O porquê do general sair em apoio ao capitão, por Luiz Carlos Soares Moreira

O general sabe que a queda de Bolsonaro resultará na volta dos militares aos quartéis.

O porquê do general sair em apoio ao capitão

por Luiz Carlos Soares Moreira

Todas as posições relatadas pelos analistas políticos sobre o que escreveu o general Villas Bôas quando formulou através do Twitter apoio ao capitão Bolsonaro, tentam encontrar nas palavras uma razão lógica e para tanto se aprofundam na análise do texto veiculado.  

Ocorre que para entender o que foi dito basta analisar, simplesmente, o que está por trás das palavras proferidas.

Quando paramos e raciocinamos em torno do poder que pressupõe o embate de forças políticas, sentimos que estamos com a mão muito próxima do interruptor de luz.

De repente sentimos que a falta de um foco dirigido ao ponto obscuro do amontoado de palavras é o motivo das análises divagarem e não atingirem o resultado perseguido.

Quando se despreza o caminho mais simples e se envereda pelos desvios, no afã de chegar mais rápido, o risco de perder o rumo é grande.

Portanto vamos direto ao ponto que esclarece o que disse o general, deixando de lado a análise textual e partindo para a motivação que orientou o que foi escrito.

Os militares ficaram duas décadas no poder e nunca esqueceram o quanto é sedutor o poder e suas benesses.

Quando o capitão Bolsonaro, por ocasião de cerimônia de transmissão de cargos de ministros da área militar, disse que o general Villas Bôas era o responsável por ele estar no posto de Presidente da República, evidenciou a ligação umbilical do general com o seu governo.

Essa afirmação mostra que o general lutou com força para que os militares voltassem ao poder.

Se temos consciência dessa assertiva, fica muito fácil entender o porquê do general correr em defesa do capitão quando em seu retiro para tratamento de saúde, cuja enfermidade, esclerose lateral amiotrófica, nenhuma interferência tem sobre sua capacidade intelectual.

O general sabe que a queda de Bolsonaro resultará na volta dos militares aos quartéis.

A volta os militares aos quartéis é imprescindível à pacificação dos poderes democráticos e do restabelecimento pleno da República nos moldes instituídos pela nossa Carta Magna, onde se encontra delimitado seu papel, conforme preceituação abaixo transcrita: 

 “Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.”

O fundamental papel das Forças Armadas é garantir o país contra ameaça estrangeira; garantir a lei e ordem em consonância com os poderes legalmente constituídos (executivo, judiciário e legislativo); a segurança dos cidadãos dentro da República Federativa do Brasil; e a ordem constitucional vigente.

A grande esperança que move nosso povo é acreditar que a maioria dos militares que compõem nossas forças armadas (exército, marinha e aeronáutica), estejam conscientes do seu relevante papel dentro de nossa república federativa.

Quaisquer ações que destoem da orientação contida em nossa Carta Constitucional, põe em risco a convivência política e social, indispensável ao funcionamento da democracia dentro dos limites republicanos.

Luiz Carlos Soares Moreira – Escritor

Redação

8 Comentários

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  1. Eu penso que está ficando mais claro agora que quem realmente comanda o Brasil são os militares e o Bolsonaro é só um testa-de-ferro, um palhaço-marionete para servir de vitrine e esconder quem manipula as cordas dele.

    1. Meu DEUS quanta bobagem, dizer que a presença dos militares é que causa essa confusão dos políticos corruptos e sem expressão (votos) tentarem implantar um parlamentarismo branco etc etc é por causa dos militares no poder?!?!?!?
      Pensei que fosse o 1 ano de governo sem corrupção, sem a grana farta para meios de comunicação!!!
      Texto e comentários credibilidade “0”,quem vocês pensam que enganam?

  2. Para mim o que pese é outra coisa. Diante de um presidente que envergonha aos milicos, até por ter saído (e sido afastado) de lá por comportamento indisciplinado, por se aproveitar do cargo para vingar-se, rebaixá-los e calá-los. Ainda por estarem os expondo em participar de um governo inerte, insosso, insípido, desagregador, cheio de confusões e tantas coisas mais que possam serem listadas.
    O que estes improdutivos com pijamas com arminhas estampadas e de pantufas estão com medo mesmo, é de que a crise venha a exigir-lhes cortes em mordomias, pensões de filhas, passeios a cavalos nos centros hípicos. Já mostraram que nem mais o demagogo amor à pátria serve mais, pois estavam seguindo com o presidente ao trumpismo e agora com a coronacrise vão se aperceber que Trump vai falar: “não lhes conheço”.

  3. “A sua POSTURA é corajosa”.

    Genérico Villas Boas

    Postura: ovos que as aves põem durante certo número de dias; ação ou efeito de pôr ovos.

    A POSTURA do Galináceo Villas Boas é medrosa e portanto covarde.

  4. Face a sua situação, conhecida de todos, não há como haver certeza que o tal texto expresse o pensamento do general. Os próprios militares devem ter dúvidas sobre isso.

  5. De um lado o judiciário ávido por mordomias e penduricalhos, do outro lado os militares saudosistas da ditadura, da opressão, da censura, da tortura e da violência. Porém, no centro das duas forças de poder contaminadas está o agente fomentador da contaminação, que são a classe política, fiéis representantes de grandes corporações econômicas e financeiras que os fazem implantar seus cavalos de Tróia no seio de seus alvos preferidos. Daí, os exemplos se seguem e falam por si só: quando apertaram o judiciário com a ameaça de controle externo e/ou de mexer em seus bolsos, ele pulou feito pipoca, para manter os indecentes e astronômicos ganhos injustificáveis; quando apertaram os militares com a Comissão da Verdade e agora com o movimento contra Bolsonaro e seus servidores, eles começam a gritar para manter o uso da carteirada e um qualquer, a mais, na conta salário. Então, nessa pavorosa dança, enrolação e ameaças do “comigo não” todos vão retirando seus pedaços do bolo e povo cada vez mais vai tomando nota.

  6. Nassif: você sabe que de há muito combato duas coisas, nesse País. Duas pragas assoladoras e centenárias — o Senado e o Exército. O primeiro, porque a Constituição fala de “cidadão” e, até onde sei, Estado, como ente da Federação, não é “cidadão”, nem tem tal feição. Depois, o Exército. Vejamos agora esse último. O Brasil, num contexto geopolítico, tem somente três potenciais inimigos, China, USA e Rússia. Os demais até poderia ameaçar-nos, mas não passariam disso. Quanto aos três, são os únicos que poderiam arrasar-nos e ocupar o que de estratégico dispomos, seja pelo mar, pelo ar e, sobretudo, por terra. Os do mar e os do ar, de algum modo, têm do que ocupar. Mas os de terra, que fazem, além de conspirarem pelas casernas, em criarem e executarem, mesmo sem sucesso, a Democracia da Baioneta? Isto sem falar do custo, que são pagãos pelo erário público. Tirando uma ou outra façanha honrosa, incluindo aqueles 400 mártires, que foi o preço de Volta Redonda, e um ou outro “general” da corporação preocupado com seu “Povo”, diga você, que manja mais que nós leitores, de coisas que nos mostrasse não serem eles os verdadeiros “parasitas” de que o ministro da “economia” anunciou? Diga? Os planos do atual governo é parte do entender dessa “Arma”. E, pra mim, o evento do Coronavirus ajustou-se aos seus planos, para limpar a eira dos que eles julgam indesejáveis e incômodos. Por isso, a volta aos quarteis, a esta altura, seria como mandar novamente à incubadora o ovo da serpente…

  7. “O general sabe que a queda de Bolsonaro resultará na volta dos militares aos quartéis.”

    A queda do capitão (na verdade tenente), vergonhosamente reformado e com carteira de maluco dada por tribunal militar, resultaria em um general de carreira assumindo a presidência.
    E isso é o oposto exato de uma volta aos quartéis.

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