Aldo Fornazieri
Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política.
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Haddad terá que ser mais que o reflexo de Lula, por Aldo Fornazieri

Foto Ricardo Stuckert

Haddad terá que ser mais que o reflexo de Lula

por Aldo Fornazieri

Maquiavel o ensinara com ênfase e a História está cheia de exemplos de que quem chega ao poder pela força (pelas mãos) de outro líder tende ao fracasso. Existem inúmeros exemplos que comprovam esta tendência e o último foi o de Dilma Rousseff. Em 2010, após a vitória de Dilma, publiquei um artigo (Estadão 09/11/2010), chamando a atenção para esta tendência e indicando que o principal problema da presidente-eleita seria de ordem política. No final do artigo fiz uma advertência que depois soou quase profética: o principal risco que ela deveria evitar era um processo de impeachment, pois “presidentes com escassa força política própria são sempre suscetíveis de enfrentar investidas seja de forças da oposição, seja até mesmo de forças aliadas, desejosas de mais espaço e poder”. Mas a total falta de prudência do governo e do PT impediu que esta variável estivesse presente de forma permanente no cálculo político.

Fernando Haddad tem alguns problemas semelhantes aos de Dilma e algumas vantagens. A probabilidade é a de que ele irá para o segundo turno, com razoável chance de ser eleito presidente, devido a força eleitoral e política de Lula. Desconhecido do grande eleitorado nacional até o início da campanha, Haddad está sendo impulsionado nas intenções de voto pela tática de transferência de voto sintetizada na consigna de que “Haddad é Lula”. Havia outra saída? Aparentemente não, pois a manutenção da candidatura Lula até as últimas consequências foi correta. O que poderia ter sido feito era definir antes a candidatura de Haddad como vice de Lula para projetá-lo por mais tempo.

Haddad tem também outros três desafios que foram enfrentados insatisfatoriamente por Dilma. Na base desses desafios está a condição sine qua non do êxito político: a disponibilidade de força política (ou militar) própria. O primeiro diz respeito ao fato de que Haddad não comanda o PT como Lula o comanda. O segundo é que Haddad não tem uma liderança social própria, o que o impedirá de usá-la no jogo de pressões, ardis, astúcia e chantagem em face de aliados e adversários. O terceiro diz respeito a possibilidade, se for eleito, de não ter maioria no Congresso, pois é improvável que os partidos progressistas elejam essa maioria. Neste caso dependeria de forças auxiliares ou mercenárias, como Dilma dependeu e, em certo sentido, Lula também. Isto limita a ação do governo e do presidente.

Os problemas de Haddad são insolúveis? Não, se tiver consciência deles, se os enfrentar desde já, com muita prudência e coragem, as duas virtude cardeais a atividade política. A primeira questão a ser resolvida é como Haddad se apresentará na campanha. Se for um mero reflexo, uma máscara, um espelho de Lula não contribuirá muito para enfrentar os desafios. Haddad terá que se fazer Haddad, construindo sua personalidade política própria, tornando-se um líder singular. Não se trata de desvincular-se de Lula, seja porque, de fato, Haddad herda o seu imenso capital político, a força da sua liderança, o legado do seu governo. Haddad e o PT têm em relação a Lula o dever de uma lealdade devida. Mas Haddad não poderá passar a ideia de que será o herdeiro que manterá ou dissipará a herança recebida. Terá que dizer e mostrar que a multiplicará, que a inovará, que a fará frutificar.

Haddad terá que projetar a imagem de um inovador, de um líder forte e corajoso, pois a sociedade quer mudança e a mudança, dada a natureza da atual conjuntura, só será proporcionada por líderes inovadores, fortes e corajosos. Sabidamente, Haddad tem pouca capacidade de emocionar, algo que Lula é mestre incomparável. Haddad é visto como um tipo mais frio, professoral, racional. Então terá que explorar essas características como virtudes de um líder que o Brasil precisa neste momento. A partir delas e com elas terá que ter a capacidade de persuadir, convencer,  com argumentos convincentes acerca do que irá fazer e de que o que irá fazer é o melhor para o Brasil e para o povo.

O que se quer dizer é que Haddad não pode ser reduzido a um ventríloquo de Lula, pois se for visto assim chegará ao segundo turno como alguém fraco e, se for eleito, será posto a prova a todo momento com testes e confrontações pela oposição. Aqui Haddad leva vantagem em relação à Dilma. O fato de ter sido prefeito e candidato duas vezes à maior e mais importante prefeitura do país atesta que ele não é neófito na arte de comandar e liderar como era a ex-presidente. Espera-se que Haddad tenha extraído duras lições, tanto na vitória e no comando da prefeitura, quanto na derrota de 2016. Na democracia, a derrota é  jogo. Lula perdeu duas vezes no primeiro turno para FHC antes de se eleger duas vezes consecutivas.

Para se tornar um líder autêntico, um grande líder capaz de deixar uma marca singular na história do Brasil, Haddad terá que abandonar uma prática que adotou à frente da Prefeitura de São Paulo: terá que deixar de ser um general de gabinete para ser um general de campo. Todos os grandes líderes, nas diferentes épocas históricas – de Alexandre o Grande a Júlio César, de Carlos Magno a Napoleão Bonaparte, de Lincoln a Mao Tsé-Tung, de Roosevelt a Stalin,  de Charles De Gaulle a Churchill, de Mandela a Lula, só para citar alguns – foram muito mais generais de campo do que generais de gabinete. Um líder político não é um gestor. A principal qualidade que se exige de um líder é comandar e dirigir pessoas, grupos, classes, massas, multidões, exércitos, povos, nações.

Das esperanças de um Brasil melhor que surgiram com a redemocratização e com a Constituição de 1988 só restam escombros. A Constituição rasgada, direitos vilipendiados, um Judiciário parcial e partidarizado, democratas que apoiaram o golpe, militares pressionado de forma indevida o jogo político, apelos a intervenções militares, tutela judicial-militar sobre a política, retorno de epidemias, desemprego, crescimento da miséria e da pobreza, um país que queima sua história nas labaredas da incompetência e do abandono, um país sem futuro. Fracassamos enquanto nação. Fracassamos enquanto país. A direita, o centro e a esquerda fracassaram. Uns mais outros menos, é verdade, e com imputações morais diferentes. Mas não é possível nos eximirmos da responsabilidade.

O Brasil é carente de heróis e líderes autênticos, de dimensão nacional e popular, em sua história. Os heróis dos povos são importantes, pois são fontes anímicas, forças simbólicas e potências de ação para enfrentar os momentos de tragédias e desesperanças ou para construir a grandeza de um país. Hoje, o maior líder do nosso tempo, um líder autenticamente popular, está preso injustamente. É nesse espaço histórico e político que Haddad se apresenta. Ele terá que medir a sua responsabilidade e a sua missão por três metros: pelas profundezas abissais das nossas tragédias; pela imensidão dos nossos desafios e pela estatura da liderança de Lula.

A Deusa Fortuna está oferecendo a Haddad uma ocasião singular que, talvez, nunca mais se lhe apresente na vida. Ela não quer apenas que Haddad chegue num segundo turno ou vença uma eleição. Ela quer que Haddad, qual um Moisés, conduza o povo pelo deserto, rompa o Mar Vermelho e o leve até uma terra prometida. O primeiro passo consiste em castigar os opressores com a praga da derrota eleitoral. Mas a Deusa só se enamora daqueles que agem com ousadia e coragem, daqueles líderes que lutam com ferocidade e impõem não só respeito, mas temor. Haddad precisa fazer-se temido, como indicou no Jornal Nacional. A política brasileira está transformada numa batalha campal. É preciso coragem e virtù para triunfar.

Aldo Fornazieri – Professor da Escola de Sociologia e Política (FESPSP).

 
Aldo Fornazieri

Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política.

24 Comentários

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  1. Os Militares chegaram ao poder pelas mãos do Tio Sam

    A quarta frota dos EUA estava garantindo o golpe. Em outras palavras, os Militares deram um golpe sem qualquer força política própria mas quem fracassou foram os jovens idealistas, não os Milicos Abacates.

    Ou o sucesso dos milicos que chegaram ao poder por forças alheias é uma exceção que confirma a regra?

  2. Boa análise para começar a
    Boa análise para começar a semana. Acho que a forma como Haddad reagiu aos inquisidores foi um bom começo. Poderia ter exposto mais a farsa que representam.

  3. Bom texto

    Tirando o começo do texto um tanto pretensioso, onde o Autor diz que já tinha anunciado o impeachment de Dilma desde 2010 (“advertência que soou quase profética” nas suas palavras), do tipo: “essa pessoas vai morrer um dia”, Fornaziere desta vez acerta e aponta para a personalidade do Haddad e o seu papel de “poste” neste momento, colocando boas observações e sugestões.

    Haddad precisa ser hoje o próprio, um Haddad conciliador e apagador de incêndios, um anti Aécio, em todos os sentidos. Antes da coragem e personalidade forte que irá requerer quando já eleito, nestes poucos dias que restam para a eleição o Haddad devia inspirar a possibilidade de voltarmos a um país de paz e boa convivência, desarmando as pautas bombas dentro da sociedade e criando ambiente para governar e conviver com todos os brasileiros.

    Brasil, antes de executar qualquer plano de governo, precisa de se reencontrar na convivência, de conversas de boteco, de torcidas sem brigar no estádio, de abaixar a tensão social. De voltar a ser um país feliz. Haddad, ao contrário do que muitos aqui discutem, fez certo mantendo a sua serenidade e educação na entrevista com Bonner. A hora de ser corajoso virá quando tenha a caneta na mão.

    1. Concordo!

      E mais do que nunca é necessário eliminar as bestas que infestam o Congresso. Hoje inseri no Clipping do dia, relação de deputados e senadores que votaram a favor ( a maioria) e contra ao congelamento de gastos por 20 anos, e que podem ser repassados por whatsapp por todos aqueles que desejam um Congresso  mais limpo.   À luta!

      Hoje, com pouco tempo deixo de inserir outras listas que considero importantes.  Ficam para amanhã.

  4. Primeiro ato de Haddad pra

    Primeiro ato de Haddad pra ser temido pelos que foderam o país = anunciar, em nome do ajuste fiscal tão pregada pela menina de recados Miriam Leitão, que a verba estatal de publicidade será zero, que nenhum veículo de comunicação terá verba do governo. Aí no dia seguinte provavelmente veremos a placa PASSA-SE O PONTO na sede do Estadão e da BAND. A Globo já terá que reduzir o salário pornográfico do Bonner pela metade. 

  5. O que o post fala sobre a

    O que o post fala sobre a diferença de general de cabinet e de campo – eu vi isso na prática. Quando Haddad foi eleito, minha região foi a que mais votou nele e uma das promessas era que ele, Haddad, entregaria o hospital da região pronto. No ano da eleição de 2016, só faltava 20 por cento pra terminar o prédio. O lógico seria Haddad fazer de tudo pra concluí-lo, movido por um dos motivos = o nobre, que é o de cumprir uma promessa que o ajudou a ser eleito e que impediria que a gnete aqui se deslocasse até 20 km ou mais pro hospital mais próximo; ou o interesseiro, que é não deixar uma obra pra ser inaugurada pelo meu opositor, caso perdesse a eleição. Infelizmente, quem a inaugurou foi o judas Jão Dollar . Imagino que se fosse Lula o prefeito, ele nunca deixaria chegar nesse ponto. Resultado final = minha região que desde 2004 é a que mais percentualmente votava num candidato do PT pra cargo majoritário votou em massa na Marta Suplicy, responsável por melhorias que mudaram muito o perfeito do meu bairro. 

    1. Lula é sábio!

      Soube escolher aquele que seria o melhor Ministro da Educação que já tivemos! E infelizmente a maioria dos paulistanos não souberam reconhecer o excelente prefeito que tiveram, pois sucumbiram às investidas do partido que domina São Paulo por quase 30 anos! Não sei se o Brasil merece um Haddad. Seria necessário um Congresso sensível à necessidade de levar o país novamente ao desenvolvimento que foi interrompido pelos que patrocinaram o golpe de 2016.

      [video:https://youtu.be/Ig0wzSjlGeA%5D

  6. Haddad terá que ser mais do que o reflexo de Lula
    Muito boa, semiótica e certeira a análiae de Aldo Fornazieri.
    Análise preciosa para todos nós. Antes de fazer pós- graduação em semiótoca em Roma, eu tinha uma impressão super equivocada de Maquiavel e de sua maior obra. Hoje, entendo exatamente o que ele queria dizer aos florentinos quando disse que o Príncipe de Florença ( ou seja, um líder político) tinha que ser também temido e não apenas amado. Haddad precisa e pode ser muito mais do que o reflexo de Lula, e o será se conseguir tocar o coração das pessoas e, ao mesmo tempo, se agir com muita firmeza diante dos das ienas, dos hipócritas e dos novos predadores nessa batalha campal.

  7. Acho que por enquanto é cedo
    Acho que por enquanto é cedo para o Haddad se desvencilhar da luz do Lula.

    Talvez depois do seu governo já montado , com um Congresso mais ou menos democrático , acredito que poderá aos pouco ser Haddad.

    Agora, não pode fazer o que a Dilma vez no segundo mandato Querer se isolar das bases do PT/Lula. Vai se queimar.

    Depois não adianta no desespero chamar o Lula como a Dilma fez. Que foi barrado pelo Gilmar Memdes de assumir a casa civil .

    Haddad será sempre Haddad do PT, nunca esqueça suas origens.

    E tem mais, fará uma grande jogada politica, se abrir mão de sua reeleição e ceder a vez para o Lula se candidatar.

    Claro, se até lá reunirem condições para isso.

  8. Será que é esta a questão?

    Haddad ser Lula não é uma questão pessoal, mas política. O que a população e os eleitores de Lula querem é a volta das políticas que levaram o país àquele estágio antes  do golpe. E portanto o que tem que se afirmar são as políticas. A direita nestes últimos anos fez de tudo para destruir a imagem de Lula, e o que o sustentou foram os feitos de seu governo e de sua política. Portanto embora a pessoa e a personalidade e o carisma de Lula sejam importantes, não o seriam se não fossem suas aquelas políticas. Acho que estamos precisando é reafirmar a política. Haddad será eleito e terá força popular na medida em que o compreendam como herdeiro não de Lula mas das políticas  de Lula. E é importante reafirmar isto, pois me parece que de discursos e imagens o povo está sem dúvida desconfiado. Os velhos políticos insistem sempre na imagem a televisão também, mas depois deste bombardeio inclemente, o PT e Lula sobreviveram graças às políticas implementadas.

     

  9. Perfeito, Aldo!

    Sempre admirei as análises do professor Aldo Fornazieri mas, nos últimos tempos, andava incomodado com suas críticas ácidas. Estava por um fio de rever minha admiração. Não mais! Parabéns, professor, análise primorosa. Oxalá Haddad o ouça. E que a Fortuna o enamore mais uma vez, pois na prefeitura ele deu mostras de ter a ousadia e a coragem que a Deusa requer: teve coragem para enfrentar máfias instaladas no município e ousadia em tornar a cidade conectada às mais avançadas práticas urbanísticas (o melhor prefeito do mundo). Basta agora ir à campo.

  10. Creio que aprendemos

    Professor o senhor tem experiência e conhecimento suficientes para dar conselhos ao jovem politico que é o Haddad e o bem faz. A tendência é o PT também agora mais experiente e conhecedor dos perigos que oferecem o poder e que elite se tem aqui, ter outra pratica governamental. Muita gente faz confusão sobre as virtudes que são a calma e ponderação com a pejorativa passividade. E também de que alguém aparentemente simples e boa pessoa seja bobo. Fernando Haddad tem potencial para ser um grande presidente da Republica e acho que ele sera uma grande revelação para aqueles que o subestimam. Esta certo que se eleito vão tentar por todas as formas desestabilza-lo, mas todos sabem também que o Pais não aguenta um novo impeachment sem terminar ou em putsch militar ou em guerra civil e que a desastabilização politica também prejudica a economia e tudo quanto. 

  11. É desoladora a inepcia
    É desoladora a comunicação da campanha do Haddad e do PT, PT, PT pela internet. Pelos varios grupos de zap eu recebo diariamente terabites de lixo boçalnarista, e absolutamente nada em contraposição.

    Nao vou ficar surpreso se acontecer algo parecido com a eleição pra prefeitura da sao paulo.

  12. 2 faces: a estratégia foi correta e foi também errada

    correta pro PT, ou melhor, pro lulismo (a caracterizaçãso do lulismo tá, entre outros, em Isabel Loureiro, André Singer, Chico de Oliveira). Errada por manter uma distorção do que deva ser hegemonia: a ferro e fogo pra subordinar e até eliminar companheiros do mesmo campo (e não conquistar inclusive  de campo diferente). Estratégia exclusivista errada, que estreita, aí tá o grande risco que não vale a pena correr já desde junho de 2013 e da AP470, quando eu acho que deveria ter havido esforços pra, gradualmente, construir uma ampla frente democrática (esquerdas democráticas incluídas, claro). 

  13. Haddad terá que ser mais que o reflexo de Lula

    -> Mas a Deusa só se enamora daqueles que agem com ousadia e coragem, daqueles líderes que lutam com ferocidade e impõem não só respeito, mas temor. Haddad precisa fazer-se temido, como indicou no Jornal Nacional.

    embora tenham contabilizado quantas interrupções Haddad sofreu durante sua entrevista ao JN, em 14/09/2018, ficou completamente negligenciada a questão realmente decisiva:

    – quantas vezes Haddad pronunciou durante a entrevista a dura palavra: GOLPE?

    nenhuma!!!

    Haddadinho Paz e Amor foi mais uma vez apenas um ratinho dócil e bem comportado frente aos seus inquisidores globais.

    e assim será se for eleito.

    na entrevista Haddad expõe novamente qual sempre foi a única proposta do Lulismo para superar o Golpe de 2016: um impossível pacto civilizatório com necrófilos.

    como resultado, de novo foi devorado ao vivo na frente das câmeras.

    o Lulismo não deixou de aspirar ser aceito no pic-nic putrefato de uma cleptocracia neo-colonial e semi-escravocrata. mesmo sendo para ocupar um humilhante, resignado e desprezível papel de gestor dos conflitos sociais, para mantê-los convenientemente pacificados.

    que venham então os empalamentos no pau-de-arara, a depressão e os suicídios, as unhas arrancadas, a cadeira do dragão e a geladeira, as falências, as enfemidas e a morte.

    .

      1. Haddad terá que ser mais que o reflexo de Lula

        entrevista à CBN.

        19’36” – Haddad afirma: “Na minha opinião o que aconteceu em 2016 foi um golpe.”

        20’00”’- Haddad é questionado sobre suas “andanças” pelo Brasil com golpistas: Ciro Nogueira, Renan Calheiros, Eunício Oliveira, PSB de Pernambuco.

        dos 48 min. de entrevista, Haddad dedica ao Golpe de 2016 cerca de 1 minuto! haja ênfase!

        mas tendo sido um golpe, como Haddad afirma, e sendo portanto um impeachment inconstitucional, aí é que a situação complica, e muito, pois não há saída a não ser:

        – a nulidade do impeachment;

        – a revogação de todos os atos e contratos do governo golpista;

        – a punição de todos os responsáveis pelo golpe.

        Haddad justifica seus acordos eleitorais com golpistas alegando que eles se “arrependeram”.

        sendo assim o que estes “arrependidos” estão fazendo na luta contra o golpe? onde estão suas declarações explícitas de estarem realmente arrependidos?

        e Haddad, o que propõe concreta e especificamente contra o golpe? o que fez até agora específica e concretamente contra o golpe?

        Haddad abriu um centro de formação de cidadania nas periferias de SP, onde atualmente dá aulas? inclusive com um curso sobre o golpe?

        ou Haddad preferiu o Insper? para ter uma boa relação com o mercado que patrocinou e se beneficia com o golpe?

        André KiChute, Haddad é ilusão! é farsa! é garantia certa de tragédia! assim como foi Dilma. assim como foi a conciliação de classes do Lulismo.

        aliás, estou relendo alguns posts de 2009, deles retorna uma pergunta até hoje sem resposta:

        – por que Mantega exonerou Lina Vieira?

        p.s.:

        Haddad se declarou:

        – favorável ao ensino religioso nas escolas;

        – favorável a prisão de condenados em segunda instância, mas não obrigatória;

        – contra o foro privilegiado para políticos;

        – contra a taxação de igrejas;

        .

  14. Artigos como este me deixam

    Artigos como este me deixam muito desanimado.

    Confirma que o golpe venceu.

    O PT fez EXATAMENTE aquilo qe o golpe queria.

    Assim, o Haddad perderá a eleição, os togados terão livrado sua cara porca perante o mundo civilizado e o Lula morrerá na prisão e o golpe estará legitimado.

    Vocês acreditam mesmo que os golpistas deixarão o PT vencer outra eleição?

    Claro que não. Tudo que eles precisavam era uma eleição que o PT PARTICIPASSE E FOSSE DERROTADO.

    QUEM TIROU O LULA DA ELEIÇÃO A FORÇA E DE MANEIRA ILEGAL SÃO OS MESMOS QUE A REALIZARÃO E FARÃO A APURAÇÃO DOS VOTOS.

    É exatamente isto que vai acontecer.

    Eles deveriam ter mantido o Lula e que os togados fossem OBRIGADOS a sujar as mãos e cassar a candidatura Lula ou até a chapa do PT inteira.

    Esta eleição sem Lula é ILEGÍTIMA e FRAUDADA. Isto é fato e nem uma vitória do Haddad – coisa impossível – colocaria alguma legitimidade nela. Mas, os golpistas acreditam que vencido o PT em ula eleição o mundo os aceitará.

    Talvez tenham razão. Podem alegar que o Partido substituiu o candidato ANTES do julgamento de todos os recursos.

  15. Sem o “que”

    A Dilma sofreu impeachment, ao contrário do que diz o artigo, porque no segundo mandato, abandonou as orientações do mestre Lula, quiz ser a Dilma. O Haddad não pode cair nesta esparrela, senão vai se dar mal também. 

    “Haddad terá que seu mais que o reflexo de Lula” . Sem segundo “que” tá certo!

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