O fantasma da direita: Um “governo Lula” já em 2016?, por Weden

por Weden

Os analistas e futurólogos têm todo o direito de dizer que são mínimas as chances de Dilma voltar ao governo, sem se comprometer, na votação final do golpe com novas eleições. Mesmo esse compromisso não seria garantia de um retorno ainda que provisório. Mas nenhum analista e ou futurólogo pode afirmar que Dilma não tem qualquer chance de retorno, principalmente, se levarem em conta que a ela faltam apenas seis votos.

Não é possível afirmar de uma vez por todas que não tenhamos seis votos a mais a seu favor, ou algumas abstenções ou ainda ausências. Portanto, se as chances de retorno da presidenta ao poder são pequenas, elas não são inexistentes. E é isso que mais preocupa a direita mais selvagem. Se Dilma volta, no dia seguinte, Lula é o ministro da Casa Civil, o que determinará o reenvio de todo e qualquer processo contra ele para uma corte mais equilibrada (embora falha e muitas vezes negligente): o STF.

A tensão atual é que os juízes de primeira instância, que atuam a soldo ideológico do grande capital e da direita patrimonialista – incluindo aí a mídia – percam a chance de fazer o serviço da capatazia. O STF costuma ser mais lento e um processo de Lula no Supremo, além de não poder se configurar como caçada politica, demoraria possivelmente o bastante para que 2018 fosse logo ali.

No governo, Lula se transformaria num primeiro-ministro de  fato. Sabe-se que o centro, com que contava o PT até 2012, se moveu gravemente para a direita, principalmente, capitaneada por figuras como Eduardo Cunha. Ninguém é ingênuo para não levar em consideração que o julgamento do chamado “Mensalão” teve um papel aí. Depois a falta de tato da presidenta, a crise econômica e a república jusmidiática de Curitiba contribuíram com a dissensão.

A questão é que não temos mais Cunha, e Lula tem uma enorme capacidade de articulação. Se ele consegue dividir o centro, hoje todo para a direita, já será um ganho extraordinário para Dilma, que contaria com mais de 200 deputados e uma boa soma de senadores.

No plano jurídico, não adianta Janot investir contra ele novamente, porque a PGR já se desgastou o suficientemente ante a opinião pública, ao atuar de forma negligente em relação ao governo provisório. Denúncias contra Lula não são mais graves que denúncias contra os ministros de Temer. Por mais que a midia vá como uma louca fera contra ele.  

Também é claro que não haverá mais clima para manifestações em massa contra Dilma. O cancelamento das manifestações pelo golpe no dia 31 de julho mostram que não há mais mobilização. Existe saturação no ar. E Temer não convenceu.

Lula no governo traz confiança a setores expressivos da população. E se realmente as previsões de inflação menor e crescimento moderado se confirmarem até 2018, a direita terá perdido o billhete premiado.

Os juízes de província e partidários do país vão fazer o diabo nestes próximos dias. Eles têm menos de um mês para entregar a mercadoria. Porque, se não entregarem, não é impossível que o inesperado faça uma surpresa, como naquela velha canção. O que eles e seus senhores temem não é tanto Lula em 2018. É Lula já em 2016.

Redação

15 Comentários

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  1. O Brasil está nas mãos da

    O Brasil está nas mãos da máfia,

     

    Não á toa querem voltar a jogatina para, os daqui e os de fora, lavarem a grana sossegados; entregue as mafias midiaticas, o que é, na verdade, a midia podre, entregue ao rentismo desumano, aos empresarios larapios, ao que mais nojente existe na politica, tudo isso “agradecemos” aos coxinhas batedores de panela, só fica imaginando se os vizinhos do predio onde moro se acham elite, ou se já sabem que vão amargar um tremendo arrocho em suas aposentadorias e outros terão que trabalhar um tantão a mais para se aposentarem……

  2. Não consigo enxergar Dilma

    Não consigo enxergar Dilma levando essa parada. E estou me perguntando como Dilma poderia empossar Lula como mnistro se ele já é réu em processo?

    É bom sonhar, mas com os pés no chão.

    1. Poderia. O impedimento só

      Poderia. O impedimento só haveria no após eventual condenação transitada em julgado.Enquanto réu o cidadão não perde seus direitos. 

    2. Maria não se esqueça que

      Maria não se esqueça que muito mais réus existem no governo interino e pelo menos quatro já caíram.

      Ser réu não é empecilho para virar ministro, pelo menos para o PMDB, no caso do PT, sabe como é…

  3. Há tempos que tenho a mesma

    Há tempos que tenho a mesma impressão do autor deste texto.

    Podem disfarçar, espernearem os que são contra o Pt, mas que sentiram o golpe com a ida do Lula a ONU, isso sentiram. Esses caras de curitiba sabem que daqui em diante o que fizerem contra o Lula vai ser retratado na imprensa mundial. ponto anti-golpe. 

    Tenho duas perguntas: porque o zé da justiça não entra no stf questinando  mérito do golpe, já que o mpf se manifestou contra eo próprio temer-cunha disse que o golpe é político e não jurídico?

    e a pergunta que não quer se calar: se o cunha não desse o pontapé inicial no golpe, o teori(a) teria afastado ele da presidência da câmara?

    1. “Tenho duas perguntas: porque

      “Tenho duas perguntas: porque o zé da justiça não entra no stf questionando  mérito do golpe, já que o mpf se manifestou contra eo próprio temer-cunha disse que o golpe é político e não jurídico?”

      Celso pelo que andei lendo, o governo quer esgotar todas as possibilidade politicas, caso não consiga sucesso, parte para o questionamento jurídico.

      O medo do governo é questionar o STF agora, e o supremo lavar as mãos, e jogar a bola para o senado, nesse caso o governo já entra derrotado no senado

      No caso do impeachment sendo aprovado, pode haver uma comoção nacional, com orgão internacionais acusando o golpe, talvez, nessas condições, sob pressão, o STF pode ter outra postura. TALVEZ!

      Alguns analistas acham que por isso o zé ainda no “provocou o STF”. 

  4. Foi no ponto, o articulista.

    Foi no ponto, o articulista. Só essa possibilidade explica esse açodamento jurídico-midiático contra o ex-presidente. 

    Outro detalhe: o trabalho árduo de um eventual seguimento do governo Dilma não seria só arregimentar uma base de apoio ao governo, mas pacificar e unir o próprio PT e de resto a Esquerda. 

    Vem mais chumbo grosso por aí. 

  5. Sinceramente, acredito que a

    Sinceramente, acredito que a Dilma volta. Acho mais fácil conseguir seis senadores com ideais nacionalista, do que 60 traidores da pátria, entregadores do patrimônio nacional como o governo vem afirmando que tem.

    O GGN já fez dois post apocalíptico, dizendo que a Dilma jogou à toalha e o Lula/PT já estão conformados com a derrota, o que não acredito.

    Acho que a Dilma tem para mim, 50% de chance de voltar.

    Sou sonhador ? Talvez ! Mas muitos sonhos são transformados em realidade.

    Neste momento atual só tenho duas postura: De sonhar e de me indignar

  6. Passeatas acontecendo  e

    Passeatas acontecendo  e nehuma cobertura do GGN.

    Atenção ! Não dá para fazer concorrência com o PIG, eles tem mais tempo e talento para isso.

  7. Tinha 55 pedidos de

    Tinha 55 pedidos de impedimentom Cunha rejeitou 30, neste meio tempo do impedimento outros 50 deram entrada, inclusive um da OAB.

    Se Dilma retornar ao poder o povo tira a força.

     

     

     

    1. Oneide

      Será? Em que país você vive? Melhor, em que planeta. Já passou muita água sob a ponte desde o Dia Nacional da Vergonha, ou seja, o dia em que suas excelências votaram na câmara o afastamento da Presidenta Dilma Roussef, eleita por mais de 54 milhões de eleitores. Deixe de ser golpista. Acorde pra vida, dona Oneide!

  8. 7×1

    Impressão que ficou das manifestações de hoje: Gooooooooolllll da Alemanha.

     

    Mortadelas 7 x 1 Coxinhas

    Mortadelas 50.000 x Coxinhas 500

  9. Nêumanne desdenha da ONU.
    Nêumanne desdenha da ONU. Decorre daí seu meio produtivo de informar à população de quantos facínoras estão de posse dos meios de comunicação. Suas palavras chegam imunes aos ouvidos pouco acostumados às tramoias do poder. Quem deu tantos poderes a um sujeito ignóbil e pouco afeito às vertentes de qualquer regime democrático? Quem dá a esta anta a arma da comunicação tem o grave defeito de defecar em baixo da mesa enquanto o jantar da maioria se insinua.

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