Lula na urna em 7 de outubro, por Gleisi Hoffmann

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Foto Folha/UOL

Jornal GGN – Em artigo para a Folha, Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT e senadora, aborda a movimentação para que Lula esteja na urna em 7 de outubro. A senadora discorre sobre a mobilização em torno da democracia e do direito de Lula concorrer como candidato que é.

Gleisi aponta que Lula não está só, a movimentação em torno dele já aglutina alguns partidos, além da maioria da população. Afirma ser direito de Lula ser candidato assim como o é da população em votar nele, votar livremente, apesar de todos os abusos e arbitrariedades cometidos atualmente no país.

A senadora aponta o trabalho conjunto da grande mídia e judiciário para tirar Lula do caminho. E, mesmo com a orquestração, ele continua firme, com crescimento nas pesquisas de intenção de voto e deixando claro que votar nele é a reação do povo contra o que se instalou no Brasil.

Leia o artigo a seguir.

Lula na urna em 7 de outubro

por Gleisi Hoffmann

Só uma violência jurídica pode impedir candidatura

Artigo de Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores e senadora (PT/PR), para a Folha de S.Paulo

Milhares de pessoas estão mobilizadas para o ato de registro da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, nesta quarta-feira (15), em Brasília. Muitos duvidaram que chegaríamos com o candidato do povo a essa data do calendário eleitoral. Pois chegamos e iremos além: até 7 de outubro, com o nome de Lula na urna eletrônica.

Chegamos mais fortes do que desejavam os adversários. Construímos uma coligação com o PC do B e com o Pros, fizemos uma aliança com o PSB que libera importantes setores do partido para apoiar Lula, teremos apoio de governadores de outros partidos e, o mais importante: a maioria da população.

Lula não ficará sem voz enquanto permanecer injustamente preso. Registramos como vice na chapa o ex-prefeito e ex-ministro Fernando Haddad, para representá-lo nesta fase da campanha. E, quando concluirmos com êxito os trâmites do registro, a ex-deputada Manuela D’Ávila será a vice de Lula.

Temos todas as razões para seguir defendendo o direito de Lula ser candidato e o direito de o povo brasileiro votar livremente, apesar dos abusos, arbitrariedades e armadilhas jurídicas que enfrentamos. Abusos confessados com desfaçatez, no último fim de semana, em entrevista do diretor da Polícia Federal ao jornal O Estado de S. Paulo.

Lula foi condenado pelas manchetes antes mesmo da ação penal. Foi processado por um juiz parcial, Sergio Moro, que nem sequer tinha jurisdição sobre o caso. Foi condenado sem provas, por “atos indeterminados”, o que não existe no direito. Sua pena foi aumentada, num julgamento combinado no TRF-4, na conta exata para evitar a prescrição do crime. Foi preso ao arrepio da lei, atropelando prazos.

A cada ação contra o ex-presidente, a grande mídia alardeou o fim de sua candidatura e até de sua liderança política. Mas o que se viu nas pesquisas foi o crescimento sistemático do candidato, que representa a esperança de superação da profunda crise a que o país foi levado pelo governo de Temer e do PSDB. Tudo ao contrário do que previam.

O país percebeu que Lula não foi preso para expiar crimes que jamais cometeu, mas para impedir que o povo o eleja mais uma vez. Não esperem que sancionemos essa violência, abrindo mão da candidatura que não pertence mais ao PT: é do povo.

Votar em Lula é a reação do povo aos que mentiram —partidos e lideranças, analistas de mercado, comentaristas do Grupo Globo—, dizendo que tudo ia melhorar quando o PT fosse apeado do poder. Aconteceu o oposto: o país andou para trás, a economia parou, a fome voltou, direitos foram retirados, a soberania nacional foi entregue.

É por isso —e por trazer bem viva a memória das conquistas alcançadas nos governos do PT— que o Brasil confia em Lula para conduzir o país de volta ao desenvolvimento com inclusão. Nenhuma outra liderança encarna tão fortemente a possibilidade real de superar a crise econômica, social e política. De dar prioridade aos trabalhadores e aos mais pobres. E não se enganem os senhores da fortuna e do poder: só ele pode conduzir o país de volta à estabilidade perdida.

Ao registrarmos o companheiro Lula, oferecemos ao país uma saída pacífica e legítima. Os precedentes da Justiça Eleitoral confirmam a legitimidade da postulação. Por que não valeriam para Lula? Só por uma violência jurídica. Se negarem esse caminho à nação, estarão assumindo as responsabilidades e consequências por fraudar a soberania do voto.

As forças democráticas muitas vezes foram capazes de derrotar o arbítrio, até mesmo em eleições manipuladas. O PT não fugirá do compromisso com o povo. Lula é quem representa esse compromisso. Ele estará na urna em 7 de outubro.

 

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

2 Comentários

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  1. Muito bom texto

    Gleisi explica claramente o assunto.

    Lula e o PT, em nome do povo, devem ir até o final. Não será o PT quem abandone o Lula e siga o jogo golpista. Os golpistas togados devem colocar as suas digitais nesta nova arbitrariedade. A conta vai chegar…..

  2. Gleise sabe que Lula será
    Gleise sabe que Lula será impugnado.

    Ela espertamente faz uso político da situação.

    Garante que Lula estará com nome na urna. Criando expectativas.

    Quando os togados recusarem, criará mais comoção e a ideia que Lula está sendo injustamente perseguido.

    O Lula deve está por trás dessas jogadas políticas.

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