Imprensa engasgada em números; por Luciano Martins Costa

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Por Luciano Martins Costa

Imprensa engasgada em números

do Observatório da Imprensa
     
A pesquisa Datafolha sobre intenção de voto para a Presidência da República, publicada pela Folha de S.Paulo no domingo (1/12), produz conclusões controversas e induz à constatação de que há uma relação entre o clima de pessimismo induzido pela imprensa e tais levantamentos de opinião. Resumidamente, o que o instituto constatou foi que a presidente Dilma Rousseff continua a recuperar sua popularidade, cujo crescimento foi interrompido após as manifestações do mês de junho. Paralelamente, afirma-se que a oposição não sabe aproveitar um suposto descontentamento geral da população.

Os dados da consulta aos eleitores mostram a chefe do governo ampliando a vantagem sobre todos os candidatos lançados, mantendo a trajetória ascendente já verificada na versão anterior da pesquisa, realizada no dia 11 de outubro.

Em qualquer um dos nove cenários observados, contra o senador Aécio Neves, do PSDB, contra Marina Silva ou Eduardo Campos, possíveis candidatos do PSB, ou mesmo caso o ex-governador tucano José Serra seja lançado, a vitória seria da atual presidente. O mesmo acontece nas combinações em que se supõe uma candidatura do atual presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa.

No entanto, reportagem publicada na edição de segunda-feira (2/12) pelo Estado de S.Paulo revela que 16 dos 32 partidos rejeitariam filiar o presidente do STF para lançá-lo candidato ao governo em 2014. Segundo o jornal paulista, Joaquim Barbosa só seria bem recebido nos partidos de menor expressão, justamente aqueles que o ministro chama de “partidos de mentirinha”.

A possibilidade de a eleição presidencial ser resolvida já no primeiro turno, em favor de Dilma Rousseff, aparece em todos os cenários pesquisados pelo Datafolha, exceto no caso de Marina Silva ser apresentada como cabeça de chapa na aliança com Eduardo Campos. Ainda assim, essa é uma hipótese a ser mais bem analisada, em função do contexto em que foram feitas as consultas, ou seja, considerando-se os efeitos da prisão de ex-dirigentes do Partido dos Trabalhadores condenados na Ação Penal 470.

O “pessimismo” da imprensa

Pesquisas de intenção de voto representam pacotes de especulações bem embaladas, e costumam servir mais aos marqueteiros de campanha do que ao eleitorado. No caso desse levantamento feito pelo Datafolha nos dias 28 e 29/11, é interessante observar a análise feita pelos diretores do instituto e ponderar suas convicções com a observação da própria imprensa.

Dizem os analistas que a presidente Dilma Rousseff termina o ano de 2013 com a popularidade em alta graças à “ineficiência da oposição”, que não teria sabido explorar um “desejo de mudança” identificado no eleitorado. Os responsáveis pela pesquisa também afirmam que a oposição não produz a estratégia adequada para se valer de um suposto “maior pessimismo quanto ao desemprego e à inflação, em patamares próximos aos verificados no início de junho, antes dos protestos”.

Para começo de conversa, é preciso questionar essa afirmação: no início de junho os números conhecidos da inflação eram os de abril, que se mantiveram em torno de 6,5% até o fim de maio. Em outubro passado, a inflação era de pouco mais do que 5,8%, e nA segunda-feira os analistas reduzem a expectativa inflacionária para 2013.

Além disso, não há cenário pessimista quanto ao desemprego, ao contrário: considerados os aspectos demográficos, com grande número de famílias que preferem ver seus jovens buscando maior escolaridade, há especialistas afirmando que o Brasil vive em situação de pleno emprego há pelo menos dois anos. A própria imprensa tem registrado que o financiamento da educação cresce entre os itens de consumo das famílias, priorizando-se o estudo em vez do emprego.

Ora, quais seriam, então, os sinais de “um maior pessimismo quanto ao desemprego e à inflação” detectados pelos diretores do Datafolha, que os estrategistas da oposição supostamente deveriam explorar?

Na segunda-feira (2/12), os sites especializados e alguns informativos da chamada mídia tradicional informam que os economistas do mercado “baixaram novamente” as expectativas para a inflação deste ano, ao mesmo tempo em que ajustaram para cima as previsão de crescimento da economia brasileira, de acordo com o relatório de mercado do Banco Central.

A conclusão é a seguinte: a imprensa inventa uma crise que não existe, e o Datafolha lamenta que a oposição não tenha aproveitado o noticiário para ganhar eleitores.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  1. Mantega prevê alta de 2,5%

    Mantega prevê alta de 2,5% PIB no trimestre; resultado oficial sai amanhã

    Do UOL, em São Paulo

     

    O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta segunda-feira (2) que a economia brasileira deve registrar crescimento de 2,5% no terceiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado oficial do PIB (Produto Interno Bruto) sai nesta terça-feira (3).

    “O crescimento do PIB no terceiro trimestre sobre o terceiro trimestre de 2012 está projetado em 2,5%”, disse o ministro.

    O PIB é a soma de todas as riquezas produzidas no país e mostra a força da economia.

    Mantega, que participa na manhã desta segunda-feira do seminário “Brasil: uma visão de 10 anos”, comentou ainda que a economia está se recuperando gradualmente e que o investimento tem ganhado vigor.

    Combustíveis devem subir 2,5% na bomba

    Mantega se arriscou também a estimar o reflexo da alta no preço dos combustíveis em refinarias. Segundo o ministro, o avanço de 4% no preço da gasolina na refinaria deve gerar um impacto de 2,5% para o consumidor final, no preço da gasolina na bomba.

    Inflação

    Mantega falou também sobre a inflação, e disse que é possível, nos próximos dez anos, atingir uma média de 4% de alta anual dos preços.

    Para que esta média seja atingida, Mantega afirmou que o país dependerá dos níveis de investimento e produtividade. Ele aposta que o investimento pode chegar a 24% ou 25% do PIB em 2022.

    (Com Reuters)

  2. A conclusão da matéria diz tudo

    “A conclusão é a seguinte: a imprensa inventa uma crise que não existe, e o Datafolha lamenta que a oposição não tenha aproveitado o noticiário para ganhar eleitores.”

    “Pig” = porco 

    s.m. Quadrúpede mamífero doméstico da família dos suídeos, ordem dos artiodáctilos.
    Fig. Indivíduo sujo, imundo.
    Pop. O diabo.
    Pop. Espírito de porco, espírito de contradição; sujeito de má índole que tende a contrariar os demais.
    Fig. Obsceno.

  3. A sustentável leveza de Dilma Rousseff

    A SUSTENTÁVEL LEVEZA DE DILMA ROUSSEFF – A popularidade de Dilma era estratosférica até meados de 2013, maior até do que a popularidade de Lula com igual período a frente do executivo federal. Caiu a popularidade em junho, sem dúvidas. Mas isto nada tem a ver com juros, câmbio ou inflação. 

    Todas as administrações públicas tiveram queda de popularidade em função dos juninos eventos de 2013. 

    Ocorre que agora, passado o turbilhão, a realidade concreta e objetiva dos fatos (salário, pleno emprego e distribuição de renda) volta a alavancar Dilma e a colocá-la no patamar de favoritismo para o pleito de 2014.

    Com relação à inflação, vejamos:

    -Em 2011, inflação oficial (IPCA) foi de 6,50%;

    -Em 2012, inflação oficial (IPCA) foi de 5,84%;

    -Em 2013, inflação oficial (IPCA) será de 5,81% (segundo as últimas projeções).

    Ou seja, foi no primeiro ano de Dilma Rousseff que a inflação bateu no teto da meta estabelecida. De lá para cá, ao contrário do que dizem os trombeteiros do apocalipse, a trajetória da inflação é DESCENDENTE. Frise-se, a trajetória da inflação no governo Dilma, ao contrário do que diz a imprensa oligopólica, é DESCENDENTE. E vai cair ainda mais em 2014.

    Mas não é só isso:

    -Nos oito anos de FHC-PSDB, a inflação oficial (IPCA) foi de 100,6%. Média de 9,1% ao ano;

    -Nos oito anos de Lula-PT, a inflação oficial (IPCA) foi de 56,6%. Média de 5,7% ao ano;

    -Nos três primeiros anos de Dilma Rousseff, a inflação oficial (IPCA) será de 19,2%. Média de 5,9% ao ano.

    Depreende-se, portanto, que nos governos do Partido dos Trabalhadores a inflação é muito, mas muito inferior à inflação verificada no período dos desgovernos do PSDB. Como a oposição fracassada vai falar em inflação em 2014?

    A questão da taxa de juros também é importantíssima. Lula recebeu de FHC uma taxa de juros da Selic no valor de 25% ao ano. E Dilma recebeu de Lula uma taxa Selic no valor de 10,75% ao ano. Hoje está em 10% ao ano. Ou seja, a taxa Selic caiu impressionantes 57% nos períodos de governos de Lula, com relação aos tempos do tucanato. E hoje a taxa é ainda menor do que a herdada por Dilma de Lula. 

    Como a oposição fracassada vai falar da taxa de juros em 2014? Como alguém vai poder acusar Dilma de “aumentar” a taxa de juros, sendo que hoje ela é menor do que no tempo em que ela assumiu o mandato?

    Agora, o câmbio. Em janeiro de 2011, o câmbio estava em R$ 1,65 por dólar. Em janeiro de 2012, foi para R$ 1,86 por dólar. Em janeiro de 2013, o patamar era de R$ 2,04 por dólar e hoje, se não me falha a memória, deve estar na casa de R$ 2,35 por dólar. 

    Logo, há uma virtuosa desvalorização cambial sendo executada de forma progressiva no governo Dilma. Isto está dando fôlego para a indústria e responde também pelo extraordinário nível de pleno emprego atual. Pleno emprego este que nem sequer no governo Lula se verificou!

    A classe média tradicional (que reclama 24 horas por dia) não é base eleitoral do PT, muito antes pelo contrário. A base eleitoral do Partido dos Trabalhadores é outra… A classe média tradicional odeia o PT porque odeia o processo vigoroso de ascensão social promovido desde 2003. 

    Odeiam a distribuição de renda e a diminuição das desigualdades sociais e regionais. Odeia o PROUNI, o Mais Médicos, a expansão do ensino superior, as cotas sociais e étnicas, a valorização permanente e real do salário mínimo e dos dissídios da classe trabalhadora, etc.

    Quem tem que rever os seus conceitos econômicos e políticos não é Dilma Rousseff, que está no rumo certo e que faz um governo de continuidade qualificada do período chefiado por Lula, mas sim a oposição neoliberal fracassada e o nano esquerdismo. 

    A vida real é que sustenta Dilma Rousseff hoje, como sustentou Lula em passado recente.

  4.  
    “A conclusão é a seguinte:

     

    “A conclusão é a seguinte: a imprensa inventa uma crise que não existe, e o Datafolha lamenta que a oposição não tenha aproveitado o noticiário para ganhar eleitores.”

    E ainda estamos em 2013… Agora é preparar para 2014 e já entrar o ano, com um avião jogando pipoca no Brasil inteiro; espalhando sal grosso nos cantinhos do Oiapoque ao Chuí pq o bagulho vai ser doido. Começa com Ano-Novo, depois vem Carnaval, Mensalão, Copa, Eleição… E, no meio disso tudo o pessoal do Garotinho ( BB’s e Anonymous que não podem ver um holofote ), fazendo ponta/figuração para o programa eleitoral do chefe e Barbosão anarquizando com o cenário político para uma oposição sem rumo…. É, é isso que dá entregar o destino nas mãos da máfia-midiática, tudo vira uma novelinha vagabunda, completamente, sem sentido, cheia de conflitos bisonhos que não se resolvem ao longo da trama pq não tem mesmo solução e vão sendo chutados para o último capítulo. Invariavelmente, os espectadores saem com aquela impressão de que a novelinha não foi boa mas o último capítulo, foi uma merda.

    1. Sonhar…

      … sonhar não custa nada seu Lib… o ATUAL prefeito paulista começou com 1%… mas é isso mesmo: tem mais é que sonhar… porque cada vez é maior o pesadelo da direita.

    2. Olhando esses número eu diria

      Olhando esses número eu diria que eles apontam para um segundo turno, visto que o candidato do PT, seja quem ele for, vai ficar próximo de 30%, no mínimo, e o Skaf aparece com um percentual considerável. 

    3. Só depende da militancia.

      A comparar-se estes primeiros números de uma candidatura do Min.Padilha, pelo PT, com os primeiros números do então “poste do Lula” o Fernando Haddad, e a metamorfose ocorrida, até a apuração, dá prá acreditar, que não somente é possível, chegarmos ao 2º turno, como até sonhar-se com a vitória do PT, no 1º turno, se as baterias petistas forem direcionadas para a exploração dos atuais casos de corrupção, que estão comprometendo não somente o PSDB, como o Gov. Alckimim.

  5. Acho que damos muito valor as

    Acho que damos muito valor as ações dos “piguentos”. O máximo que eles conseguem é nos irritar (acho que fazem pra isso mesmo) pois de concreto mesmo não fica nada, pois trabalham em cima de premissas erradas, apostando no “fala isso todo dia pra ver se cola”.

    O povão responde a tudo com o bolso. Tá bom, continua, tá ruim muda. Pesquisas não podem modificar a realidade. Seus interpretes, esses sim, tentam tirar leite de pedras… Mas como dizia o poeta “abutres maquiados no ar, são abutres.

  6. Datafolha

    EM TERRA MAGAZINE, SOBRE O ASSUNTO

    Oposição não está sozinha na recuperação da popularidade do governo

    O instituto Datafolha publicou domingo (01/12) os resultados de mais uma pesquisa com a intenção de votos para as eleições presidenciais de 2014.

    A presidente Dilma Rousseff não só manteve trajetória ascendente como ampliou sua vantagem em relação aos demais prováveis concorrentes, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), ou os potenciais José Serra (PSDB), Joaquim Barbosa (ainda sem partido), e Marina Silva (PSB), a única que levaria a eleição a um 2º turno.

    Quando Lula é introduzido na simulação, as diferenças ficam ainda mais eloquentes.

    Diante dos resultados, o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, e seu diretor de pesquisas, fazem análise com o seguinte título: “Presidente termina 2013 em alta graças à oposição ineficiente”.

    Segundo o texto: “(…) o cenário que explica o processo de retomada da popularidade da presidente não se limita apenas às respostas pontuais do governo à crise deflagrada pelas manifestações e tampouco na percepção dos brasileiros sobre a economia. É marcado, acima de tudo, pela ineficiência da oposição na formulação de um discurso adequado às demandas dos brasileiros (o grifo é meu)”.

    Concordo. Não caberia, no entanto, aos analistas um humilde e honesto exercício de autocrítica?

    Afinal, mais até do que os partidos e seus políticos, a oposição mais contundente ao governo é exercida pelas folhas e telas cotidianas.

    Não tem sido esse seu principal papel? Segue-se à risca a frase de Millôr Fernandes: “imprensa é oposição, o resto é armazém de secos e molhados”. Pelos menos, em relação aos três últimos governos.

    Até a eleição de Lula, em 2002, era possível distinguir tendências políticas divergentes nas linhas editoriais dos grupos de mídia. Nunca declaradas, porém. Uma bobagem brasileira que a imprensa da maior parte dos países avançados não segue.

    De lá para cá, com raríssimas exceções, o que mais se viu foram disfarces de neutralidade. Até pouco criativos.

    Critica-se a ausência de alternativas adequadas para as mazelas do País. Sem dúvida, um zero nos programas e discursos de partidos e políticos de oposição, mas também que raras vezes aparecem nas folhas e telas cotidianas como propostas definitivas e viáveis.

    Estão sempre naquela “do que não deveria ser”, e nunca do “façam assim”.

    Não seria trabalho delas, que monitoram “esse espaço de insatisfação latente (…) decifrar essas demandas e entregar programas adequados aos diferentes anseios e segmentos da população”, como diz o artigo.

    Se a causa do aumento de popularidade do governo está numa oposição ineficiente, seria um ato nobre de folhas e telas cotidianas aí se incluírem.

    O artigo completo pode ser lido no link abaixo:
     

    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/141591-presidente-termina-2013-em-alta-gracas-a-oposicao-ineficiente.shtml
     

     

     

  7. Olha lá, é o segundo turno!

    VAI SÃO PAULO! – Em 2010 Mercadante fez 35% dos votos em São Paulo (por pouco não houve um segundo turno). E Dilma Rousseff, no primeiro turno em São Paulo, fez 37% dos votos. 

    Ou seja, foi uma campanha casada, igual a que existirá em 2014 com Dilma e Padilha. 

    Pela primeira vez na história da Nova República o PSDB não terá um candidato presidencial paulista. Ou seja, as perspectivas são positivas para o PT e Dilma em São Paulo. 

    Ela tem ótimas condições de fazer em 2014 mais de 40% dos votos e de levar junto consigo a candidatura do companheiro Padilha. 

    Os tucanos que se preparem, pois desta vez vão ter de enfrentar um duro segundo turno em São Paulo. 

    Certeza mesmo só com relação a dois fatores. Primeiro, será uma campanha duríssima na terra da garoa. Segundo, além de tudo o que o PT normalmente vai ter de enfrentar, ainda defrontar-se-á com o nano PSOL. 

    Se preciso for, o nano partido em questão suará sangue para impedir a vitória do PT e para manter o PSDB a frente do Palácio dos Bandeirantes.

  8. Não há pior cego que aquele que não quer ver

    O grau de alavancagem dos investidores americanos é recorde histórico. São eles os que movimentam a bolsa brasileira, que patina há 4 anos, e perdeu seu canal de alta de longo prazo, que começou no início do plano Real. A debandada dos estrangeiros caso uma severa correção nas bolsas americanas e mundiais aconteça (a última data de 5 anos atrás, em 2008) provocará perdas substanciais no mercado de capitais local, puxando as taxas de risco e o dólar de forma pronunciada, num momento onde o déficit em conta corrente supera o IED. Hoje a Petrobrás caiu 10%,  e a bolsa fechou abaixo dos 51.200 pontos, preanunciando mais quedas pela frente. Não depende do governo únicamente o destino económico do país, muito mais tendo em conta esse déficit financiado por capitais externos. O calcanhar de Aquiles da era Lula/ Dilma é a política monetária, que provocou esse rombo nas contas externas, e deixou o país vulnerável aos vaivens do capital extrangeiro, por mas reservas que o país tenha (que são contrapartida da dívida pública interna). São 200 bilhões por ano em juros pagos pela nação, servindo a dívida, enquanto apenas 10% desse valor é destinado a política fiscal do Bolsa Família. O país depende das commodities para ter saldos positivos na balança comercial, enquanto importa manufacturados e gasta com viagens ao exterior. Esse modelo está errado, e a conta, mal que nos pese, chegará mais cedo que tarde, e provocará mudanças profundas na economia, e por conseguinte, no panorama político atual. As pesquisas não são mais do que uma fotografía estática de um momento, mas não refletem fatores futuros que fogem as informações que a maioría da população tem. Perante um severo contratempo econômico, as armas do atual governo são cada vez menores, e o povo depositará sua confiança naquele que represente algo novo, e não mais do mesmo. É aí onde o papel da oposição se fortalece, mal que nos pese a falta de idéias ousadas. Não acredito que o PSDB seja capaz de se desvencilhar do seu pasado fracasado, pois não mostra vocação para isso. Mas acredito que o binômio Campos/ Marina, moderados porém jóvens e com um pasado limpo, possa dar uma dura batalha eleitoral a Dilma, e tenha sérias chances de ganhar num segundo turno as eleições do ano que vem. Para isso dependem, acredito, mais desses fatores externos, que fogem ao controle deles, do que da própria capacidade de convencer a maioría da população de que é necessária uma renovação no comando do Executivo. Em resumo, se tudo ficasse parado, Dilma tería muitas chances de se reeleger. Mas o mundo não está navegando águas calmas, e isso pode jogar as expectativas rápidamente a favor dessa oposição moderada representada pelo Eduardo Campos/ Marina Silva. A conferir.

    1. Concordo em parte com sua

      Concordo em parte com sua análise,mas a parte mais interessante é a referência à Campos/ Marina, “moderados porém jóvens e com um pasado limpo”. Mantive o texto, com os erros inclusive. Jovens e com passado limpo. Ótimo. Em especial, o passado limpo. Quem sabe também o presente e o futuro. Cômico!

    2. Vai xuvê

      … “Esse modelo está errado, e a conta, mal que nos pese, chegará mais cedo que tarde”…

      Tão certo como sabemos que vai chover, mais cedo ou mais tarde.

      Há 11 anos que ainda “não choveu”.

      Apesar do tororó de 2008 que se abateu sobre o mundo.

      Apesar de haver mais gente no país preparada para a chuva.

      Ou menos gente despreparada para ela.

      De qualquer jeiro, há sempre gente que torce pra que “essa chuva chegue logo”.

      Só pra poder comemorar…

       

      PS: Quanto a Dudurina: sem comentários.

       

  9. Mas que diabo de

    Mas que diabo de oposiçãozinha mais tinhosa essa! Há anos recebe os mais diversos “bizus” do Datafolha para ganhar as eleições e……nada!

    Das duas uma: 1) Ou os tucanos são burros; ou, 2) O Data é um péssimo professor. 

    Atenção irmãos portugueses: temos aí um mote para mais uma piada acerca do Brasil.

  10. Datafolha, o mais novo partido político brasileiro.

    Não caberia ao Datafolha, bem como aos outros institutos de pesquisas, que se querem sérios, abter-se de opinar e de tentar formar opiniões, como acaba de ocorrer, com este “filhote”da Folha, e ater-se apenas a divulgar na íntegra e sem parcialidade, os resultados colhidos nas pesquisas ?

    A continuar com esta rotina, de querer “ensinar” aos partidos oposicionistas, o caminho da retomada da simpatia popular, aproveitando-se de algumas falhas da situação, estes institutos tendem a perder a credibilidade.

  11. Globo

    Eu achei engraçadíssimo, para não dizer o contrário, a rede Globo em seu JN de sábado. Após mostrar a pesquisa onde Dilma continua a crescer, imediatamente mostrou as condições de saneamento em alguns locais do Nordeste. Será coincidência, ou apenas o “bonequinho” quis mostrar logo a seguir os locais (escolhidos a dedo), para mostrar que o povo não sabe nada disto e prefere a Dilma, por ignorância. Ora ! ignorância é da TV, por achar que ninguem iria perceber o truque tão batido. Não é mesmo engraçado? ou seria triste?

  12. O primeiro voto ninguém esqueçe

    É gerando emprego nos estaleiros, atendendo o povo com o mais médicos, e desenvolvendo a educação com as excelentes instituições de ensino, e ponto final. Meu voto continua a ser seu.

  13. Superestimadas

    “Paralelamente, afirma-se que a oposição não sabe aproveitar um suposto descontentamento geral da população.”

    As agora chamadas “manisfestações de julho” foram desde seu inicio instrumentalizadas pelo partido da mídia, daí talvez a “surpresa” com a “recuperação” da imagem da presidenta, em primeiro lugar deve se levar em conta que as “manifestações” começaram em SP e eram contra a politica paulista, mais específicamente contra o preço das passagens, uma caixa preta que nem mesmo a forte reação da população conseguiu abrir, a reação desproporcional da policia do governador Alckmin foi um rastilho de pólvora que se alastrou pelo país, aí a mídia resolveu navegar no movimento sem se aprofundar nas suas causas, não levou em conta que em cada local a reação era contra algo diferente do outro, em Vitória por exemplo era contra o pedagio na ponte que liga ao municipio de Vila Velha, para mídia era uma reação a tudo o que aí esta, a fagulha reacionária que tentava sem sucesso provocar desde 2002, para o povo que foi mobilizado pela mídia até que poderia ser, mas esse povo esta longe de ser representativo no contexto mais amplo da totalidade da população brasileira, podia-se ler nos cartazes mensagens contra o bolsa-esmola, as cotas raciais/sociais, os gastos “excessivos’ do governo e por aí vai, porém os manifestantes eram compostos de uma mixórdia de interesses diversos e as vezes até conflitantes, era natural que um movimento tão heterogeneo e sem vinculação a nenhuma organização politica rapidamente se esvazia-se, a herança mais duradoura de tudo isso foi o agora “famigerado” movimento dos Black-blocks, que por sua ação destrutiva é rejeitado, pelo menos oficialmente, pela mídia que o nutriu naqueles dias “gloriosos” de julho. Ao contrário da mídia o governo filtrou os descontentamentos e tratou de trabalhar naquilo que mais descontentava a maioria, inclusive a silenciosa, aí veio o mais médicos e os investimentos e mobilidade urbana, mostrando que o governo federal, que nem era o alvo primário das manifestações, não esta parado, e tambem em um efeito mais positivo ainda fez a presidenta descer de seu pedestal e falar com a população, sempre vinculando sua imagem a de Lula, o presidente melhor avaliado no Brasil pelo menos nos últimos 50 anos, um força poderosa ainda que a mídia o enxovalhe dioturnamente, o resultado de tudo isso é a “surpresa” com a “recuperação” da imagem da presidenta, coisa de quem analisa a politica de forma rasa e com o fígado.

  14. Quanto aos empregos, os

    Quanto aos empregos, os comerciantes dos municípios ditos turísticos de verão, em Santa Catarina, reclamam sobre a dificuldade em recrutar mão de obra temporária, já que o pessoal está empregado o ano todo.

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