Percival Maricato
Percival Maricato é sócio do Maricato Advogados e membro da Coordenação do PNBE – Pensamento Nacional das Bases Empresariais
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Lições que a guerra deixou e recebem pouca atenção, por Percival Maricato

70 anos da queda do Nazismo: lições que a guerra deixou e recebem pouca atenção

por Percival Maricato

A 2º Guerra Mundial foi continuidade da 1º. Esta, após grande matança na fronteira entre a França e a Alemanha, que disputavam ampliação de fronteiras, colônias, mercados, disputa em que participavam também a Inglaterra e posteriormente os EUA. Em 1918 ia sendo vencida pelos aliados, quando a Alemanha, esgotada econômicamente, reconheceu a derrota. Os aliados impuseram termos duros para aceitar a rendição (Tratado de Versalhes), agravando sua situação econômica, que por sua vez seria determinante na evolução política que levaria os nazistas ao poder.

Estes souberam explorar a humilhação, miséria social, o desemprego, a inflação, o anti semitismo,  o medo do bolchevismo, a incapacidade da social democracia manter a ordem ( que os nazistas transgrediam através da SA, grupos de choque formados por ex soldados , lumpens proletários, pequenos burgueses radicalizados.

Ante as ameaças vindas da esquerda, a grande burguesia, remanescentes da nobreza (ainda existia) e os chefes militares concordaram em chamar Hitler para chanceler. Pensaram que poderiam controlá-lo enquanto ele controlava os trabalhadores rebeldes.

Mal assumiu o poder, para tranquilizar a Wehrmacht (Forças Armadas), Hitler resolveu liquidar seus velhos companheiros que lideravam a SA o que fez friamente. E de quebra aproveitou para mandar assassinar dois generais que o incomodavam. A elite alemã calou-se. Concluiu que a liquidação da SA, que para seus chefes deveria substituir o exército reacionário, deixava um saldo positivo. A cumplicidade com o que iria acontecer no futuro, iniciada com a chamada do chefe nazista para formar o governo, foi reforçada e custaria caro ao país e seu povo, um pouco menos à parte da grande burguesia, cujas empresas foram preservadas do lado ocidental após a guerra.

Nos anos seguintes, Hitler, contrariando os termos assinados no fim da 1º Guerra, aumentou seguidamente o contingente do exército, reforçou a marinha, começou a construir uma força área, tomou e militarizou territórios vizinhos com a França, anexou a Áustria etc, sempre com total omissão da França e da Inglaterra. Não escondeu nada, estava tudo escrito no Mein Kampf, livro que escreveu alguns anos antes. Faltou coragem moral tanto a elite alemã como a dos ingleses e franceses, em sustar a loucura anunciada.

Encorajado, fez discursos dizendo que iria tomar os sudetos, território ao norte da Tchecoslováquia onde também viviam alguns milhões de alemães. Nessa altura, os chanceleres da França e Inglaterra viajaram a Munique, não para dar um basta, mas para reunir-se com o ditador e tentar apaziguá-lo, concordando com a invasão, desarmando os tchecos, que tinham um exército razoável, mas a partir dai desmoralizado.

A intenção destes dois países ficava cada vez mais visível: de um lado apaziguar e contemporizar, de outro jogar a Alemanha belicista contra a União Soviética, matando dois coelhos. A omissão, para não dizer cumplicidade, já tinha acontecido na Espanha, onde o exército, liderado por Franco, tentou um golpe de estado e iniciou uma terrível guerra civil entre a República, comandada por forças políticas de centro e de esquerda, e forças de direita (Igreja católica, militares, latifiundiários), lideradas por militares. Hitler e Mussolini enviaram abertamente tropas, armas, até esquadrilhas de aviões para ajudar os militares, no mar torpedeava navios espanhóis ou que se dirigiam ou saiam da Espanha com mercadorias e armas, enquanto que a Inglaterra impunha a neutralidade, forçando inclusive a França a recuar nas suas intenções de ajudar os legalistas (o que foi obtido também devido a fragilidade política e vacilações do governo socialista então existente nesse país). Sobrou a URSS que ajudou intensamente o governo espanhol, mas que não podia compensar o que faziam italianos e alemães, mais próximos. Muito menos foi suficiente a ajuda das brigadas internacionais ao governo. Estas foram obrigadas a deixar o país por pressão dos que pediam a não intervenção de forças externas, tanto dentro como fora do país. Ou seja, estava presente mais uma vez o encorajamento dos dois ditadores, Hitler e Mussolini.

Às vésperas da 2º Guerra, Stálin estava apavorado com as demonstrações de força de Hitler e após inúmeras tentativas de acordo com a França e Inglaterra, recusados, concluiu o óbvio: as democracias ocidentais iriam manter-se distantes, esperando que Hitler atacasse a URSS; afinal, como constava de Mein Kampf,  o bolchevismo era para ele, ao lado dos judeus, o maior inimigo do arianos e o território soviético era lebensraum (espaço vital para expansão do povo superior, os arianos).  Isso tudo parecia separar os dois ditadores,  ambos se temiam, destilavam ódio um contra o outro, chefiavam regimes incompatíveis, mas nada disso impediu que fizessem às vésperas do início da guerra, um acordo que surpreenderia o mundo, principalmente os comunistas internos ou de outros países, que até o dia anterior escutavam diariamente horrores contra o Fuhrer.

Hitler, que àquela altura já tomara toda a Tchecoslováquia (os países ocidentais, a quem o ditador disse que jamais faria isso, ficaram calados; o exército deste país não teve como reagir, entregou aos alemães todo seu arsenal) e se preparava para invadir a Polônia, sabia da grande possibilidade da URSS entrar na guerra, não para salvar a Polônia, mas por que sabia ser ela a próxima vítima e aí com a Wehmarcht partindo de suas fronteiras. O ditador alemão também minimizava o risco, após tantas concessões, mas reconhecia a possibilidade da Inglaterra e França também entrarem na luta ao lado da Polônia, o que bradavam por comunicados e discursos.

Para não correr risco de ter que lutar de ambos os lados, propôs acordo a Stálin, seu arqui-inimigo, que aceitou rapidamente. O sim do ditador soviético se deu devido a oferta por Hitler de parte da Polônia que fazia fronteira com o território da URSS (muitos territórios já tinham pertencido a Ucrânia e foram  entregues a Polônia no fim da 1º Guerra). Funcionou o chamado pragmatismo das grandes potências. Stálin tentou justificar o acordo, dizendo internamente que precisava de tempo para se preparar para enfrentar a Alemanha, que era isso ou iria suportar sozinho a máquina de guerra montada pelos boches. Se preparar-se melhor, era sua intenção, falhou vergonhosamente.

Aproveitando-se do apaziguamento da URSS, os nazistas invadiram e bateram a Polônia em pouco mais de um mês, surraram depois ingleses, franceses,ingleses, belgas, dinamarqueses, noruegueses etc, em curtíssimos períodos de tempo.

Quase dois anos depois o Fuhrer invadiu a URSS e foi como se a Wehrmacht estivesse fazendo um passeio. Os soviéticos, totalmente despreparados para a blitzkrieg, apesar de já tê-la visto ser usada nos anos anteriores, iam sendo cercados e se entregavam. A maioria dos historiadores culpa Stálin, por achar que Hitler não romperia o acordo, por não dar ordens de preparação de enfrentamento da invasão para não provocar o ditador alemão, por, enfim,  não preparar suas forças militares convenientemente (informação, inteligência, recuo para enfrentar a máquina alemã em profundidade, guerra de movimento, mecanização, força aérea com pilotos treinados e agindo com a infantaria e mecanizadas etc). Mais de mil aviões soviéticos foram destruídos em poucos dias, no chão e cerca de 3,3 milhões de combatentes russos foram aprisionados nos primeiros meses de luta.

Os alemães chegaram a 30 kms de Moscou e só pararam devido a extensão de suas linhas de abastecimento, o que dificultava trazer armas, munições, suprimentos e ao general inverno, o mesmo que batera Napoleão, que trouxe  frio e lama.  Stálin também deu uma força: após saber que o Japão não declararia guerra aos soviéticos, trouxe as tropas experientes que estavam nas fronteiras orientais.

A Wehrmacht fracassou pela primeira vez, não tomando Moscou. Posteriormente, sofreu derrota, maior ainda, em Stalingrado, onde foram aprisionados cerca de 200 mil soldados de Hitler, inclusive 24 generais e um marechal, outra decisiva em Kursk, considerada a maior batalha entre tanques e aviões da história (cerca de 3 mil tanques e 3 mil aviões envolvidos), tiveram que desistir de tomar Leningrado (após 880 dias de cerco, com os sobreviventes comendo os mortos para não morrer de fome e continuar a resistir),  finalmente os soviéticos começaram a empurrar os alemães de volta para seu país.

Enquanto essas lutas se desenvolviam, os nazistas escancaravam ainda mais o saco de maldades: após levarem para campos de concentração os opositores políticos internos (sociais democratas, socialistas, comunistas, até católicos e liberais mais incômodos), passaram a liquidar deficientes mentais, judeus (cerca de 6 milhões), matar militantes e oficiais comunistas, à medida em que iam invadindo a URSS (Ordem do Comissário), permitir que morressem de tanto trabalhar, de fome ou de frio, mais de 90% dos milhões de prisioneiros russos que fizeram no início da guerra (para os nazistas os eslavos eram untermensch, ou seja, seres inferiores, que não teriam direitos de prisioneiros de guerra; teriam nascido para servirem os superiores, que eram eles; como os eslavos eram muitos, quanto mais morressem, melhor; tornou-se comum, também aqui, entre os prisioneiros, o canibalismo dos mortosm, como forma de sobreviver).

Para liquidar tantos milhões de seres humanos, os nazistas tinham formado grupos especiais de matadores (einsatzgruppen). E estes de fato mataram a tiro centenas de milhares de pessoas. Mas logo percebeu-se que não conseguiam matar no ritmo necessário, alguns ficavam abalados psicologicamente e então foram criadas as câmaras de gás, o fordismo aplicado ao assassinato.

Nesta altura é possível entender a conclusão de Ana Arendt sobre a banalidade do mal. Não houve nenhuma escolha especialíssima para administrar campos de concentração e liquidação de seres humanos, inclusive crianças, em escala industrial. Alemães comuns foram indicados para criar e trabalhar nessa máquina. E cumpriram suas funções com aplicação mecânica, preocupados mais com a eficiência, poucos se envolvendo com sentimentos ou tendo a consciência da monstruosidade. Para eles, era um serviço como outro qualquer. Até hoje se discute como o povo alemão chegou a ser tão açougueiro, tão bárbaro, a ponto de nada dever a Gêngis Kahn ou Átila.

Durante o ano de 1942, Stalin tentou mais uma vez, desesperadamente, obter ajuda das democracias  (além de fornecimento de equipamentos, que chegavam pelo Oriente e Irã): fazer com que abrissem uma segunda frente contra os alemães, na Europa, mais estas preferiram descer em um teatro secundário, no norte da África. Os EUA tinham um problema prioritário, a guerra contra os japoneses no Oriente. Os russos ficaram sozinhos, mas contrariando todos os prognósticos, resistiram, venceram até mesmo a batalha da produção de armas e já estavam próximos da fronteira da Alemanha em 1944 quando os ocidentais invadiram a Normandia.

O Exército Vermelho retomou a URSS, não encontrando nos territórios ocupados uma única aldeia não incendiada e com grande parte da população dizimada (um ataque guerrilheiro nas proximidades era suficiente para matança indiscriminada de civis) , foi tomando um a um os países aliados da Alemanha (Hungria, Romênia, Bulgária, os países bálticos), além de outros invadidos por ela (Polônia, Iugoslávia, Tchecoslováquia). Todos seriam transformados em socialistas, como Stálin entendia o sistema, de cima para baixo. Seriam controlados por partidos comunistas burocráticos por muitos anos (exceto a Iugoslávia, comunista, mas independente).

Depois de tantas barbaridades, a elite alemã, Hitler à frente, não poderia mesmo esperar condescendência por parte dos soviéticos. A solução pensada por alguns militares conspiradores da Wehrmacht foi liquidar o ditador, fazer paz com os ocidentais e jogar toda a força disponível contra a URSS. Ressalte-se que Churchill e Roosevelt, consultados, jamais aceitaram essa possibilidade. As tentativas de assassinar Hitler foram grandes fiascos, mas inspiraram bons filmes. Nisto os alemães foram de uma incompetência impar. O Fuhrer aproveitou a  última delas (Operação Walkiria) para prender, interrogar sob violentas torturas, humilhar e matar, muitos por enforcamento em ganchos de açougue, por volta de três mil opositores, inclusive vários generais. Estes antes foram expulsos da Wehrmacht, por tribunais de honra, composto por generais que preferiram ficar com o ditador nazista e fazer mais esse papel vergonhoso. Se depois haveria tortura e ganchos de açougue eles nada tinham a ver com isso, tanto como  desconheciam (é o que diriam no Tribunal de Nuremberg) o que a SS fazia com prisioneiros soviéticos, ciganos e judeus.

O Exército Vermelho invadiu Berlin e o ditador nazista, que tanto repetia que todo alemão devia resistir enfrentando o inimigo até a morte, trancou a porta de sua sala no bunker, de onde dirigia a guerra e deu um tiro na cabeça. Dias antes, Mussolini, que levara a Itália ao conflito, foi deposto pelos próprios fascistas e acabou caçado e preso por comunistas que o mataram em uma praça pública e após penduraram seus corpos.

Os soviéticos perderam, conforme a fonte da informação, entre 20 a 27 milhões de pessoas, algo como duas vezes e meia a três vezes e meia mais que os alemães (8 milhões). Os alemães orientais foram submetidos a uma ditadura stalinista até a queda do Muro de Berlin. A 2º Guerra teve pois, muitos aspectos obscuros que nem sempre se lê nos livros de  história, deixou muitas lições. Por exemplo, visto  de um prisma histórico, os alemães, mesmo os que ficaram no interior do Muro de Berlin, não teriam sofrido bem menos que se poderia esperar, ante a catástrofe que iniciaram?

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13 Comentários

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    1. Os estupros e pilhagem era

      Os estupros e pilhagem era algo bastante comum, aliais talvez ainda seja, os americanos praticavam contra as populações alemãs a medida que tomavam território alemão… Talvez a unica potencia que tenha sido “civilizada” com os derrotados tenham sido justamente os alemães quando ocuparam a Europa ocidental, por mais incrivel que isso possa parecer!!!

      1. Sem talvez

          O estupro é comum desde os primórdios das guerras, principalmente nas “civis” e “étnicas”, tanto que no fianl do século XX, na Yugoslávia, foi praticado até de forma sistemática – alguns autores consideram inclusive que tal prática, é uma “arma” destinada a intimidação e humilhação dos oponentes.

           Quanto aos alemães, em relação a Europa Ocidental, ocorreram certamente casos isolados, e muitos foram punidos com base no HDV ( heersdienstvorschrift – Regulamento do Serviço Militar – Exército ) de 1934, pois era interesse politico da Wehrmacht e da liderança nazista, apresentar seus soldados como “perfeitos” e no caso masi especifico da França e Bélgica, renegar algumas atrocidades anteriormente cometidas pelos soldados do Kayser na 1a GM.

            Tal exigência de “bom comportamento” nos paises-ocupados da Europa Ocidental, vieram a proporcionar ás Waffen-SS e ao Serviço de Trabalho Voluntario no Reich, um grande numero de adesões, que somente começaram a rarear a partir de 1942, no caso STO, mais em relação ao recrutamento para as Waffen-SS, continuou elevado.

             Já em relação a Guerra no Leste, o HDV foi jogado no lixo, e mesmo com a determinação expressa nas “leis de sangue ” de NUremberg, as tropas alemãs ( independente da unidade ), estruparam milhares de mulheres, sendo que os unicos paises que tais práticas foram menos abusivas, foi nos “Estados Bálticos “.

      2. Realmente os nazistas devem

        Realmente os nazistas devem ter sido muito “civilizados” com os judeus na Europa Ocidental….Se isso não é revisonismo histórico é só propaganda pró-nazi.

  1. Discordo. Alguns nazistas

    Discordo. Alguns nazistas ganharam muito mais do que a guerra. Eles ganharam bons empregos e salários nos EUA e fizeram história e escola naquele país. Tanto que agora os norte-americanos, nazistificados, retribuem seus mestres apoiando os neo-nazistas na Ucrania. 

  2. Gostaria de questionar alguns

    Gostaria de questionar alguns pontos que discordo ou omitidos que considero fundamentais na narrativa dos acontecimentos acima:

    _ As medidas de exceção do governo da minoria foram tomadas antes da chegada de Hitler ao poder, como o parlamento alemão muito fracionado era impossível governar com base no congresso, então se adotaram medidas de emergencia que depois foram continuadas por Hitler;

    _ O partido nazista nunca foi maioria em eleição alguma da Alemanha, perdeu a de 1930, teve cerca de 19% dos votos, e teve cerca de 46% na eleição parlamentar de 33, a subida de Hitler ao poder só ocorreu por conta da saude precária de Von Hindenburg, que depois de uma série de tentativas de formação de um governo de coalizão finalmente chamou Hitler para assumir a chancelaria, algo equivalente ao cargo de primeiro ministro;

    _ Desde o final dos anos 20 existia cooperação entre os alemães e russos, por conta do isolamento da URSS e dos termos do tratado de Versalhes, era uma cooperação tecnica bastante profunda, aliais talvez só rivalizada pela cooperação tecnica dos EUA com a URSS, grande numero de patentes amerincanas de tecnologias militares foram adquiridas pelos soviéticos, um exemplo a a suspensão do tipo christie, muito usada nos tanques russos durante a 2 GM;

    _ Apesar do discurso, a Alemanha de fato pouco se contrapunha a URSS nos anos pré guerra;

    _ Os territórios tomados pela Alemanha no pré guerra, Tchecoeslovaquia, parte da França e Austria, eram terras perdidas na 1 Guerra Mundial e/ou territórios com populações alemãs numerosas;

    _ A segunda guerra mundial poderia ter sido iniciada quando da invasão da Finlandia pelos soviéticos, inclusive tropas francesas se prepararam para intervir, mas a Finlandia tinha aceito os termos soviéticos para o armisticio;

    _ A invasão da Polonia que marca o inicio da segunda guerra mundial, foi feita por alemães E RUSSOS, que dividiram o pais, somente o sentimento de basta de ingleses e franceses levou a declaração de guerra contra somente a Alemanha e o “esquecimento” da URSS. Inclusive chega ser contraditório que Inglaterra e França estivessem dispostos a guerra contra a Alemanha e no final do conflito a Polonia tenha sido entregue a URSS.

    _ Stalin contava com a guerra da Alemanha contra França e Inglaterra, esperava que o conflito durasse pelo menos dois anos, tempo suficiente para a URSS se preparar para entrar no jogo de forma decisiva, libertando a Europa dos capitalistas;

    _ Stalin NUNCA confiou nas potencias ocidentais, sempre achou que a URSS estava sendo usada para se destruir contra a Alemanha e sobre o destroços das duas surgiriam as potencias ocidentais para salvar a Europa, por conta disso EXIGIA uma segunda frente, alem do apoio material, aliais em função das perdas humanas russas soube reinvindicar mais no final do conflito;

    _ A maneira como a URSS travou a guerra foi decidida ainda no inicio do conflito, os russos iam usar seu potencial industrial,  de materias primas e PRINCIPALMENTE humano para derrotar a Alemanha, Stalin sabia que nenhum pais no mundo podia enfrentar a URSS com perdas gigantescas humanas;

    _ Os principais fatores que levaram as gigantescas perdas russas no inicio foi a disposição do exercito vermelho, que estava quase todo concentrado nas fronteiras com a Alemanha, então alem de manter o plano original os alemães fizeram um ataque preventivo a intervenção soviética;

    _ A politica de terra arrasada foi uma ordem direta de Stalin no inicio da guerra, os alemães não poderiam usar nada, tudo deveria ser destruido, então quando da contraofensiva soviética os alemaes simplesmente continuaram com a mesma politica;

    _ Durante e depois da guerra grupos insurgentes dos territórios sovieticos ocupados pelos alemães no inicio da guerra lutaram contra alemaes E SOVIÉTICOS, Stalin só foi acabar com esses grupos no final dos anos 40, bem depois do fim da guerra, dezenas de milhares morreram nesses conflitos;

    _ A URSS não libertou a Ioguslavia, eles se libertaram sozinhos, aliais os servios libertaram a Ioguslavia apesar dos Croatas, que eram pró nazistas;

    _ Estudiosos de geopolitica ingleses tinham previsto nos anos 30 que um conflito contra a Alemanha levaria a hegemonia dos EUA diante de uma Europa devastada pela guerra, então tudo que a Alemanha pretendeu ter com o conflito foi na verdade conseguido pelos EUA, com a excessão da URSS que se tornou a única força capaz de contrapor o poder americano, os alemaes também sabiam disso e tentaram uma paz honrosa com os ingleses ainda em 1940, enviando Rudolf Hess para negociar com os britânicos, contudo Churchill enganou os alemaes com falsos sinais de que aceitaria e continuou com a guerra, colocando em risco a integridade da Inglaterra, que poderia ter sido invadida pelos alemaes, só não foi por conta da resistencia da RAF, que atrasou os planos alemaes o suficiente para Hitler desisitir e continuar com o planejamento inicial que incluia a invasão da URSS, para garantir o espaço vital alemão;

     

    1. _ A segunda guerra mundial

      _ A segunda guerra mundial poderia ter sido iniciada quando da invasão da Finlandia pelos soviéticos…

      _ A invasão da Polonia que marca o inicio da segunda guerra mundial, foi feita por alemães E RUSSOS, que dividiram o pais, somente o sentimento de basta de ingleses e franceses levou a declaração de guerra contra somente a Alemanha e o “esquecimento” da URSS.

      Entendo, a WWII poderia ser considerada iniciada pela URSS uma vez que, pelo seu calendário, novembro vem antes de setembro (só para lembrar: invasão da Polônia é em 01/09/39 e a invasão da Finlândia ocorre em 30/11/39).

       

      _ Stalin contava com a guerra da Alemanha contra França e Inglaterra, esperava que o conflito durasse pelo menos dois anos, tempo suficiente para a URSS se preparar para entrar no jogo de forma decisiva, libertando a Europa dos capitalistas;

      Entendo, Stalin pensavam longe. Tudo no fundo foi um estratagema dos comunistas que quase deu certo.

       

      _ Stalin NUNCA confiou nas potencias ocidentais, sempre achou que a URSS estava sendo usada para se destruir contra a Alemanha e sobre o destroços das duas surgiriam as potencias ocidentais para salvar a Europa, por conta disso EXIGIA uma segunda frente, alem do apoio material, aliais em função das perdas humanas russas soube reinvindicar mais no final do conflito;

      Entendo, deram (e só pode dar quem possui) os paises do leste para o Stalin porque ele “reivindicou”. O fato das tropas soviéticas terem avançado e tomado o terreno nesses paises e ido até Berlim é só detalhe. O que valeu foi que ficaram com pena das grandes perdas dos russos e não puderam negar o pedido do Stalin.

       

      _ A maneira como a URSS travou a guerra foi decidida ainda no inicio do conflito, os russos iam usar seu potencial industrial,  de materias primas e PRINCIPALMENTE humano para derrotar a Alemanha, Stalin sabia que nenhum pais no mundo podia enfrentar a URSS com perdas gigantescas humanas;

      Entendo, os russos já contavam com a morte de 30 milhões. Aliás, os alemães não tiveram culpa, foram os russos que quiseram se sacrificar. E esperavam ganhar usando o “potencial industrial”; coisa que os EUA, a Alemanha, Inglaterra, Japão, etc, não pensaram ou dependiam uma vez que nesses paises tanques nascem em árvores.

       

      _ Os principais fatores que levaram as gigantescas perdas russas no inicio foi a disposição do exercito vermelho, que estava quase todo concentrado nas fronteiras com a Alemanha, então alem de manter o plano original os alemães fizeram um ataque preventivo a intervenção soviética;

      Entendo, os alemães não iriam atacar os Russos. Foi só um ataque preventivo. E a enormidade dos civis mortos (o grosso dos 27 milhões) é porque estavam de férias perto da fronteira ai quando os tanques alemães passaram foram atropelados por muito azar.

       

      _ A politica de terra arrasada foi uma ordem direta de Stalin no inicio da guerra, os alemães não poderiam usar nada, tudo deveria ser destruido, então quando da contraofensiva soviética os alemaes simplesmente continuaram com a mesma politica;

      Entendo, os alemães não queriam matar civis. Eles só destruíam as vilas, os civis é que teimavam ficar dentro das vilas.

       

      PS:  Não sou comunista, muito menos admirador de Stalin. Mas convenhamos, esse seu post só falta dizer que os nazistas foram os heróis da WWII.

       

      1. Leu errado… Quem derrtou a

        Leu errado… Quem derrtou a Alemanha foram os soviéticos, os ocidentais sabiam disso e por conta disso não tiveram como questionar as reinvindicações da URSS…. Numa guerra como esta não existem líderes inocentes ou vitimas, Stalin ou Hitler? A mesma coisa para mim… inocentes somente as vitimas não combatentes, mesmo assim isso é relativo…. visto que para os ingleses a população alemã era considerado um alvo válido, apenas para citar um exemplo.

        1. Leu errado… Sua frase era

          Leu errado…

          Sua frase era apenas:

          aliais em função das perdas humanas russas soube reinvindicar mais no final do conflito;

          Ou seja, o “soube reinvidicar” está colocado como decorrência do “em função das perdas humanas russas” e mais nada. E essa frase só pode ser lido como a reinvidicação lougrou êxito (“soube reinvindicar”) porque [os EUA e a Inglaterra] consideraram as “perdas humanas russas”.

          Mas se na verdade estava querendo dizer o que escreveu agora (“Quem derrtou a Alemanha foram os soviéticos, os ocidentais sabiam disso e por conta disso não tiveram como questionar as reinvindicações da URSS”) concordo 100%.

           

      2. A URSS se submeteu a alemanhã

        A URSS se submeteu a alemanhã ao invadir a Polônia.  Aceitou o que lhe foi oferecido proque, de toda forma, não pdoeria recusar de qualquer maneira.

         

        Pelo visto vc não entendeu o que aconteceu.

         

        1. Aceitou o que lhe foi

          Aceitou o que lhe foi oferecido proque, de toda forma, não pdoeria recusar de qualquer maneira.

          Está a se referir a quê exatamente, ao tratado de não agressão com a Alemanha ou a demarcação geopolítica do pós-guerra?

          Pelo visto vc não entendeu o que aconteceu.

          Seria interessante marcar a parte do meu texto a que se refere porque não sei onde cabe sua crítica ao que escrevi. Dizer “você não entendeu” e ponto, fica complicado.

           

           

          1. A Usina da Itaipú é um bom

            A Usina da Itaipú é um bom exemplo de submissão.

            Poderiam os paraguais dizer não?

  3. Há só uma imprecisão no pacote de maldades do Hitler.

    Só há uma imprecisão cronológica no pacote de maldades de Hitler, a execução de crianças e adultos alemãs com problemas físicos e mentais começou em outubro de 1939 através do program “Aktion T4”, e permaneceu oficialmente até que em 3 de agosto de 1941 o bispo de Münster, Dom Clemens-August Graf von Galen ao descobrir o programa denuncia-o num dos três violentos sermões que proferiu contra o Nazismo, o programa terminado oficialmente em 24 de agosto de 1941. O programa inclusive foi que inalgurou o uso de câmaras de gás.

    Este bispo era um conservador católico anti-comunista, anti-socialista e antidemocrata. Em 1933 defendia o nazismo, mas quando este começou a interferir na Igreja ele virou o maior opositor interno ao nazi-fascismo, foi mantido em prisão domiciliar de 1941 até o fim da guerra e não foi morto pois Joseph Goebbels não queria criar um mártir que influenciaria muito nos católicos alemães.

    Uma parte de seu sermão foi claro e incisivo:

    “Homens e mulheres alemães! O artigo 211 do Código Penal alemão ainda está em vigor, nos seguintes termos: ‘Quem mata um homem com intenção deliberada é culpado de assassinato e punível com a morte’. Sem dúvida, para proteger aqueles que matam intencionalmente estes pobres homens e mulheres, membros de nossas famílias, desta punição prevista por lei, os pacientes que foram selecionados para a morte são removidos de sua área de origem para algum lugar distante. A causa da morte é então atribuída a uma ou outra doença. Como o corpo é imediatamente cremado, os parentes e a polícia criminal são incapazes de determinar se o paciente esteve de fato doente ou qual foi a real causa da morte.

    Hoje são assassinados, barbaramente assassinados inocentes indefesos; pessoas de outras raças e de proveniências diferentes também são suprimidas. […] Estamos diante de uma loucura homicida sem igual. […] Com gente como essa, com esses assassinos que pisam orgulhosos sobre as nossas vidas, eu não posso mais ter comunhão de povo!”

    Também há referências muito bem postas pelo bispo sobre o destino dos soldados que fossem feridos nas guerras, esta alegação foi uma das causas do fim do programa.

    Já em um sermão anterior já tinha ficado bem claro a sua posição:

    “Nenhum de nós está seguro — pode-se ser o mais fiel e consciencioso dos cidadãos e pode-se estar consciente de completa inocência — mas não se pode ter certeza de um dia não ser arrancado de casa, privado da liberdade e trancado em porões e campos de concentração da Gestapo.”  Fica claro que já em 1941 os Alemães já sabiam dos campos de concentração e dos assassinatos nestes campos.Também é interessante notar que após a dissolução da “Aktion T4” todos aqueles que nela trabalhavam foram deslocados para um novo programa, o uso das câmaras de gás nos campos de concentração para judeus, ciganos e outros indesejáveis.

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