A maioria dos brasileiros pensa como Bolsonaro, por Ricardo Mezavila

No meio do caminho tinha uma pandemia que desfez o mito, cancelou o titã e freou o fanatismo

Bolsonaristas durante manifestação em São Paulo. | Foto: FERNANDO BIZERRA/EFE

A maioria da população brasileira está alinhada ao embaixador das milícias a respeito de seu pensamento sobre natureza e sociedade. Não tem como esconder, as opiniões estão nas redes, nas ruas, nas pessoas com quem conversamos.

Essa teoria não se reverte em uma reeleição tranquila para o presidente. Isso ficou comprovado nas últimas eleições, nas derrotas dos candidatos que Bolsonaro apoiou, e também pelas pesquisas que apontam queda de popularidade e aumento de rejeição a seu governo.

A maioria empoderada deu voz aos esqueletos escondidos nos armários, elegendo um candidato com discurso armamentista, de ódio, violência, de negação à ciência e tecnologia, de desvalorização da educação e da cultura, de apologia ao deboche, com preconceito e desprezo pelas minorias.

Bolsonaro entregou os ministérios aos militares e empresários, mas mantém a todos sob sua sociopatia. Possui esquizofrenia neurótica, tem um discurso chulo e características de retardo intelectual, reforçada pelas atitudes anômalas e desprezíveis para uma liderança de um país democrático.

A maioria dos brasileiros é uma espécie de Bolsonaro manco, com pouco ou nenhum interesse por literatura e história, cagam regras de que são conservadores nos costumes e liberais na economia, vomitam versículos bíblicos na porta dos outros, mas em off sacrificam o novilho e se ajoelham em rituais sobre o esterco do bode.

Bolsonaro foi uma novidade de tiro curto que embalou os sonhos de homens e mulheres ávidos pelo extermínio de crianças e jovens periféricos, pelo direito de comprar armas legalmente com alíquota baixa, de poder espancar pessoas negras em público, de usar capuz e realizar cultos de organizações racistas, de ameaçar fechar Instituições democráticas pela força e implantar uma ditadura.

No meio do caminho tinha uma pandemia que desfez o mito, cancelou o titã e freou o fanatismo. A vilania do bolsonarismo vai continuar do café da manhã ao happy hour, mas sem estátua e idolatria.

Redação

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