O que temos agora é só isso mesmo, o agora, por José Bulcão

Podemos mostrar o nosso melhor ou o nosso pior nesse período. Torço para que possamos mostrar o nosso melhor, mas tenho pouca esperança.

O que temos agora é só isso mesmo, o agora

por José Bulcão

Estamos entrando na fase em que se começa a perceber que a crise do coronavírus será maior do que se supunha. Não só pela propagação acelerada do vírus e consequente probabilidade de que uma grande quantidade de pessoas desenvolva o COVID-19, uma quantidade muito maior que nosso sistema de saúde será capaz de atender, mas também pelo impacto econômico que o ‘halt’, necessário e imprescindível para conter o vírus, irá causar em muitas vidas humanas.

Não se espera o fim do mundo. Não será. Há uma curva complexa de propagação versus tratamento e profilaxia versus decréscimo das taxas de infectados.

Em algum momento essa curva vai inverter sua direção na linha do tempo e começar a decrescer. A velocidade em que ocorrerá essa inversão depende de inúmeros fatores e todos são co-responsáveis por acelerá-la ou retardá-la, todos.

Vidas serão perdidas, outras serão afetadas em graus diferentes de intensidade, desde os que sobrevivem com a féria obtida na lida diária (o famoso e terrivelmente triste caso dos que “vendem o almoço para pagar o jantar”), isso sem falar nos que nem esse mínimo possuem, até os engravatados que veem o mundo e tudo o que está dentro dele como uma questão de mercado.

Há muita opulência no mundo e há muita miséria também. Há de se encontrar a equação que permita que a solidariedade e a empatia sejam maiores que o egoísmo e o medo da morte, que a coletividade seja mais importante que o individualismo.

Temo sobre a forma como iremos todos nos comportar nesse período até que o país saia da crise, se é que essa crise não vai acelerar outras crises que já vinham sendo anunciadas e isso não temos como saber agora.

O que temos agora é só isso mesmo, o agora. São as urgências que já estão por aí e que vão se agravar, ao menos por um espaço de tempo, e isso é seguro, elas vão se agravar.

A Itália, país que tratou o tema como HISTERIA quando surgiram os primeiros alertas, acabou de tomar a decisão de que, a partir desta semana, idosos acima de 80 anos não serão mais atendidos pelo sistema de saúde.

Tiveram que fazer escolhas e esse tipo de escolha não se faz sem que marcas profundas e indeléveis fiquem impressas sobre toda a sociedade.

Podemos mostrar o nosso melhor ou o nosso pior nesse período. Torço para que possamos mostrar o nosso melhor, mas tenho pouca esperança. Tomara que eu esteja completamente enganado.

Cuidado com os fascistas. Eles estão à espreita como feras em uma caverna escura, e eles tramam. Afinal, essa é a brecha perfeita para irem à caça de suas presas. E isso a história já cuidou de esfregar na nossa cara inúmeras vezes.

Redação

1 Comentário

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  1. Ha q se preparar para um ECONOMIA DE GUERRA. O jegues preparou um pacote onde o dinheiro que ele acha q vai injetar JA ESTÀ NO SISTEMA. Ou seja nao ha injeçao apenas adiantamentos. E de quebra confirma que eh o trabalhador – a maior vitima – que move a economia (em qualquer tempo) A gente se ve após meu zuck trintao por mostrar semelhanca entre cartaz nazista e cartaz e convocaçao do gado. Perdendo estes tristes e mais agitados idos de março. Se nos cuidemos. Inte +

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