O amor está pela hora da morte no País, por Matê da Luz

Procurei um tema pra hoje – encontrei reclamações diversas aqui e acolá, quase todas elas com cunho amoroso: “o amor está pela hora da morte pra vocês que moram aí no Brasil”. 

Assim foi que surgiu a ideia de escrever sobre isso por aqui, mesmo que não seja a ideia central do meu perfil no blog. Mas é só por hoje, só pra levantar um questionamento deveras importante, quem sabe – estaríamos os brasileiros aprisionados em um modelo cultural tão intrínseco de malandragem que ele se expande inclusive para os relacionamentos mais íntimos, os amorosos? 

Amiga minha vive na Europa e diz que sente pena dos relacionamentos na terra brasilis – afirma que, por lá, é comum as pessoas torcerem pra que os amigos e amigas encontrem alguém, para que formem uma família, tenham filhos, envelheçam juntos, enquanto que por aqui é comum que as piadinhas comecem já mesmo quando um casal comunica que decidiu se casar. Termos como “prisão”, “acorrentados”e “fora do jogo”são absolutamente comuns nestes cenários e, ao meu ver, estimulam a perpetuação da tal característica que determina que quanto mais, melhor, em termos de relacionamentos no Brasil. 

Perceba que esta não é uma tese sexista, não estou falando que os homens são safados e pobre de nós, as mulheres. Estou falando em uma cultura que possivelmente celebra pequenos deslizes como grandes feitos em diversos âmbitos e que, quem sabe, esteja contaminando até mesmo a grande mina do amor. 

E aí, vamos debater? 

Imagem: Dany Lizeth

Mariana A. Nassif

1 Comentário

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  1. É verdade e o que tem me

    É verdade e o que tem me incomodado muito são as propagandas de televisão que sempre colocam os casais em pé de guerra.

    Tem uma em que a filha fala com a mãe ao telefone enquanto pega duas coxas de frango congelado do freezer e critica a mãe por ter brigado com o pai e não querer cozinhar para ele. Nesse ínterim, seu marido aparece e a critica por ter usado o barbeador dele e ela recolhe uma das coxas na hora e guarda de volta no freezer.

    Em outra, sobre comida pedida por internet, a esposa faz caretas e imitações do marido, que parecendo um débil mental, diz que está com fome e vai comer na casa da mãe.

    Existem outras dezenas de comerciais nessa mesma linha, sempre enaltecendo as brigas e discussões. 

     

     

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