O que Temer fez no caso Geddel tem um nome: corrupção, por Jânio de Freitas

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O caso Geddel, se não desponta como um crime de responsabilidade motivo de impeachment, pelo menos serve para mostra a “irresponsabilidade” de se ter colocado Michel Temer no poder.

Enquanto o desemprego acelera, o pré-sal é saqueado, direitos sociais são esvaziados, a maior empresa do Brasil é “fatiada”, Temer passa a semana mergulhado na crise em torno de um apartamento que nem existe. Acompanhando a temperatuda da imprensa, que lhe deu ordem expressa para demitir Geddel e se comportar, se não quiser sair da presidência da mesma maneira como entrou.

Para Janio, o que Temer fez no caso Geddel, embora aliados políticos como Aécio Neves e FHC tentem amenizar, tem um nome: corrupção.

Por Janio de Freitas

País derrete e presidente ocupa-se com apartamento que nem sequer existe

Na Folha

Michel Temer não poderia mesmo ser “atingido nem de longe”. Está chafurdado na manobra de Geddel, a quem buscou servir em autêntica advocacia administrativa em nível presidencial. Corrupção, nada menos.

É ao menos original, para não dizer que é cômico. O país derrete, com as atividades econômicas se desmilinguindo, o desemprego crescendo, cai até a renda dos ricos, a maior empresa do país é vendida em fatias, pouco falta para trocarem de donos os trilhões do pré-sal –e o presidente da República passa a semana ocupando-se com um apartamento que nem existe. Ou só existe no tráfico de influência de um (ex)ministro e na advocacia administrativa do próprio presidente.

Se Dilma foi processada por crime de responsabilidade, como quiseram os derrotados nas urnas, Michel Temer é passível de processo, no mínimo, por crime de irresponsabilidade. É o que explica a pressa de Aécio Neves e Fernando Henrique para cobri-lo com uma falsa inocência. “Isso [a ação de Geddel] não atinge Temer nem de longe”, diz Aécio, que na presidência da Câmara foi o autor de algumas das benesses mais indecentes desfrutadas pelos deputados.

Fernando Henrique define os atos de Geddel e de Temer como “coisas pequenas”. Comparados à entrega, por ele, do Sistema de Vigilância da Amazônia à multinacional Raytheon, ou confrontados com as privatizações que manipulou até pessoalmente (e com gravação), de fato as ordinarices atuais são “coisas pequenas”. Mas se “o importante é não perder o rumo”, só isso, Temer, Geddel, Moreira e outros não o perderam. Nem desviam o país do rumo desastroso, único que lhe podem dar com sua incompetência e leviandade.

O comprometimento de Michel Temer com a manobra de Geddel não precisaria ser mais explícito. Sua acusação a Marcelo Calero, de que “a decisão do Iphan criou dificuldades ao [seu] gabinete” porque “Geddel está bastante irritado”, diz o que desejava de Calero: a ilegalidade de uma licença incabível, para não “criar dificuldades” ao gabinete e, portanto, ao próprio Michel. Apresentar a ilegalidade como a forma correta de conduta, quando está em causa um interesse contrário à responsabilidade e à lei, é um comprometimento inequívoco com o interesse e com o tráfico de influência que o impulsiona.

Tem a mesma clareza a igualdade de ideia, e até de palavras, que Calero ouviu de Temer, de Eliseu Padilha e do secretário de Assuntos Jurídicos, Gustavo Rocha, em ocasiões diferentes. Todos lhe falaram em “construir uma saída”, mandando “o processo para a AGU”, a Advocacia-Geral da União. Lá, como disse Temer a Calero, “a ministra Grace Mendonça tem uma solução”. A igualdade demonstra a combinação de uma estratégia para afinal impor a ilegalidade. Fosse por já terem a concordância de Grace Mendonça, como sugere a afirmação de Temer, fosse por a verem como maleável.

Michel Temer não poderia mesmo ser “atingido nem de longe”. Está chafurdado na manobra de Geddel, a quem buscou servir em autêntica advocacia administrativa em nível presidencial. Corrupção, nada menos.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

7 Comentários

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  1. Venho lendo artigos, mais de

    Venho lendo artigos, mais de jornalistas estrangeiros que dos brasileiros, sobre a impossibilidade de Temer prosseguir governando. Por incapacidade, por ser ilegítimo, por não colocar em pauta temas importantes e necessários à sociedade, entre outras. Todavia, me inclinava a pensar mais na impossibilidade de ver esse monstro sair, dando lugar a outro presidente, por contar com os tucanos, todos blindados pela justiça, e pela mídia, bem como porque os componentes do Congresso são, com raras exceções, todos comprados e vendidos. 

    É um governo corrupto, do toma lá dá cá; do compadrio, disposto a servir e acatar qualquer proposta de seus amigos, se há interesses próprios em jogo, em detrimento de tudo que acontece à grande massa do povo brasileiro.

    Pois é bem-dita a frase de Jânio de Frietas sobre que Dilma perdeu o mandato por crime de responsabilidade, quando o que estamos vendo por quem a apeou do poder, crimes em cima de crimes, de irresponsabilidades, afetando não apenas pessoas, mas até mesmo, e o que é mais importante, o plano diretor da cidade de Salvador. Aliás, pouco se tem dito a respeito de ACM Neto, prefeito daquela cidade. Será que ele também não tá nessa malandragem?

    Por fim, ao que tudo indica, as chances de desdobramentos muito nocivos ao Governo em razão dessas notícias, e do afastamento de Gedel, dão mostras de um final de ano muito ruim para esse governante.

     

  2. Vamos trabalhar moro! tirem

    Vamos trabalhar moro! tirem as bundas das cadeiras e vão prender essa gang coercitivamente! avisem a suas globo antes para preparar o show, e comecem com os piores: fhc, aécio e temer! vamos superlotar a nova galeria com 80 célas na sua penitenciária! Ou vão continuar com as bundas nas cadeiras por conta de delação premiada parcial sob encomenda? Fora saqueadores da nação e do povo brasileiro! devolvam os nossos votos, nossa democracia e o direito da certeza que voltaremos a votar sem sermos afanados por ditadores traidores lesapátrias demotucanos peemedebistas! (obs: fazemos questão que as grades das celas, que abrigarão fhc temer e aécio prá começar, sejam pintadas de azul e amarelo, as cores que eles roubaram! até isso os caras roubaram!)

  3. E a nossa situação é tão

    E a nossa situação é tão caotica que mal se fala da propria natureza do fato, o absurdo da construção de um horroroso espigão no meio dos predios historicos de Salvador.

    Uns dos homens mais poderosos do governo é tão ignorante que nem entende a importancia do patrimonio cultural do pais, para a sua cidade,  para todos os brasileiros.

    E mais patetico ainda é a declaração do Juca, afirmando que o Geddel estava “defendendo a Bahia”.

    Ou mudamos de rumo ou com esse pessoal no comando do barco afundaremos.

  4. LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992.

    Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário

     Art. 10… VII – conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;…

      Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:

            I – praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência;…

    Constituição Federal, Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:

    …V – a probidade na administração;…

     

    HOUVE CRIME DE RESPONSABILIDADE OU NÃO?

  5. PSDB- DEM E PMDB – MOVIMENTO AFUNDA BRASIL

              Evidentemente o que observamos, no nosso dia à dia, enfim, o que nos temos na prática, é o fato de termos a liderança de um grandioso pais sendo exercida por um presidente fantoche, sem qualquer capacidade de liderança, capitaneado por partidos políticos urnofóbicos, colecionadores de derroras políticas historicamente expressivas, registradas sobretudo nessas últimas décadas. Esses partidos apoiaram o golpe Jurídico /Parlamentar contra um governo democraticamente eleito, como solução política, a exemplo do PSDB, DEM, e segmentos do PMDB, que hoje compõem a base governamental, comprometida unicamente com o movimento nacional “AFUNDA BRASIL”.

              Com todos os agravos, que um sistema capitalista selvagem possa promover em uma sociedade socialmente fragilizada, contamos-se com o álibe para o contraditório. O modelo Neo-Liberal, para seu amplo funcionamento, conta com a necessidade permanente, de harmonia política, mesmo que artificial, e das garantias juridicas plenas, para a promoção dos seus inteesses. Essas premissas básicas o golpe juridico /parlamentar, não teve e não tem condições de sustentar.

              Na leitura de um leigo, o que se observa, nesse exato momento,  é a instalação no Brasil, de um estado criminoso, em toda sua extensão, Executivo, Parlamento, Judiciario, Imprensa, instituições informais,  entre tantos  outras, Talvês fosse necessário repensar sobre o papel princípuo do Estado, na forma para qual fora idealizado, ào pensar simplesmente que o estado moderno é uma instituição criminosa que por ironia do destino deu certo.

     

  6. PSDB- DEM E PMDB – MOVIMENTO AFUNDA BRASIL

              Evidentemente o que observamos, no nosso dia à dia, enfim, o que nos temos na prática, é o fato de termos a liderança de um grandioso pais sendo exercida por um presidente fantoche, sem qualquer capacidade de liderança, capitaneado por partidos políticos urnofóbicos, colecionadores de derroras políticas historicamente expressivas, registradas sobretudo nessas últimas décadas. Esses partidos apoiaram o golpe Jurídico /Parlamentar contra um governo democraticamente eleito, como solução política, a exemplo do PSDB, DEM, e segmentos do PMDB, que hoje compõem a base governamental, comprometida unicamente com o movimento nacional “AFUNDA BRASIL”.

              Com todos os agravos, que um sistema capitalista selvagem possa promover em uma sociedade socialmente fragilizada, contamos-se com o álibe para o contraditório. O modelo Neo-Liberal, para seu amplo funcionamento, conta com a necessidade permanente, de harmonia política, mesmo que artificial, e das garantias juridicas plenas, para a promoção dos seus inteesses. Essas premissas básicas o golpe juridico /parlamentar, não teve e não tem condições de sustentar.

              Na leitura de um leigo, o que se observa, nesse exato momento,  é a instalação no Brasil, de um estado criminoso, em toda sua extensão, Executivo, Parlamento, Judiciario, Imprensa, instituições informais,  entre tantos  outras, Talvês fosse necessário repensar sobre o papel princípuo do Estado, na forma para qual fora idealizado, ào pensar simplesmente que o estado moderno é uma instituição criminosa que por ironia do destino deu certo.

     

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