declarou que “o acordo foi assinado com a Assomes (Associação dos Oficiais Militares do Estado do Espírito Santo), a ACS (Associação de Cabos e Soldados), a ABMES (Associação dos Bombeiros Militares do Espírito Santo) e a Asses (Associação dos Subtenentes e Sargentos da Polícia e Bombeiro Militar do Espírito Santo)”.

Mas as verdadeiras representantes dos soldados em greve repudiam esse acerto de lideranças por cima. Podemos ver aqui http://portalguandu.com.br/noticia/56303/acordo-fechado-ou-nao-governo-chega-a-acerto-com-manifestantes-para-fim-da-paralisacao :

“As mulheres dos policiais militares não participaram da reunião e, portanto, não assinaram a ata: 

‘Por enquanto continua tudo igual. O governo não decide pelo movimento. Houve uma reunião, uma proposta, e a gente ainda não sabe se aceita a proposta do governo. Assim como o governo ainda não aceitou a nossa. As mulheres ainda vão se reunir’, disse uma das manifestantes.

‘É mais uma mentira. As associações nunca estiveram com nosso movimento. Estamos reunidas agora discutindo isso. Mas para as esposas o movimento continua”, afirmou outra esposa de PM”

E o Estadão completou http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,mulheres-de-pms-dizem-que-movimento-continua-no-es,70001661785 :

“Mulheres de PMs dizem que movimento continua no ES

As mulheres dos policiais militares amotinados no Espírito Santo dizem que o movimento continua, apesar de o governo ter anunciado um acordo com a categoria. “Esse encontro foi entre as associações de policiais. Mas a paralisação é das mulheres. Nós não participamos dessa negociação. Continuaremos aqui”, afirmou uma das lideranças do movimento, que se identifica apenas como Gilmara. 

Ela participou da reunião de 10 horas com representantes do governo, na quinta-feira, 9. Foi a primeira a deixar o encontro, revoltada porque o governo se manteve irredutível e não se comprometeu a reajustar os salários…” 

Agora, na manhã deste sábado , o fim que não houve da greve se confirma.  Era só desejo aumentado por erro sério de informação a notícia, o furo de reportagem do Jornal Nacional.  Sem qualquer relação com as mulheres dos PMs, de modo mágico o Jornal Nacional conseguiu fazer uma grande barriga.   

 

Urariano Mota

Escritor, jornalista. Autor de "A mais longa duração da juventude", "O filho renegado de Deus" e "Soledad no Recife". Também publicou o "Dicionário Amoroso do Recife".

11 Comentários

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  1. É uma situação que exige o

    É uma situação que exige o fim da concessão à globo e a demissão de todos os policiais do ES! Para não provocar crises de ciúme, aproveita e já cancela todas as concessões de tv e demitam os policiais militares de todo o Brasil, e para evitar melindres, todos os policiais civis tambem. Tudo demissão sem justa causa, pagando bem para todos os meliantes e assim livramo-nos dessas pestes, que até a ONU já emitiu relatório afirmando que o Brasil sem eles melhora.

    1. coisa….

      É o desespero. O velho Brasil que não tem mais lugar. As chantagens e pressões feitas por debaixo dos panos. É sentar a borrachada e justificar a violência como se vitimsas fossem os criminosos. O inacreditável é que Secretários de Segurança e Governadores ainda não cairam , mesmo com tamanha incompetência e mediocridade. E a RGT vendendo a Ilha da Fantasia

  2. Retaliação à vista!

    Eu imagino,que depois de mais um de seus incompetentes pitos/micos, o staff da Central Mundial da Globo Overseas Investments deve se reunir para decidir quais cabeças, entre as que participaram da reunião, serão decapitadas, para o bem do padrão Globo de qualidade.. 

  3. Retaliação à vista!

    Eu imagino,que depois de mais um de seus incompetentes pitos/micos, o staff da Central Mundial da Globo Overseas Investments deve se reunir para decidir quais cabeças, entre as que participaram da reunião, serão decapitadas, para o bem do padrão Globo de qualidade.. 

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