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Dora Incontri é paulistana, nascida em 1962. Jornalista, educadora e escritora
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O aborto no caso da menina estuprada – o fanatismo desumaniza! Por Dora Incontri

Por que essas pessoas fanáticas não estavam na porta do estuprador, indignadas e revoltadas com tamanha brutalidade praticada contra uma criança de seus 6 aos 10 anos?

O aborto no caso da menina estuprada – o fanatismo desumaniza!

por Dora Incontri

Uma coisa fica clara nesse episódio da menina de 10 anos, estuprada pelo tio, que tem o direito ao aborto – por lei (e ainda pelos dois motivos permitidos por lei ao aborto no Brasil, por estupro e por risco de vida): o fanatismo desumaniza, enceguece, embrutece as pessoas.

Quando elejo qualquer dogma ou mesmo princípio (supostamente moral), acima do ser humano, quando é mais importante nos agarrarmos a uma ideia do que a uma vida, ao sofrimento de alguém… então demonstramos que perdemos a capacidade de sentir empatia e compaixão, por causa de uma abstração qualquer, da rigidez de um pensamento que não vê mais a realidade.

Por que essas pessoas fanáticas, que gritavam palavras de ordem contra o aborto a se realizar nessa criança estuprada, ferida, abusada e contra os médicos que estavam ali cumprindo a lei e cumprindo seu dever ético, por que – pergunto eu em nome do próprio Deus que elas evocam – por que não estavam na porta do estuprador, indignadas e revoltadas com tamanha brutalidade praticada contra uma criança de seus 6 aos 10 anos? Vale mais um feto que ainda não se desenvolveu do que uma criança viva, concreta, já encarnada (para usar a linguagem espírita), que vai carregar pelo resto da vida esse trauma inominável, essa dor de ter sido violada em sua integridade, em sua infância, em sua inocência?

O fanatismo é irracional, é violento, é monstruoso – esse fanatismo que já acendeu fogueiras, provocou linchamentos, deflagrou guerras “santas” e é incapaz de enxergar o outro, o ser humano e valorizar o princípio máximo ensinado pelo mestre, que essas pessoas dizem seguir: amar ao próximo como a si mesmo! Quem é o próximo, nesse caso? É a menina estuprada… ela é vítima de uma sociedade misógina, violenta contra a mulher, desde o seu nascimento, uma sociedade que perdoa estuprador e culpabiliza a vítima; que se insurge contra o aborto e sacrifica crianças que já nasceram, matando-as nas favelas (quando são negras e pobres, claro).

O espiritismo condena o aborto como interrupção de uma vida que está se dando na encarnação de um espírito. Entretanto, no Livro dos Espíritos, alerta-se que se deve abortar, quando a mãe está em risco de vida. Então, o princípio não é absoluto. A lei brasileira permite nesse caso o aborto e no caso de estupro e a jurisprudência também tem permitido nos casos de bebês anencéfalos.

Entretanto, devemos alertar para o seguinte, assim como em outras tradições espirituais, há também os fanáticos antiabortistas espíritas, que consideram crime qualquer aborto e que defendem que a mulher continue sendo criminalizada por isso. E nesse (des)raciocínio, podem esses fanáticos espíritas invocar a chamada lei do carma para essa criança estuprada. Como se Deus ou qualquer lei do universo pudesse ensejar ou permitir um crime dessa natureza – um homem estuprar durante 4 anos uma criança indefesa. Quem faz isso está infringindo qualquer lei humana ou divina e a vítima não deveria passar por isso por qualquer lei humana ou divina. É um crime que é fruto de uma sociedade milenarmente patriarcal e violenta. Nada pode justificar tal ato.

Mas há os espíritas progressistas, que embora, por uma questão de entenderem a importância do processo da encarnação, possam ser pessoalmente contrários à prática do aborto, nem por isso serão a favor de que a mulher seja criminalizada por isso.

Nesse caso, entretanto, o da menina estuprada, qualquer impedimento ao seu justo desejo de se livrar de um feto que foi consequência de uma violência inominável e de um trauma de que ela provavelmente jamais vai se libertar completamente na vida, não pode ser objeto de qualquer dúvida. Nem para espíritas, nem para católicos, nem para evangélicos, nem para ateus. Trata-se de um ato de humanidade. Que essa menina seja acolhida, tratada terapeuticamente e que possa sobreviver com um mínimo de sanidade a toda essa violência sofrida.

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Dora Incontri é paulistana, nascida em 1962. Jornalista, educadora e escritora

15 Comentários

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  1. Deus não tem nada a ver com as barbaridades que a humanidade pratica. Se é que ele existe. Essas manifestações deveriam ser coibidas e criminalizadas já que estão indo contra a ppria lei. Que nojo de pertencer à essa espécie.

  2. O fanatismo evangélico está servindo para proteger homens da pior espécie…
    já tomei conhecimentos de casos em que praticamente toda a família culpa as vítimas, maioria das vezes crianças de 4 a 10 anos, só porque o estuprador é evangélico, dentro de casa, com a alegação de que as crianças ficam “tentando”, se oferecendo

    Sem falar da cambada de pastores de araque, sem qualquer tipo de estudo, que costumam não pagar qualquer tipo de compra ou consumo, quando descobrem que o fornecedor é da religião e fanático

  3. Toda sociedade tem sua fase obscurantista, seu período de Idade Média, seu tribunal da Santa Inquisição e execuções em nome de um Deus. Tenho muito medo de ideologias-filosofias religiosas onde a intolerância e a cegueira permeiam mentes humanas limítrofes e planas. Este quadro não desconstroe-se de um dia para outro. Infelizmente vem se ampliando e reverberando nas últimas décadas. Ontem(15-08-2020) assiti um trecho de Cosmos Mundos Possíveis no canal NAT GEOGRAPHIC a história do cruel rei indiano 200 a.C Rei Ashoka ou Asoka que após destruir o reino de Calinga teve um insight por meio de um mendigo-budista. A partir deste evento ele aplicou e desenvolveu por toda a Índia gestos de empatia, compaixão, proteção e sentimento familiar. Lá foi por meio de um rei a iluminação, hoje e aqui temos pessoas que se consideram enviadas por Deus que aplicam a”LEI” mas não a “ILUMINAÇÃO”. Estão presas ao bréu de suas “verdades” e escravas num universo estático, imutável e limitado.
    Eu não sei se choro ou simplesmente busco uma caverna para buscar minha autopreservação diante de um mundo onde impera tanta INTOLERÂNCIA, IGNORÂNCIA E LIMITAÇÕES deste HOMO SAPIENS que habita e dita suas regras e interpretações da VERDADE nesta ORBE.

  4. Totalmente de acordo com a Fora.Nao por acaso que Dra Albertina se dispos a acolher a menina com uma equipe multidisciplinar com psicologo,assistente socal .Ate quando veremos tais atitudes?

  5. Obrigado, Dora. Há horas que sinto um nojo tão grande de alguns posicionamentos “religiosos” que dá vontade de ser agnóstico. Obrigado por recolocar os pingos nos is.

  6. Quem fala em nome de Deus não está falando de Deus……………………….
    não é da natureza de Deus ser identificável a este ponto, de permitir tal proximidade ou de ter dado este tipo de missão a alguém……………………………

    simplesmente porque está em nós, dentro de todos nós e dentro de tudo que acontece ao redor, com nossos atos, atitudes e comportamentos

  7. Divulgar os dados da criança é crime, quando o MP vai se mexer e enquadrar a Sara Giromini e a cadeia de criminosos que contribuiu para a perpetração desse crime hediondo?

  8. Estou tão chocada, que não tenho palavras para exprimir meus sentimentos.
    Agradeço você Dora por sempre “falar” por nós. Peço a Deus que nos fortaleça para passarmos por este período tão obscuro da nossa amada Terra.
    E respondendo a Astolfo Nirva: – Deputados distritais entram com notícia-crime contra Sara Winter
    Extremista deve ser investigada por ter divulgado dados dados da criança 10 anos que ficou grávida após estupro cometido pelo próprio tio
    Foto: Reprodução
    Por Ivan Longo
    Os deputados distritais da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Fábio Felix (PSOL), Arlete Sampaio (PT) e Leandro Grass (Rede) protocolaram, nesta segunda-feira (17), uma notícia-crime contra a extremista Sara Geromini, conhecida como Sara Winter.
    Os distritais, que compõem a Frente Parlamentar da Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente da Câmara Legislativa do DF, pedem, na notícia-crime, para que a Polícia Civil e a Promotoria de Justiça de Defesa da Infância e da Juventude do Ministério Público apurem a conduta de Sara Geromini. Eles sugerem, ainda, a quebra do sigilo telefônico da extremista.
    Representação no MP
    Além dos deputados distritais, deputados federais do PSOL também acionaram o Ministério Público do Distrito Federal (MP-DF) para saber quem repassou à Sara Winter informações sobre o procedimento para interrupção da gestação da menina, o que motivou um protesto de fanáticos religiosos na porta do hospital onde ocorreu o procedimento.
    “Diante da possibilidade de ocultamento e destruição de provas, considerando o envolvimento da representada com organização criminosa que, de forma reiterada, ataca o Estado Democrático de Direito, solicitamos a busca e apreensão de todas as provas e indícios que envolvam os fatos aqui narrados com o objetivo de interromper a possível de destruição de provas, nos termos do Código de Processo Penal”, justificam as deputadas e deputados do PSOL na Câmara, que vai solicitar ainda indenização por dano moral coletivo para ser revertido em favor de organizações que atuam em defesa dos direitos humanos.

  9. Na verdade precisamos separar as coisas…. o ato que a menina sofreu é terrível e merece punição do estupraor…. contudo, um bebê com quase 6 mees já pode ser viável se tiver o tratamento ideal no caso de um parto prematuro. Tanto que precisaram matar o bebê antes de tirá-la do útero da menina com uma injeção no coração (que com certeza causou MUITO sofrimento ao bebê)…

    Outro ponto: a menina ainda precisou passar pelo “parto” mesmo com o bebê morto. Ou seja, além de matarmos um bebê a criança continuou tendo risco de vida…

    O trauma do estupro ficará com ela por muito tempo, talvez para sempre. O trauma da criança abortada poderia ter sido evitado e, assim como há inúmeros casos de mulheres estupradas que deixaram a criança nascer e isso foi um bálssamo na vida delas, essa menina também poderia ter tido essa oportunidade.

    Mas jamais devemos culpar ou agredir quem sofreu histórias como essa, mas amparar da melhor maneira possível e, com certeza, a morte da bebê não auxilia em nada isso… o amparo à criança e um acompanhamento bastante próximo poderia ter evitado a morte do bebê…. se houvesse realmente risco de morte para a criança até entendo, mas não me parece que fosse o caso, pois com o acompanhamento adequado seria possível salvar as 2 vidas…

    Que esse caso não seja o estopim para uma revisão das leis no Brasil para ampliar ainda mais as possibilidades de aborto no nosso país (tática muito comum usada por quem quer legalizar o aborto em QUALQUER caso e já foi usada em muitos países)…. isso seria um atraso enorme para nós…

    Pra teminar, que essa menina tenha paz e se recupere de tudo por que passou e que esse bebê também possa ser amparado após ter perdido essa chance de reencarnar!

    Abs!!!

  10. Segue meu comentário sobre o texto. Será que as coisas são assim mesmo?
    Por que essas pessoas fanáticas não estavam na porta do estuprador, indignadas e revoltadas com tamanha brutalidade praticada contra uma criança de seus 6 aos 10 anos? INTERESSANTE COMO OS PROGRESSISTAS AO COMBATER A SUPOSTA DEMONIZAÇÃO FAZEM A MESMA COISA, DEMONIZANDO QUEM PENSA DIFERENTE DELES. ALÉM DISSO, A LEI NO BRASIL NÃO PERMITE SABER QUEM É O CRIMINOSO E NÃO SE SABIA QUAL O SEU PARADEIRO. NÃO QUE, QUEM QUER QUE SEJA, DEVESSE IR ATÉ LÁ FAZER PROTESTO. OS CONSERVADORES TEM UMA IDEIA ATÉ MELHOR: POR QUE NÃO A CASTRAÇÃO QUIMICA OU A PENA DE MORTE PARA UM MONSTRO COMO ESSE? AH, SIM, PORQUE ELE NÃO ESTÁ NO VENTRE DE NINGUÉM , INDEFESO E INCAPAZ DE DAR UMA OPINIÃO SOBRE SE QUER VIVER OU NÃO!
    Uma coisa fica clara nesse episódio da menina de 10 anos, estuprada pelo tio, que tem o direito ao aborto – por lei (e ainda pelos dois motivos permitidos por lei ao aborto no Brasil, por estupro e por risco de vida): o fanatismo desumaniza, enceguece, embrutece as pessoas. O FATO DE ALGO SER LEGAL, NÃO SIGNIFICA SER MORAL. SE O FANATISMO É PERIGOSO E DESUMANIZA (COMO A AUTORA DO ARTIGO DIZ) O QUE DIZER DE QUEM APOIA O ABORTO DE UM SER HUMANO? A AUTORA FALA DE RISCO DE VIDA PARA A CRIANÇA. EXISTEM MUITOS CASOS DE MÃES QUE LEVARAM A GRAVIDEZ ATÉ O FIM COM IDADES SEMELHANTE OU INFERIOR AO DESSA POBRE MENINA E PERMANCERAM VIVAS.
    Quando elejo qualquer dogma ou mesmo princípio (supostamente moral), acima do ser humano, quando é mais importante nos agarrarmos a uma ideia do que a uma vida, ao sofrimento de alguém… então demonstramos que perdemos a capacidade de sentir empatia e compaixão, por causa de uma abstração qualquer, da rigidez de um pensamento que não vê mais a realidade. O QUE ESTÁ SENDO APRESENTADO AQUI É UMA IDEIA? SE NÃO FOR É MELHOR NÃO CONTINUAR LENDO O ARTIGO. SE FOR, DESCULPE-ME, MAS VOCÊ ACABA DE APRESENTAR UM DOGMA TAMBÉM. ALIÁS, PENSAMENTO É ALGO ABSTRATO TAMBÉM E QUEM É CONTR O ABORTO TEM EMPATIA E COMPAIXÃO PELO BEBÊ ASSASSINADO E QUEM QUERIA A ADOÇÃO DELE TINHA E TEM COMPAIXÃO PELA MÃE.
    Por que essas pessoas fanáticas, que gritavam palavras de ordem contra o aborto a se realizar nessa criança estuprada, ferida, abusada e contra os médicos que estavam ali cumprindo a lei e cumprindo seu dever ético, por que – pergunto eu em nome do próprio Deus que elas evocam – por que não estavam na porta do estuprador, indignadas e revoltadas com tamanha brutalidade praticada contra uma criança de seus 6 aos 10 anos? Vale mais um feto que ainda não se desenvolveu do que uma criança viva, concreta, já encarnada (para usar a linguagem espírita), que vai carregar pelo resto da vida esse trauma inominável, essa dor de ter sido violada em sua integridade, em sua infância, em sua inocência? É BOM LEMBRAR QUE O DEVER ÉTICO FEITO EM JURAMENTO PELO MÉDICO É PRESERVA A VIDA E NÃO TIRÁ-LA. EM SUA FALÁCIA, A AUTORA DO ARTIGO COMETE O VELHO ERRO DO “OU…OU”. PARA ELA, QUEM É CONTRA O ABORTO NESSE CASO, É A FAVOR DO ESTRUPADOR. ONDE ELE LEU ISSO? ELA TEM O PODER DE CONSULTAR A MENTE E VONTADE DOS QUE SÃO CONTRA O ASSASSINATO DE UM BEBÊ? ALÉM DISSO, ESTAMOS FALANDO DE UM BEBÊ JÁ BEM DESENVOLVIDO E NÃO DE UM SER INFORME. A VIOLAÇÃO E A DOR DELA SÃO INCALCULÁVEIS. MAS, QUEM ALÉM DELA PARA MEDIR? E PODERIA SER MITIGADA PELO PROCESSO DE ADOÇÃO.
    O fanatismo é irracional, é violento, é monstruoso – esse fanatismo que já acendeu fogueiras, provocou linchamentos, deflagrou guerras “santas” e é incapaz de enxergar o outro, o ser humano e valorizar o princípio máximo ensinado pelo mestre, que essas pessoas dizem seguir: amar ao próximo como a si mesmo! Quem é o próximo, nesse caso? É a menina estuprada… ela é vítima de uma sociedade misógina, violenta contra a mulher, desde o seu nascimento, uma sociedade que perdoa estuprador e culpabiliza a vítima; que se insurge contra o aborto e sacrifica crianças que já nasceram, matando-as nas favelas (quando são negras e pobres, claro). NÃO VOU NEM ESCREVER MUITO: O BEBÊ NÃO É SER HUMANO, PORTANTO NÃO É MEU PRÓXIMO. AO DAR A RESPOSTA QUE É SOMENTE A MENINA A AUTORA DO ARTIGO QUER ENCERRAR QUALQUER POSSÍVEL DISCUSSÃO E CRIMINALIZAR QUALQUER UM QUE PESNA DIFERENTE. QUEM EM SUA SÃ CONSCIÊNCIA CULPABILIZA A MENINA? O RESTO DO DISCURSO JÁ CLICHE, NEM VOU PERDER MEU TEMPO EM RESPONDER…
    O espiritismo condena o aborto como interrupção de uma vida que está se dando na encarnação de um espírito. Entretanto, no Livro dos Espíritos, alerta-se que se deve abortar, quando a mãe está em risco de vida. Então, o princípio não é absoluto. A lei brasileira permite nesse caso o aborto e no caso de estupro e a jurisprudência também tem permitido nos casos de bebês anencéfalos. QUEM DISSE QUE A MÃE ESTAVA EM RISCO DE VIDA? E O RISCO EM QUE FOI COLCADA AO SE FAZER NELA O ABORTO?
    Entretanto, devemos alertar para o seguinte, assim como em outras tradições espirituais, há também os fanáticos antiabortistas espíritas, que consideram crime qualquer aborto e que defendem que a mulher continue sendo criminalizada por isso. E nesse (des)raciocínio, podem esses fanáticos espíritas invocar a chamada lei do carma para essa criança estuprada. Como se Deus ou qualquer lei do universo pudesse ensejar ou permitir um crime dessa natureza – um homem estuprar durante 4 anos uma criança indefesa. Quem faz isso está infringindo qualquer lei humana ou divina e a vítima não deveria passar por isso por qualquer lei humana ou divina. É um crime que é fruto de uma sociedade milenarmente patriarcal e violenta. Nada pode justificar tal ato. MAIS UMA VEZ ELA JÁ ELEGEU O LADO MAL: QUEM É ANTIABORTISTA. VALE A PENA, REALMENTE DISCUTIR COM QUEM CRIMINALIZA QUEM PENSA, HUMANAMENTE, DIFERENTE?
    Mas há os espíritas progressistas, que embora, por uma questão de entenderem a importância do processo da encarnação, possam ser pessoalmente contrários à prática do aborto, nem por isso serão a favor de que a mulher seja criminalizada por isso. CONHEÇO MUITOS ESPIRITAS SÉRIOS E CONSERVADORES QUE DEVEM ESTAR DE BOCA ABERTA COM O QUE LEU AQUI. PROGRESSITA É SEMPRE ASSIM: TEM TODAS AS SOLUÇÕES DO MUNDO, MAS QUANDO ELAS NÃO DÃO CERTO, SOMEM E DEIXAM OS QUE SOFREM COM SUAS SUPOSTAS SOLUÇÕES, SOZINHOS, BUSCANDO APOIO, NORMALMENTE, DOS CONSERVADORES.
    Nesse caso, entretanto, o da menina estuprada, qualquer impedimento ao seu justo desejo de se livrar de um feto que foi consequência de uma violência inominável e de um trauma de que ela provavelmente jamais vai se libertar completamente na vida, não pode ser objeto de qualquer dúvida. VEJA SÓ! QUANDO EU DETERMINO O QUE É JUSTO LOU NÃO, ESTIPULEI MAIS UMA VEZ UM DOGMA, UM PADRÃO PELO QUAL MEÇO TODOS OS DEMAIS. AFINAL, O QUE ESTÁ ESCRITO NÃO PODE SER OBJETO DE QUALQUER DÚVIDA. ORA, ONDE ESTÁ ESCRITO QUE NÃO PODE SER? E QUEM DISSE QUE ESSE ERA O JUSTO DESEJO DELA? A AUTORA CONVERSOU COM A MENINA? ESTARÁ LÁ AGORA PARA APOIÁ-LA, DEPOIS QUE FEZ O ABORTO E TAMBÉM FICARÁ COM MARCAS PELO RESTO DE SUA VIDA/
    Nem para espíritas, nem para católicos, nem para evangélicos, nem para ateus. Trata-se de um ato de humanidade. Que essa menina seja acolhida, tratada terapeuticamente e que possa sobreviver com um mínimo de sanidade a toda essa violência sofrida. COMO DETERMINAR O QUE É OU NÃO UM ATO DE HUMANIDADE? E PARA O FETO DE UM SER HUMANO QUE, PORTANTO, TAMBÉM É UM SER HUMANO? QUE ATO CHAMARIAMOS SEU ASSASSINATO?

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