O Brasil Sacana, por Arnobio Rocha

A tragédia é transformada em memes, pois somos espertos e rir de nós é uma saudável forma de não querer sair do destino reservado pela coincidência da chegada de Cabral.

O País que se sabota, porque é legal dar errado.

O Brasil Sacana

por Arnobio Rocha

em seu blog

“Quanta gente aí se engana
E cai da cama
Com toda a ilusão que sonhou
E a grandeza se desfaz”
(Pecado Capital – Paulinho da Viola)

É preciso saber que somos o suprassumo da calhordice, já dia nossa primeira carta, escrita por Pero Vaz Caminha: “Nessa terra, tudo que se  planta, dá”.

Os fundadores, os portugueses, cedo perceberem que o negócio por aqui era só espoliar, nada de pensar no futuro, levar o que desse, exportar de lá o que não prestasse.

Inclusive a fugitiva família real aportou aqui com o peso de suas fanfarronices, seus costumes de corte pequena e cheia de apaniguados, aspones e vícios, todos ávidos para serem servidos pela colônia perdida no Atlântico.

Partiram, mas na dúvida, deixaram um príncipe para tomar conta e ficar, “antes que um aventureiro” usasse a coroa. Entre muitas farras e diversão, ele próprio foi-se para a terrinha tomar posse da sede, deixando um herdeiro infante.

Nada foi sério no longo reinado de um dândi, eis que de repente um general lhe toma a coroa, criando um novo vício nacional, o da tutela militar, entre uma ditadura e outra, uns respiros de democracia.

A vida democrática aqui é sempre com medo, e criou-se um desejo, quase uma tara, por uma governabilidade, essa desculpa “republicana” para deixar como estar e ver como fica.

É impressionante como temos a capacidade de nos sabotar, parece que é melhor conviver com o fracasso ou na meia boca, pelo risco de sucesso, é pecado vencer.

De tantas contradições do nada ,de vez em quando algum filho (a) da terra ganha o mundo, um Santos Dumont, uma Maria Ester Bueno, um Guga.

Até um deus , como Pelé. Gênios como Garrincha, Zico, Sócrates, mas sempre haverá um 7 x 1, no entanto, sempre um pilantra mediático para nos lembrar que o mais importante é fracassar, pisar na bola, cair e farrear, sem demonstrar seriedade, apenas com “parças”.

Claro que tem um Noel Rosa, uma Maria Betânia, a genialidade maior de Chico Buarque, de Tom Jobim, da Elis e do Cartola. Vozes divinais como as de Milton Nascimento e Tim Maia. Violões e bandolins de Raphael Rabelo, Jacob, Valdir Azevedo.

Entretanto caímos nuns esgotos tão nossos, como Figueiredo, Bolsonaro e Jânio, frutos daquela  caravela que trouxe Sarney, ACM, Ademar, Malufs e outros menos afamados.

Infelizmente descemos ao último estágio do inferno, porque gostamos do inusitado, como estas seitas neopentecostais, os extremistas religiosos, essa extrema-direita que baba e morde, vestidos de camisas falsas da CBF. Que conseguiram em pouco tempo apagar uma pequena possibilidade de sair do destino cruel.

A tragédia é transformada em memes, pois somos espertos e rir de nós é uma saudável forma de não querer sair do destino reservado pela coincidência da chegada de Cabral.

Ah, naus errantes cabralianas, depois os navios negreiros, por que aportastes aqui?

Que pesadelo.

Redação

3 Comentários

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  1. A Pátria do Fatalismo e da Hipocrisia. Somos? Somos quem? Vocês !!! Fracassados que tentaram fracassar uma Nação. Realmente são o ‘Suprassumo da Calhordice’. Endeusam o Golpe Civil Militar Ditatorial Caudilhista Absolutista Assassino Esquerdopata Fascista de 1930 e depois vem culpar a Genialidade Lusitana de Cabral e a Descoberta do Mundo ?!! Haja cara de pau. A China Imperial de 5.000 anos de História é Colônia Britânica até a 2. Guerra, Nação Comunista depois disto. Faz uma Revolução Cultural nos anos de 1950, uma contra Revolução Cultural nos anos 60 e outra Revolução Comercial e Financeira nos anos de 1970, que culminará na transformação da maior Potência Econômica do século 21. Nossas Elites Esquerdopatas vomitam seu Fatalismo em 90 anos de NecroPolítica. Até 1930, somos a Nação Vanguarda da História da Humanidade. Enquanto Países decadentes tentam rotular, classificar e diminuir Seres Humanos com sua Eugênia, temos uma Nação Miscigenada de Elites Políticas, Financeiras, Culturais e Intelectuais Mestiças. Presidente da República Negro. Algo inimaginável no restante do planeta. Porto Seguro para Desesperados, Famintos, Desempregados, Perseguidos, Ignorantes, Miseráveis do mundio inteiro, fugindo do Fascismo, do Totalitarismo, do Nazismo, do Desespero, da Fome do Terceiro, Quarto, Quinto Mundo representados por Franceses, Alemães, Japoneses, Ucranianos, Austríacos, Russos, Chineses, Americanos, Japoneses, Libaneses, Suíços, Turcos,… Destruímos tamanho vanguarda mundial por uma aventura fascisto-esquerdopata de estábulos e estrumes de Quartelada de Baixa Patente, que nos joga no abismo da NecroPolítica durante estes intermináveis 90 anos. Culpa de Cabral? Não foi Cabral quem destrói a Pátria de Machado de Assis, Cruz e Souza, Santos Dumont, Mario de Andrade, Emílio Ribas, Carlos Chagas, Tarsila do Amaral, André Rebouças,…Pobre país rico. Fracassados ainda tentam ditar o Revisionismo Histórico e a Censura. Por pouco tempo. Mas de muito fácil explicação.

  2. Triste nação com DNA de colônia e que dele NÃO consegue se livrar. Triste nação a nossa que sempre esteve sob o açoite dos colonizadores.

  3. Essa conclusão pode ser a abdicação (demasiado humana) de toda e qualquer visão dialética do devir histórico, mas é incontornável: que pesadelo!

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