Os estranhos “prêmios” da Lava Jato, por Miguel do Rosário

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]

Os estranhos “prêmios” da Lava Jato

Por 

Do Cafezinho

Após protestos de setores progressistas da comunidade jurídica brasileira, a University of British Columbia não concedeu prêmio à Lava Jato, uma das concorrentes ao prêmio Allard, oferecido pela faculdade de direito da instituição a projetos ligados à luta contra a corrupção.

Quem ganhou foi Khadija Ismayilova, uma jornalista do Azerbaijão, que trabalha para duas ongs financiadas pelo governo americano, com objetivo praticamente declarado de impor a visão americana sobre as regiões sob influência da Rússia: a Radio Free Europe, financiada 100% pelo governo americano, e que até 1972 era subsidiada diretamente pela CIA; a partir dessa data, o governo americano criou um fundo específico para financiar esse tipo de atividade; e a Organized Crime and Corruption Reporting Project (OCCRP), financiada pelo Departamento de Estado, pela Open Society, do investidor George Soros, pelo Google e pela National Endowment for Democracy (uma outra organização subsidiada por verbas do governo americano).

Analisando os prêmios anteriores da Allard, eles seguem mais ou menos o mesmo padrão: organizações ou indivíduos que trabalham para organizações financiadas pelo governo dos EUA ou por fundações como Open Society, além das onipresentes multinacionais do petróleo, Exxon, Chevron, Shell, Total.

Os jornalistas patrocinados por essas instituições podem até fazer um trabalho sério, por vezes corajoso, e efetivamente denunciar problemas graves de corrupção. Mas já que se fala tanto em “lugar de fala”, é importante ficarmos atentos para quem financia suas ações e, sobretudo, quais são os objetivos políticos ou geopolíticos que se alojam, às vezes com muita discrição, por trás delas.

Premiar a Lava Jato, uma operação financiada pelo contribuinte brasileiro, seria um ponto fora da curva para o Allard, pois é quase impossível que qualquer país permita que operações desses tipo, anti-governo, anti-nacionais, ganhem projeção internacional, prejudicando tão duramente o soft power dos próprios países. A maioria das nações, prudentes, prefere lavar a roupa suja dentro de casa.

A comunidade jurídica brasileira progressista, organizada principalmente através da associação Juristas pela Democracia, formada nas lutas de resistência ao golpe de 2016, enviou inúmeros protestos à organização do prêmio, com informações sobre as violações aos direitos humanos mais elementares cometidas pela Lava Jato.

Presente ao evento, à espera do troféu que não veio, Dallagnol respondeu em tom melodramático à entrevista que deu à instituição, conforme se pode ler no site da premiação:

O que o inspira a fazer o trabalha que você faz?

“Muito mais do que punir as pessoas que cometeram corrupção, o que é naturalmente uma questão de justiça, o que me inspira é uma motivação humanitária. Por trás dos rostos do servidores públicos corruptos, políticos e homens de negócios, há milhões de brasileiros, pessoas de carne e osso, que sofrem as consequências da corrupção. É uma questão de amar a nossa gente. Eu estou falando de pessoas que morrem nas filas dos hospitais públicos, esperando para serem atendidas. Pessoas que são feridas todos os dias em acidentes causados por buracos nas estradas. Pessoas jovens que não tem oportunidades porque o sistema educacional foi roubado. No Brasil, mais de 35 milhões de pessoas não tem acesso a água potável e mais de 100 milhões não tem acesso a sistemas de tratamento de esgoto. Tudo isso me leva a fazer o melhor possível o meu trabalho e, como cidadão, fazer a diferença.”

São palavras tocantes, embora talvez um pouco cínicas para alguém que, ao invés de trabalhar ajudando os brasileiros mais humildes, vive dando palestras em eventos como esse último do qual participou, o 8º Congresso Internacional de Mercados Financeiros e de Capitais, cujo ingresso custava R$ 5.900,00.

Dallagnol também não contou aos organizadores do prêmio Allard que adquiriu, em condições vantajosas e preços baixos, dois imóveis do programa Minha Casa Minha Vida, destinados a famílias de baixa renda, para revendê-los com altíssimo ágio. Nem que ele e seus amigos do ministério público ganham salários muito acima do teto estabelecido pela Constituição, sugando dinheiro que poderia ser usado, como ele mesmo diz em sua nota, para melhorar a educação e a saúde dos brasileiros.

De qualquer forma, eu fiquei curioso para entender como funciona o prêmio Allard. O site da premiação explicaque ele é definido por um comitê, com representantes do setor privado e da própria faculdade Peter A. Allard School, pertencente à Universidade of British Columbia (UBC). Peter A. Allard é o herdeiro do magnata da mídia Charles Allard, que fundou a primeira tv privada independente do Canadá, e que morreu em 1991. Como um bom bilionário, Peter usou a herança para criar uma fundação e salvar o dinheiro da voracidade do fisco canadense. Uma de suas doações mais generosas, de US$ 30 milhões, à faculdade de direito da UBC, fez com que esta levasse o seu nome, assim como o prêmio.

Voltando ao comitê, ele é composto por seis pessoas. Além de três professores da faculdade, temos três figuras do setor privado: Robert W. King, da Westbridge Capital Group; Geoff Lyster, da Fasken Martineau DuMoulin LLP; e Richard Olson, da McKechnie & Company. Dos três, o que mais chama atenção é Geoff Lyster, porque a sua firma, a Fasken Martineau, é um dos maiores escritórios de advocacia do Canadá, com 770 advogados espalhados pelo mundo inteiro.

Um dos principais clientes da Fasken é o gigante canadense Brookfield, que inclusive é proprietário de um de seus escritórios mais importantes, em Toronto, o edifício Bay Adelaide Centre, com design e estrutura sustentáveis.

A Brookfield é imensamente grata à Lava Jato e, portanto, seus leais advogados da Fasken, também o são. A Brookfield tem sido, até agora, o grupo mais voraz na aquisição de ativos da Petrobras e Odebrecht, postos à venda após a Lava Jato praticamente liquidar com a empreiteira baiana e ferir profundamente a estatal. A Brookfield comprou, por US$ 5,2 bilhões, a unidade de gasodutos Nova Transportadora Sudeste (NTS), até então pertencente à Petrobrás.

A mesma Brookfield comprou o file mignon da Odebrecht: o setor “ambiental” da empresa, que é onde se escondia naturalmente a nata do conhecimento científico da empresa.

Os interesses da University of British Columbia no mundo do petróleo vão além: a universidade é gerida por um fundo que, além de generosas contribuições do governo canadense (mais de 40% do total), aufere renda de investimentos em variados setores, incluindo petróleo. O Canadá, como todos sabem, é um dos maiores produtores e exportadores mundiais de petróleo.

Uma reportagem no UOL sobre os protestos envolvendo a possível premiação da Lava Jato pelo Allard informava que aquele poderia ser o 9º prêmio da operação. E traz a lista deles, que reproduzo abaixo.

  • GIR (Global Investigations Review), em 2015, na categoria “Órgão de Persecução Criminal ou Membro do Ministério Público do Ano”;
  • 4.º Prêmio República, da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República), em 2016: prêmio especial, hors concours, de combate à corrupção;
  • Prêmio Ajufe (Associação dos Juízes Federais) do Brasil, em 2016, na categoria “Boas Práticas de Gestão para a Eficiência da Justiça Federal”;
  • Prêmio do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), em 2016, na categoria “Redução da Corrupção”;
  • Prêmio Anticorrupção da Transparência Internacional, em 2016;
  • Prêmio Innovare, em 2016, na categoria “Ministério Público”;
  • Prêmio Pinheiro de Ouro, da Fiep (Federação das Indústrias do Paraná), em 2017, em conjunto com Polícia Federal, Justiça Federal e Receita Federal;
  • Diploma de Mérito do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), em 2017.

Basta uma vista d’olhos para identificar que, dos oito prêmios listados, seis deles são prêmios nacionais totalmente inócuos: quatro são puramente corporativos, do próprio Ministério Público (CNMP, ANPR), do Judiciário (Ajufe) e da Receita (Coaf), ou seja, de órgãos que participam da “força-tarefa”. Um é da Globo (Innovare) e não conta. O prêmio “Pinheiro de Ouro”, da Fiep, é apenas vergonha alheia, sobretudo pela participação, incompreensível, da “Polícia Federal, Justiça Federal  e Receita Federal”. O presidente atual da Fiep é presidente estadual do PRB, que sucedeu Rodrigo Rocha Loures, o pai do agora famoso Rocha Loures, flagrado com R$ 500 mil em propinas dadas pela… JBS. Aliás, o fato de Rocha Loures estar solto e tantos outros, sem nenhuma prova, é algo a se pensar.

Sobraram então dois prêmios internacionais, o GIR (Global Investigations Reviews) e o da Transparência Internacional.

E aí entramos no mesmo circuito, já observado no prêmio Allard, do novo imperialismo softpower, com sua rede de organizações financiadas por governos centrais, fundos financeiros e petroleiras.

Os dois casos são escandalosos.

O GIR é financiado e dirigido diretamente por executivos de petroleiras multinacionais ou de firmas de lobby de petroleiras. Está tudo no site deles, para quem tiver olhos para ver: dentre os executivos de petroleiras mais conhecidas, temos Aurelién Hamelle, da Total, e Anne Riley, da Shell International Limited; o resto são, aparentemente, escritórios de advocacia, entre elas algumas conhecidas firmas norte-americanas de lobby, como a Hogan Lovells. Gostei de reencontrar ali também um tal de Karolos Seeger, da Debevoise & Plimpton LLP. A Debevoise foi o escritório que salvou a Globo da falência, em meados de 2004 ou 2005, transformando, por uma operação alquímica, sua dívida bilionária em “bonds”. A título de curiosidade: os bonds da Globo estão passando por maus bocados, sendo rebaixados a cada vez que se os avalia. Já estão com nota BB- negative.

A Transparência Internacional é um caso famoso de picaretagem. É financiada com recursos de governos, notadamente do Departamento de Estado americano (equivalente ao nosso ministério de relações exteriores), que hoje tem como titular o ex-CEO da Exxon Mobil, maior petroleira privada do mundo, Rex Tillerson; por instituições subsidiadas pelo governo americano, como o National Endowment for Democracy (NED), que recebe mais de US$ 100 milhões/ano do Congresso americano; por petroleiras, como a Shell; e pelos velhos suspeitos de sempre, como a Open Society, de George Soros.

Leia mais no Cafezinho

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

7 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Os estranhos “prêmios” da Lava Jato

    Parabéns Miguel do Rosário. A quantidade de informações que você nos fornece atinge

    as entranhas dos monstros que nos cercam e que estão invisíveis para a maior parte

    de nós, o povo. As formas e as ferramentas que o poder do capital utiliza são impressionantes.

    Pelo que tenho lido, o controle que eles acham que, hoje, precisam exercer sobre as sociedades humanas

    está diretamente ligado ao pavor que eles( as elites internacionais) estão sentindo e pressentindo: eles já

    foram totalmente mapeados. Sabemos onde moram, onde se refestelam, onde escondem seu dinheiro,

    como fogem das leis, como fazem prá  não pagarem impostos, como controlam o poder. O poder deles nao é mais invisível.

    As sociedades humanas estão inquietas, indignadas e iradas com as profundas desigualdades sociais, com as graves

    irresponsabilidade ambientais dos governos e das corporações, os ideólogos do capital também estão muito preocupados

    com os rumos que essa insensatez ambiental e  essa extrema desigualdades social está nos levando. além disso todos eles devem conhecer a história dos povos, daí…

     

     

     

  2. ONGs

    Durante muitos anos tinhamos ongs brigando por quase tudo, mas sempre foram muito seletivas, nunca agiam em determinados países. Depois tivemos as revoluções coloridas tidas como ações resultantes das redes sociais.  Tivemos as revoluções coloridas, na ukrania, libia, syria, egito e  Brasil. No Brasil a revolução colorida veio turbinada com a lavajato e com a redescoberta do neoliberalismo novamente ongs tiveram um papel relevante.  Agora parece a vez dos países amigos receberem uma ajuda contra a corrupção por intermédio de ongs e prêmios. Acho que a maior prova de sucesso desta nova terapia foi a ida do procurador geral a Davos. Tem tudo para dar certo vão ganhar lenços coloridos e espelhos, é o que mais gostam.

  3. Prêmio é dinheiro e valor sob

    Prêmio é dinheiro e valor sob forma de prestígio. Em alguns casos, é a solução perfeita para, sem qualquer problema jurídico, pagar ou “´premiar” alguém por serviços prestados não à sociedade, mas a certos grupos de interesse.

  4. Hipocrisia e cinismo

    O discurso deste procuradorinho é a prova física de seu cinismo e de sua hipocrisia, para não dizer mais. Isto porque justamente as ações dele auxiliaram DECISIVAMENTE a volta da fome ao Brasil, o desmonte das políticas públicas, o maior afastamento dos necessitados da educação, dos sistemas de tratamento de água e esgoto. Ele de fato fez a diferença, para pior.

  5. O discurso de Greenwald na entrega deste prêmio
    Traduzi o discurso. “Tem essa onda que tem tomado conta de todo o mundo que é muito ameaçadora e de muitas maneira meu país (EUA, o prêmio é canadense) tem tomado uma instância importante em dar impulso e direcionar essa práticas, de tornar  alvos e atacar aquelas pessoas que expõe os malfeitos por parte das mais poderosas facções.                                                                                                                                                                                                                             E é realmente um problema que no Canadá se fala um pouco a respeito dos EUA e nossa política, mas  eu me sinto confortável de perceber que vocês veem a situação do Canadá como que análoga em relação a alguns tipo de dificuldades que tenho tido ao falar de política nos EUA. Porque aqui vocês tem um primeiro ministro que é muito bom em dar belos discursos, e ele mesmo é muito bonito (Justin Trudeau) e ele é muito bom em fazer coisas como abraçar refugiados em frente às câmeras, então as pessoas no resto do mundo, e eu sei que especialmente nos EUA estão enamoradas dele e realmente tem alguma dificuldade em pensar que ele realmente faz alguma coisa má ou errada, ou mesmo se é capaz disso.                                                                                                                                                                                                                                  Eu tenho amigos aqui de direita e de esquerda que estão enloquecendo com isso dizendo, olhe, nós reconhecemos a imagem que ele produz, mas ele faz coisas realmente erradas e que merecem crítica, não se deixe enganar por isso, e a razão que eu me sinto num lugar comum é por que tínhamos um presidente nos US, que antes do atual, também dava discursos muito bons e que também era muito belo e com certeza também abraçava refugiados em frente ás câmeras, então muitas pessoas ao redor do mundo também tem dificuldades em pensar que ele fez coisas más  (NT: sério eu pensava que só os americanos eram tão idiotas).                                                                                                                                                                                                                                E uma das coisas que ele fez que deu impulso a muitas coisas que vimos nesse vídeo, foi que ele foi o pioneiro em perseguir e atacar em toda uma nova gama de formas whistleblowers (assange, Snowden), ativistas e jornalistas (ele Greenwald) que estavam expondo os mal feitos no mais alto nível (lembrar que Obama alimentou a Lavajato via DOJ, via espionagens que Snowden denunciou neeeem) e isso agora se expandiu por todo o mundo de forma muito intensa, porque quando os EUA tornam crimes esses tipos de matérias, torna mais fácil para os outros países do mundo o fazerem também.                                                                                                                                                                                                                                      (NT: Ou seja, os EUA criminalizam os inimigos internos do regime, prática copiada por seus países satélites (africanos e Brasil), e ao mesmo tempo cria “instituições” de “combate à corrupção” que subsidiariamente, pois o prêmio se divide entre anticorrupção e direitos humanos, apoia a estes que os EUA perseguiu e permitiu perseguir). São dois lados da mesma moeda)                                                                                                                                                                                                                                        E a razão para que dois dos três finalistas não possam  estar aqui hoje à noite é porque eles foram ameaçados por seus trabalhos  pelas mais poderosas facções que estão literalmente proibidas de deixarem seus países isso depois de toda a perseguição que sofreram, indo para a prisão, tendo seus bens congelados, sendo proibidas de deixarem o país,                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                              (E o único dos três finalistas a comparecer é exatamente uma das maiores  facções do país, que depois de toda perseguição que impuseram a Lula, de congelarem todos os seus bens,  e de proibí-lo  e de sair  e de seu país, ainda recebem um prêmio em que seu perseguido deveria expô-lo).                                                                                                                                                                                                                                          (…)eu acho que o tratamento que elas receberiam seria muito pior, e de fato elas disseram, Solomon no Egito e como foi dito no Senado, se não fosse a pressão colocada em seus governos as penas e punições que seriam aplicadas a elas seriam muito mais severas.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                     (Esses prêmios anti corrupção e ONGS como “Transparência internacional” são cavalos de tróia velhos conhecidos nossos, sem esses prêmios, tantos que a lavajato ganhou nesses três anos, que não teriam respaldo para impor uma pena tão indevida quanto desproporcional a Dirceu)                                                                                                                                                                                                                             Então eu acho que é muito importante  não olhar aos “crusados anti corrupção” (em momento algum anticorruption crusaders significa algo pejorativo, é um termo há muito usado) e os demais focados em lutar contra aqueles que são enganadores, que estão participando de mal feitos como se fosse algo restrito aos seus próprios países, portanto é necessário que tenhamos todo um arcabouço internacional que já despontou em outras áreas (DOJ ajudando a Lavajato? Acordos dos EUA com a PGR?), portanto é por isso que tenho orgulho de participar de um evento que não é devotado não apenas (esse not only, significa, não apenas, e  não, não somente) honrar os “crusados anti corrupção” (viva a lavajato) mas em construir e fortificar esse arcabouço (dando prêmios para a burocracia vira latas e eventualmente a quem merece) que os protege e permite que seus trabalhos recebam mais atenção.”                                                                                                                                                                                                                               Eu sinceramente queria que ele fosse a Dilma que não denunciou o golpe na ONU (eu fiquei a favor dela na ocasião, após não denunciar (visão de estadista) roupa suja se lava em casa diferente das práticas da lavajato.                                                                                                                                                                                                                               Vamos falar a verdade, ano passado a Lavajato teria ganhado esse prêmio e aqui eu tenho de dar o braço a torcer, não ganhou, em parte (insignificante) “mas não apenas”, pelo fato de Greenwald tê-la exposto na mídia internacional, ou porque a Allard prefere um discurso bonito dado por um homem bonito que abraça refugiados frente às câmeras.                                                                                                                                                                                                                                 Lembrando o prêmio é dado a crusados anticorrupção e para legitimar frente aos cirandeiros subsidiariamente a ativistas dos direitos humanos.                                                                                                                                                                                                                                    Não ganhou primeiro lugar, mas ganhou. Estar no pódio por três anos consecutivos e ser considerado Loser é dissonância cognitiva da esquerda brasileira. Dallagnol ganhou o prêmio e muito provavelmente pagou a viagem e estadia com dinheiro público.                                                                                                                                                                                                                                     Mas por outro lado Greenwald fez um discurso a favor da manutenção e da fortificação desses institutos que permitem à lavajato existir. Se não podia denunciar, se abstivesse. 

  6. Não é estranho. Simplesmente

    Não é estranho. Simplesmente prêmio pelos serviços de destruição da Petrobras e grandes empresas brasileiras.

    Só os tolos não sabem disto.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador