Gilberto Maringoni
Gilberto Maringoni de Oliveira é um jornalista, cartunista e professor universitário brasileiro. É professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC, tendo lecionado também na Faculdade Cásper Líbero e na Universidade Federal de São Paulo.
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Maringoni: Entre bravatas e prostração

Após a decisão do TRF-4, há duas maneiras de entregar o jogo: “reconhecendo” a “vitória” dos conservadores ou sugerindo uma rebelião sem base. Na prática, são atitudes idênticas

Sugestão de Antonio Ateu

do Outras Palavras

Esquerda: o risco da prostração e o das bravatas

por Gilberto Maringoni
 
Passada a violência externada pela voz monocórdia dos três desembargadores do TRF-4, em Porto Alegre, o que se coloca para a banda democrática da sociedade brasileira é o debate de rumos. Ou qual a tática a seguir. Isso é essencial, pois a narrativa conservadora – expressa pela mídia, por juristas empolados e por porta vozes do mercado – busca estabelecer desde já uma eleição sem Lula.

O jogo ainda não está jogado e um oceano ainda nos separa de outubro. Falando sério: candidato de verdade existe apenas um. Outros, à esquerda e à direita, são intenções ou figurações.

DERROTISMO E BALUARTISMO – Por isso, há duas pretensas saídas que devem ser liminarmente descartadas: A). Entregar os pontos, propagando que a derrota no sul é irreparável e que outra chance para as correntes progressistas levará décadas para se firmar; e B). Desconhecer o resultado do tribunal e partir para a propagação exaltada de incertas “desobediência civil” e “rebelião”.

No fundo, as duas alternativas são expressões do derrotismo e da impotência de se encontrarem opções positivas. Talvez a segunda seja a mais complicada e deletéria para a esquerda do que a primeira. Ela embute uma solução que não dá sinais de existir e uma tendência ao que se poderia chamar de “pensamento mágico”. Ou seja, esgotadas as saídas institucionais, as forças sociais apoiadoras de Lula deveriam investir em ações fora da institucionalidade e que seria preciso ir para o “enfrentamento” nas ruas.

Não se explicou até agora o que isso significa. Seria enfrentar a tropa de choque nas ruas? Seria desconhecer as determinações arbitrárias dos juízes, a começar por Lula não ter entregue o passaporte à Polícia Federal? Seria não ter um comportamento “bundamole”, como um dirigente do MST chegou a afirmar publicamente?

Uma das lições básicas da ação política é a de não se propagandear a tática, mas de concretizá-la – coisa que os dirigentes do PT que advogam a “desobediência civil” não estão fazendo. Assim, tudo parece se resumir ao calor de discursos e de entrevistas momentâneas.

Mas é necessário esmiuçar um pouco a possibilidade se se realizarem ações de “desobediência civil fora da institucionalidade”.

DE VOLTA PARA O FUTURO – As últimas grandes ações do que se poderia classificar como tal foram as barulhentas manifestações de junho de 2013, sobre as quais até hoje ninguém logrou apresentar explicação acabada. Forças de ultraesquerda veem o fenômeno como a antessala de uma insurreição popular e a direção petista – pela voz de alguns membros – o interpreta como a primeira manifestação do golpe de 2016. Aparentemente, não foi coisa e nem outra. Assim como irrompeu na cena política, as manifestações refluíram em pouco mais de um mês. Nesse intervalo – quem foi às ruas percebeu – houve uma intensa disputa de rumos nas passeatas. O que começou como mobilização progressista terminou como palco da intolerância de grupos violentos da extrema-direita.

O comportamento do PT variou da oposição aberta à pasmaceira. Começou com Fernando Haddad negando o atendimento da demanda inicial de redução dos preços das passagens – o que esvaziaria o movimento – e chegou ao surreal, com a presidente Dilma Rousseff fazendo um pronunciamento em rede nacional, enumerando cinco pontos das ruas que seriam atendidos. O primeiro deles foi… responsabilidade fiscal.

Quem prega no vazio responsabilidade fiscal e arrebenta a economia brasileira – 2015-16 – com o “maior ajuste fiscal de nossa História” não pode ser levado a sério quando saca da manga o palavrório da “desobediência civil”.

Realizar ações desse tipo implica contar com organização de base, indignação popular e cumplicidade de objetivos.

DO CENTRO PARA OS GROTÕES – Artur Araújo e João Guilherme Vargas Netto atentam para uma reportagem de ‘O Globo’ deste domingo (28) que ajuda a responder os dilemas da “desobediência civil”.

A matéria tem por título “Possível impugnação da candidatura Lula coloca 53 milhões de votos em disputa”. A laudas tantas, é dito: “Lula deslocou o apoio majoritário ao PT dos grandes centros urbanos para o interior do país, e esse é o cenário no qual vai se travar uma fundamental disputa pelos votos que poderão eleger o próximo presidente do Brasil”. Vale atentar para o gráfico anexo.

A ação do PT no governo fez com que os votos da agremiação que se localizavam fortemente nas grandes cidades onde o movimento social tem maior organização se deslocasse para pequenas localidades, onde há voto mas não organização. O gráfico mostra, especialmente a partir de 2006, e após o escândalo do “mensalão”, que nos maiores centros urbanos a popularidade do partido cai de forma expressiva.

POPULARIDADE DE LULA – Como ali está retratado o voto presidencial, pode-se inferir que se trata em grande medida das taxas de popularidade de Lula (mesmo quando a candidata é Dilma Rousseff). Ou seja, teríamos um retrato em várias fases dos apoios ao ex-presidente, indicador completado em 2017 pela pesquisa Datafolha.

João Guilherme resume a disjuntiva em uma frase: “Onde há organização não há multidão e onde há multidão não há organização”.

A conclusão que se pode chegar é: a pregação pela “desobediência civil” é feita para a sociedade organizada. Onde ela existe, decresce a audiência ao PT. Não adianta propagar a ideia pelo interior – ou pelos locais onde Lula iniciou suas caravanas –, pois aí o apoio tem outra qualidade. É eleitoral e não militante, na maior parte dos casos.

Assim, o fraseado incendiário careceria de audiência onde poderia virar ação.

A TEORIA – Qual o fundamento teórico para a conclamação à desobediência civil? É a de que não vivemos mais em um regime democrático, mas sim em uma ditadura. E contra um regime dessa natureza, vale tudo.

É preciso ir com calma. Embora vários ritos democráticos tenham sido atropelados, a grande maioria da população não vive em situação estrutural e sensorialmente distinta – nesse quesito – daquela que conhecia até abril de 2016. Isso, apesar da vida ter piorado. É necessário lembrar também de que democracia falamos.

A chamada “democracia burguesa” está longe de garantir liberdade, igualdade e fraternidade. Nos Estados Unidos, a democracia se materializa em um sistema bipartidário, na Inglaterra em uma monarquia e no México em virtual ausência de Estado em serviços fundamentais e na dominância das máfias pela cena política. Falar em ditadura e não perceber a vida real das pessoas pode nos arrastar para equívocos sérios na interpretação da realidade.

VIETCONGUE DE MICROFONE – Assim, a pregação vietcongue de microfone serve muito mais para aplacar ansiedades de quem a emite do que para ativar qualquer ação concreta. De mais a mais, o balanço de forças para qualquer enfrentamento físico com as polícias é para lá de desigual.

No fundo, estamos diante de uma espécie de “pensamento mágico” que sublima a política. Bravatas baluartistas parecem aquecer as lutas, mas só servem como catarse para um setor valoroso da militância extravasar a indignação pela condenação em Porto Alegre. É algo tão paralisante quanto o derrotismo falado no início.

QUAL A SAÍDA, ENTÃO? – Parece que, até aqui, quem tem a tática mais acertada é Lula e seu incrível senso prático. Seu comportamento tem sido o de um bravo e é muito superior ao exercido durante a prisão de1980. Não apenas não dá sinais de esmorecimento, como conclama á continuidade de sua campanha eleitoral. Caso não seja preso, seguirá a correr o Brasil, denunciando os golpistas e arrastando multidões. Capacita-se não apenas como candidato, mas – no pior cenário – como eleitor fundamental a apontar um substituto para a corrida presidencial. (Não estou falando de seu programa de governo).

O EXEMPLO DE CHÁVEZ – Embora previsível, sua prisão pode representar uma batata quente para os golpistas. Vale lembrar Hugo Chávez. Quando fez sua ruidosa irrupção na cena política, em fevereiro de 1992 – ao tentar uma sublevação militar contra o governo de Carlos Andrés Pérez – o país vivia dias dramáticos. Derrotado, após sangrento enfrentamento, fez apenas uma exigência: que pudesse ler sua declaração de rendição em cadeia nacional de rádio e TV.

O brevíssimo manifesto – recitado em um minuto e 12 segundos – foi tão contundente que o transformou na personalidade central do país, aos 37 anos de idade. Preso, sua cela tornou-se escritório político e centro de peregrinação das grandes personalidades da política local. O presidente seguinte, Rafael Caldera, não teve outro remédio que não anistiá-lo em 1994.

A hipotética prisão de Lula pode ter efeito semelhante.

Não é somente a oposição. O golpismo também está debatendo sua tática.

 

 

Gilberto Maringoni

Gilberto Maringoni de Oliveira é um jornalista, cartunista e professor universitário brasileiro. É professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC, tendo lecionado também na Faculdade Cásper Líbero e na Universidade Federal de São Paulo.

4 Comentários

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  1. O flautista mágico…

    Sim, nesse texto sabemos: Os flautistas mágicos estão à solta…

    O dilema entre baluartistas e conformistas não se sustenta, a não ser na tentativa esperta de controle da narrativa…

    Um olhar histórico sobre revoluções (uai, cuidado com essa palavra, parece chocar muita gente) nos dirá que não houve nada mais que sa irrupção das camadas desorganizadas, um tipo de “acabou a paciência”…

    Foi assim na Rússia do Paizinho Nicolau, que insistia em matar seu “filhos e filhas”, foi assim com Batista (Cuba) ou na China…

    Claro, o sucesso dessas empreitadas se fez pela direção de um setor organizado, bem pequeno mas duramente disciplinado…

    Confundir a todos como vietcongues de microfone só dilui a raiva necessária a ação!

    Não se trata (apenas) de questionar a docilidade de Lula (desde 2006, e não é de agora), mas sim entender que ele está a fazer o que sempre fez, sendo coerente com sua auto-imagem e a imagem entendida pela sua base social…

    Só que o espaço para ser Lula está cada vez menor…

    Comparar Lula com Chávez é de um mau caratismo intelectual atroz…

    Os venezuelanos têm longa história de violência como instrumento de resolução de seus conflitos, e a Chavez sobrava o que falta a Lula, e seus flautistas mágicos: cojones!

    E como sempre dizemos: toda revolução parece pensamento mágico até que triunfe!

     

    Bando de bostas…

  2. Ilusão eleitoral e ditadura do capital financeiro.

    Estamos em uma ditadura sim. Mas, uma ditadura de um novo tipo. Ela ainda tolera o voto popular, mas tem condicionantes que limitam a força de tal voto.

    É como se fosse eleito uma “rainha britânica”. Mas, no lugar do Poder do Parlamento, quem manda mesmo é o capital financeiro.

    Suas regras para o financiamento da sociedade punem com a deposição do cargo eletivo quem arranhar os cânones do neoliberalismo. Começou no Brasil com a chamada “Lei de Responsabilidade Fiscal”, cujo trabalho sujo foi completado pelos golpistas com a “Emenda do Teto de Gastos”. Limita-se apenas o gasto social. Tudo para garantir uma fatia cada vez maior do orçamento público para os bancos.

    No Chile, a Constituição é uma emaranhado que aprisiona o titular do Executivo. Michelle Bachelet passou oito anos em “La Moneda” sem conseguir livrar-se do entulho autoritário neoliberal. Na Colômbia, um Prefeito progressista de Bogotá foi deposto por tentar estatizar a coleta de lixo que era totalmente ineficiente sob gestão particular.

    E a ditadura neoliberal pretende apertar ainda mais o torniquete, fechando qualquer espaço de influência popular nos rumos do Estado. Depois de interditar Lula, pretendem implantar o voto facultativo. Logo em seguida, vão criar todo tipo de obstáculo para que o povão consiga chegar a urna. Artimanhas como aquelas usadas no Sul estadunidense para que os negros não votem serão seus modelos para o que pretendem fazer aqui.

    Depois, vão tentar emplacar o voto censitário. Já lí declarações de magnatas entusiastas do Tea Party pregando que os “quem mais contribui com a riqueza da nação” (na visão deles, os ricos) “deveria ter voto com peso maior” nas eleições.

    Para mim, a esquerda brasileira deveria sair em bloco das eleições de 2018. Não deve ter qualquer ilusão em relação a uma eleição limpa. Os partidos devem atuar decisivamente pelo voto nulo em massa.

    Os interesses envolvidos são grandes demais e uma “solução hondurenha”, com uma fraude brutal seria adotada sem vacilação caso um candidato com apoio de Lula (Ciro, Manuela) viesse a ganhar o pleito. Os golpistas dariam de ombros para a condenação internacional a fraude com fizeram no Golpe de 2016 e agora, com a condenação mundial a sentença política contra Lula.

    O governo estadunidense reconheceria a “vitória”  do candidato beneficiado pela fraude, que tentaria “tocar o barco” com forte repressão a população brasileira.

     

  3. O risco Lula e a necessidade de eventual substituição

    Apesar de reconhecer que o autor acertou no essencial, em sua análise, tenho críticas a algumas afirmações vistas no texto, as quais considero vagas e/ou equivocadas.

     

    Comento-as adiante:

     

    “As últimas grandes ações do que se poderia classificar como tal foram as barulhentas manifestações de junho de 2013, sobre as quais até hoje ninguém logrou apresentar explicação acabada. Forças de ultraesquerda veem o fenômeno como a antessala de uma insurreição popular…”

     

    Quais forças? PSTU? Setores do PSOL? Quem cometeu tamanho disparate?

     

    “O que começou como mobilização progressista terminou como palco da intolerância de grupos violentos da extrema-direita.”

     

    Progressista? Desde o início, as “lideranças” proibiram bandeiras partidárias, expulsavam militantes filiados a partidos políticos etc. Como quem participa dessas manifestações são somente os partidos de esquerda, conclui-se que a direita detinha a hegemonia das manifestações desde o começo, apesar da participação de pessoas que se identificam com a esquerda, as quais foram, paulatinamente, expulsas do movimento, convidadas a não participar ou desmotivadas para tal.

     

    “Vale lembrar Hugo Chávez. Quando fez sua ruidosa irrupção na cena política, em fevereiro de 1992…”

     

    Como assim? O Lula cuja situação pode ser comparada à do então jovem tenente-coronel Hugo Chávez é o jovem líder sindical preso em 1980. A situação de Lula, atualmente, se assemelha muito mais à dos últimos dias de Chávez, acometido por uma agressiva doença. Ante a possibilidade de ser, violenta, definitiva e abruptamente afastado da vida política (como pode ser também Lula, por meios diversos), Hugo Chávez passou a proclamar incansavelmente:

     

    “¡Chávez ya no soy yo!, ¡Chávez es un pueblo!. Chávez somos millones, tú también eres Chávez mujer venezolana, tú también eres Chávez joven venezolano, tú también eres Chávez niño venezolano, tú también eres Chávez soldado venezolano, tú también eres Chávez pescador, agricultor, campesino, comerciante, porque Chávez no soy yo, ¡Chávez es un pueblo!”

     

    https://www.youtube.com/watch?v=n4sdk7Zyaa8

     

    É esse o Chávez que Lula precisa, urgentemente, copiar! Precisa jogar luz sobre seu legado e dizer: se me retirarem do jogo, o jogo não acaba. Não querem derrotar somente Lula, mas todo o povo brasileiro! Lula é um povo!

     

    Entretanto, apesar dessas afirmações que considero equivocadas, conforme comentários acima, o texto de Marigoni acerta no essencial ao responder à pergunta: “QUAL A SAÍDA, ENTÃO?”. Sim, Lula é a saída. O PT e as forças de esquerda não o podem abandonar neste momento. E o motivo não é o infortúnio pessoal do ex-presidente, mas a  iminência de uma derrota  que afetará os trabalhadores, os assalariados, a soberania nacional, a perspectiva de desenvolvimento do País etc.

     

    Por isso, há que se insistir na candidatura Lula até o último minuto, até o último segundo. Há que se aproveitar todas as brechas legais possíveis, tanto no que tange aos recursos possíveis no processo penal quanto no que se refere aos recursos e possibilidade de dilatar prazos, retardando uma decisão definitiva no âmbito eleitoral.

     

    Quanto à estratégia eleitoral, há uma questão que precisa ser avaliada com cuidado. O prazo para se substituir o candidato é de 20 dias antes das eleições. Nessa data, se Lula aparecer muito bem nas pesquisas, com possibilidade de ganhar no primeiro turno ou de ir forte para o segundo, e se existirem indícios de que um eventual substituto não arrasta o eleitorado, o melhor é insistir com Lula. Nesse caso, se ele vencer e for considerado inelegível após as eleições (o mais provável é inabilitá-lo antes), a eleição será anulada. E, em uma nova eleição, o clamor popular elegerá qualquer indicação do Lula.

     

    Por outro lado, Lula poderá ser inabilitado antes da data limite para substituição (20 dias antes das eleições). Nesse caso, o PT precisará substituir Lula, indubitavelmente. Boicotar as eleições, chamar voto nulo, denunciar o golpe etc. seriam medidas sem eficácia alguma, estéreis, inimagináveis, inaceitáveis.

     

    E, sendo imprescindível a substituição de Lula, a opção melhor, no meu entender, seria Jaques Wagner. Nenhum candidato se parece mais com Lula do que o ex-governador da Bahia e nenhuma liderança política atual, do PT e de toda a esquerda, tem o preparo, a experiência e o carisma do político baiano. Para além disso, Jaques Wagner é um articulador político de méritos inquestionáveis. Pesa a seu favor não apenas ter derrotado o carlismo na Bahia, mas também suas seguidas vitórias eleitorais no âmbito estadual, só comparáveis às de Lula no plano nacional. Apesar de ter realizado um governo apagado (na minha opinião), conseguiu se reeleger e emplacar seu substituto, o qual, apesar de ser um político de pouca expressividade (minha opinião novamente), chega ao final do mandato com força suficiente para conseguir sua reeleição.

     

    Muitas vozes defendem a candidatura de Fernando Haddad. No entanto, apesar  de o Ex-Ministro da Educação ser um grande quadro político e de ter realizado uma administração com reconhecíveis méritos frente à Prefeitura paulistana, ficou marcado eleitoralmente por uma fragorosa derrota diante de um medíocre candidato (opinião pessoal também), um outsider da política, um impostor com um discurso artificial e midiático.

     

    Por isso, não tenho dúvidas que, se Lula for inviabilizado, Jaques Wagner é a opção cristalina que se apresenta. Conseguirá, se eleito, fazer um bom governo? Capacidade pessoal, acho que não falta, mas me parece que essa resposta depende de fatores diversos, cujo elemento essencial está em torno da capacidade de reaglutinação da esquerda e de composição de um novo governo para o qual será imprescindível repetir alianças táticas até com setores da direita. Para tanto, o novo presidente e a esquerda de modo geral somente serão bem sucedidos se forem capazes de realizar uma severa autocrítica com o intuito de evitar cometer os mesmos erros, os mesmos equívocos, os mesmos deslizes vistos no decorrer dos governos de Lula e Dilma.

  4. Bom resumo
    De fato.
    A perda de influência das lideranças, isto é, de penetração do discurso socialista nos grandes centros deve-se ao divórcio daquelas “lideranças” pseudo esquerda com a sociedade organizada.
    Que a prisão do Lula será um tremendo abacaxi nas mãos dos golpistas. e pode tornar-se num paiol de pólvora se ele terminar assassinado.
    Tudo isso vem sendo dito, inclusive nos comentários deste fórum.
    Todavia, não deixa de ser um resumo oportuno dos fatos e possibilidades.
    Sem armas não há guerra.

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