Jucá pressiona para voltar ao Ministério do Planejamento, por Helena Chagas

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por Helena Chagas

Em Os Divergentes

Jucá e a volta dos que não foram

Há uma grande torcida na área política, e até em setores ligados ao empresariado, pelo retorno do senador Romero Jucá ao Ministério do Planejamento. A principal razão é ter um contraponto à altura a Henrique Meirelles dentro da própria equipe econômica. Interino com ambições de se efetivar, Dyogo Oliveira tentou cumprir esse papel, mas só conseguiu tornar-se alvo do ministro da Fazenda e de seus aliados, e dificilmente se sustentará muito tempo ali.

Jucá, evidentemente, trabalha para voltar – é justamente por essa razão que Michel Temer não ousou substituir Oliveira em sua interinidade. Afastado pelo vazamento de uma conversa com Sérgio Machado sobre o fim da Lava Jato, o senador não chegou a sair de verdade do governo. Lá do Senado, onde é o principal articulador de Michel, continuou participando de reuniões do governo e dando palpites na economia. Dyogo Oliveira ficou ali tomando conta do lugar de Jucá, afinado com suas orientações e, talvez por isso, irritando Meirelles, que tentou algumas vezes, sem sucesso, nomear um substituto.

Enquanto rolava o processo de impeachment no Senado, casa de Jucá, Michel tinha uma excelente desculpa para não mexer em nada. Agora, porém, a situação é diferente. Os aliados se Jucá voltaram a pressionar por seu retorno. A turma de Meirelles voltou a atirar em Dyogo Oliveira.

Algo terá que acontecer, ainda que a tendência de Michel seja empurrar o problema com a barriga. Difícilmente trará Jucá de volta, sobretudo depois da ruidosa demissão do ex-AGU Fábio Medina sob alegações de que o governo quer obstruir a Lava Jato. O bom senso aconselha distância de qualquer um dos citados na operação. É improvável, porém, que entregue o cargo de bandeja para Meirelles, numa reafirmação de sua supremacia no governo.

O perfil que se desenha é de um nome híbrido, meio técnico, meio político, que seja bem aceito no Congresso que vai precisar votar as reformas. Esse personagem teria uma missão quase impossível: manter a influência de Jucá na pasta e ao mesmo tempo agradar Meirelles. De quebra, ter a simpatia dos desconfiados tucanos. Temer examina nomes, mas está desconfiado de que esse sujeito ainda não nasceu.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

5 Comentários

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  1. Jucá com 2 mãoszonas e uma

    Jucá com 2 mãoszonas e uma sorrateira mãozinha? Pa que elas servem? E Cunha escondendo o que ou do que? Agora, o Quadrilha não provoca nenhuma dúvida, por si só se explica. Eita governo bom esse de um tal de Fora Temer!

  2. Fosse o stf algo palpável no

    Fosse o stf algo palpável no espectro judiciário brasileiro, esse “porra” jucá estaria preso e, portanto, afastado – tal como o acunhado (que o douto teori(a) só afastou depois de prestar horrores na câmara) do congresso. Mas, como o stf é lerdo com os amiguinhos (que acabam sumindo do noticiário), a ponto de deixarem fugir qualquer cágado pintado de pmdb e psdb, o “porra” jucá voltará, talvez, como primeiro ministro. Em 2050 – se o planeta não acabar antes, algum afoito funcionário do stf será surpreendido com gavetas abarrotadas de processos prescritos contra bandidos mortos. Nem a história será capaz de fazer justiça ao país. Haja.

  3. Juca de volta é um acinte. Os

    Juca de volta é um acinte. Os coxinhas desconfiam que foram otários em fazer tanta onda de combate à corrupção e agora assistem Temer, Geddel, Moreira Franco e Padilha ocupando o poder. Com a volta de Juca, o que era desconfiança passa a ser certeza absoluta. Nao creio que isso ocorra. Mas o Brasil está de cabeça para baixo e a gente ja não pode desacreditar de nada. Um juiz de primeiro grau grava uma presidente da república e divulga o grampo e nao acontece nada. Um ministro (Lula) é impedido de tomar posse por uma decisão de um tendencioso ministro do supremo (Gilmar), uma presidente é afastada sem crime de responsabilidade, um presidente da camara entupido de acusações só é afastado pelo supremo depois que conclui o processo de impeachment .Ou seja, nossas instituições fracassaram e o pais está cheio de sinal trocado. Desse modo, Juca pode voltar a ser ministro e o circo de horrores continuar. 

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