O fantástico trem de pouso do cargueiro Embraer KC-390: made in Brazil
por Paulo Gala
Uma das coisas incríveis do novo cargueiro militar da Embraer, o KC-390, é o trem de pouso capaz de suportar o peso de cargas gigantes. Quem produziu foi uma empresa brasileira chamada ELEB, hoje uma JV alemã/Embraer (portanto não mais brasileira). São trens de pouso capazes de suportar as 84 toneladas do novo avião militar; a família de jatos Embraer E-145 suporta 24 toneladas. A Eleb nasceu em 1984 para produzir, sob licença, os trens de pouso dos caças ítalo-brasileiros A1 para a FAB. A experiência adquirida com os italianos a capacitou para produzir o trem de pouso da aeronave de caça leve A-29 Super Tucano.
Para pousos em regiões extremamente inóspitas como Amazônia ou Antártida, a solução foi criar um sistema inédito de distribuição do peso no trem de pouso. A patente da nova tecnologia foi depositada nos Estados Unidos. Diferentemente das opções existentes no mercado, esse produto faz com que o impacto no pouso seja absorvido de maneira mais eficaz pelo trem de pouso de forma distribuída na estrutura e rodas. Para suportar mais peso foi necessário que a empresa entrasse na usinagem de titânio e aço, matérias-primas de alta densidade e com mais resistência para as peças. Para outras aeronaves de menor porte, predomina o uso de alumínio. Foi necessário rever processos e adquirir novas máquinas para a planta industrial onde trabalham 600 funcionários.
As peças do trem de pouso nascem de um grande bloco de metal que pode pesar até 4,5 toneladas. O material é tratado termicamente para triplicar a resistência. Depois de passar horas em fornos a 470 graus e receber choque térmico na água, o valor de resistência do aço aumenta bem até ser capaz de suportar todo o peso requerido do trem de pouso. São poucas as empresas no mundo capazes de fabricar um componente desses no mundo. A Eleb se junta à americana Gooddrich e à francesa Messier Dowty no pequeno grupo que domina todo o processo de desenvolvimento de trens de pouso de um avião.
https://www.aereo.jor.br/2016/05/27/inovacao-a-brasileira-o-trem-de-pouso-do-kc-390/
Short landing:
Sistema de abastecimento no ar:
https://defense.embraer.com/br/pt/kc-390
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A Boeing copiou o projeto no curto periodo em que esteve dona da Embraer??
Pra que copiar se puderam levar todos os originais? No início do ano, puseram todos os funcionários da Embraer em férias coletivas, e ocuparam os prédios da empresa em São José dos Campos com engenheiros e técnicos da Boeing.
Se foram muito camarada – “american so good, no?”, diria Kate Lyra -, devem ter deixado cópia para os trouxas na Embraer. Em mídia papel, vale dizer. Vai reclamar aonde? No DoJ? Na ONU?
Montadora
Tanto a ELEB/Liebheer como a Embraer são “montadoras”, partes do C-390 são produzidas em varios locais pelo mundo, na maior parte Estados Unidos, montadas aqui, como ocorre com todas as linhas comerciais, executivas e de defesa da Embraer.
A questão é sempre o projeto, a inovação, a forma de se fazer….!
Errata: A ELEB não é maia um JV entre Liebherr e Embraer. Hoje, ela é novamente uma empresa 100% Embraer.