Os riscos de contaminação no terreno da USP Leste

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

Por Laura Capriglione, em seu blog no Yahoo!

USP: a inclusão social no lixo

É profunda a desmoralização em que se encontra a mais importante universidade do país, a Universidade de São Paulo. Era a instituição-líder entre todas as universidades da América Latina. Não é mais. Perdeu o posto para a Pontifícia Universidade Católica do Chile, mais bem avaliada pela consultoria britância QS, especializada em rigorosos estudos comparativos entre instituições de ensino superior.

A queda vai ao encontro do apontado por outro ranking de universidades, o THE (Times Higher Education), que no ano passado fez a USP desabar 68 posições na classificação das melhores do mundo – passou de 158º lugar em 2012 para 226º.

É grave porque mostra, entre outras coisas, a perda da relevância científica da USP. Mas é muito pior.

Relatório do Tribunal de Contas do Estado provou que a burocracia universitária soube cuidar muito bem dos seus próprios interesses. Assim é que a casta que domina a USP, fingindo-se de morta em relação à lei federal que proíbe os funcionários públicos estaduais de ganhar acima do salário do governador, permitiu-se a festa com recursos públicos:

O próprio reitor e mais 166 docentes foram flagrados pelo tribunal ganhando mais do que Geraldo Alckmin (PSDB) em 2011. Enquanto o governador recebia um contra-cheque mensal de R$ 18.725, os hierarcas uspianos abocanhavam proventos de até R$ 26.000.

Para complicar, agora se sabe, a universidade comprometeu 105% dos R$ 6 bi que recebe anualmente do Estado de São Paulo em pagamento de salários. Está falida. Não tem verba para comprar equipamentos, para atualizar as bibliotecas, para investir no futuro. Para pagar as empresas de limpeza e segurança etc. etc. etc.

Mas o mais vergonhoso é o estado atual do campus Leste da USP, que sedia a Escola de Artes, Ciências e Humanidades, em Ermelino Mattarazzo, periferia pobre de São Paulo. Na sua inauguração, em 28 de fevereiro de 2005, estiveram presentes, entre outros, o governador Geraldo Alckmin, o vice-governador, Cláudio Lembo; e o então prefeito da Capital, José Serra. “Isso mostra que a USP Leste é uma vitoriosa experiência de inclusão social”, empolgou-se o reitor Adolpho Jose Melfi, em discurso.

Para demonstrar a tese, a reitoria evocou a configuração da primeira turma da USP Leste. Dos 1.020 alunos selecionados pelo vestibular, 31% moravam na zona leste (42% se considerados os municípios vizinhos), 47% cursaram o ensino médio em escolas públicas, 21% eram negros e 39% tinham renda familiar de até R$ 1.500,00.

Na USP de maneira geral, em 2013, apenas 2,4% dos calouros eram pretos. Os pardos constituíam 11,3% do total de aprovados no vestibular. Os amarelos eram 6,5% e os indígenas apenas 0,2%. O resto (79,6%) era uma Escandinávia branca.

“Estamos levando a universidade às regiões mais necessitadas, para alavancar o desenvolvimento de nosso Estado”, disse Alckmin na inauguração. “Hoje foi dado apenas o primeiro passo da USP Leste, que vai continuar crescendo. O Estado de São Paulo tem um compromisso permanente com a Educação”, asseverou o governador.

Agora se sabe o tamanho da mentira por detrás dos discursos, já que a USP, sempre tão arrogante e palavrosa a respeito de sua própria excelência , foi de um desleixo acintoso com a sua ala “pobre” na zona Leste. Na prática, “a vitoriosa experiência de inclusão social” produziu uma USP podre.

E não por culpa dos alunos.

Pois não é que os gênios que projetaram a USP Leste, “o projeto mais participativo em toda a história da Universidade”, nas palavras do professor Celso de Barros Gomes, tiveram a capacidade de colocar estudantes, professores e funcionários para conviver sobre um lixão coalhado de substâncias tóxicas, gás metano e riscos de contaminação?

Um mapa com as sondagens feitas em 2013 no terreno da USP Leste mostra a presença –em concentrações superiores aos padrões de referência ambiental– de produtos como cianeto (veneno usado nas câmaras de gás nos campos de extermínio nazistas), arsênio extremamente tóxico, responde por milhões de doentes e mortos em todo o mundo), além de moléculas menos famosas, como o benzo(b)fluoranteno, de comprovada ação carcinogênica (que causa câncer) ou compostos organoclorados como os PCBs, relacionados a alterações na função do fígado, problemas oculares, elevação do índice de mortalidade por câncer, fadiga, dor de cabeça e nascimentos prematuros com deformações.

Todo esse veneno, é bom que se esclareça, foi localizado ao lado de salas de aula, quadras esportivas e restaurante. No estacionamento.

Um relatório elaborado a pedido da Reitoria da USP considera que a situação teve origem “no recebimento de terra de origem não especificada em grande volume, a qual foi empregada para retificação do solo”. Um erro primário.

Mas a situação seria ruim mesmo sem a terra de origem desconhecia, já que o campus da USP Leste foi construído sobre uma montanha de lama preta, resíduos da dragagem do leito do rio Tietê!

Nem precisa ter estudo. Qualquer catador de lixo sabe que esses resíduos cheios de matéria orgânica, ao apodrecerem, geram bolhas subterrâneas, cheias de gás metano (o mesmo usado nos postos de combustível e chamado de gás natural). E foi o que aconteceu no solo da USP Leste.

Medições da concentração de metano em um edifício construído para abrigar o restaurante universitário no campus demonstraram que o gás penetrou por fissuras no prédio. Podia ir tudo pelos ares, em explosão.

Tamanhos problemas e o resultado foi a interdição total do campus com o remanejamento dos cursos de graduação e pós-graduação para pelo menos 14 diferentes lugares, distantes em até 40 km, distribuídos entre as dependências alugadas de uma universidade privada localizada na zona leste de São Paulo, as cedidas por outra faculdade pública, e pelos demais campus da USP, em Pinheiros e no Butantã, no extremo oposto da cidade.

“ Estou cansado de ser tratado pior que um animal sem condições de ter a aula de qualidade que sempre almejei. [Me esforcei] por três anos para entrar na USP só para acabar tendo aulas improvisadas . Não quero ser um profissional que se formou de qualquer maneira”, escreveu um estudante de obstetrícia no site “Each e Seus Problemas”

http://eachseusproblemas.wordpress.com/, com depoimentos de professores, estudantes e funcionários

Segundo o Diretório Central de Estudantes da USP, a construção das instalações da USP Leste custou R$ 40 milhões aos cofres públicos. Agora, tudo está às moscas e não há um prazo definido para que as aulas sejam ali retomadas. São necessárias obras para a correção dos problemas.

Tristíssima, para não dizer grotesca, é imagem da “inclusão social” feita à moda da USP , com pobres, pretos e egressos da escola pública tendo aulas sobre um lixão tóxico.

Em tempo 1: quem escolhe o reitor da USP é o governador do Estado, a partir de uma lista tríplice de candidatos indicados por um conselho formado em sua maioria por burocratas universitários.

Em tempo 2: o Estado de São Paulo é administrado há 20 anos por sucessivas gestões do PSDB. 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

16 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Foi gás metano que causou

    Foi gás metano que causou aquela explosão no Shopping de Osasco?

     

    Qual a semelhança entre os dois eventos? Pergunta para os Engenheiros/Geólogos do Blog.

    1. Em Osasco…

      Se não me falha a memória, a explosão no Shoping de Osasco foi causada por gás “de cozinha”. Havia uma central de gás engarrafado que alimentava diversas lanchonetes e restaurantes do Shopping.

      Um vazamento não descoberto a tempo, provocou uma violenta explosão do gás acumulado no subterrâneo do prédio..

      1. Tem razão, no caso de Osasco

        Tem razão, no caso de Osasco foi vazamento de gás das cozinhas da área de alimentação.

        Essa questão do metano evoca outro, o Shopping Center Norte, que chegou a ser interditado porque foi construido em cima de um aterro sanitário que estava exalando metano. O metano além de ser um fortíssimo gás de efeito estufa, é tóxico em altas concentrações, como a que existe em aterros sanitários sem as instalações corretas de captação do gás produzido pela decomposição anaeróbica do lixo.

        Não acho que o perigo seja de explosão. Para isso deveria haver uma  câmara fechada que confinasse o gás. O perigo é e intoxicação. O metano não tem cheiro.

    2. Gás metano foi no Center

      Gás metano foi no Center Norte.

      Agora, imagine se alguma das Universidades Federais inauguradas pelo PT estivesse interditada por ter sido construída num lixão. A Hipocrisia do PIG é nojenta

    3. Gás metano

      José,

      O gás metano é inodoro, incolor e inflamável, bastando uma faísca para uma explosão violenta.

      No caso de aterro sanitário, existem chaminés para dar saída ao distinto, caso contrário, bum. 

  2. quem tem medo da democracia

    quem tem medo da democracia na universidade? 

    Conselho universitário paritário (docentes, alunos e funcionários, cada um com 33% de cadeiras) e fim da lista tríplice para Reitor!

    Se na Federação se leva adiante um projeto de democracia participativa, porque não aprofundá-la na universidade?

  3. Após avaliar as

    Após avaliar as consequências, dramáticas, desse relato não há responsabilização de nenhum funcionário público ? Nenhum CRIME foi cometido ou tudo isso é LEGAL ? Ministério Público Estadual e Federal, CETESB, IBAMA gostaria muito de saber que nossos caros impostos que os sustentam fizessem esses “ENTES” funcionarem ! Abismado ! E o pior de tudo: A EDUCAÇÃO NESTE PAIS É JOGADA, LITERALMENTE, NO LIXO. Parabéns PSDB. Alckimin, FHC e, principalmete, o SERRA, Vocês devem estar ourgulhosos !

  4. Meu filho é aluno da Each …

    Trancou matrícula, já trabalha e não consegue dar continuidade a seu curso, visto que este está literalmente mais distante ainda de onde mora.

    Quero ver que solução esta universidade, na qual me formei na década de 70, dará para o caso dele e de muitos alunos que prestaram vestibular para um campus e`têm que se jogar em outros espaços para concluir seus cursos, inclusive à noite, depois que saem do trabalho.

    INCLUSÃO? Dondé que tá, hem, governador?

    O mínimo da dignidade seria levar os cursos todos da Each para o outro campus da cidade, no Butantã e não para outros prédios alugados, emprestados etc. desconsiderando ambiente universitário da USP etc. 

    1. Comentário ao Odonir.

      Odonir, a reitoria deu uma canseira. A pulverização é propositada, para impedir a reunião dos estudantes da EACH. Ele veio com esse papo de diálogo que é pra inibir os alunos de expressar a indignação, isso é muito eficiente. A reitoria não resolveu nada, cada aluno ficou perdido pela situação formada e muitos preferiram trancar, que é, na prática, uma saída individual. Os ex diretor e vice-diretor da EACH continuam ganhando seus salários; eles não estão nem aí para os alunos prejudicados.

      Sinceramente, já que a coisa está perdida, os alunos da EACH deveriam ter pensado de modo diferente, tornado a vida desses irresponsáveis impossível. Em vez de gastar o tempo se lamentando, os alunos deveriam fazer com que esses docentes e a Reitoria lamentassem por terem feito tudo o que fizeram. Esqueçam essa história de orgulho de estudar na USP, de inclusão, esse blablabla; a USP parece, com perdão da comparação, com aquelas mães que dão à luz filhos que nunca desejaram  e estes filhos carregam a culpa que nunca foi deles, tornando-se submissos e indesejados aos próprios olhos, como se não tivessem nenhum valor pessoal.

      Acho que é muito indigno a qualquer pessoa saber que o algoz dorme em paz.

  5. Podemos criticar a gestão

    Podemos criticar a gestão anterior e a atual (afinal o atual foi pró-reitor da gestão anterior) da USP. Agora não vale a pena discutir ranking pois os critérios refletem os interesses acadêmicos dos países ricos. Seria interessante criarmos um ranking com aspectos do interesse dos brasileiros. Por exemplo, as pesquisas sobre doenças e a agricultura tropical.

     

  6. Metrô que anda e para.
    Água

    Metrô que anda e para.

    Água que vem e esvai.

    USP sem eira nem beira.

    PCC que mata a pau .

     

    Pedágios, IPVA e quetais.

    Ah, busquem meus sais.

    Memorial na Latrina.

    Institutos sem tudo.

     

    O Paulista é povo guerreiro.

    Segue em vão, sem berreiro.

    Meio zonzo e meio torto

    É o próprio volume morto.

     

    Povo, centro e periferia

    Higienópolis e outras ilhas

    No escape desta arapuca

    Deposite tua fé no Padilha

     

    🙂

     

  7. Em um post sobre a crise da

    Em um post sobre a crise da USP colocado aqui dias atrás eu comentei sobre essa questão.

    Colocu-se a idéia (absurda, no mei entendimento) de cobrar pelos estacionamentos, pelas aulas e criticou-se até o baixo preço do bandejão.

    O Sr. Araujo, habitual comentarista do blog, colocou a questão dos salários como sendo o resultado de “excesso  de democracia” ou como ele citou “democratismo”.

    Eu argumentei que o problema não é o número de funcionários nem os direitos trabalhistas. Muito menos excesso de democracia ou o bandejão barato. E não é também os salários da maioria dos docentes, os que trabalham.

    A USP tem buracos negros onde as verbas somem sem explicação, tem marajás com salários e mordomias injustificáveis e não raramente ilegais e tem falta absoluta de democracia e transparência.

    Vamos debatar as verdadeiras responsabilidades pela situação falimentar da Universidade e parar de por a culpa nos direitos trabalhistas, nos que trabalham de verdade (funcionários e professores) e nos alunos. E principalmente não usar essa crise forjada por incompetência e corrupção como desculpa para tentar privatizar a Universidade.

    Se como dizem 60% dos alunos da USP podem pagar, é sinal que precisamos estimular o ingresso de alunos do ensino público e que não podem pagar, democratizando a Universidade e não aproveitar a crise para elitizar de vez, acabando com esse patrimônio do povo de São Paulo.

    Os culpados pela ladroagem descarada que levou à crise da Universidade precisam ser identificados e os crimes cometidos precisam ser punidos.

    Chega de oportunismo e privataria gente!

  8. Segundo o texto “quem escolhe

    Segundo o texto “quem escolhe o reitor da USP é o governador do Estado, a partir de uma lista tríplice de candidatos indicados por um conselho formado em sua maioria por burocratas universitários.”. Os eleitores são prioritariamente professores, e com representatividade bem menor, funcionários e estudantes. Portanto, a informação está errada.

    1. Comentário para Tiago.

      Tiago, a burocracia universitária não é formada por, necessariamente, funcionários administrativos que não são docentes. Diretores de Faculdades, Vice-Diretores, Pró-Reitores, por exemplo, fazem parte da burocracia, mas são docentes. Os Pró-Reitores, por exemplo, são frutos de indicação. Por causa dessas coisas, pesam, e muito, as boas relações e a política. No texto, se há um “erro”, está o de não esclarecer quanto ao que se diz “burocracia” dentro da USP.

      Cá entre nós, um monte de professores – que compõem o CO e este, por sua vez, é composto majoritariamente por diretores de Faculdades – aprovar (friso, aprovar, por votação!) um orçamento que, supostamente, não tiveram acesso é irresponsável e submisso, quando não mais, um sintoma de grave estupidez. Não tem conversa: se votaram sem ler, erraram; se votaram após ler, também erraram. A questão é que o Zago está se fingindo de morto, o CO está se fingindo de morto, ELES foram os responsáveis pelo descalabro. Mas o pior de tudo é a mistificação: não importa o CO apenas, mas a falta de pressão nas Faculdades, de modo mais localizado, por transparência e democracia. Desse erro também sofrem a Adusp, o Sintusp e os grupos estudantis; a ideia de organização a partir da base dá muito trabalho e a sua existência formal não prescinde da luta política. A luta política no dia a dia é muito enfraquecida. Há anos que existem atos públicos de massa na USP e parece que o buraco fica cada vez maior, existe algum vício de princípio.

      Por fim, como tanta gente excelente conseguiu fazer tanta bobagem? Engraçado, né?

  9. Concordo com praticamente

    Concordo com praticamente tudo que a articulista escreveu. Entretanto, criticar o salário de R$ 26.000 de uma minoria infima de professores, só colabora com as propostas de privatizar a universidade pública. A grande maioria dos professores recebe por volta de R$ 9.000, mas há que se lembrar que 27% do salário do professor é retido no imposto de renda, no total, ele recebe por volta R$ 6570.  Além disso, nos últimos anos o governo PSDB e o federal do PT têm realizado uma política de diminuição dos direitos dos professores como, por exemplo, o direito a aposentadoria integral.

    O Governador tem muito menos gastos que um professor, ou melhor, seus gastos com o palácio dos bandeirantes, motorista e etc., etc., etc., não são pagos pelo seu salário. Ao passo que o professor, além de custear seus gastos pessoais, precisa comprar livros, equipamentos de laboratórios, entre outros materiais de pesquisa, que não são custeados pela universidade.

    Não considero que o salário do professor em fim de carreira deva chegar R$ 26.000, mas para ter um ensino de qualidade, autônomo e crítico é necessário um salário digno e atrativo sob a pena de perdermos professores excelentes para instituições estrangeiras ou até para empresas.

    O foco da crítica deve ser a gestão auutoritária da USP e do governo e não o salário dos professores, mesmo porque a grande maioria não recebe tudo isso, que tem sido noticiado de modo leviano pela grande mídia.

  10. Concordo com praticamente

    Concordo com praticamente tudo que a articulista escreveu. Entretanto, criticar o salário de R$ 26.000 de uma minoria infima de professores, só colabora com as propostas de privatizar a universidade pública. A grande maioria dos professores recebe por volta de R$ 9.000, mas há que se lembrar que 27% do salário do professor é retido no imposto de renda, no total, ele recebe por volta R$ 6570.  Além disso, nos últimos anos o governo PSDB e o federal do PT têm realizado uma política de diminuição dos direitos dos professores como, por exemplo, o direito a aposentadoria integral.

    O Governador tem muito menos gastos que um professor, ou melhor, seus gastos com o palácio dos bandeirantes, motorista e etc., etc., etc., não são pagos pelo seu salário. Ao passo que o professor, além de custear seus gastos pessoais, precisa comprar livros, equipamentos de laboratórios, entre outros materiais de pesquisa, que não são custeados pela universidade.

    Não considero que o salário do professor em fim de carreira deva chegar R$ 26.000, mas para ter um ensino de qualidade, autônomo e crítico é necessário um salário digno e atrativo sob a pena de perdermos professores excelentes para instituições estrangeiras ou até para empresas.

    O foco da crítica deve ser a gestão auutoritária da USP e do governo e não o salário dos professores, mesmo porque a grande maioria não recebe tudo isso, que tem sido noticiado de modo leviano pela grande mídia.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador