Levy tenta justificar um dos planos mais desastrosos da história, por Luis Nassif

As empresas já sentiam a queda no consumo. Com o choque tarifário, houve enorme aumento de custos. Ao mesmo tempo, houve o trancamento total do crédito. As empresas foram literalmente esmagadas

O artigo do ex-Ministro Joaquim Levy, hoje na Folha, é a demonstração cabal do que batizei, em outros tempos, de “cabeça de planilha”. É a incapacidade absoluta de enxergar o todo.

No artigo, Levy explica todos os problemas que acometiam a economia até 2014:

* bancos públicos inchados pelos aportes do governo;

* contas públicas pressionadas pela politica imprudente de redução dos encargos da folha;

* tarifas atrasadas pelo receio de aumento da inflação.

Aí ele fez um checklist e tratou cada problema individualmente, sem a menor noção sobre as implicações das medidas sobre o todo. E não apenas sobre o cenário econômico, mas sobre o social e, por consequência, o político.

A ideia dele era um choque único sobre todos os problemas. Faria o mal de uma vez e, depois, o bem – as medidas de alívio – aos poucos. Assim que as medidas fossem tomadas – supunha ele – haveria um choque de confiança e os investidores voltariam rapidamente ao país, permitindo a recuperação em V.

A única medida positiva de sua gestão foi levar o funcionário do Banco do Brasil, Ivan Pinheiro, à Petrobras, Com seu trabalho silencioso e eficiente, consertou os enormes erros produzidos pela corrupção anterior e pela gestão desastrosa de Graça Foster.

Atribui o fracasso do plano à “fadiga com o partido do governo e seus equívocos”, seguido das pautas bombas da Câmara Federal, comandada por Eduardo Cunha. Em nenhum ponto admite o óbvio: o desgaste final do governo Dilma foram justamente as pautas bombas dele, Joaquim Levy, logo em seguida a uma campanha onde Dilma propôs justamente o contrário.

De qualquer modo, o desastre de Levy – similar, aliás, ao desastre do pós-Plano Real – mostra um dos grandes equívocos do pensamento econômico de mercado: a incapacidade absoluta de enxergar além das medidas fiscais imediatas. Ou seja, se tenho cinco problemas e tento resolver os cinco de uma vez, posso estar criando um problema maior ainda, que são os efeitos somados, das cinco soluções encontradas.

Essa visão plana da economia é de uma mediocridade acachapante, que se repete ano após ano.

Confira o que foi o plano Levy.

Cenário – tinha uma economia que vinha em franca aceleração, apesar da perda de dinamismo de 2014, com a retração das cotações internacionais de commodities. Vinha também de grandes desequilíbrios, provocados pela atuação voluntarista de Dilma Roussef-Guido Mantega. Havia, de fato, muitos problemas a serem enfrentados. Ao decidir pelo tratamento de choque – tratar todos os problemas de uma só vez – o resultado foi o seguinte:

* Choque tarifário, ao alinhar todas as tarifas ao mesmo tempo, provocando grande impacto na inflação.

* Choque cambial – ao permitir o desafogo do câmbio de uma só vez.

* Choque monetário –  com receio da propagação da inflação, Levy aumentou os juros e trancou o crédito completamente.

Sua ideia – de um autismo assustador – é que, assim que as medidas fossem tomadas, os investidores acreditariam, haveria uma queda na taxa de juros longa e, quando isso acontecesse, o país seria inundado de investimento produtivo.

Conseguiu produzir o efeito engavetamento na economia o mesmo, aliás, de 1995, com os erros do Plano Real.

A lógica é simples:

1. Com o aquecimento da economia, consumidores e empresas se endividam para aumentar as compras, os estoques, o capital de giro.

2. Quando a economia começa a cair, tem que haver uma transição suave, permitindo às empresas voltarem ao padrão anterior de capital de giro. Como se faz isso? Sinalizando claramente a etapa de sacrifícios que virá pela frente, e flexibilizando o crédito para permitir a transição para a nova etapa.

Levy fez justamente o contrário.

As empresas já sentiam a queda no consumo. Com o choque tarifário, houve enorme aumento de custos. Ao mesmo tempo, houve o trancamento total do crédito. As empresas foram literalmente esmagadas e se tornaram presas fáceis para os bancos avançarem ávidos sobre as garantias apresentadas. 

É assim que se cria o chamado efeito engavetamento. As empresas que mais cresciam, na etapa anterior, são as primeiras a bater no muro criado. Atrás delas, vêm os fornecedores que vão batendo, com o efeito engavetamento.

Dilma errou profundamente ao enfrentar Eduardo Cunha na eleição para a Câmara, sem avaliar corretamente a correlação de forças. Mas o maior fator de desgaste, justamente o que destruiu instantaneamente a imagem do governo, foi o plano Levy, que ia contra tudo o que ela declarou na campanha.

De útil, sobrou apenas o PPI, que serve para o general Tarcisio, Ministro da Infra Estrutura de Bolsonaro, apresentar como coisa sua.

Luis Nassif

42 Comentários

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  1. Prezado Nassif. Fiz a primeira leitura. Como sou leigo, terei de passar por outras para assimilar.
    Mas há um trecho que me causou mais dúvidas: “As empresas foram literalmente esmagadas e se tornaram presas fáceis para os bancos avançarem ávidos sobre as garantias apresentadas. ”
    Entendo eu que banco trabalha basicamente com dinheiro, não quer saber de tocar negócios. Sendo assim, que garantias seriam essas?

    1. É precisamente esse o ponto, prezado.
      Levy não é burro, não é incapaz, não é ignorante nem tem visão limitada; é um profissional competentíssimo da banca, exatamente aquela que deseja, apenas e tão somente, avançar, ávida, sobre suas presas fáceis: o capital produtivo.
      Levy apenas e tão somente fez o serviço sujo, de dentro para fora.
      A “incapacidade absoluta de enxergar além das medidas fiscais imediatas”, a que se refere o Nassif, está na razão inversa da capacidade – total, única – de enxergar os ganhos financeiros advindos dessas medidas.
      Esse é o “x” da questão.
      E o Levy não é burro, não é incapaz, não é ignorante, ele sabe exatamente o que fazer, e o fez, com absoluta competência.
      A cada balanço publicado, os bancos ostentam seus lucros bilionários.
      Levy pode ser um cabeça de planilha, decerto; mas, no mundo das finanças, isso é o bastante para ser bem-sucedido.

        1. Na minha visão – também sou leigo – bancos não querem executar dívidas, querem prolongar o pagamento das mesmas, ou seja, rolar as dívidas, para delas extrair o único valor real que elas geram, os juros. De nada adianta ter um estoque de bens em garantia, pois executar uma dívida e vender os bens dados em garantia só serve para depreciar o valor das mesmas.
          Bancos emprestam dinheiro que não existe, para capitalizar o dinheiro real que os empréstimos geram, os juros. Quando você pega um empréstimo, o banco não faz um pacote de cédulas no valor total do seu pedido e deposita em sua conta, ele faz um lançamento em conta corrente. O dinheiro que “existe”, para fazer isso, é o seu, o meu, o dos correntistas e das PJ que mantém contas nesse banco.
          Bancos não lidam com bens tangíveis, sejam cédulas de dinheiro – cujo valor de face é um hoje, e o mesmo, daqui há dez anos, com o poder de compra reduzido – sejam bens (físicos) dados em garantia. Querem perpetuar a dívida, pois vivem de seu produto, que é bem real e tangível: os juros.
          Somente quando o endividado for subtraído de seu último centavo, executa-se a dívida, e aí o banco vai pensar no que fazer com o que foi dado em garantia.

    2. Pra voce pegar um emprestimo entrega algo em garantia, um bem, um ativo da empresa. Sem pagar a prestacao, o banco lhe executa e toma o que é seu. Se for por ex. maquinario, a empresa pára.

      1. Tomou o maquinário, a empresa para fe produzir, aí não paga mesmo, vai na justiça para reaver, maquinário e instalações patadas, e consegue o que? Não é o o que os bancos fazem, sair vendendo pra quem se estão cheios do mesmo.

    3. AntiCapitalismo de Estado Ditatorial Caudilhista Absolutista Assassino Esquerdopata Fascista. Alguma tentativa de retorno à inteligência e democracia durante Governo Jânio. A reestruturação nacional, soberana, independente criada nos Governos Militares, principalmente Geisel, mas que foram implodidas com a volta das Elites Esquerdo-Fascistas, juntamente com Sindicalismo e Trabalhismo Pelego, produzidos na Ditadura Fascista de 1930 e a tal “genialidade” econômica e financeira de EUGêNIO GUDIN, replicada nos Teóricos de PUC/RJ e FGV como Maílson, Bresser, Malan, Ciro, Fraga, Franco, Levy, Meirelles,…Alguns acreditam que inventaram uma outra nota no Samba de uma nota só destes 90 anos. É a Pátria da Surrealidade !! “…(WIKIPÉDIA) promoveu uma política de estabilização econômica baseada no corte das despesas públicas e na contenção da expansão monetária e do crédito, o que provocou crise de setores da indústria. Sua passagem pela pasta foi marcada, ainda, pelo decreto da Instrução 113, da Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc), que facilitava os investimentos estrangeiros no país, e que seria largamente utilizado no governo de JUSCELINO KUBITSCHECK. Foi por determinação sua também que o imposto de renda sobre os salários passou a ser descontado na fonte…” Juscelino? 50 anos em 5? Alguma coisa parece atual? Parece familiar? Parece ter a ver com o assunto discutido? Taxar Salários, reduzindo o poder de compras, financeiro e econômico, da Sociedade Brasileira, não parece algo tão atual? Mas deve ser apenas coincidência. Leiam os artigos de André Motta Araújo, sobre este personagem e assunto, num tal GGN. Pobre país rico. 90 anos de cachorro atrás do rabo. De vez em quando, alcança o prêmio. Mas de muito fácil explicação.

      1. Tentei ajudar, com um pouquinho de informação, como a de que Gudin nunca foi ministro de Vargas, mas ZS é um caso perdido!
        Pareceu dar uma melhorada, mas aí entra em estado de abstinência da desinformação.
        E quando volta a usá-las, repete as mesmas coisas, em delirium tremens cerebral, que não aguenta o tranco…
        Ô lôco, meu!

      2. “…As empresas já sentiam a queda no consumo. Com o choque tarifário, houve enorme aumento de custos. Ao mesmo tempo, houve o trancamento total do crédito. As empresas foram literalmente esmagadas…” Instrução 113 SUMOC? Eugênio Gudin? AntiCapitalismo de Estado. 90 anos. E discutir que Privatarias, Desindustrialização e Indústria da Miséria é fenômeno desta época e não de 90 anos de Estado Absolutista? A Verdade é Libertadora.

    4. “Dilma errou profundamente ao enfrentar Eduardo Cunha na eleição para a Câmara, sem avaliar corretamente a correlação de forças.”

      E não foi o único “erro profundo”! Como se escolhe um homem que usa peruca para um cargo de altíssima relevância como o de ministro da suprema corte? E, mais além, um sujeito que aparenta não ter as mínimas condições éticas, condição que se identificaria facilmente com meia dúzia de informações. Bastaria perguntar ao “moço do cafezinho” do tribunal onde ele batia o ponto no Rio de Janeiro: em poucas palavras demoliria a reputação da personagem.

    5. Evandro, completando as respostas dadas nos demais comentários vou tentar clarear um pouco mais.
      Em primeiro temos que ver como a dívida das empresas se forma:
      a) em tempos de crescimento e/ou de expectativas favoráveis consistentes as empresas buscam crédito para financiar investimento em seus ativos de giro (estoque e duplicatas a receber) e investimentos em ativos fixos (bens de capital, como prédios, instalações, máquinas e equipamentos)
      a.1) há outro típo de crédito, onde se contrai dívida para pagar dívida;
      b) os financiamentos de capital de giro são, na sua maioria autoliquidáveis, isto é, são linhas de descontos de duplicatas, ou garantidas por recebíveis (duplicatas e contratos de exportação performados, o que significa bens já embarcados)
      b.1) para reduzir o nível de risco da carteira dos títulos em garantia os bancos costumam exigir um nível de garantia superior ao valor do crédito para reduzir o risco de perda por inadimplência do sacado e limitam a concentração por sacado pulverizando esse risco
      b.2) obviamente, ao primeiro sinal de tempestade, levam embora o guarda-chuvas emprestado, reduzem os imites de crédito e a operação se autoliquida pela realização da cobrança dos recebíveis em garantia.
      c) os financiamentos em ativos fixos são mais complexos, as operações são de longo prazo e podem ser constituídos por linhas do BNDES nas quais o banco comercial é o agente financeiro, podem ser linhas de leasing ou lease-back, podem ser lançamentos de debêntures conversíveis (em ações) ou não conversíveis, podem ser linhas especialmente montadas, as chamadas operações estruturadas e podem ainda vir de operações de risco como venture capital ou private equity, enfim, quanto maiores forem os negócios e as empresas envolvidas mais próximo do limite da imaginação são desenhadas as operações de crédito e financiamento
      c.1) nessas modalidades de crédito as garantias são várias e guardam coerência com o prazo o tipo e o objeto do financiamento, via de regra são reais hipotecárias (bens imóveis), por alienação fiduciária (máquinas e equipamentos, constituidas por seguro de crédito, pela securitização de fluxo de caixa (alienação em garantia de receitas futuras) ou uma combinação entre os diversos tipos de garantia;
      d) a contratação de crédito para funding do passivo oneroso, a dívida para pagar divida que pode se destinar a melhorar o perfil de custo e prazos ou pode, na pior situação, ser apenas um tapa buraco, que com os juros cobrados, não tapa só aumenta porque contraria a regra #1 do buraco (se voce está no buraco para de cavar)
      Mas, o resumo disso tudo é que o banco, depois de certo tempo, não está nem aí para as garantias. Com as taxas de spreads (diferença entre as taxas da operação e o custo de captação do banco) cobradas durante o curso normal da operação recupera o capital com imensa folga e se a operação sair do curso normal, ficar inadimplente, entram os juros de mora e multa capitalizadas no principal. Como, na maioria das vezes, o tomador se empenha em regularizar o fluxo e paga a dívida o banco lucrou múltiplos do valor do capital emprestado. Nos casos em que o incauto cliente não consegue pagar o saldo do débito, crescendo a uma velocidade impossível de acompanhar, o que o banco não conseguir cobrar é jogado no colo da viúva ao s deduzido da base de cálculo da constribuição social sobre o lucro líquido e do imposto de renda. Depois disso tudo, se a execução das garantias não liquidou o crédito e resta um valor devido o banco vende o credito podre para empresas especializadas em recuperar ativos ou em usar isso para fazer planejamento tributário.
      Logo, pra que serve a garantia? Na maioria do casos e só um lastro colateral.

  2. Tudo isso pela incapacidade de enxergar que o golpismo já estava escancarado. Se nao enxergaram em 2012, quando foi tramado o “todos contra o PT” e a formação do blocao do Eduardo Cunha; ou em 2013, com o colar de tomate e as manifestações de rua; ou mesmo em julho/agosto de 2014, quando a lava jato delimitou as “investigações” a partir de 2002, deveriam ter se mancado quando o Aécio Neves recusou o resultado das eleições, e elegeram o mesmo Eduardo Cunha para a Presidência da Câmara…

    A essa altura do campeonato, só mesmo “a burocracia” do PT, PT, PT não percebia o arrivismo da direita “liberal” e da fascistada que sempre esteve na coalizao. Porém, triste mesmo é o fato de que esse Levy sempre foi um dos queridinhos do mercado, o mais “experiente”, “espertinho” da turma…

    Por essas e outras que eu faço questão de lembrar, o trem golpista foi puxado pela direita partidária e pela mídia, sim. O “mercado” só aderiu; os lavajatistas foram só peões no tabuleiro.

    1. As escolhas do PT para o PGR (nao se coloca inimigo na PGR, diz Bolsonaro – com razao!) e para o STF tambem contribuiram. Nao aprenderam nada com o dito mensalao

  3. Mas Levy não é economista por formação, ele é um engenheiro naval que fez pós em economia. E a sua forma de pensar e agir como ministro demonstrou claramente as limitações dessas mentes educadas para se restringir ao raciocinio cartesiano da engenharia, que pouco difere da mente de um economista econométrico.

    1. Peraí, vc não quer dizer que economista é foda. Digo isto pq Celso furtado era. Vc está confundindo formação com amplitude de pensamento. Simonsen era engenheiro. Antes nem havia economista, pelo menos no Brasil. O Nassif é jornalista, o André advogado, e por aí vai. Em tempo, não sou engenheiro mas fui educado para saber o alcance do pensamento cartesiano, ele não limita o pensamento, ajuda a ordenar.

  4. Sempre que leio esses artigos sobre o “desastre Levy”, eu fico me perguntando se o governo Dilma afundou somente por causa disso, a política econômica adotada pelo Joaquim Levy.
    Qual era a alternativa disponível para a presidente? Qual teria sido o outro caminho, o que não foi adotado pela Dilma Rousseff? Continuar com Guido Mantega??
    Mas não funcionava mais, a economia estava parada.

    1. Vosmecê não acerta uma,quer assobiar e chupar cana,o que me dá a certeza que tu és o último tucano do blog.O Governo de Dona Dilma não merece um comentário pior do que o seu.Cruzes.

    2. Renato Cruz (segunda-feira, 28/12/2020 às 11:32),
      Há dois comentários junto ao seu que o desmerece. Não vi razão para o seu desmerecimento. Eu sou defensor de Guido Mantega e acredito que naquele momento sendo a pessoa que mais conhecia a economia brasileira podia ainda ser uma alternativa.
      De todo modo, creio que seria muito difícil que ele conseguisse alguma coisa. Ainda mais com um Senado que só não era mais de direita do que o de 2018, mas mesmo assim naquele Senado a ex-presidenta às custas do golpe não contou nem com um terço dos votos contra o impeachment dela.
      Clever Mendes de Oliveira
      BH, 29/12/2020

      1. O blog do Nassif é muito bom, mas o nível de debate nos comentários é muito baixo, rasteiro mesmo. Se essa é a elite do eleitorado da esquerda, dá pra entender porque e como serão novamente derrotados em outubro de 2022.

      2. Seus comentários são bons, Clever, mas a maioria é apenas uma repetição interminável da mesma coisa, o “golpe da direita” em 2015-16. Parecem pardais repetindo o mesmo ruído até o infinito. Sem contar os loucos, como esse Marco A. uma sinistra mistura de burro, fanático e mau caráter.
        Paciência, as coisas são o que são, não o que queremos.
        Desejo um feliz 2021 ao Luís, à Lourdes, à Mariana, e aos demais Nassif e seus parceiros, que ajudam na manutenção desse blog.

  5. Pra mim.nao falta visão pra esse pessoal…ao contrário, só tem.uma visão, a dos abutres do rentismo podre, e por isso sacrificam todo o restante da economia…..não é isso o que o tchutchuka faz?
    E que desgraça são esses investidores? Investem em que desgraça no país? Que saco esse papo….

  6. João Ximenes Braga, pelo Facebook

    João Ximenes Braga
    57 min ·

    Quer entender o que é o neoliberalismo de um país periférico? Explicar eu não sei, mas posso apontar um caminho para entender.

    Em plena ressaca de feriado, a Ibovespa mal abriu e às 10h30 já disparou 0.57%. A razão de tamanha pauderescência é a aprovação do pacote fiscal assinado por Trump que libera 900 bilhões de dólares para recuperar a economia americana pós-pandemia. Trump, inclusive, se aliou aos democratas para aumentar o “bolsa família” e dar auxílio de dois mil dólares por adulto em necessidades.

    Nada mais natural que, diante dessa perspectiva de crescimento na Economia da corte, a bolsa da periferia tenha uma ereção.

    Acontece que a mesma Ibovespa broxa vergonhosamente sempre que, em Pinochetguedeslândia, se falava em prorrogar auxílio emergencial ou lançar o Renda Brasil ou qualquer coisa que pudesse furar o santo graal do teto de gastos da PEC da morte, instaurado pelo golpe neoliberal de 2016.
    Ué, mas então o governo americano impulsionar a Economia local pode, mas o governo brasileiro impulsionar a sua Economia local não pode?

    Parece contraditório, mas não é. É a essência da coisa. É para isso que precisaram dar um golpe para implantar à força o neo-liberalismo aqui. Por que a Economia local que deve ser forte é a de lá. A de cá, que fique a serviço deles.

    Foi pra isso a Lava-Jato. Foi pra isso o impeachment. Foi pra isso o antipetismo. Para nos transformar num país de 200 milhões de entregadores do iFood.

  7. Um pedido, até implorativo, e que é também um enorme conselho, meu caríssimo quase-conterrâneo Nassif: deixe pra lá o “autismo assustador”. O termo autismo NÃO É ADJETIVO, necessário mais que nunca não se esquecer disso. Converse lá com a dona Tereza da Escola Criativa Idade que ela te explica direitinho. O que o Levy e sua turma tinham e continuam a ter é um assustador apequenamento de visão, de horizontes, de espírito. Nada a ver com autismo, nada mesmo. Autistas não tem visão apequenada: eles apenas enxergam outros horizontes aos quais deixamos de dar atenção. Gracias!

    1. Luigi, eu lhe entendo, mas não tome a palavra autismo sentida como um adjetivo pejorativo. Muitos sabemos que não é. Que autistas podem ter inteligências e habilidades privilegiadas, etc. e tal.
      Há diferentes variações e níveis de autismo, cuja principal, mais comum ou mais conhecida característica é o distanciamento social dos demais, a baixa ou menor percepção do(s) outro(s) ou do seu entorno.
      Falo porque tenho 2 parentes por afinidade autistas, um deles em nível tão leve que, com curso superior, é aposentado de uma multinacional, tem um belo patrimônio, uma bela família de filhos netos e bisnetos onde ele é o “carro-chefe”. Mas ele é capaz de iniciar um assunto com você e deixá-lo falando sozinho, hehe.
      Quando se adota a palavra “autista” (como as vezes eu mesmo faço), não há nenhuma depreciação pessoal, apenas uma forma de resumir que alguém está um tanto dissociado da realidade que o cerca.
      Uma vez debati com uma colega que falar “minha mulher” era machista, porque a mulher não é propriedade…
      Retruquei que falar “meu chefe”, minha avó”, “meu amigo” não significava propriedade, apenas uma relação.
      Tudo isso para dizer que embora seja um combatente do preconceito em geral, o exagero em enxergar depreciação onde não há acaba minando esforços eficazes com efeito contrário por discussão estéril.
      Aí a coisa fica “preta”!
      (escura, sem luz, impenetrável … nada a ver com cor de pele, etnia, etc.)
      Né?

  8. “Levy pode ser um cabeça de planilha, decerto; mas, no mundo das finanças, isso é o bastante para ser bem-sucedido.” Concordo. Mas Levy não trabalhava para o Santander ou o Itaú. Trabalhava para o Estado Brasileiro e tinha de ter, como todos que ocupam tal posição, no horizonte de sua meta os impactos sociais das medidas. É disso que se trata aqui.

    1. Discordo, amigo.
      O “Disso que se trata aqui” é precisamente o fato de que a área econômica (e não somente ela) do Estado Brasileiro é ocupada por agentes da banca privada.
      E esses agentes cumprem a agenda do interesse privado, e não da população.
      Isso não é claro, não?
      A que interesses atendem Ricardo Salles, Paulo Guedes, e os outros?
      Os da população?

  9. Nassif,você sabe o respeito que lhe tenho,mas vamos dar um tempo de personificar nomes do desastre do Governo Dilma Rousseff,certo.
    A culpada foi única e exclusivamente ela que não entende porra nenhuma de política( o sistema de Governo é Presidencialista,com ou sem coalizão) e Luís Inácio que a indicou.Permita-me,mas o resto é água de flor.

    1. Dermeval Santos Lopes Junior (segunda-feira, 28/12/2020 às 19:13),
      Eu não tenho acompanhado muito o blog de Luis Nassif e salvo os mais antigos eu não sei quem é quem. Assim não considerei razoável o seu comentário enviado segunda-feira, 28/12/2020 às 21:05 com críticas ao comentário de Renato Cruz, enviado segunda-feira 28/12/2020 às 11:32.
      Ele apontou um defeito na maioria das críticas que são feitas àquele período. Defeito que consiste em não propor uma alternativa de política econômica que pudesse ser posta em prática.
      O que interessa, entretanto, é falar sobre este seu comentário aqui. Não é que você esteja errado em dizer que ela não entende nada de política. Só que isso é um lugar comum e que não cobre todo o leque de aspectos a serem considerados para explicar o que aconteceu ao Brasil em 2016.
      E para dizer o lugar comum é preciso estar atento a outros que tenham dito com muito mais propriedade. Veja por exemplo a fala de João Sayad em entrevista a revista Época com o título “O economista João Sayad é cético em relação ao atual cenário político” de quinta-feira, 09/07/2015 às 21h59, com atualização de segunda-feira, 13/07/2015 às 14h11, e que pode ser vista no seguinte endereço:
      https://epoca.globo.com/ideias/noticia/2015/07/o-economista-joao-sayad-e-cetico-em-relacao-ao-atual-cenario-politico.html
      Veja agora a resposta dele diante da seguinte pergunta da revista Época (do preposto da revista): “Qual perfil deve ter um presidente da República?” João Sayad então respondeu:
      “Leia a biografia do Getúlio. Converse com o Fernando Henrique e com o Lula. Você verá qual é o perfil necessário para um presidente da República. Não é o de um tecnocrata. É um sujeito que, para exercer suas funções em qualquer país do mundo, precisa ter empatia com os interlocutores, saber ouvir e atender e não atender às demandas. Para a presidente Dilma, faltam as características necessárias para exercer a Presidência. Ela não conseguiu gerar empatia, apoio, nem com o próprio PT, nem com o PMDB. Tomou muitas medidas de forma autocrática, como no caso da energia. Ainda que ela tivesse razão, despejou as medidas goela abaixo das empresas e da sociedade.”
      Então a falta de capacidade política já era um histórico da ex-presidenta às custas do golpe, Dilma Rousseff. Aliás, todos que partiram para a guerrilha ou atos contra o golpe de 64 tinham um pouco de resistência ao processo democrático que seria na visão dessas pessoas dominado por políticos corruptos. Pode até ser mas mesmo em um estágio incipiente como foi no golpe de 64 a democracia aparece como o terreno mais amplo para a esquerda atuar buscando a melhoria de condições de todos.
      E pode ser que a escolha da ex-presidenta às custas do golpe, Dilma Rousseff tenha sido uma opção premeditada de Lula para se livrar de toda aquela negociação que é a prática do Congresso em qualquer lugar do mundo e que no Brasil conta ainda com uma esquerda espremida pelo tamanho desproporcional da direita no parlamento.
      Eu tenho por mim que o golpe decorreu de três questões básicas. Primeiro o poder econômico financeiro é muito concentrado em São Paulo e de lá fica mais fácil controlar quase todo o país. Segundo a direita é maior quanto maior for a desigualdade no país. Quanto mais for desigual um país maior proporcionalmente é o tamanho da direita representada no parlamento.
      E por último deixei, em outro comentário aqui neste post “Levy tenta justificar um dos planos mais desastrosos da história, por Luis Nassif” e que enviei para Luis Nassif, o link para o post “Xadrez do fator é a economia, estúpido!, por Luís Nassif” de quarta-feira, 30/08/2017, também aqui no blog de Luis Nassif.
      Pois bem já lá no final do post há um comentário seu para o qual eu enviei um comentário. Antes era mais fácil de achar o comentário pois ele aparecia na primeira página. Agora é um suplício ir abrindo página por página até chegar ao comentário.
      Há mais tempo e por diversas vezes eu recomendei a você o meu comentário. Sei que à medida que envelhecemos somos refratários a mudança de opinião. Só queremos ser quem somos e nada mais. Aqui vale entretanto lembrar o Aforismo XLVI do “Novum Organum” de Francis Bacon:
      “O intelecto humano, quando assente em uma convicção (ou por já bem aceita e acreditada ou porque o agrada), tudo arrasta para seu apoio e acordo. E ainda que em maior número, não observa a força das instâncias contrárias, despreza-as, ou, recorrendo a distinções, põe-nas de parte e rejeita, não sem grande e pernicioso prejuízo.”
      Sim é com grande prejuízo para nós mesmos que muitas vezes refutamos a oportunidade de mudança. E ela está a seus pés. Leia o meu comentário para você lá no post “Xadrez do fator é a economia, estúpido!, por Luís Nassif” e nunca mais você será o mesmo.
      Clever Mendes de Oliveira
      BH, 29/12/2020

  10. Parece haver uma proposital ligação de recentes fatos que pode revelar uma tendência de ressuscitar o clima anti-petista de 2016. Levy ressuscita o seu desastroso plano que só foi cobrado a Dilma; Bolsonaro provoca Dilma incorporando Ustra; tentam exumar casos sepultados de Mantega, Palocci, Instituto Lula, etc.
    Tudo acontecendo quando Lula recebe absolvições justas e após ganhar acesso total as, até então, inacessíveis documentações contidas nos blindados processos supostamente arranjados contra Lula. Tem coisa aí!

    1. +Almeida (terça-feira, 29/12/2020 às 14:04),
      Fiz um comentário para você, mas quando o ia enviar voltei para fazer alguma correção (Nem cheguei a fazer correção e apenas fiz um acréscimo de dizer que admiro o Guido Mantega, considerando-o, principalmente à época, a pessoa que mais entende a economia brasileira). Depois de feito o acréscimo, tentei enviar o comentário, mas quando foi enviado, ficou parecendo que ele não saiu junto ao seu comentário e vejo agora depois que ele foi aprovado que foi isso que ocorreu.
      Clever Mendes de Oliveira
      BH, 30/12/2020

  11. Luis Nassif,
    O grande problema do Brasil é a falta de informação correta. Informação há em demasia, mas não há um só disposto a explicar cada história que aparece.
    Alguém já comentou como fez o João Vergilio Gallerani Cuter sobre a derrota do tipo da Corrupção construído antes com o apoio de Marco Aurélio e Celso de Melo em que era preciso o ato ou a omissão da prática do ato para caracterizar a corrupção e o novo tipo que surgiu com a ação Penal 470 em que bastava a vantagem indevida para caracterizar a corrupção.
    Alguém alertou para o fato de que o STF agiu de forma teatral (Marco Aurélio, por exemplo, disse que era preciso ouvir a voz das ruas) para aprovar os embargos infringentes na Ação Penal 470, dando ao decano Celso de Melo a última palavra.
    E não teria sido teatro também a postura contra a letra da Constituição no caso da reeleição do presidente da Câmara e do Senado. Ainda mais tendo que construir a ideia de que houve traição por parte de Fux, o que significa dizer que os ministros são os pobres coitados que não são capazes de perceber que “in fux we dont trust”.
    Alguém parou para entender o que realmente aconteceu com a soltura de Andre do Rap. E se tudo foi feito para que assim parecesse. Só nesse caso a imprensa não poderia ser acusada de publicar falsa informação. Ainda assim por que não consolidar em um post as opiniões de alguém que mostrava o outro lado.
    Nesse caso aqui no seu blog haveria espaço para se fazer um post só com as manifestações do comentarista que assina como Bo Sahl e para isso bastaria o que ele externou lá no post “A leitura cega das leis é sempre desastrosa, por Frederico Rochaferreira” de quinta-feira, 29/10/2020, de autoria de Frederico Rocha Ferreira, aqui no seu blog e que pode ser visto no seguinte endereço:
    https://jornalggn.com.br/judiciario/a-leitura-cega-das-leis-e-sempre-desastrosa-por-frederico-rochaferreira/
    O post de Frederico Rocha Ferreira desinforma. Os comentários de Bo Sahl esclarecem. Isso em uma área em que eu, embora afastado, sou formado. E no caso da economia em que meus conhecimentos são parcos como eu vou entender a realidade se ninguém procura destrinçar os acontecimentos e as repercussões dele.
    Alguém já analisou se era preciso corrigir o crescimento muito forte em 2009 (o crescimento de trimestres em relação ao anterior em 2009 foi o dobro do crescimento em 2010) e que foi o que a ex-presidenta às custas do golpe Dilma Rousseff fez. E fez em continuidade ao que o Banco Central já fizera em 2010 quando o crescimento quando comparado trimestre com trimestre imediatamente anterior do mesmo ano fora arrefecendo.
    Alguém parou para explicar por que os investimentos tiveram forte crescimento no último trimestre de 2012 e no primeiro e no segundo trimestre de 2013 (Em que setores o crescimento foi mais intenso). E para explicar por que houve uma brusca queda dos investimentos no terceiro trimestre de 2013 (Em que setores a queda foi mais brusca e por qual razão).
    Alguém parou para estimar o efeito orçamentário nas despesas e na receita com a perspectiva de crescimento em 2014 anunciada com a volta dos investimentos (quando o PIB do segundo trimestre de 2013 sai mostrando forte recuperação da economia puxada pelos investimentos) nós já estamos no final de agosto e é com base nisso que toda a discussão orçamentária se desenvolve.
    Ainda com as perspectiva que a queda do PIB no terceiro trimestre de 2013 pudesse ser revertida, quem saberia responder como o país deveria ser conduzido diante da queda das commodities e da subida do dólar em 2014. Aliás alguém já trabalhou com a análise dos preços das commodities e do petróleo em 2014 no mundo coincidindo com a reversão na receita no Brasil como se pode ver no gráfico mostrado no editorial da Folha de São Paulo “Gambiarras fiscais” de quarta-feira, 12/06/2019, e que pode ser visto no seguinte endereço:
    https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/06/gambiarras-fiscais.shtml
    É só fazer uma pesquisa do preço de commodities com o preço de petróleo à parte e verificar como a curva da receita parecia mais refletir a queda dos preços da commodities do que representar efeito das desonerações fiscais que o governo produziu.
    E você faz um texto que não é conflitante com o que você diz há muito tempo, pois há muito você era crítico das políticas econômicas de Guido Mantega. Assim ficou fácil defender os argumentos de Joaquim Levy, e então dizer que o diagnóstico fora bom mas a solução equivocada.
    Primeiro você faz vista grossa para os argumentos de Joaquim Levy, não mostrando o quanto eles eram primários. Aliás, de tão equivocados são os argumentos de Joaquim Levy que eles mesmo chega a ser conflitante com o que ele mesmo diz como se pode ver nas duas seguintes passagens:
    “Nesse ambiente adverso, foi preciso enfrentar ainda as consequências de meia década de excesso de despesas públicas, inclusive pelo inchamento dos bancos estatais.”
    “Restaurou-se ainda o equilíbrio nos bancos públicos, cujo capital estava desfalcado em mais de R$ 50 bilhões em atrasos do governo no pagamento de subsídios ao crédito, notadamente no PSI, de sombria memória”
    Por PSI entendo a Política de Substituição de Importação, e se for, não o considero de sombria memória. Talvez se possa dizer que melhor do que o PSI seja a desvalorização cambial que eu espero que agora não tenha volta. No entanto, naquela situação era impossível uma política assim.
    Então dizer que os bancos estavam inchados e desfalcados de capital não me parece muito coerente, ainda que se possa dizer que eles estavam assumindo muitas tarefas mas sem recursos para tal. Ainda assim, eles estavam dando lucro.
    Já disse muito e ainda não disse nada. No ano passado, no post “Utilidade pública: Links de Estatísticas Fiscais” de quarta-feira, 12/09/2019, no blog O Cafezinho, fiz um comentário tentando mostrar a necessidade de se ter mais proficiência na análise desse período. Lá deixei o link para o editorial da Folha de S. Paulo “Gambiarras fiscais”. Editorial que pecava por considerar semelhante o governo da ex-presidenta às custas do golpe e o governo do antes provisório e depois definitivo presidente as custas do golpe Michel Temer. O endereço do post “Utilidade pública: Links de Estatísticas Fiscais” é:
    https://www.ocafezinho.com/2019/09/20/utilidade-publica-links-de-estatisticas-fiscais/
    O endereço mais produtivo que eu deixei lá foi para o post “Xadrez do fator é a economia, estúpido!, por Luís Nassif” de quarta-feira, 30/08/2017, aqui no seu blog e de sua autoria e que pode ser visto no seguinte endereço:
    https://jornalggn.com.br/coluna-economica/xadrez-do-fator-e-a-economia-estupido-por-luis-nassif/
    É o endereço mais produtivo porque deixei lá um comentário meu enviado quinta-feira, 07/09/2017, às 18:26, para junto do comentário de Junior 5 Estrelas enviado quinta-feira, 31/08/2017 às 10:29, em que tento mostrar que não só há erro na compreensão do papel do STF como também não se faz justiça com a política econômica tanto do primeiro governo como do segundo governo de Dilma Rousseff.
    O meu comentário vale pelo que eu historio e vale também por links que eu deixo e aqui talvez o mais importante seja para o artigo “Tática fiscalista e estratégia social-desenvolvimentista” de quarta-feira, 03/12/2014, de Fernando Nogueira da Costa e publicado no site Brasil Debate, mas que teve pouca divulgação e aqui no seu blog foi transformado no post “Tática fiscalista e estratégia social-desenvolvimentista, por Fernando N. da Costa” de quarta-feira, 03/12/2014, e teve mais repercussão, pois houve 23 comentários embora quase um terço deles (7 comentários) fossem meus. O post “Tática fiscalista e estratégia social-desenvolvimentista, por Fernando N. da Costa” publicado no blog de Luis Nassif pode ser visto no seguinte endereço:
    https://jornalggn.com.br/artigos/tatica-fiscalista-e-estrategia-social-desenvolvimentista-por-fernando-nogueira-da-costa/
    Quer dizer, para um economista de qualidade havia razão para a mudança de política que a ex-presidenta às custas do golpe tentou implementar. E ele não estava sozinho. Parece-me que tanto Bresser defendia essa política de contenção de danos diante de uma realidade bem desfavorável como também ess era a previsão de Luiz Gonzaga Belluzzo.
    Talvez devesse deixar que economistas contra e a favor da política econômica de Joaquim Levy pudessem discutir em uma mesa redonda em uma espécie de curso de uns seis meses. E tendo como mediador o Guido Mantega que você muito critica e mas das vezes erradamente como ao dizer que a desoneração da folha era para aliviar o caixa da empresa.
    Não que dizer isso esteja completamente equivocado. Ocorre que esta medida está associada com o que se chama de Desvalorização Fiscal que é criar mecanismos via tributos para tornar os produtos brasileiros mais competitivos no exterior. Ai vale lembrar que para no verbete internacional “Currency war” os dois únicos brasileiros mencionados são Guido Mantega e a ex-presidenta às custas do golpe Dilma Rousseff.
    No caso você desonera a folha e aumenta a alíquota de algum imposto de valor agregado. Então analisar aquele período olhando todos os ângulos é um trabalho enfadonho. E assim você deve concluir que é muito mais fácil manter o seu feijão com arroz que tanto bate em Francisco como Chico. Bem, o Chico está ai na praça com juros escandinavos, gastos keynesianos, câmbio desafogado, preços livres e só a espera da retomada da economia pós pandemia puxada pelo comércio exterior.
    Clever Mendes de Oliveira
    BH, 29/12/2020

  12. +Almeida (terça-feira, 29/12/2020 às 14:04),
    Não creio que exista um momento agora. Há apenas um padrão. É a falta de informação pertinente. Como eu digo em comentário após o seu: “[i]nformação há em demasia, mas não há um só disposto a explicar cada história que aparece.”
    Até o texto de Guido Mantega na Folha de S. Paulo que bem historia o que aconteceu no mundo na segunda década do séc. XXI, peca por não focar no que aconteceu em 2014 e por não trazer o motivo para que a estratégia desenvolvimentista não fosse mudada. E considero que Guido Mantega é a pessoa mais capacitada a fazer esse diagnóstico pelo muito que ele apreendeu da realidade brasileira e de como ele estava preparado para saber conduzir a economia brasileira na época de turbulência que tem sido esta segunda década do século XXI.
    O artigo dele pode ser visto “Mais uma década perdida” de domingo, 27/12/2020, pode ser visto no seguinte endereço:
    https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/12/mais-uma-decada-perdida.shtml
    Pois bem, em vez de dedicar a explicar o que aconteceu em 2014, ele, depois de, como eu disse, bem historiar o que aconteceu no mundo na segunda década do séc. XXI, diz apenas o seguinte sobre 2014:
    “O Brasil começou a década perdida com expansão razoável de 3% ao ano e chegou a 2014 com a economia desacelerada, mas com uma dívida líquida baixa (36,7% do PIB) e com abundantes reservas financeiras (US$ 376 bilhões). No final de 2014 o desemprego era de 4,7%, o menor da séria histórica, assim como a pobreza e a miséria estavam nos mais baixos patamares.”
    E em seguida ele salta para 2015, já cometendo o engano de não lembrar que Joaquim Levy fora nomeado na quinta-feira, 27/11/2014, como se pode ver nos dois parágrafos que se seguem:
    “Logo depois da reeleição de Dilma Rousseff o país mergulhou numa forte crise política que deixou o governo acuado. A Operação Lava Jato paralisou a Petrobras e a cadeia produtiva de gás e petróleo, e as grandes construtoras, responsáveis por boa parte do investimento.”
    “Essa crise foi amplificada pelo abandono da estratégia desenvolvimentista praticada até 2014. Com a nomeação de Joaquim Levy para o ministério da Fazenda em 2015 foi inaugurada uma nova fase neoliberal que vigora até hoje.”
    Não sei se ele escolheu o tema ou se lhe foi dado o tema, o certo é que falta explicação sobre o que aconteceu em 2014 e 2015. E 2015 é ainda mais importante se considerarmos que naquele ano houve queda do PIB de ponta a ponta de 7%, mas como o PIB é a produção de todo ano e não do último dia do ano, a queda foi distribuída entre 2015 e 2016, mas em 2016 o PIB praticamente ficou estável.
    Então não há um aprofundamento da análise. E isso é o que se faz desde sempre. Observe que o editorial da Folha de São Paulo “Gambiarras fiscais” de quarta-feira, 12/06/2019, para o qual eu deixei o link em meu comentário para Luis Nassif enviado após o seu, destina-se a fazer uma equiparação do governo da ex-presidenta às custas do golpe com o início do governo Bolsonaro, mas mostra também o que ocorreu no governo do antes provisório e depois definitivo presidente às custas do golpe, Michel Temer, sem nenhuma preocupação com o contexto e as circunstâncias.
    E tal análise superficial voltou-se a repetir com o editorial da Folha de S. Paulo “Jair Rousseff” de sábado, 22/12/2020, e que pode ser visto no seguinte endereço:
    https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/06/gambiarras-fiscais.shtml
    É a mesma análise rasa se repetindo. E como não tenho a assinatura da Folha de S. Paulo não consigo ver se há o quadro de receita e despesa que existia em “Gambiarras fiscais”. De todo modo, eu cheguei a ver esse quadro bem antes no artigo, que, por sinal, surpreendeu-me, intitulado “PEC 241: Gastos do Governo” de segunda-feira, 24/10/2016, de autoria de ÁBACO LÍQUIDO, publicado no blog Abacus Liquid, e que podia ser visto no seguinte endereço:
    http://abacusliquid.com/pec-241-gastos/
    Infelizmente este link não está mais acessível. Eu tive então que buscar um link no Archive.org e encontrei o post no seguinte endereço:
    https://web.archive.org/web/20170628195926/http://abacusliquid.com/pec-241-gastos/
    O gráfico mostra que depois da inversão da curva da receita que encontrou com a curva da despesa em outubro de 2014, inicia um período de déficit primário. E três anos depois a Folha reproduz o mesmo gráfico mostrando que tudo continua como está e o Brasil não conseguiu mais obter o superávit primário.
    Aliás, Nelson Barbosa fez boa crítica ao editorial “Jair Rousseff em artigo que foi reproduzido em o Cafezinho no post com o título “A Folha da Faria Lima” de terça-feira, 25/08/2020, às 14h57 e que pode ser visto no seguinte endereço:
    https://www.ocafezinho.com/2020/08/25/a-folha-da-faria-lima/
    O artigo de Nelson Barbosa, bem crítico à Folha de S. Paulo, é muito bom, mas como eu digo lá em comentário enviado na quarta-feira, 26/08/2020 às 20h29:
    “Mesmo o artigo de Nelson Barbosa deixa a desejar. Ele não diz nada sobre a volta dos investimentos que empreenderam forte elevação no quarto trimestre de 2012, no primeiro e no segundo trimestre de 2013. Nem diz nada sobre a reversão desta retomada dos investimentos que se verificou no terceiro trimestre de 2013, por coincidência logo após as manifestações de junho de 2013. Também não mencionou a queda dos preços das commodities a partir de junho de 2014.”
    Há muita aspectos a serem considerados no período que sequer foram apontados, e muito menos levantados os seus efeitos. A mídia de modo geral já tomou posição sempre superficial e o que faz é reprisar esse posicionamento superficial de tempos em tempos. Em síntese, como você disse: “[t]em coisa aí”, mas não é para o momento e sim desde sempre.
    Clever Mendes de Oliveira
    BH, 30/12/2020

  13. RESUMINDO A FUNÇÃO do tal de LEVY NO MINISTÉRIO: Dar o “acabamento final do GOLPE que já vinha se encorpando há alguns anos. Ele foi o “representante” dos do PODER REAL e IMPOSTO POR SEUS “BRAÇOS” FINANCEIROS(BANCOS) para executar a tarefa de EXCLUIR um Governo SOCIALISTA em território imperialista. DURANTE o ano de 2015 conseguiu PARAR mais de SETE MIL OBRAS do Governo Dilma em andamento (PAC E ETC.), e, com a DOAÇÃO da Petrobrás EM 2014 (dava muito lucro e era a maior arrecadadora de IMPOSTOS do Brasil), acabou PRODUZINDO DEZENAS DE MILHÕES DE DESEMPREGADOS. Agora, vamos ter mais uns 20 anos de DITADURA(AGORA MIDIÁTICA-proibida mencionar até a PALAVRA SOCIALISMO. Aguardemos. É só minha opinião.

  14. Quando se trata de atacar a Dilma o nassif perde toda a noção. Nassif vira um completo sem noção.
    A avaliação do levy é correta, e a do nassif sem sentido.

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