Havia como prever a gravidade da crise econômica?, por Felipe Rezende

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Havia como prever a gravidade da crise econômica?

por Felipe Rezende

Finalmente a presidente Dilma reconhece o erro ao ter demorado para perceber a gravidade da crise econômica. Entretanto, a afirmação da presidente de que não havia como prever que a crise seria grave não procede. No inicio de Outubro do ano passado, escrevi um texto sobre os desdobramentos da mudança na estrutura de comércio global e o impacto nas estratégias de desenvolvimento nos países que adotaram políticas crescimento através das exportações.

Em uma conferência realizada no Rio de Janeiro em Setembro de 2013, durante a minha apresentação  eu já apontava sobre a crescente fragilidade financeira na economia brasileira e enfatizei que com a mudança na estrutura da economia global após a crise financeira era necessário repensar estratégias de desenvolvimento voltadas para o mercado externo.

Além disso, artigos publicados em 2009 sobre a economia brasileira (e.g. Kregel – 2009), relatórios do BIS  (Bank of International Settlements, 2013) e da UNCTAD (Trade and Development Report, 2013) mostravam que políticas adotadas no período pré-crise não seriam eficazes face a mudança na economia internacional e que o crescimento econômico no período pós-crise apoiou-se no, insustentável, crescimento de crédito privado para estimular a demanda doméstica.

É verdade que grande parte da opinião pública no Brasil juntamente com um grupo de 164 professores de Economia neglicenciaram ou ignoraram a crescente fragilidade da economia internacional e doméstica e a existência de uma crise em desenvolvimento. Os sinais de alerta estavam presentes. Por exemplo, desde 2011 o mercado de trabalho adicionava sistematicamente menos postos de trabalho ano após ano e já em Novembro de 2014 a criação de empregos formais já era menor do que na crise anterior em 2009 (figura 1).

Após um breve período de políticas anti-cíclicas no período da crise global, países emergentes, em particular, aumentaram o foco em políticas de crescimento de crédito para estimular a demanda doméstica. No Brasil,  políticas anticíclicas adotadas após crise de 2008 foram desfeitas agravando o cenário macroeconômico e a sustentação da demanda ficava cada vez mais fraca com a forte diminuição no crescimento do crédito.

Assim como na China, as taxas de crescimento de crédito privado foram insustentáveis, aumentaram a fragilidade financeira e a forte diminuição no ritmo de crescimento do crédito ao setor privado (principalmente entre os bancos privados nacionais e estrangeiros) impactou diretamente a demanda agregada que vem caindo sistematicamente, com uma breve interrupção entre 2013-1014.

Com a redução do comércio global, queda no preço das commodities e contínua deterioração do saldo em conta corrente, os lucros agregados caíram substancialmente reduzindo o retorno sobre os ativos. De acordo com os dados do CEMEC a média do retorno sobre os ativos (ROA) durante o período 2005-2009 foi de 10% enquanto que em 2013 ROA caiu para 5.8%. Com a queda significativa do retorno sobre os investimentos as empresas reduziram programas de investimentos em capital fixo contribuindo para a queda na demanda doméstica.

Qual a solução para a crise brasileira?

Nesse sentido, embora o Brasil tenha adotado políticas de estímulo à demanda doméstica elas foram insuficientes para sustentar o crescimento da economia durante o período pós-crise de 2008  Entretanto, o Brasil possui alternativas políticas para fomentar a demanda domestica tal qual a continuidade e expansão tanto do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) quanto do Programa de Investimento em Logística (PIL) e do Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV) na qual bancos públicos, e em especial o BNDES, oferecem financiamento para operações de longo prazo.

A persistência de déficits fiscais -assim como os resultado primários do Governo Central- na economia brasileira não deveria causar surpresa. Com relação ao déficits fiscais nos últimos anos, eles se fazem necessários para permitir que o setor privado doméstico acumulasse ativos financeiros. Na presença de déficit em transações correntes, o qual alcançou 4,34 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) no acumulado em 12 meses em Julho de 2015, o setor privado doméstico somente será capaz de acumular ativos financeiros se o governo gerar um déficit maior do que o déficit em transações correntes. Caso contrário, o setor privado doméstico estaria numa posição de déficit isso sim é uma situação insustentável (ou seja acumulação de passivos maior do que ativos dentro do setor privado). Logo, impor um programa de austeridade fiscal nesse cenário destrói a renda e aumenta a fragilidade financeira do setor privado doméstico.

Logo impor austeridade fiscal nesse cenário faz com que o setor privado doméstico mantenha déficits, pois eles estão acumulando mais passivos do que ativos. Como o economista Hyman Minsky observou, a presença de déficits dentro do setor privado é insustentável e isso tem conseqüências graves para a economia. Daí a importância da análise dos impactos da política fiscal nos outros setores. Se pensarmos que no agregado, o saldo do governo (SG) mais o saldo do setor externo (SE) mais o saldo do setor privado domestico (SPD) tem que ser igual a zero então temos a seguinte identidade SG + SE + SPD = 0. Na presença de déficits em transações correntes, a única forma que o setor privado doméstico tenha um balanço positivo é se o deficit do governo for maior do que o deficit em transações correntes.

Mas a seguinte pergunta persiste, qual deveria ser o escopo e o formato da política fiscal para garantir o pleno emprego? Embora o argumento tradicional para estimular o crescimento econômico,  na qual a síntese neoclássica fornece a base teórica, pressupõe políticas de intervenção na demanda agregada, a proposta original de Keynes enfatizou um “targeted approach” para a política fiscal, em particular no que se refere a políticas de emprego e investimento público. A preocupação de Keynes envolvia como mobilizar recursos que permanence subutilizados  em uma economia de mercado, particularmente o emprego. Dessa forma, o investimento público deveria ser direcionado para diminuir o desemprego na economia. Tanto Keynes quanto Minsky, eram contrários a ideia de fazer “ajustes finos” na economia tal qual durante a era Mantega.

A proposta de Keynes e Minsky envolvia “direct employment schemes”. No caso do Brasil, combinar os elementos do Plano Plurianual com uma política de emprego seria um bom começo. Nesse programa, o governo federal financia a criação de empregos pelo salário básico para aqueles que estão dispostos e são capazes de trabalhar mas não conseguem encontrar emprego no mercado de trabalho. Com a rápida expansão do desemprego na economia brasileira, esse programa emprega diretamente aqueles que estão desempregados, fornecendo uma renda básica e promove a redução da desigualdade juntamente com a ampliação da oferta na economia.

Embora nos dois últimos governos o investimento público, principalmente em infra-estrutura, tenha aumentado, ele ainda é baixo em função das necessidades de investimentos que o país necessita e que dificilmente serão realizados pelo setor privado (Garcia-Escribano et al 2015). Esta limitação na atuação do governo nessa area está baseada na falsa ideia de que o Brasil tem risco de solvência em moeda local. Escrevi um artigo em 2009<https://ideas.repec.org/a/mes/ijpoec/v38y2009i1p81-104.html> para mostrar que como o Brasil detém o monopólio da emissão de moeda o risco de solvência em moeda local não existe, ou seja, o governo federal sempre será capaz de honrar pagamentos em em obrigações denominadas em Reais. No debate sobre política fiscal precisamos sempre lembrar que Estado brasileiro não pode ficar insolvente quando se endivida em sua própria moeda.  Entretanto, esse ponto é pouco lembrado.

Felipe Rezende – é professor do Departamento de Economia da Hobart and William Smith Colleges e pesquisador no MINDS (Multidisciplinary Institute for Development anda Stretegies)

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

22 Comentários

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  1. Uma discussão tola

    Uma discussão tola. É claro que Dilma sabia quais seriam os desdobtramentos da crise mundial no Brasil, e que logo após a eleição teria que tomar medidas para combater esses efeitos (o que fez, mas na minha concepção de maneira completamente errada). Trata-se apenas de não dar munição para o inimgo em ano eleitoral. Trata-se de vencer uma eleição, e a primeira vítima em uma eleição é a verdade, pois se trata de uma guerra.

    1. O ex-ministro Ricupero deve

      O ex-ministro Ricupero deve estar rindo a essa hora… ele, que foi tão massacrado, que perdeu o cargo, por dizer em off que o “que é ruim, a gente esconde”. Nada como  um dia atrás do outro, né, pessoal?

      1. Regra de ouro

        Regra de ouro da política desde sempre. O ruim é que quando vocês a tinham por secreta e a praticavam estava tudo bem (como, aliás, ocorre em São Paulo, onde “nada” acontece); quando são os outros, dói, né?

      1. Crer ou não ver, eis a questão

        Foram os brasileiros que votaram nela pois não acreditaram no que o Aécio dizia, ou, melhor, não dizia, só falava em “medidas impopulares” sem nomeá-las, deixando para Armínio Fraga dizer aqui e ali que “o salário mínimo estava alto demais”, “o custo das políticas sociais do governo não cabiam dentro do Estado real”, e outros oisas afins que prometiam um arrocho muito maior do que o praticado hoje, com o que posso afirmar: o eleitorado de Dilma tinha razão em reelegê-la.

        1. Com Aécio não haveria

          Com Aécio não haveria surpresa ao mercado, não haveria crise de confiança, não haveria falta de apoio no congresso, não haveria falta de governabilidade. É muito fanatismo ou fuga da realidade achar que com outro as coisas estariam piores do que estão, e que o povo acertou em votar em alguém que o enganou de cabo a rabo na campanha…

          1. Está na cara

            que vc estácerto. Não haveria nada disto que vc mencionou, coisa típica do PSDB/Midia. Não haveriam escândalos, pois ninguem seria investigado: os banqueiros nacionais e estrangeiros felizes c/ o Neoliberalismo implantado, os pobres caladinhos s/ receber ajuda nenhuma , fora das faculdades, onde o negro ão entraria. A imprensa caladinha, pois receberiam mais  ajuda do governo . As multinacionais nadariam de braçadas por cima da Petrobrás. Tudo como dantes, no quartel de abrantes!

    2. Os desavisados que votaram

      Os desavisados que votaram nela acreditando em propaganda (a maioria) não devem ter ficado nada satisfeitos com essa tática de guerra, vide pesquisa recente de aprovação do Governo. Vale a pena mentir tanto assim pra ganhar uma eleição? Não seria confiar muito na ignorância política do próprio eleitorado? Táticas populistas cada vez mais tem se tornado “tiro no pé” em tempos de abundância de informação. Não a toa esse tipo de governo, típico de países subdesenvolvidos, está em derrocada na Am. Latina…

      1. Olho torto

        Nada diferente fez Efeagagá quando de sua reeleição; o país estava quebrado e ele fez campanha acenando com o desastre caso Lula fosse eleito. O desastre veio com ele sentado no Palácio do Planalto, bebericando vinho francês enquanto o FMI e Banco Mundial ditavam a política econômica do governo dele. Estelionato eleitoral, sõ os alheios, né? Enquanto isso, a decorrada dos EUA e da Europa vão bem, obrigado.

        1. O meu olho que é torto?

          Argumento típico do petista: “nós mentimos mas eles também mentiram, nós roubamos mas eles também roubaram”, como se isso amenizasse em alguma coisa o delito. Não sou simpatizante do PSDB, mas não se comparam as mentiras, a do FHC foi sobre a desvalorização do cambio, a de Dilma foi sobre tudo, de A a Z do que foi dito em campanha. Nunca na história desse país se falou tanto uma coisa e se fez outra completamente diferente. Mentirinha essa que extinguiu o capital político da presidente, não sobrou nada, essa não ganha mais nem eleição de síndico. Sobre ele dizer que seria um desastre se Lula ganhasse, ele não mentiu, se Lula fizesse realmente tudo o que o PT defendia na época seria um desatre, PT era contra o Plano Real, contra a Responsabilidade Fiscal (austeridade), a favor do calote na dívida externa, a favor do protecionismo e intervencionismo do estado. Tudo que afugentaria qualquer investidor. Tanto seria um desastre que só do Lula liderar as pesquisas em 2002 o dolar chegou a 4 Reais. Que bom que Lula depois de eleito abandonou suas bandeiras e seguiu exatamente o mesmo modelo do FHC na economia, e deu certo. Sobre “derrocada” dos EUA, estes vão bem melhor que a gente, Europa também, com exceção da Grécia e alguns gatos pingados. Já pra panelinha bolivariana do Mercosul, agora é só ladeira, vai cair um por um…

          1. “Argumento típico de petistas “!

            Esse é o  “Argumento típico de quem não tem nenhum argumento para se contrapor” pois somente sabe menosprezar um partido que não nasceu nas elites paulistas, mas nos trabalhadores. É essa a raiz do ódio que difundem em todos os blogs e querem entronizá-lo aqui no Blog.

  2. Segundo Wolfgang Streeck

    Segundo Wolfgang Streeck (Tempo Comprado, Editora Actual, Lisboa, Portugal) a crise de 2008 vinha sendo gestada e retardada desde 1968. O Estado fiscal cedeu lugar ao Estado endividado e este, além de se tornar incapaz de resolver os problemas sociais ou os abandonar à satisfação do mercado (aumentando o fosso entre ricos e pobres) se tornou presa fácil dos grupos econômicos que são credores estatais e dos ricos que se recusam a pagar impostos. O inadiável ressurgimento do Estado fiscal (mediante a tributação dos ricos, regulamentação dos mercados, redução da margem de lucro do capital ocioso e, principalmente, retomada das despesas sociais) e a proteção desta reforma que destruirá o neoliberalismo é a verdadeira fonte desta crise que é ao mesmo tempo política, fiscal e econômica. Não creio que Dilma seja culpada pela crise. Se há um culpado pela mesma é FHC, que afundou o Brasil no neoliberalismo e ainda hoje se recusa a admitir que cometeu a maior cagada do século durante seus 8 anos de mandato. 

  3. Economistas…

    Ou turminha ruim de serviço! É impressionante como estes senhores conseguem titulos univerditários com uma conhecimento tão defasado e ruim.  Nem na china eles prestam, como vemos agora.

    Precisamos fechar estas escolas de bobos e criar tudo novo.

    Nunca fizeram previsão de nada. Conseguem, com enorme frequencia  errar hoje sobre o que aconteceu ontem. E como se um metereologista conseguisse dizer que chuveu muito ontem quando curtiu uma praia o dia todo.

    Outro dia vi uma palestra de uma das ministras da Dilma dizendo que a pobreza crônica no país que antes de 2000 era de 8% ( oito por cento) está agora, depois do bolsa familia e outros programas , em 1,5%.  Ou seja, haviam 16.000.000 (dezesseis milhões) de brasileiros passando fome diária, foi a 3 milhões. Sabe o que isto significa para os economistas, NADA!” Não interessa, esquece, nem comentamos””isto não é econômia”. Sabe o que isto representa para o famoso índice chamado PIB: representa diminuição do pib (razão: menos dinheiro circulou pelo “mercado”); o pouco dinheiro ali investido pode ter salvado a vida de 500.000 crianças, mas para eles não vale nada ou é negativo.

    Toda a ruindade do pig se apoia em economistas, que além de economistas são quase todos bandidos falando economês.

    1. “dizendo que a pobreza

      “dizendo que a pobreza crônica no país que antes de 2000 era de 8%” sabe o que significa em termos práticos isso, nada porque não é verdade e só propaganda do governo.

      Tu muda o conceito de pobreza crônica e numa canetada  salva milhões.

       

  4. Saber da gravidade da

    Saber da gravidade da situação economica todos sabiam a coisa é  escolher ganhar ou perder a eleição.

    Não tem como este país ser um dia uma potência economica, vai desde a federação, a cultura positivista do estado, passando por leis trabalhistas arcaicas, a zona franca de Manaus, servoço militar obrigatório.

    Muita coisa para se mudar sem que se queira realmente mudar.

    A loucura de sempre tentar as mesmas coisas e esperar resultados diversos cabe bem ao nosso país.

     

     

  5. A Presidente deveria ter

    A Presidente deveria ter ouvido aquela analista do Santander..que foi demitida…Se tivesse ouvido saberia quão grave era a situação economica brasileira.

  6. O problema está na política cambial

    Os problemas maiores começaram quando o dolar estava próximo de R$1,50 e o governo interviu fortemente para elevá-lo. Fez a política típica do PSDB de tentar controlar o valor do dólar ao invés de só preparar-se para uma subida natural.

    Se o Real estava caro e tínhamos dificuldades de exportar, naturalmente o dolar subiria  e é função do governo dar liquidez e comprar dolar quando abaixa e vender na subida sem ter prejuízo. Usou no entanto a política do PSDB (que sempre dominou o setor financeiro do governo PT) de tentar controlar o dolar com swap cambial ou forçando-o para cima. Nisso o “mercado” detectou a insensatez deste tipo de ação e ainda aproveitou o swap para especulação (e não apenas para Hedge como previsto). Resultado: um enorme prejuízo e descontrole cambial, mas o que foi feito foi o que faria qualquer candidato, pois é a política insensata de desvalorizar o patrimônio, o produto e o trabalho brasileiro na esperança de privilegiar os minoritários exportadores. É a força do mercado interno que importa e não favorecer exportadores coma fraqueza de nossa moeda e portanto de nossa nação.

    A flutuação do dolar é necessária. Ele funciona como o sistema de amortecimento de um automóvel, absorvendo e suavizando trancos nos momentos de crise, como se o automóvel Brasil estivesse passando por estradas esburacadas e com curvas, mas colocar 100 bilhoes de dólares nas mão de especuladores foi o fim da picada. Talvez seja preciso vender dolar mesmo das reservas e cobrir estes swaps para evitar mais prejuízo, pois as reservas existem para os momentos de crise. Segurá-las é equivalente a enrijecer o sistema de amortecimento dos automóveis. Não faz sentido.

    Depois é preciso ter modelos econômicos mais completos e apropriados para países em desenvolvimento mais vulneráveis ao enorme fluxo de dinheiro e de poder no mundo globalizado. Já houve inclusive bancos punidos nos EUA pela manipulação do câmbio brasileiro. Mas nós não levamos nada da multa, pois nem sabíamos que ocorria a manipulação. Ganha quem fiscaliza. Há métodos    empíricos…  de gerar o pânico e fazer o dólar subir, mas com a colaboração do governo emprestando bilhões para swap é complicado e ingênuo…

  7. Aviso não faltou!

    Mas houve vozes discordantes, e a Dilma ouviu mais aos seus assessores econômicos, que apostaram na manutenção do crescimento chinês por mais tempo. Se tomasse outras medidas, e não viesse a desaceleração, seria criticada por isso também…

    Agora não adianta chorar, temós excelentes reservas, e uma boa base econômica. Se acabarmos com a roubalheira, sobra mais dinheiro pra aumentar o mercado interno, através da elevação das aposentadorias, e do funcionalismo.

    Se todos que reclamam, também ajudarem a promover, debater, e exigir a PEC 21/2015 do senado, para que o próprio povo tenha direito de cassar os políticos no voto, iniciando o processo com seus ABAIXO ASSINADOS; em poucos anos a roubalheira será reduzida a quase nada, e atingiremos facilmente o padrão de vida dos europeus! Sem contar que nossas empresas terão uma formidável base tecnológica com os investimentos em educação e pesquisa, além de trabalhadores mais capacitados para concorrerem no mercado global…

    Vejam a diferença entre nosso sistema político e o do MUNDO DESENVOLVIDO, e se não é muito cinismo, fazer de conta que nossos problemas são apenas econômicos:

    https://www.facebook.com/democracia.direta.brasileira/photos/a.300951956707140.1073741826.300330306769305/658099054325760/?type=3&theater

     

  8. `É eu´, é meu, é minha.

    `É eu´, é meu, é minha. Esqueceu de mencionar que nos anos 70 a economia brasileira já apresentava fragilidades que COM CERTEZA em 2015 iriamos ter essa crise economica. Só não mencionou que a crise economica se deve mais a crise politica. Crise politica artifical criada e  alimentada por tribunais superiores, tribunal de contas e mal negociação com o congresso. E ainda a omissão do mp em desmascarar todos os corruptos.

  9. Caro Marcos Nunes,
    Existem

    Caro Marcos Nunes,

    Existem dois momentos distintos. O primeiro se refere à resposta brasileira à crise financeira de 2008, a qual foi efetiva para mitigar os efeitos da crise e está bem documentada. Os níveis de renda, emprego e produção, através da combinação de políticas monetárias e fiscais, voltararam aos níveis pré-crise. O segundo momento refere-se ao erro estratégico em formular e implementar politicas públicas voltadas para o mercado doméstico para lidar com o novo cenário global no período pós-crise de 2008. Essa falha foi expressiva e impactou o desempenho da economia brasileira. Como o texto procurou enfatizar, alertas foram feitos e muitos deles foram ignorados e/ou negligenciados. Por exemplo, já em 2009 economistas caracterizavam a performance da economia brasileira como uma bolha durante o pré-crise e outros economistas já alertavam que as condições que favoreceram o Brasil nesse período não mais existiriam no período pós-crise.

    Embora a tentativa de uma política de transição para uma nova “matriz” tenha sido feita (e tenha sido implementada de forma equivocada) ela foi rapidamente revertida para a matriz antiga principalmente por questões e pressões políticas e a falsa idéia de uma crise fiscal no Brasil.

    Apesar das experiências fracassadas no exterior da chamada “austeridade expansionista”, grande parte dos economistas e do público em geral acreditou na existência de uma crise fiscal no Brasil e ficaram iludidos com a noção de ‘austeridade fiscal expansionista’. O resultado desse tipo de politica nåo é uma novidade. Como o Professor Beluzzo enfatizou: “Dilma Rousseff declarou ser possível realizar um ajuste fiscal pragmático sem afetar a demanda por consumo e investimento, ao contrário do que clamam (desemprego já!) os ideólogos da austeridade.” 

    Nesse tempo crescem as comparações do Brasil com a Grécia. Se você ouvir algum economista e/ou analista fazendo tal comparação saiba que eles não fazem distinção entre países que detêm o monopólio de emissão de moeda (tal qual Brasil, Japão, EUA, UK) e usuários de moeda (como por exemplo países da zona do Euro). Para o primeiro grupo não há risco de solvência em moeda local, equanto que para o segundo grupo, ou seja, usuários de moeda, esse risco existe. Para uma discussão mais profunda sobre o tema, fica aqui a dica de leitura.

    Abs.,

    Felipe

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