O acordo-despedida de Deltan Dallagnol, por Ricardo Cappelli

Tudo indica que foi um belo acordão, feito por gente profissional, daqueles de causar inveja em Eduardo Cunha. Tentaram esconder uma anta debaixo do tapete da sala. Ninguém percebeu?

Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo.

O acordo-despedida de Deltan Dallagnol

por Ricardo Cappelli

O emérito Conselho Nacional do Ministério Público arquivou as inúmeras representações contra o procurador-chefe da Lava Jato em Curitiba. Algumas semanas depois, Deltan Dallagnol pediu o afastamento da função.
Coincidência? Tudo indica que foi um belo acordão, feito por gente profissional, daqueles de causar inveja em Eduardo Cunha. Tentaram esconder uma anta debaixo do tapete da sala. Ninguém percebeu?
Momentos excepcionais são pródigos em produzir figuras caricatas, patéticas. Costumam conduzir ao estrelato efêmero tipos medíocres, sem nenhum preparo intelectual, insignificantes abestalhados pelas luzes das câmeras
O roteiro é sempre o mesmo. Quando perdem a serventia saem enxotados pela porta dos fundos.
Rodrigo Janot, o mentor e criador desta excrescência, acabou sua carreira num boteco “fantasiado de Charles Bronson”.  Foi fotografado “escondido” atrás de um engradado de cerveja conspirando com o advogado da JBS. Não satisfeito, resolveu lacrar sua sepultura com um dos “livros-suicidas” mais ridículos já produzidos no país.
Deltan parece ter dosado mais sua “embriaguez midiática”. Mas deve ter sido duro para um personagem tão vaidoso, uma espécie de “Robin da refundação da República”, ver a luz se apagando e o diretor dispensando-o do set de gravações.
O dia da apresentação do PowerPoint entrou para a história como o dia da vergonha do Ministério Público Federal. Uma peça abjeta, nojenta, um panfleto odioso produzido por políticos, por ativistas ideológicos travestidos de representantes de uma instituição de Estado.
Provas? Há inúmeras contra Dallagnol e sua trupe. Contra Lula, goste-se ou não do ex-presidente, apenas infâmias que envergonham dez entre dez juristas renomados.
É impressionante que o “órgão de controle” do ministério público não tenha visto o outdoor pago pelos “intocáveis de Curitiba”. Verdadeiros fariseus impunes disfarçados de justiceiros mequetrefes.
Por que a corporação não regula e pune os seus? Corporações defendem os direitos das corporações, os interesses das corporações e, no limite, protegem com a “aposentadoria discreta” a corporação. Por mais que Augusto Aras quisesse o fígado de Dallagnol, como ficaria a imagem dos “colegas” se punissem o famoso “Torquemada”?
O desfecho não chega a ser uma novidade. A CIA cansou de usar criminosos e oportunistas como operadores de suas ações na América Latina. Ao final, limpar a sujeira faz parte do script.
Com o “grand finale”, Dallagnol se junta a Janot e Moro, o trio que demoliu a política nacional, destruiu nossa economia e conduziu ao Palácio do Planalto o obscurantismo miliciano.
Sonharam com o glamour e acabaram enxotados pelos cães da extrema-direita. Vamos combinar, não é para qualquer um.
Redação

11 Comentários

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  1. Coitado… Esquecido pelas câmeras de TV, em breve Deltan Dellagnol descobrirá duas verdades:

    1) ele é mais irrelevante do que algumas pessoas injustamente perseguidas pela Lava Jato;

    2) a crise de abstinência midiática é tão cruel e dolorosa quanto a crise de abstinência de cocaína.

    1. “2) a crise de abstinência midiática é tão cruel e dolorosa quanto a crise de abstinência de cocaína”.

      É proporcional ao tamanho do ego e grau de vaidade!

  2. “Com o “grand finale”, Dallagnol se junta a Janot e Moro, o trio que demoliu a política nacional”
    Protesto!
    Não poderiam esquecer do “menino pobre que mudou o Brasil”,
    Joaquim Barbosa fez o impossível para frequentar esse panteão.
    Esse trio tem um D’Artagnan !!!!!!

  3. Em minha opinião, a maioria dos membros do Poder Judiciário, que por força do cargo adquiriram poderes para julgar os seus pares, se viciaram no entorpecente do corporativismo criminoso, indecente e ilegal. Denigrem cada vez mais o nome da instituição com decisões desequilibradas, parciais, carentes de razão, de fundamento e de qualquer respeito à história e a grandeza da Justiça brasileira. É muito decepcionante para a população contatar a fragilidade do respeito, da admiração e da confiança que desabona e humilha o judiciário, em ritmo alucinado.

  4. Mas as empresas privadas de mídia, que criaram todos eles – Janot menos mas Dallagnol, Moro e, muito bem lembrado pelo colega emerson57, Barbosão – continuam como se não existissem. Aliás esse é um truque velho mas que ainda derruba muita gente: essas empresas de mídia se fazem de invisível a cada pessoa que diz que arroga-se “saber das coisas independente do que vê na TV”. O pior inimigo é o que se esconde… e talvez leve algum tempo até que orgulhos e arrogâncias sejam vencidos a ponto de reconhecer que tudo o que se sabe, só se sabe pela imprensa.

  5. “Sonharam com o glamour e acabaram enxotados pelos cães da extrema-direita. ”
    Supostamente causa uma traumática decepção que não tenha sido enxotados pela esquerda.

  6. “[Médicos] já recomendaram imediatamente tratamento com terapias”. – Deltan Dallagnol, justificando o seu afastamento da Lava Jato

    Porventura, esse Gojoba é terapeuta?

    O que significa tratamento com terapias?

    Ora, terapia é sinônimo de tratamento:

    Therapy: the treatment of physical, mental, or social disorders or disease

  7. Futuro candidato a Senador ou vice na chapa de Moro. A Globo precisa de um presidente pra chamar de seu. Não se satisfazem só com um mero ministro da economia. Eles não vão deixar Moro e Delatan sumirem.

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