O futuro do Ministério da Cultura

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por Rodrigo Savazoni

Na Ciranda da Comunicação Compartilhada

Dilma cede a uma intervenção branca de quem a emparedou

Não tenho ideia do que virá a ocorrer com o Ministério da Cultura nesta nova etapa do governo Dilma Rousseff, onde tudo parece convergir para um desfecho tenebroso, no qual a presidenta abre mão do programa que a reelegeu para entregar sua administração à uma intervenção branca das forças que a emparedaram via crise, mídia e parlamento.

A grande questão é que o simples debate em torno do fim ou não do MinC se apresenta como uma derrota de todos aqueles que militaram nos últimos anos por políticas culturais imaginativas e ousadas, como vislubramos durante o governo Lula.

Pensar que um governo do campo democrático e popular possa conceber internamente o desmonte de uma instituição criada na redemocraticação para fortalecer um de nossos maiores diferenciais como nação – a cultura brasileira – soa tão absurdo que chega a doer.

O retorno de Juca Ferreira foi uma ótima notícia. Mas é preciso lembrar que o processo de desmonte do que havia sido realizado sob Lula começou ainda em 2011, com a seleção de Ana de Hollanda para o ministério, a partir de uma ação articulada naquele momento por forças integrantes da ala cultural do Partido dos Trabalhadores – lembrando que essas forças jamais representaram o conjunto da visão do partido sobre a cultura.

O Ministério da Cultura, sob Dilma, perdeu força, encanto, visibilidade e ousadia. Foi minguando, minguando, até, sob Marta Suplicy, entrar em estado vegetativo. Lembrando que a seleção da ex-prefeita de São Paulo foi um caso de composição política infeliz (posto que Marta jamais teve interesse real em marcar sua trajetória pelos feitos no campo cultural). Restaria a Juca e sua excelente equipe um esforço hercúleo de reerguer o MinC em um contexto nacional e internacional extremamente desfavorável. Resta agora a eles lutarem, como militantes culturais que são, para impedir que essa sandice se realize.

Não tenho dúvidas de que o Estado brasileiro precisa ser modernizado para atender os desafios que se apresentam a um país que se complexificou ainda mais. Mas nenhuma modernização efetiva passa por dar cabo da instituição e colocá-la sob a gestão da pasta da educação.

Fortalecer o MinC, ampliar as condições de trabalho de seus servidores, organizar as carreiras de Estado, ordenar melhor sua estrutura administrativa, evitando duplicidades, tudo isso seriam ações efetivas de racionalidade administrativa.

Fechar as portas da pasta da Cultura ou mesmo fatiá-la, com a exclusão de secretarias supostamente desnecessárias, para responder a um apelo estúpido de conteção de gastos (quando os verdadeiros enfrentamentos para se garantir maiores receitas ao Estado não são feitos), seria um erro histórico. Como já é um erro histórico trazer esse debate ao baile da opinião pública.

13 Comentários

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  1. O Brasil virou um samba do

    O Brasil virou um samba do crioulo doido.

    Lendo este post so podemos entende-lo como um plagio do famoso samba criado pelo genial Stanislaw Ponte Preta.

    So pode ser.

    ” Políticas culturais imaginativas e ousadas, como vislubramos durante o governo Lula”.

    O cidadão que escreveu tal afirmação deve morar na China ou em Marte.

    Um enorme apagão cultural tomou conta do pais e ele acha que tudo é lindo, maravilhoso no ministerio da dupla baiana.

    O PT errou. Todo mundo erra. 

    A escolha do batman para o STF nem merece comentario. Deveria receber o premio Nobel dos enganos politicos.

    Mas a escolha do parceiro de toda a vida do mais reacionario entre os artistas brasileiros foi tambem demais.

    O ministro da cultura do governo do PT apoiou a Marina na eleição.

    Da para entender?

    A “politica ousada” criada pela dupla baiana foi lutar para derrubar a lei de direito autoral.

    Isto é, o minimo que sobra para os verdadeiros artistas se manterem num universo cultural tomado pela Globo.

    A outra “politica imaginativa” foi a criação dos tais Pontos de Cultura alardeados como algo que mudou a humanidade.

    Na verdade tais “pontos” deveriam estar inseridos em secretarias de lazer social.

    A cultura é algo bem mais serio, mais complexo.

    Os tais Pontos, alem de estarem mais ligados ao lazer do que a cultura, criaram uma nova casta de burocratas culturais, que travam qualquer possibilidade de mudança na politica do MINC.

    Não sei, nem ninguem sabe se a Ana de Holanda seria uma boa ministra.

    No primeiro diacomo ministra ja foi atacada violentamente por esses novos burocratas que não querem perder uma boquinha.

    O PT não entendeu que a cultura é a atividade basica no processo de politização de um povo. Politização entendida com P maiusculo.

    Ela oferece os instrumento para a população entender sua historia, seus costumes, suas identidades,suas potencialidades, suas fraquezas, seus inimigos, seus verdadeiros aliados, transforma a educação em ações praticas, permite entender os valores da cidadania e muito, muito mais.

    Com a dupla baiana a cultura ficou reduzida a rock e hip hop gratis na internet.

    Lobão, Roger, Silvino Salvador passaram a ser vistos, diante de um apagão cultural, como “artistas”, porta vozes dos trabalhadores da cultura.

    Sabrina Sato expoente dos ambientes culturais, aquele galã de terceira das telenovelas globais,  o tal que não gosta de ler, virou  grande “ator”.

    Romero Brito o maior pintor do planeta.

    E por ai vai.

    Na terra do Tom, do Baden, do Pixinguinha, do Ary Barroso  a juventude universitaria passou a escutar “sertanejo universitario”.

    E o autor do post nunca viu nada mais maravilhoso na cultura.

    Para a cultura brasileira se acabar o MINC, gerido dessa maneira, tanto faz.

    Ao menos não teremos um orgão oficial ajudando a industria do entretenimento ocupar o lugar da cultura,como ocorre agora.

    1. Nao deu pra einteinder

      Nao deu pra einteinder direito por causa diki paulistas sao incoherentes “de vez em quando” e nao deu nem pra identificar o genero direito:

      Voce eh o Barao de Munchausen ou a Ofelia?

      Favor se identificar POR NOME.

    2. Por sinal, IVAN MORAES

      Por sinal, IVAN MORAES SOMENTE eh o Psicotico Oficial do Blog, ok?  Va procurar fregues EM OUTRA FREGUESIA, a geinte nao tolereimos psicotico de terceira classe aqui nao!

      MUITO MENOS EU.

    3. Não dou a minima para

      Não dou a minima para trofeus, premios e muito menos a estrelinhas do blog do Nassif, que, no meu entender,  nem deveriam existir.

      Acabei de escrever o comentario e em segundos apareceu um me dando uma estrelinha.

      Gostaria que ao inves da sua classificação  contestasse as minhas afirmações.

      Seria mais honesto e corajoso e talvez mais produtivo para os que leem comentarios e querem se informar sobre o o assunto debatido

      Apresente-se.

  2. Ministérios e mistérios

    Ministério da Cultura: Lula – Gilberto Gil; Dilma – Marta Suplicy.

    Ministério da Justiça: Lula – Márcio Thomaz Bastos; Dilma – José Eduardo Cardozo.

    Algum mistério sobre a origem dos problemas de Dilma com esse ministério medíocre?

  3. Extinguir a Lei Rouanet – II

    Extinguir a Lei Rouanet – II

    “(…)

    Juca afirma que a verba é pública, mas os gastos são decididos pelo departamento de marketing das empresas, de acordo com o melhor retorno privado.

    Segundo ele, 80% da verba hoje investida via Lei Rouanet é destinada a produtores culturais já estabelecidos em São Paulo ou no Rio. “Projetos inovadores ou da grande maioria dos Estados não interessam às empresas”, disse o ministro durante um “hangout”, conversa com internautas via Youtube.

    “É preciso modificar isso. E houve uma interrupção na administração de Ana de Hollanda, começou uma rejeição a essa modificação”, afirma.

    O ministro define o atual dispositivo como o “ovo da serpente neoliberal”. “Ela se propõe a ser uma Parceria Público-Privada, mas tem uma distorção ao permitir 100% de renúncia fiscal. É só dinheiro público, o ente privado não coloca nada”, diz. (…)”

    https://www.brasil247.com/pt/247/cultura/168300/Juca-Lei-Rouanet-%C3%A9-%E2%80%9Cengodo%E2%80%9D-e-precisa-ser-alterada.htm

  4. Sejamos claros: o MinC…

    Sejamos claros: o MinC… ainda que resista à reforma administrativa atual, se extinguirá nos próximos 5 ou 6 anos. Uma parte signifificativa do quadro atual de servidores irá se aposentar neste período e os concursados jovens não permanecem no MInC. Ou seja, não haverá força de trabalho para sustentar a máquina em pouquíssimo tempo. Fim.

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