Os erros do PT que conduzem a Maia, por Wilson Luiz Müller

O PT apoiou em outros momentos candidatos de direita. Mas qual a utilidade desse argumento para a análise da decisão a ser tomada no presente momento?

Agência Câmara

Os erros do PT que conduzem a Maia

por Wilson Luiz Müller

Os petistas que apoiam a decisão do PT de integrar o bloco do Maia, já no primeiro turno, argumentam, entre outras coisas, que a posição do partido não é inédita, pois em outros momentos o partido também teria apoiado candidatos da direita para a presidência da Câmara; e que disputar com um candidato próprio seria apenas para marcar posição.

Sobre o histórico, é verdade. O PT apoiou em outros momentos candidatos de direita. Mas qual a utilidade desse argumento para a análise da decisão a ser tomada no presente momento? É por acaso, a história, critério de verdade? Porque aconteceu na história uma ou outra vez, estaria automaticamente justificada uma decisão similar no presente momento? Não é justamente a análise acurada da conjuntura política do momento que deve embasar a tomada de decisão? Portanto, o argumento histórico é imprestável para explicar a decisão atual.

O argumento de que não integrar o bloco do Maia seria apenas para marcar posição é raso. Porque existem várias outras opções disponíveis para o partido. Para começar, a eleição é  em dois turnos. Os votos do PT são necessários para que um ou outro bloco possa vencer a eleição. Se o PT marchasse junto com o PSOL, ou apoiasse um candidato independente do centro, poderia constituir um bloco forte, capaz de influenciar decisivamente o rumo da disputa. Não para ganhar a eleição, mas para arrancar compromissos concretos do bloco que viesse a apoiar no segundo turno. Com a adesão pura e simples, nenhum compromisso concreto foi firmado com o PT, a não ser alguns cargos na mesa, os quais terão pouca relevância na disputa dentro do Congresso, considerada a franca hegemonia dos neoliberais.

Há uma questão de fundo nessa disputa, que não é a de simplesmente marcar posição. Lula continua com os direitos políticos cassados como consequência de um plano, arquitetado por políticos do bloco do Maia, para tirá-lo da eleição de 2018, o que acabou sendo o motivo principal para Bolsonaro chegar ao poder. E tudo isso começou com o golpe contra a presidente Dilma em 2016, no qual Maia, Temer e Baleia tiveram um protagonismo bem central; os dois primeiros como integrantes do seleto clube dos conspiradores; Baleia como um dos arquitetos do projeto Ponte para o Futuro, base sobre o qual se implantou a ferro e fogo o neoliberalismo em curso no país desde 2016.

É importante relembrar isso: não foi o bloco do Bolsonaro que arquitetou isso tudo. Bolsonaro veio bem depois, fazendo a colheita do ódio plantado contra o PT pelos que estão hoje abrigados sob o guarda-chuva do Maia.

Segundo reportagem da revista Veja, sobre o livro que está sendo lançado por Eduardo Cunha:

“No livro, Cunha afirma que Maia era  “um personagem desesperado pelos holofotes do impeachment de Dilma” e pleiteava assumir a relatoria da Comissão Especial do Impeachment. Cunha, porém acabou vetando o nome do democrata por achar que ele não teria forças para levar o processo adiante.”

Não é uma questão de menor importância essa de aderir de forma precipitada ao bloco dos que trabalharam ativamente pelo afastamento das principais lideranças do PT do jogo político. Lutar de forma coerente para reparar essa injustiça faz toda a diferença para conter o avanço do fascismo. É o contrário do que argumentam os apoiadores do Maia.

Não são os contrários à adesão ao bloco do Maia que querem ficar marcando posição. O que eles defendem é que o partido reorganize suas fileiras para os embates futuros. Porque acreditam que a melhor maneira do PT se reorganizar e fortalecer é não ficar a reboque da agenda da direita neoliberal.

Quem está marcando posição nessa conjuntura, para ficar no mesmo lugar – correndo o risco de perder em seguida mais algumas posições – , ou para deixar tudo exatamente como está (com o golpe contra a Dilma e a farsa contra o Lula), são os que defendem a adesão ao bloco do Maia sem nenhuma contrapartida que ajude a conter a agenda neoliberal destrutiva.

O centro da discussão sobre a adesão ao bloco do Maia gira em torno de três pontos, em relação aos quais o PT deveria formar um consenso mínimo, visando, acima de tudo, instrumentalizar o partido para enfrentar a difícil conjuntura em que se encontra:

1 – o fracasso do receituário neoliberal, instaurado à força a partir do golpe de 2016. De que forma o PT vai lutar de forma consequente para conter o avanço dessa agenda de destruição?

2 – a pauta conservadora do bolsonarismo: quem a cria, como se difunde, qual a sua utilidade?

3 – o avanço fascista de Bolsonaro: é real esse perigo? Tem ele o apoio necessário? Onde está esse apoio?

Em relação  à agenda neoliberal, não há diferenças entre os dois principais blocos que disputam a presidência da Câmara. Se alguma há, é para colocar o bloco do Maia em desvantagem (do ponto de vista do PT, que devia ter o combate ao neoliberalismo como eixo central de sua tática). Maia não poucas vezes reclamou da “incompetência” de Guedes por não conseguir entregar mais privatizações, por exemplo.

“O que quebra o país é o receituário neoliberal” tem dito importantes lideranças do PT. Para ser coerente na sua tática, o partido deveria constituir-se como oposição tanto ao bloco do Maia quanto ao do outro.

A pauta conservadora, por sua vez, tem sido uma das armas mais eficazes que a direita liberal e a extrema-direita tem utilizado para derrotar o PT. Foi usada – junto com a farsa da lava jato – para derrubar a Dilma. Depois para derrotar o PT nas eleições de 2016, 2018, 2020. É fácil verificar que ela é usada por todos os partidos que disputam contra a esquerda. Isso novamente ocorreu com intensidade na última eleição.

É um arsenal fabuloso que todos esses partidos, do centro para a  extrema-direita direita, têm à disposição para os momentos de aperto. É ilusão imaginar que estejam dispostos a abrir mão desse arsenal. Menos ainda na atual correlação de forças do Congresso. Além disso, essa disputa ocorre na base da sociedade. A centralidade disso não está no parlamento; ele não é a causa primeira, ou principal, por essa pauta continuar existindo na sociedade.

Reproduzo abaixo parte de uma reportagem publicada no site do Exército, depois da eleição de Bolsonaro. A mesma fala do discurso do general Rêgo Barros, ex-porta-voz do Planalto, durante uma cerimônia com o alto comando das Forças Armadas, no qual ele detalhou as ações inovadoras que ajudaram a levar Bolsonaro e os militares ao poder:

Rêgo Barros relembrou fatos importantes no discurso. Entre os feitos importantes “relembrados” ele citou o ingresso do Exército Brasileiro nas mídias sociais: “mergulhar de cabeça no ‘submundo’ das mídias sociais – Facebook, Instagram, Twitter, WhatsApp, Portal Responsivo, Eblog etc – e se tornar o órgão público com maior influência no mundo digital no Brasil exigiu sangue frio na interlocução sem rosto, típica da internet, suor à frente do teclado e lágrimas de emoções pela conquista do cimo”.

Grifei quatro expressões que são autoexplicativas:

Relembrar: ele estava apenas lembrando de algo que as autoridades presentes na Cerimônia já sabiam (mas nós não);

Submundo; sem rosto: o que os militares faziam não era institucional; era sub-institucional; era disputa de narrativa para difundir o ódio contra o PT e popularizar a visão da extrema-direita; esse trabalho “inovador”  ficaria   conhecido posteriormente como gabinete do ódio;

Conquista do cimo: a disputa no submundo digital tinha um objetivo bem definido: a conquista do poder, fazendo campanha contra o PT e a favor de Bolsonaro.

Isso, e todas as descobertas posteriores mostrando as ligações de militares com o processo golpista, são indicações bem seguras de que esse “gabinete do ódio” – agindo no submundo da internet com sangue frio, suor e lágrimas – é antigo, bem anterior ao governo Bolsonaro. Que ele é uma das fontes – talvez a principal – de todas as pautas conservadoras que inundam as redes sociais. E disso tiram proveito todos os partidos da direita à extrema-direita. O gabinete do ódio contra a esquerda é um serviço de utilidade pública para todos os demais.

É portanto insubsistente o argumento de que a adesão ao bloco do Maia ajudaria a conter a pauta conservadora.

Vamos analisar então o alegado perigo fascista de Bolsonaro. Aqui é preciso trabalhar com um conceito mais abrangente, para compreender que o fascismo, no Brasil, é estruturalmente ligado às oligarquias nacionais e à plutocracia estatal. Esse fascismo à moda brasileira manifestou-se de forma brutal, no período histórico mais recente, durante mais de vinte anos de ditadura militar, oprimindo os trabalhadores e o povo pobre para atender aos interesses de uma pequena casta de privilegiados.

A hegemonia fascista arrefeceu a partir do Movimento das Diretas Já, que desaguou na elaboração de uma Constituição democrática. Duas décadas após, no primeiro mandato da presidente Dilma, esse movimento de viés fascista voltou a ganhar corpo. Sabemos hoje que grande parte da fúria anti-PT  – claramente fascista – foi insuflada de forma artificial a partir dos ambientes de caserna, com ampla repercussão na mídia corporativa.

O golpe contra a Dilma, a prisão do Lula, a proibição da sua candidatura, formam eventos-chave para que finalmente, em 2018, retornasse ao poder um presidente que fosse a encarnação desse espírito fascista tão arraigado na mentalidade das oligarquias financeiras e da plutocracia estatal.

E aqui é importante ressaltar que em todos esses eventos houve a participação efetiva (não apenas marginal), dos principais articuladores políticos reunidos  hoje no bloco do Maia.

O fascismo brasileiro, quando mostra suas unhas, impõe a sua agenda e as suas vontades de uma forma ou outra; por bem ou por mal. Se é preciso rasgar a Constituição, que se rasgue. Se é preciso fraudar processos judiciais para tirar do caminho os indesejáveis, que se fraude. Se é preciso usar a força bruta, que se se use.

“A polícia vai atirar para matar”, disse Dória em 2018 enquanto surfava na onda do fascismo que sacudia o país. O que fez Dória mudar de discurso: a conclusão de que não conseguiria disputar no campo da extrema-direita, congestionado pela figura do abominável, ou a tomada de “consciência” de que a democracia é melhor que o fascismo?

Não há elementos factuais que demonstrem que todos esses que atuaram de forma decisiva para viabilizar a ascensão da encarnação personificada do fascismo estrutural (incluídos ali Dória, Maia, Temer, Baleia) tenham mudado de ideia e tenham se reconvertido aos ideais da democracia.

Quando algum deles vier  a público para falar algo parecido como: foi um erro golpear a Dilma. Ou: foi um erro termos apoiado as fraudes para condenar Lula; é preciso corrigir isso.

Bem, aí já seria possível uma conversa em outros termos.

Então, em que consiste exatamente o fascismo de Bolsonaro?

Em que ele se diferencia, de forma substancial, de todos estes outros que ajudaram a colocá-lo no poder e agora querem pousar de democratas?

Se subtrairmos tudo isso que não é inédito com Bolsonaro, atribuindo os créditos a quem de direito (e aqui o bloco do Maia tem um saldo credor bastante robusto), chegaremos à conclusão de que Bolsonaro apenas agregou ao conjunto da ópera fascista as suas falas repulsivas.

Para essa estrutura orgânica e permanente do fascismo brasileiro,  Bolsonaro interpreta o papel de um ator grotesco – tática que integra a estratégia da guerra psicológica – e isso funciona melhor do que qualquer outra coisa para desviar a atenção dos problemas de fundo, entre os quais estão o desmonte do Estado do bem-estar social, a desnacionalização das nossas riquezas  e a entrega da soberania nacional.

Ele é o espantalho do fascismo. Seu papel é atrair para si todas as atenções. Procura confundir, amedrontar, afugentar, criar repulsa, ser o único diferente, o único que combate o “sistema”, esse ser abstrato que é visto por grande parte da população brasileira como o grande mal do país.

Bolsonaro é construído por seus estrategistas como um revolucionário solitário que luta contra um sistema tradicional viciado e corrupto, no qual os principais líderes se movem apenas para garantir suas mamatas. Quanto mais unidos entre si estiverem esses líderes do “sistema”, mais fácil fica para Bolsonaro “provar” que é único a estar no lado certo, o lado do povo. Porque o “sistema” é inimigo do povo.

É um erro primário concluir que as intenções de Bolsonaro sejam sinônimo de possibilidade. Querer é uma coisa; ter os meios necessários para conseguir essa coisa  é outra bem diferente. As Forças Armadas não endossariam uma aventura ditatorial empreendida por ele; o comandante do Exército já deixou isso bem evidente.  E o STF enquadrou Bolsonaro abrindo várias frentes de investigação contra as ameaças golpistas que ele vinha ensaiando.

Como, nessas circunstâncias, Bolsonaro levaria adiante seu plano de instaurar uma ditadura do tipo fascista? Com que forças contaria? Ainda mais agora, que sua popularidade começa a declinar? Tudo indica que ele terá um período de grandes desgastes pela frente.

Qual a lógica do PT adotar uma tática política com base na premissa de que Bolsonaro representa um grande perigo, que precisa ser contido a qualquer custo, e que isso exige uma aliança com uma parte dos políticos que eram bolsonaristas até ontem?

É uma lição bem conhecida da história: premissas falsas levam a táticas políticas equivocadas.

É até justificável fazer aliança com setores da direita liberal para conter o fascismo. Mas tem que ter certeza de que se trata mesmo de democratas liberais – cuja característica principal é o respeito pelas regras do jogo democrático. O que não se justifica é fazer aliança com uma ala do fascismo (mesmo que disfarçada, por oportunismo) para combater outra ala do fascismo.

O PT não pode usar argumentos que negam a essência da sua narrativa sobre o golpe que levou um fascista à presidência. Porque essa narrativa está vez mais comprovada, inclusive com documentos, por isso verdadeira. Não uma peça de ficção. Porque essa narrativa é a única capaz de explicar de forma verdadeira a ruína a que está sendo submetido o país. Porque essa narrativa é a única capaz de garantir um futuro para um partido com a história do PT.

A adesão ao bloco do Maia, como se fosse de fato um bloco de democratas sem responsabilidade com o que aconteceu, reforça a narrativa da direita e da extrema-direita de que não houve golpe e de que Lula foi condenado de acordo com a lei. Que tudo aconteceu de forma normal e legal.

Abrindo mão de sua narrativa, o PT automaticamente reforça a narrativa dos blocos hegemonizados por Maia e Bolsonaro. A tática adotada pelo PT joga água no moinho dos dois blocos adversários do projeto do PT.

Basta acompanhar a mídia corporativa para concluir a quem essa tática beneficia. Ela está fazendo chacota do PT desde que foi anunciada a adesão ao Maia. Agora Bolsonaro também se juntou ao coro, mostrando qual será o mote para desmoralizar o partido daqui para frente. Disse ele:

“O Rodrigo Maia, quando votou pela cassação da Dilma, deu um voto criticando o PT, que perseguiu o pai dele que era prefeito no Rio. E deu um voto firme, objetivo e apontando que o PT era a maior desgraça do mundo. Hoje, tá junto do PT nas eleições para presidente da Câmara. Então é… Pelo poder, água e óleo se misturam. Se bem que acho que ali não é água e óleo não, são duas coisas muito parecidas”.

Tudo isso evidencia que o PT entrou numa armadilha. Se os inimigos estão festejando é porque está dando certo. Para eles, é evidente.

Será que os petistas no bloco do Maia vão ter autonomia para continuar criticando a agenda comandada pela banca neofinancista? Ou agora terão que se defender, como bloco, contra as agressões do Bolsonaro?

A senha está dada. Alertei em artigo anterior que os estrategistas bolsonaristas estavam maquinando para atirar o PT aos braços de Maia.

Agora é Bolsonaro contra o resto. O resto “são coisas muito parecidas entre si”.  Quem ganhará a narrativa com as peças assim dispostas? Bolsonaro com seu azeitado e eficiente gabinete do ódio ou o PT com sua máquina de comunicação defasada e amadora?

Em nome da sua longa experiência histórica, o PT não pode cometer um erro tão primário como o de tomar como essência o que não passa de aparência. Bolsonaro é apenas o espantalho do fascismo brasileiro. Ele não é o fascismo. E está muito distante de ser o seu mentor e líder intelectual.

Deixar-se aprisionar numa armadilha tão rudimentar pode custar muito caro ao partido. Mas ainda há tempo para cair fora. Há muita água para correr debaixo da ponte (ou para alimentar moinhos) até a eleição da mesa da Câmara.

Wilson Luiz Müller é Auditor Fiscal da Receita Federal aposentado

Redação

12 Comentários

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  1. Dirceu era o grande estrategista. As lideranças do PT que hoje tem cargos eletivos são gente de pensamento raso e o traço de caráter predominante é da frouxidão.

  2. Não creio ser necessária muita explicação para explicar o inexplicável.
    Rodrigo filho de Cesar Maia e o PT é como água e vinho, nunca combinaram e todo este eterno vai e vem que ocorre no partido demonstra, em minha opinião, a dificuldade que encontra para amadurecer.
    O PT ficou à frente em Brasília durante 14 anos, e o que foi que a sua bancada conseguiu de bom, de positivo para o seu crescimento ? Permitiu o escândalo do mensalão sem esboçar qualquer reação, algo literalmente impensável caso tivesse ocorrido com o tucanato. Hoje o PT quer ligar-se a RMaia, e amanhã será a vez de FBolsonaro, ou quem sabe, Fernandinho Beira-Mar ?

  3. 90 anos das Elites do Estado Ditatorial Caudilhista Absolutista Assassino Esquuerdopata Fascista. Pobre país rico. Quem luta para voltar a Esquerdopatia ao Poder e a continuidade desta ‘normalidade’ quase secular?.. Auditor Fiscal da Receita Federal aposentado…Mas de muito fácil explicação.

  4. Permita-me: cair fora pra onde? Candidatura própria, por exemplo? Em que daria e o que traria? Eu estou cego ou todas as articulações ( não tenho outro meio de saber fora a mídia) são em torno de dois candidatos? Vou acreditar que no Senado o PT não dita absolutamente nada, até pq nada foi nem mencionado no artigo. Se me permite a brincadeira, é pegar ou largar. É o que temos no momento. Simplesmente não acredito em terceira via.

  5. Trecho de recente análise feita por Rui Costa Pimenta em vídeo no canal do PCO.
    “(…)o Bolsonaro só pode ir avante no seu projeto fascista, ditatorial etc, se ele tiver o apoio da burguesia. Se ele não tiver o apoio da burguesia, ele não irá. Aí a burguesia vendo o temor da esquerda diante do Bolsonaro – que é relativamente justificado porque não sabia qual era exatamente o plano, não do Bolsonaro, mas da burguesia em relação ao Bolsonaro -, eles procuraram transformar o Bolsonaro num espantalho para atrair o apoio da esquerda. Mas neste momento o Bolsonaro não tá avançando no sentido de constituir um governo de extrema direita, em nenhum sentido da palavra. E segundo: para fazer isso daí, ele precisa do apoio da burguesia. Ele não vai fazer isso daí contra a burguesia. Ele vai fazer isso daí de comum acordo. É uma questão, inclusive, que é uma experiência histórica.(…) o Mussolini não chegou ao poder na Itália contra a burguesia; ele chegou ao poder na Itália pelos braços da burguesia. A mesma coisa aconteceu com Hitler.(…)a mesma burguesia que o Baleia Rossi, o Rodrigo Maia, o Fernando Henrique Cardoso representam é a que vai dar a possibilidade de um governo fascista ditatorial no Brasil.”

  6. Nassif: esta semana foi supimpa. Dia 4, o Aldo; dia 5, o Luis Felipe; dia 7 , o Paulo Sergio; e agora (9), essa, do Wilson Luiz. São reflexões rápidas, mas que levam ao cerne da questão política-social de Pindorama. Especialmente as análise da participação dos VerdeSauvas (pais de todas as mazelas do Pátria, se é que assim podemos chamar Pindorama). Inclusive, a participação dos Pobres-de-Direita e dos VangélicosAvivados no contexto da patifaria nacional, como GadoMarcado, prontos a referendar as safadezas de Cavalão e sua Trupe, que são apenas ponta-de-Iceberg. Quem sabe assim aqueles 91 milhões que estiveram no lado oposto (direta e indiretamente) na urna de 2018 reflitam e tomem pulso contra esse desmantelamento contínuo de um Povo, promovido mercenários fardados e civis corruptos.
    Quem sabe até o PT resolve voltar a ser um PartidoRaiz, esquecendo-se de cargos em “mesa” e na construção de uma Pátria que não seja Quintal para gringos e Elite salafrária…

  7. Os articulistas que escrevem que o PT vai apoiar o golpista por cargos na Câmara desqualificam seus próprios textos. Obviamente não é disso que se trata nem o PT disse isso em momento algum.

    1. ZéMaia: há coisas que não precisam ser ditas para desnudar seu objetivo, por mais “boa vontade” que se diga ter. Tudo bem, política tem sido ato de compor. Mas compor com salafrários e ladrões leva ao quê? Quem compactua com o “mal” pode ser considerado “bom”? Conheço Demoníaco que está rindo de orelha-a-orelha com essas benesse do PT com seu bando. Só os Tucanídios, com meliantes de todos os naipes (95%), estão, como sempre, enrustidos, tipo CarcamanoDaMoóca, comendo pelas beiradas. Acredite, esta é uma batalha milimetricamente traçada pelos dissimulados VerdeSauvas. Botafogo, tanto quanto o Meliante-X9 (do PTB) e outros maus mandados são parte da estratégia elaborada no pico das Agulhas. De lá desce pra coxia da QuerênciaDeCruzAlta e se infiltra em todos os setores sociais. Lógico, com uma mãozona do Judiciária conivente e a EliteDeslubrada.
      A coisa é mais séria e grave do que você imagina…

  8. Apesar das desculpas e dos argumentos fajutos, a cúpula do PT, DE FATO, aderiu ao neoliberalismo, prioridade de Maia, do seu partido, de Baleia e de todos os outros peixes grandes nocivos. Não engana nem o mais ingênuo militante ou simpatizante do partido. O resto, como diria o direitista Nelson Rodrigues (faz tempo) é “o luar de Paquetá”.

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