Menos choro e mais Ação, por Sergio Xavier Ferolla

Em vez de propostas inovadoras, boa parte desses ineptos líderes com mentes psicóticas, se aprazem com lamentos em artigos, seminários e histórias já superadas pela modernidade, para a satisfação de reduzido grupo enraizado no passado.

Menos choro e mais Ação

por Sergio Xavier Ferolla

Para aqueles que se preocupam com o desenvolvimento do país, a cada dia se confirmam falta de objetivos concretos e o costumeiro ziguezague nas políticas governamentais. Enquanto nações, com visão de futuro, se estruturam sob projetos soberanos, dando ênfase ao aprimoramento da produção e ao bem-estar social, nossos líderes caipiras deixam passar oportunidades e perdem tempo debatendo questiúnculas domésticas. Com inúteis choramingos, atribuem os insucessos aos bloqueios e abusos do capital especulativo. Com tal comportamento, validam o pejorativo “complexo de vira-latas”, no passado usado pelo escritor Nelson Rodrigues em relação ao futebol do seu tempo.

Realmente não existem anjos nessa história mas, infelizmente, muitas vezes o “subdesenvolvimento” é estimulado por demônios trajando verde e amarelo. Nesse contexto de hipocrisias, se omitem e ou menosprezam os que, com dedicação e honestidade, levaram o país ao pódio dos vitoriosos. Uma EMBRAER, por exemplo, contrariando os que veneram o pessimismo, se posiciona entre as destacadas empresas na produção de modernos aviões.

Em vez de propostas inovadoras, boa parte desses ineptos líderes com mentes psicóticas, se aprazem com lamentos em artigos, seminários e histórias já superadas pela modernidade, para a satisfação de reduzido grupo enraizado no passado. Como arqueólogos explorando temas de edificantes períodos da nacionalidade, reiteram sonhos inalcançáveis, em vez de proporem novos caminhos para a reformulação nacional.

Dentre as muitas questões com potencial para realimentar o desenvolvimento, o petróleo representa um tema sempre presente nas análises de estudiosos da questão energética e técnicos do estratégico setor. No Brasil, a campanha do “petróleo é nosso” o transformou em símbolo da luta em defesa do patrimônio nacional e culminou com a criação da Petrobras. No entanto, as alternâncias políticas colocaram Fernando Henrique Cardoso no poder e com ele, o neoliberalismo formulado por interesses econômicos em 1989, no “Consenso de Washington”.

Tendo a privatização como bandeira, a Petrobras foi colocada, como atrativo, na Bolsa de Valores de Nova Iorque. Gananciosos investidores, ao adquirirem boa parcela das Ações, tornou-a incapaz de lutar pelos interesses brasileiros, pois as regras do mercado impunham satisfazer todos os controladores. Assim sendo, apesar de ostentar uma imagem estatal, como minoritário o governo ficou obrigado a acatar os interesses dos acionistas. Tal condição, não compreendida pelos apaixonados “petroleiros”, suscita pretensões que ultrapassam o alcance do hipotético Estado controlador como, por exemplo, definir preços para combustíveis.

Mais remota, ainda, seria a recompra das Ações transferidas aos estrangeiros, por exigir os vultosos recursos não disponíveis no tesouro nacional. Dessa forma, com visão em novos horizontes e buscando superar as limitações surgidas com a quebra do monopólio estatal, novos objetivos não mais deveriam se voltar à defesa da Petrobras que, mesmo cultuada como símbolo do nacionalismo, tornou-se um fóssil no contexto das políticas liberais.

Daí a necessidade de atitudes realistas e renovadoras, como fazer uso da legislação vigente para exercer melhor apropriação dos montantes produzidos e exportados pela Petrobras, por suas associadas e grupos agraciados nos contratos de Concessão.

Valioso espaço foi aberto com a criação da PPSA, (Pré-sal Petróleo SA), destinada a participar, em nome do governo, nos Conselhos das empresas e controlar as etapas de produção e exportação dos produtos, na região do pré-sal. Assim sendo, o esforço patriótico deveria se voltar para tão estratégico instrumento estatal, buscando aprimorar a legislação inserindo a supervisão dos Contratos e dos montantes de propriedade do governo federal.

Mais abrangente, ainda, seria estender sua ação na supervisão do refino e na distribuição dos produtos de óleo e gaz ao longo do território nacional.

Na concepção de um Projeto Nacional, acurada atenção deveria estar voltada para história, ao destacar países cujas origens e a capacitação de cidadãos esclarecidos, lograram demarcar bons caminhos para o posicionamento no concerto das nações. Por isso, nada poderá ser edificado pela imitação e, muito menos, pela assimilação das máculas e cicatrizes de outros povos. No entanto, atitudes benfazejas devem merecer análise, quando indicarem sucesso nas situações complexas, como a atual crise sanitária, econômica e social causada pela pandemia do “coronavírus”.

Um bom exemplo, no momento, vem dos Estados Unidos, desde as manifestações que destronaram o supremacista Trump. Eleito um novo governo, o Presidente não só determinou a reversão da antipolítica social de direita radical, como decidiu apostar no futuro, colocando bilhões de dólares na educação, saúde e ciência, para estimular postos de trabalho e conquistas tecnológicas.

Tais atitudes, nesse desafiante cenário enfrentado pela humanidade, deveriam motivar atores na periferia do sistema, tanto posicionados à esquerda como à direita, para que entendam que os interesses nacionais exigirão a união de todos os patriotas.

Também é importante considerar que, nas transformações que despontam, inclusive nas regiões mais prósperas, onde o capital encontra livre trânsito, sadio sentimento nacionalista e democrático ressurge como bandeira de união nacional.

Em nosso país, infelizmente, além desse sentimento pouco se manifestar, ainda copiamos mal feitos e psicoses externas, muito diversas da realidade doméstica. Tanto pelas raízes étnicas como pelos sadios laços familiares, as aleivosias que circulam nas redes sociais não podem merecer crédito para acirrar desconfianças e ódios na tradicional população brasileira. Mesmo assim, em defesa dos sadios costumes e da paz social, faz-se urgente mobilizar líderes e cidadãos de bem para, superando o complexo de subdesenvolvido, perniciosamente inserido no seio da sociedade, repudiar tão estapafúrdias proposições e fazer ressurgir saudável espírito restaurador.

Como lema da renovação, destacar o brado do Embaixador Araújo Castro que, no Plenário da ONU afirmou: “nenhum país escapa ao seu destino e, feliz ou infelizmente, o Brasil esta condenado à grandeza. A ela condenado por vários motivos, por sua extensão territorial, por sua massa demográfica, por sua composição étnica, pelo seu ordenamento socioeconômico e, por sua incontida vontade de progresso e desenvolvimento. Ou aceitamos nosso destino como país grande, livre e generoso, sem ressentimentos e sem preconceitos, ou corremos o risco de permanecer à margem da história, como povo e como nacionalidade”.

 Tenente Brigadeiro Sergio Xavier Ferolla – Ministro Ap do Superior Tribunal Militar

Este artigo não expressa necessariamente a opinião do Jornal GGN

Redação

4 Comentários

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  1. PUTZ. UM SUJEITO QUE DEVERIA DEFENDER A SOBERANIA NACIONAL SE RENDE.
    OS ASSASSINOS DA DITADURA PASSADA ACAMPARAM A LIGHT,ERAM ASSASSINOS E VERDUGOS DA DEMOCRACIA MAS AO MENOS PENSAVAM A SOBERANIA,POSSUÍAM CERTO ORGULHO,OS DE HOJE SÃO VERMES ENTREGUISTAS.

  2. Excelente lembrança a atuação do embaixador Araújo Castro na ONU e a menção da EMBRAER como um empreendimento exitoso ao lado da CSN, Petrobras,Eletrobras,CNPq e outros . a questão central é como andam essas conquistas do povo brasileiro.
    O exemplo de Biden é meritório para os EUA e de difícil assimilação pelas elites econômicas e políticas do país.

  3. Excelente menção ao esquecido embaixador Araújo Castro e a tantos outros precursores da EMBRAER, PETROBRAS ,CSN, CNPq, ELETROBRAS e que estão fazendo muita falta ao nosso país.

  4. “Senhor, é o paraíso?” indagou o futuro embaixador brasileiro no local onde mais tarde seria erguida a Basílica de São Pedro no Vaticano, numa visita secreta de inspeção e ajuste liderada pela Divindade que queria expandir seus investimentos imobiliários pelo universo. “Calor o ano inteiro”, reiterou o futuro diplomamata, “água salgada e doce abundantes, recursos naturais inesgotáveis, beleza paisagística exuberante, Pré-Sal, Embraer, Almirante Othon, Mãe Menininha, Irmã Dulce, Pelé, Adhemar Ferreira da Silva, Lula, Ariano Suassuna, Eva Vilma, Adele Fátima, Clementina de Jesus, Tom, Caymmi, o pai, Vinícius, tanta coisa, tanta gente, Dona Jandira de BH, Lia da Ilha, Dercy Gonçalves, porra! reitero, é o paraíso?” “Calma meu querido e amado e curioso e apressado interlocutor. Não precisa pecar com palavras de baixo calão na frente… Bem, vamos ao que interessa, você ainda não conhece a elite que estou preparando para colocar lá!” “Hosana nas alturas”, findou Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly (e Apporelly), futuro Barão de Itararé.

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