Países não quebram
por André Motta Araújo
O SHOW DE DESINFORMAÇÃO DA MÍDIA BABA OVO
Comentaristas de mídia dos times de política e economia esbanjam desinformação aos seus ouvintes e espectadores. Um dos mantras é “o Brasil está quebrado”. E escutam isso de “economistas de mercado” do circuito Banco Central-Casa das Garças-New York. UM PAÍS NÃO QUEBRA.
Um País é um conceito do mundo antropológico, geográfico e histórico. Um Estado é um ente do mundo jurídico, diferente de uma empresa ou uma pessoa física. Um País pode continuar a existir mesmo após a devastação de uma guerra total que destruiu sua estrutura física e institucional, caso da Alemanha em 1945. Um Estado pode ficar insolvente em moeda estrangeira por falta de divisas, mas tampouco quebra porque mesmo que não pague suas dívidas no exterior esse Estado continua a existir, não desaparece, não tem suas fronteiras fechadas como uma empresa falida tem seu portão lacrado.
O Brasil no Século XX ficou seis vezes insolvente em moeda estrangeira e nunca parou de funcionar até de forma razoavelmente bem.
O CASO DO BRASIL
Hoje o Brasil é absolutamente solvente em moeda estrangeira, tanto que tem livre movimentação da conta capitais, moeda estrangeira entra e sai livremente do País, sem necessidade de autorização governamental, como no passado até recente. Em moeda nacional a solvência é absoluta porque o Estado brasileiro pode resgatar a qualquer momento toda sua dívida interna em moeda nacional imprimindo dinheiro, uma capacidade única que só um Estado tem.
Então a ideia de que o “Brasil está quebrado” repetido na Globonews (alo, alo Camarotti) é um “fake news” absoluto, culpa da mais pura ignorância.
DE ONDE VEM A MENTIRA DO “PAÍS QUEBRADO”
Vem do “mercado financeiro”, principal fonte de informação dos comentaristas econômicos dos jornais, rádios e Tvs do Brasil.
Há uma disputa de recursos do Tesouro, o “mercado financeiro” quer reservar para si, com exclusividade, R$300 a 400 bilhões por ano para receber os juros da dívida pública, seu principal negócio e maior fonte de lucro dos bancos, fundos e corretoras que compõe “os mercados”, a dívida é a matéria prima.
Para ter certeza desse dinheiro reservado só para si, “os mercados” precisam afastar os concorrentes na pegada desse dinheiro, o maior concorrente hoje é a Previdência Social, então é preciso neutralizá-la com a Reforma da Previdência, é fundamental impedir que a Previdência pegue esse recurso porque ele é reservado para “nós, do mercado”, daí a insistência na Reforma, “se não fizermos, o País quebra”, na realidade, “se não fizermos não sobra dinheiro para nós, do mercado”.
No passado o concorrente “dos mercados” no uso do dinheiro do Tesouro eram as grandes obras públicas, mas esse concorrente foi neutralizado pela Lava Jato que, por isso mesmo, foi fortemente apoiada “pelos mercados”. Eles eliminaram um concorrente, não tem mais investimentos em usinas hidroelétricas, estradas, hospitais, saneamento, petróleo, assim sobra dinheiro para “os mercados”, receberem R$400 bilhões por ano de juros pagos pelo Tesouro. Pela mesma razão rasparam o caixa do BNDES (alô Joaquim Levy, o “mãos de tesoura”) em R$500 bilhões para o Tesouro ter mais dinheiro para os juros pagos “aos mercados”. Todas as “reformas” se destinam a catar dinheiro onde estiver para destiná-lo aos rapazes da Faria Lima.
Mas e o investimento público, o crescimento, os empregos? Ora não amole, dizem “os mercados”, não é assunto de nosso interesse. Aliás, melhor ainda, ao eliminar o investimento público abre-se espaço para novos negócios para nós “dos mercados”. Invés de investimento público, concessões, privatizações. Já imaginaram quantos negócios virão de vendas das oito refinarias da PETROBRAS? Cada refinaria significa um banco de investimento “advisor” do vendedor, outro faz a modelagem , outro a avaliação, dois “brokers”, um de cada lado, é um maná de negócios, uma festa, tudo gente nossa, amigos de longa data, do mesmo happy hour na Rua Dias Ferreira (como é bom o Quadrucci), se não for no bar nos encontramos no restaurante “Oro” (menu degusração R$350 sem bebida) do chef Felipe Bronze ou no bate papo no Millenium, na Casa das Garças ou no voo para New York, que bacana.
O Brasil ficou para nós, caem fora os grandes estrategistas e planejadores do Estado brasileiro, os homens que projetaram Itaipu, descobriram o pré-sal, revolucionaram a agricultura brasileira no centro oeste pela Embrapa, criaram milhões de empregos na indústria de bens de capital, bélica, naval, petroquímica, os Delfim, Geisel, Thibau, Reis Velloso, Estrella, Lucio Meira, Romulo de Almeida, já se foram, agora “somos nós os operadores de bolsa”.
OPÇÕES ALUCINADAS NA ÓTICA DOS MERCADOS, PARA PENSAR
Opção 1 – O Tesouro paga, no máximo, o índice de inflação na dívida pública, nada mais. Não quer? Emite dinheiro e resgata. Fecha o câmbio, volta a FIRCE.
Opção 2 – O Tesouro injeta R$2 trilhões em obras públicas, R$100 bilhões por mês. Em dois anos acaba o desemprego no Brasil.
Mas e a inflação? Muito pouca porque há capacidade ociosa de 30 a 40% na mão de obra e capital físico no País, se houver será pouca.
Entre emprego e alguma inflação e nenhum emprego e moeda estável, a opção é óbvia, há cura para a inflação, não há cura para a fome.
AMA
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Prezado André
Só um detalhe: metade da verba destinada a pagamento da divida pública é para bancos estatais, logo?
Abração
Mário Mendonça
Os bancos detem titulos da divida publica de duas formas: para sua propria Tesouraria e em escala muito maior, nos fundos administrados, onde o dinheiro é dos clientes e não dos bancos.
Mesmo quando os titulos estão na Tesouraria, no outro lado existem depositos do publico, ao
fim sempre há uma pessoa fisica recebendo os juros via deposito ou fundos.
Prezado André
Grande artigo (redundância )
Creio que os poucos lugares do mundo onde o capitalismo financeiro não pratica sua devastação são a China, Alemanha e talvez a França
O resto, “tá tudo dominado”
Análise perfeita. Fica claro que os chamados economistas do mercado invertem a frase do assessor de Clinton e seguem o mantra: “é a política estúpido!”
Porque o que fazem é política para eliminar concorrência. Ou seja, lutam para que não funcione a lei maior do … mercado.
Quanto aos temores de volta da inflação no caso de aceleração do investimento público, podemos relembrar as lições de Ignácio Rangel: a política econômica contracionista aumenta a demanda relativa e a inflação, pois a reação dos produtores é mais intensa do que a dos consumidores. O contrário ocorreria no caso de aumento do investimento. A oferta será ampliada muito mais rapidamente do que aumentará a propensão a consumir. Em conseqüência haverá menor demanda relativa.
Mas esta dinâmica é complexa demais para ser compreendida pelos economistas estáticos que falam na engabelanews.
O que diria Trotsky?
“Escala móvel de salários e escala móvel das horas de trabalho
Nas condições do capitalismo em decomposição, as massas continuam a viver a vida morna de oprimidos que, hoje mais do que nunca, estão ameaçados de serem lançadas no abismo da miséria. Elas são obrigadas a defender seu pedaço de pão, mesmo se não podem aumentá-lo ou melhorá-lo. Não há possibilidade nem necessidade de enumerar aqui as diversas reivindicações parciais que surgem, a cada momento, de circunstâncias concretas, nacionais, locais, profissionais. Mas dois males econômicos fundamentais, nos quais se resume o absurdo crescente do sistema capitalista – o desemprego e a carestia da vida -, exigem palavras de ordem e métodos de luta generalizados.
A IV Internacional declara uma guerra implacável à política dos capitalistas que é, em grande parte, a de seus agentes, os reformistas, tendendo a fazer recair sobre os trabalhadores todo o peso do militarismo, da crise, da desagregação dos sistemas monetários e de todos os outros males da agonia capitalista. Reivindica TRABALHO e uma EXISTÊNCIA DIGNA para todos.
NEM A INFLAÇÃO MONETÁRIA NEM A ESTABILIZAÇÃO PODEM SERVIR DE PALAVRAS-DE-ORDEM AO PROLETARIADO, pois são DUAS FACES DA MESMA MOEDA. CONTRA A CARESTIA DE VIDA, que à medida que a guerra for aproximando-se adquirirá um caráter cada vez mais desenfreado, SÓ SE PODE LUTAR COM A PALAVRA-DE-ORDEM ESCALA MÓVEL DE SALÁRIOS. Os contratos coletivos devem assegurar o aumento automático dos salários, correlativamente à elevação dos preços dos artigos de consumo.
O proletariado não pode tolerar, sob pena de degenerar, a transformação de uma parte crescente dos operário em desempregados crônicos, em miseráveis vivendo das migalhas de uma sociedade em decomposição. O direito ao trabalho é o único direito sério que o operário tem numa sociedade fundada sobre a exploração. Entretanto, este direito lhe é tirado a cada instante. Contra o desemprego, tanto estrutural” quanto conjuntural, é tempo de lançar, ao mesmo tempo que a palavra-de-ordem de trabalhos públicos, a de ESCALA MÓVEL DAS HORAS DE TRABALHO. Os sindicatos e as outras organizações de massa devem unir aqueles que têm trabalho àqueles que não o têm através dos mútuos compromissos da solidariedade. O trabalho disponível deve ser repartido entre todos os operários existentes, e essa repartição deve determinar a duração da semana de trabalho. O salário médio de cada operário continua o mesmo da antiga semana de trabalho. O salário, com um mínimo estritamente assegurado, segue o movimento dos preços. Nenhum outro programa pode ser aceito para o atual período de catástrofes.
Os proprietários e seus advogados demonstrarão a impossibilidade de “realizar” estas reivindicações. Os pequenos capitalistas, sobretudo aqueles que caminham para a ruína, invocarão, além do mais, seus livros de contabilidade. Os operários rejeitarão categoricamente esses argumentos e essas referências. Não se trata do choque normal” de interesses materiais opostos. Trata-se de preservar o proletariado da decadência, da desmoralização e da ruína. Trata-se da vida e da morte da única classe criadora e progressista, e, por isso mesmo, do futuro da humanidade. Se o capitalismo é incapaz de satisfazer às reivindicações que surgem infalivelmente dos males que ele mesmo engendrou, que morra! A “possibilidade ou impossibilidade” de realizar as reivindicações é, no caso presente, uma questão de relação de forças, que só pode ser resolvida pela luta. Sobre a base desta luta, quaisquer que sejam seus sucessos práticos imediatos, os operários compreenderão melhor toda a necessidade de liquidar a escravidão capitalista”.
O que você acha da proposta do Trostky, André?
Se o Bolsonaro não fosse o idiota que é ele saberia que a forma mais eficaz de um presidente impor sua visão de mundo é rapidamente dar bem estar econômico ao povo ainda mais quando o desemprego é colossal. Na história recente há dois exemplos de peso: Hitler e roosevelt. Assim que chegaram ao poder combateram o desemprego cavalar que devastavam os estados unidos e a Alemanha .E com o sucesso nesse item – graças gênios da economia – Keynes e schacht – Hitler fez que o povo alemão em sua maioria aceitasse a loucura nazista e roosevelt fez que o mito quase religioso da cultura americana de que o governo não tem que se meter em nada fosse pro ralo chegando ao ponto de muitos idiotas acusarem ele de querer tornar a América comunista. Mas como eu disse Bolsonaro é duma burrice cavalar do tipo que se ouvir roosevelt ele pensa que é uma marca de rifle.
Excelente artigo.
As entrelinhas do Brasil.
andre:
Desde 2008 o mundo assiste o impressionante desastre causado pela ausência da imprescindível regulação financeira dos mercados em geral, particularmente o de derivativos, no qual é possível fazer um hedge com opções de bananas e de petróleo, ou seja, um verdadeiro circo que terminou por levar à obscena ajuda mensal de 8 bi de dólares aos tais “bancos grandes demais para quebrar”, sem dúvida um belo eufemismo para toda aquela desordem que prevalecia, e continua prevalecendo, nos mercados financeiros.
Se a ajuda logo apareceu para os bancos grandes demais, até hoje se aguarda a ajuda para os que perderam seus empregos, imóveis ( na Espanha, os bancos grandes demais só pararam de retomar os imóveis em débito quando alguns idosos optara por pular pelas janelas).
Por aqui funciona a mesma lógica, com a providencial ajuda dos comentaristas da turma da Lopes Quintas ( acredito que nenhum dos convidados para conversar com aqueles jornalistas de araque tenha se manifestado contra a reforma da Previdência), dos políticos em geral, parece que não é permitido a ninguém fazer contraponto ao discurso pró-reforma.
Quanto aos estrategistas e planejadores do Estado, foram todos dinamitados, restando os tais ministros “economistas de mercado” que jamais pensaram no país, apenas na banca – Armínio, Persio, Levy, Guedes, etc…, a destruir tudo o que foi construído ao longo dos anos – não pode existir exemplo melhor que o pré-sal, a a maior riqueza mineral do país sendo entregue de mãos beijadas para diversos. Como reverter este quadro, que nem cursos de pós-graduação será capaz de oferecer, o país do ensino à distância? Não tenho a menor idéia.
Países não quebram mas planetas acabam, espécies estão sendo extintas de maneira assustadora – conforme relatos dos cientistas.
Tenham coragem de ouvir uma adolescente sueca de 16 anos que fala mais em 5 minutos que toneladas de cacofonia diária – como as minhas.
Ouvindo Greta Thunberg, impossível não aprender e se sentir responsável e estimulado/a a agir. O verdadeiro sentido de Beleza num mundo gravemente doente – vejam a reação de soberba de algumas pessoas no vídeo, deprimentes.
Ouvindo Cazuza, que saudade de um tempo em que a música e o rock n’ roll mantinham as pessoas vivas para a Vida.
Ouvindo U2 de décadas atrás, que saudade do Bono que não congratulava com Davos – parece que um religioso australiano recentemente falecido lhe fez essa mesma reclamação…
Mas temos Greta e toda/os a/os ativistas que estão tocando o rock n’ roll pelo mundo – no vídeo ela fala de ativistas que estão ocupando a floresta, de 12 mil anos, de Hambach na Alemanha: acreditem ou não, querem derrubar a floresta para expandir uma mina de carvão… Mobilizam milhares de policiais contra a/os ativistas, um deles já morreu num acidente, e isso na Alemanha! Que mundo é esse?
Então, na hora da partida do planeta, vamos pra Vida, que ainda há tempo.
Prêmio Especial de Proteção do Clima para Greta Thunberg – Goldene Kamera 2019 [Alemanha] (já imaginaram alguém ir receber um prêmio na Globélica e denunciar o Golpe e a participação da emissora? tipo isso, rs)
https://youtu.be/b7ReCuqz_5U
(erros e inadequações no vídeo, por favor, reportem – se assistirem… preguiça de ver vídeos de 2, de 5 minutos falando de coisa séria, mas perdem horas nas redes sociais engajados em banalidades…, parabéns!).
Cazuza – Boas Novas Ao Vivo (Completa)
https://www.youtube.com/watch?v=EPuH2jzD6io
B.B. King & U2 – When Love Comes To Town – CLIP
https://www.youtube.com/watch?v=T1GLDGiLE4c
(Boas Novas – Cazuza)
” Poetas e loucos aos poucos
Cantores do porvir
E mágicos das frases
Endiabradas sem mel
Trago boas novas
Bobagens num papel
Balões incendiados
Coisas que caem do céu
Sem mais nem porquê
Queria um dia no mundo
Poder te mostrar o meu
Talento pra loucura
Procurar longe do peito
Eu sempre fui perfeito
Pra fazer discursos longos
Fazer discursos longos
Sobre o que não fazer
Que é que eu vou fazer?
Senhoras e senhores
Trago boas novas
Eu vi a cara da morte
E ela estava viva
Eu vi a cara da morte
E ela estava viva – viva!
Direi milhares de metáforas rimadas
E farei
Das tripas coração
Do medo, minha oração
Pra não sei que Deus “H”
Da hora da partida
Na hora da partida
A tiros de vamos pra vida
Então, vamos pra vida
Senhoras e senhores
Trago boas novas
Eu vi a cara da morte
E ela estava viva
Eu vi a cara da morte
E ela estava viva – viva!”
Sampa/SP, 02/05/2019 – 13:35
Em consonância ao texto alinha-se um comentário provocado pelo post de Rafael Valim
“A sujeição da representação política à vontade do Poder Econômico”, adicionado a uma notícia do GGN, que tratava da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal em 2017.
Ali já estava, em apertada síntese, identificado o objetivo buscado e, então, já praticamente alcançado pelo chamado neoliberalismo, em todo o planeta. Destaca-se esse trecho:
(…)
[Este é o chamado mal-estar da democracia contemporânea [27]. Uma democracia sem povo
(no sentido de dar as costas para o interesse público, coletivo), a serviço do mercado, e que,
ao menor sinal de insurgência contra a sua atual conformação (*), é tomada por medidas
autoritárias [28]. Como diz Joseph Stiglitz, “Os ricos não precisam do Estado de Direito; eles
podem, e de facto fazem, moldar os processos económicos e políticos em seu proveito” [29].
(*) como o surgimento e crescimento de um partido popular que ganha eleições.]
(…)
Pois bem, os ricos não precisam do Estado de Direito e, na verdade (repudiam-no), eles querem limitar os poderes do Estado (leia-se, Legislativo e Executivo) ao nível de insignificância e inoperância. “Estado Mínimo”. Para tanto eles, no Brasil, cooptaram […could be more accurately told, they bought…(??)] o Judiciário (PJ)** e patrocinaram a formação de uma parceria entre agentes, corruptíveis e corruptos, dominantes nesse Poder, com o CARTEL de empresas de Comunicação, por eles controlado, para, assim, garantir à EXCEÇÃO uma aparência de total normalidade e legitimidade, junto à tal da “opinião pública” (essa parcela minoritária, mas barulhenta, de paneleiros, revoltados, sem causa – GUERRA HÍBRIDA). Foi um sucesso total. A choldra ignara assistia e aplaudia as excepcionalidades presentes nas ações ilegais de coerção e coação. Até que a água subisse até o ponto de lhes bater na bunda e começassem a perceber que também seriam tragados pelo buraco que ajudaram a abrir.
Em meio à zona (com todo o respeito às ZONAS organizadas) que se estabelece, cada qual, dentre os integrantes do PJ, quer tirar o proveito que possa alcançar e, assim, protagonizar o seu momento de glória e celebridade, destacando-se sobre os outros concorrentes às luzes da ribalta.
Daí vem uma indagação introdutória de uma reflexão interessante. Como será que os pecuaristas e empresários ligados às cadeias produtivas dependentes do mercado mundial de proteína animal, que, certamente, festejaram e bateram panelas, aplaudindo as ações ilegais das celebridades concorrentes do MP, PF e juízes, estariam avaliando as recentes declarações performáticas do Dr. Moscardi di Grillo, observando a estimativa de queda brutal imediata de suas projeções de mercado e receitas?
https://jornalggn.com.br/noticia/xadrez-para-entender-a-operacao-carne-fraca?page=2
Enquanto quebravam as cadeias produtivas do petróleo e boa parte das estruturas de sustentação política e econômica do país, todo o “povo” aplaudia e pedia mais.
Pois terão mais. A coisa não para por aí. Abriram a Caixa de Pandora e logo as surpresas não tardarão a multiplicar-se em expansão descontrolada.
(**) Partido do Judiciário
Pois é! Chegando ao presente, a “coisa” realmente não parou de avançar até o ponto de (o que, em 2017, era absolutamente impensável!) atropelar o processo eleitoral de 2018 e levar para o Palácio do Planalto, para o Congresso, Assembleias e Governos Estaduais, um bando de celerados que, em sua maioria, não têm a menor noção do que foram lá fazer. Embora alguns soubessem e saibam muito bem o que deviam e devem fazer e a quem devem servir. Como diz a sabedoria popular, “caíram da mudança”, em condição dominante, nos principais cargos das estruturas de poder, em todo o país. Evidentemente, não há pesos e contrapesos que possam impor limites à ação desses celerados. Portanto, foram para o saco os princípios mais elementares e fundantes daquela que era a nossa incipiente e cambaleante DEMOCRACIA.
Que, diga-se, em passant, nunca existiu, posto que outro pilar fundamental da democracia se assenta no princípio que estabelece que todo o cidadão tem direito ao acesso a informações confiáveis e plurais, essenciais para que ele possa exercer o seu direito de eleger os seus representantes. E esse princípio pressupõe a garantia da preservação da integridade do direito à LIBERDADE DE EXPRESSÃO, sequestrado pelo oligopólio midiático, instalado no Brasil desde, pelo menos, 1965.
Diante de tudo isso, emerge uma outra questão interessante para reflexão. Até quando a intelectualidade humana vai continuar a se surpreender com as sucessivas e recorrentes crises geradas pelo sistema capitalista? Por que até hoje são surpreendentes as crises geradas por esse sistema? Não teria sido diagnosticada a sua característica imanente de insustentabilidade, pelo seu maior e mais ilustre estudioso, já lá no século XIX? A precisão de tal diagnóstico não teria sido comprovada, decorridos menos de quarenta anos de sua publicação, já na crise de 1929, no país considerado até hoje como paradigma de sucesso desse sistema controverso? De nada serviram as lições aprendidas na formação do Nazismo e do Fascismo na Europa, nos anos 30 e 40 do século XX e o decorrente desastre assistido na 2ª Guerra Mundial? Não! O sistema perverso prosseguiu prosperando e avançando sobre todo o planeta, gerando concentração de renda e poder nas mãos de infinitésimas minorias que passaram a deter o controle absoluto e fora de regramento da movimentação de capitais que geraram as explosões do sistema financeiro global nos EUA em 2008 e na Zona do Euro em 2010.
Se não bastassem todos os desastres experimentados pela humanidade, submetidas às instabilidades e crueldades inerentes a esse sistema, para que fosse entendida sua natureza perversa, o economista francês Thomas Piketty publicou, em 2014, o livro “O Capitalismo do Século XXI”, em que demonstra, fundamentado em dados e estudos científicos, que são falaciosos os méritos e as virtudes proclamados pelos defensores patrocinados do capitalismo.
A defesa do capitalismo é estruturada com fulcro em argumentação que se fundamenta em virtudes que proporcionam IGUALDADE DE DIREITOS E OPORTUNIDADES para todos os cidadãos, tais como:
A MOBILIDADE SOCIAL
Segundo essa argumentação, a todos os cidadãos são garantidos direitos e oportunidades iguais para ascensão na escala social, até atingir as classes mais elevadas e, inclusive, chegar a fazer parte das elites, na medida de seus esforços e qualificações pessoais.
MERITOCRACIA
Desde que consigam se destacar, mercê de seus esforços e qualificações pessoais, cada cidadão, pelo critério da meritocracia, poderá evoluir automática e naturalmente, de uma posição nas classes sociais inferiores até as classes mais elevadas e, até mesmo às elites da estrutura socioeconômica.
O que o estudo de Thomas Piketty demonstra é o contrário diametral dessa propaganda enganosa do Capitalismo, que habita o imaginário de cidadãos de todas as classes, inclusive daquelas relegadas à mais absoluta condição de miséria. Os dados históricos colecionados e comparados em referido livro demonstram que a característica principal do Capitalismo é a concentração de renda crescente, ao longo dos tempos, em camadas cada vez mais reduzidas da população, em detrimento da formação de contingentes cada vez maiores de populações empobrecidas e miseráveis.
E como é que se realiza o processo de reprodução entre os integrantes dessa infinitésima minoria, na medida em que ela se torna cada vez menor e mais opulenta e abastada?
A reprodução das elites econômico financeiras do planeta se processa por meio de mecanismos de herança e transferência de bens e patrimônio, exclusivamente entre seus integrantes. Logo, quem está dentro não sai e quem está fora não entra. Não existe, pois, nada que sustente a argumentação defendida com base nas virtudes do capitalismo, consistentes em IGUALDADE DE DIREITOS E OPORTUNIDADES, para todos os cidadãos e, muito menos, a possibilidade de que, quem quer que seja, possa ascender na escala social, na medida dos seus esforços e qualificações pessoais. A MERITOCRACIA.
Para fechar com chave de ouro a demonstração de que o sistema capitalista é a fonte inesgotável de instabilidades e crises que assolam a humanidade, deve-se atentar ao entendimento sobre como a concentração descontrolada e crescente de renda, proporciona às elites o poder de destruir qualquer veleidade de DEMOCRACIA. Quem explica é o cientista Jessé Souza, analisando o sistema social brasileiro. O poder avassalador do montante fabuloso de capital acumulado nas mãos da elite financeira, lhe permite condições de COMPRAR as instituições da democracia e, destarte, assumir o controle do Estado, impondo seus interesses sobre a maioria da população. Para que as elites querem e não abrem mão do poder de controlar do Estado? Segundo o cientista é
PARA ROUBAR!!
O Banco Central é a BOCA DE FUMO do que ele chama “A ELITE DO ATRASO” brasileira.
Gente! São cento e vinte anos de história a demonstrar que o CAPITALISMO é um sistema auto destrutivo, como já dizia Karl Marx lá nos idos do final do Século XIX.
O que nem o maior gênio de todos os tempos poderia prever é que esse sistema não evoluiria naturalmente para um sistema mais igualitário e sustentável, mercê de suas características imanentes nefastas. Porque, junto com o poder econômico avassalador concentrado, nas mãos de muito poucos, forma-se um poder descomunal de financiamento de propaganda (Institutos – Fundações – “Movimentos Sociais”) que acaba por constituir o pensamento hegemônico globalizado em defesa da sua a natureza abominável.
DELENDA CAPITALISMO!!
O capitalismo é tão autodestrutivo que está aí firme e forte. Vive superando suas crises e se tornou uma coisa diferente do que era na época de Marx.
Quem destruiu a si próprio foi o comunismo, levando à ruína os países onde se instalou.
Não tão firme e nem tão forte, o Capitalismo prossegue, cruel e desumano, graças a, de um lado à imensidão de investimentos que aplica em patrocínio de propaganda e, de outro, à ignorância e miséria que dissemina nas massas excluídas de direitos fundamentais. Destruindo tudo o que se atravessa em seu caminho, ou represente um exemplo alternativo bem sucedido de organização social, como União Soviética, Cuba, Venezuela e o projeto político desenvolvimentista, altivo, includente e soberano brasileiro. As sucessivas mutações a que se submete o Capitalismo resultam sempre num modelo mais cruel e nefasto, como o neoliberalismo. Que não registra sequer um caso, no planeta, em que tenha sido aplicado e não tenha gerado resultados catastróficos, mas continua a ser aceito e praticado porque a colossal concentração de renda lhe permite destinar montanhas de dinheiro para controlar instituições e os meios de informação que, em consequência, vendem-se ao capital e não fazem o seu papel constitucional, permitindo que a monstruosidade continue a enganar a humanidade e destruir o planeta.
Mantendo seus lucros privatizados e seus prejuízos socializados, é fácil seguir firme e forte.
O socialismo destruiu a Rússia Feudal e a China milernamente atrasada e faminta ou as trouxe para a modernidade, para a vanguarda da História?
Não fosse o socialismo, a Rússia hoje seria um Afeganistão ou um Paquistão da Vida e a China não seria senão um Nepal ampliado.
Se a Revolução socialista fosse tentada hoje no Haiti e amanhã o Imperialismo boicotasse o referido país e finalmente o líder do País fosse assassinado, tal qual Salvador Allende, o Pedro Mundim iria dizer que o socialismo se instalou no Haiti e levou o referido país à ruína. É mole?
URGENTE
“Parlamento britânico declara “emergência climática”. É o primeiro país a fazê-lo” (jornal Público, de Portugal)
https://www.publico.pt/2019/05/01/mundo/noticia/parlamento-britanico-declara-emergencia-climatica-pais-fazelo-1871153
Depois de Greta e dos ativistas do Extinction Rebellion, de todos os ativistas nas ruas e das greves escolares.
E no Brasil, grilos cantam sem serem notados – trilha sonora da nossa indiferença que vai nos custar muito caro.
“Abacateiro, acataremos teu ato,
nós também somos do mato, como o pato e o leão,
Aguardaremos, brincaremos no regato
Até que nos tragam frutos, teu amor, teu coração” (Gilberto Gil)
Gilberto Gil – Refazenda
https://www.youtube.com/watch?v=fiwq5G4zpFU
Sampa/SP, 02/05/2019 – 13:52
Por favor, explique melhor: eliminar toda dívida interna imprimindo dinheiro.
André, não sou da área, portanto o texto que segue é, para mim, um pouco árido. Mas como você fala muito sobre o New Deal, talvez possa contrapor.
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=97
André, como sempre fantástico, estas ideias de que o país é como a casa da gente, ou seja não podemos gastar mais do que ganhamos é de uma idiotice absoluta, pais pode produzir dinheiro, como você bem disse em outros comentários foi isto que resolveu as crises de 1930 e de 2008.
O grande problema de hoje e sempre é a intervenção Americana em nosso pais, com isto conseguiram colocar este Bozó na presidência que trouxe o “tchutchuca dos banqueiros” para auxilia-lo na destruição do Brasil.
O povo tem que entender que recessão e desemprego é culpa de governo e tem quer ir para rua reivindicar.
Por que meus questionamentos ao André Araújo são sempre censurados?
Ele só aceita elogios?
Vamos lá novamente.
Inflação é o mais eficiente instrumento do governo para reduzir os seus gastos. Imagine uma inflação de 30%.
A longo do ano, salários do funcionalismo e aposentadorias acabam se desvalorizando, na média em 15%.
Realmente, governo Federal não quebra porque pode imprimir dinheiro. Quem se ferra é o povo que não tem como se defender da inflação.
Já sobre os rentistas essa sua conta maluca de 300 a 400 bilhões é mentirosa.
Em primeiro lugar, a dívida interna não é paga há décadas, assim o governo apenas aumenta a dívida interna.
Uma vez que a dívida pública está perto dos 4 trilhões, com a selic a 6,5% isso gerará um pagamento de “juros” de, chutando alto 300 bilhões.
Mas como você mesmo admitiu, existe a inflação. Assim de 6,5% de juros o juro “real” é muito menos porque desse rendimento é descontado o IR de 15%, o que dá 5,5% ao ano. Descontada a inflação de 4,5% ao ano sobra só 1% de juros reais ao ano.
Cade o rentismo? Cadê os 400 bilhões de gasto com juros?
Explique por favor.
Meu caro, ao aumentar a divida publica total com mais titulos que correspondem ao valor do juros, há pagamento contabil dos juros. Na ponta do aplicador ele recebe os juros ou reaplica, o que
significa renda em dinheiro ou mais titulos. Uma coisa é o aumento ano a ano do total da divida
pelos juros compostos mas na ponta do aplicador sempre ha renda, quem compra os novos titulos
não é sempre quem recebe a renda dos titulos antigos. Quanto ao rendimento, a Selic é a taxa interbancaria, não é o mesmo que a rentabilidade de todos os titulos federais, há emissões que rendem muito mais que 6,5% ao ano.
Di é a taxa interbancária.
Sim, existem títulos que pagam mais, mas o grosso são títulos Selic.
Você mesmo fez as contas de 300bi a 400bi de juros reais.
Essa conta é mentirosa. Admita
Você descontou 15% de Imposto de renda que dá 50 bilhões?
Já caiu pra 340bi.
E a inflação? Descontou os 200 bilhões de desvalorização?
Chegamos em 140bi de juros reais.
Juntando com o déficit primário de 150bi no ano passado a dívida interna, pelas minhas contas em 2018 teria subido perto de 300bi.
Já a sua conta teríamos de somar os 400bi de juro real, com 200bi de desvalorização da moeda, mais 150bi de déficit primário e a dívida pública em 2018 teria explodido em 750bi em 2018.
Vamos ver quem está certo?
“A dívida pública federal, que inclui os endividamentos do governo dentro do Brasil e no exterior, teve aumento de 8,9% em 2018, para R$ 3,877 trilhões, informou a Secretaria do Tesouro Nacional nesta segunda-feira (28). … A dívida pública subiu R$ 317,789 bilhões no ano passado.
Como eu falei. Sua conta e fantasiosa.
E isso sem se levar em conta que desses 8,9% de aumento da dívida tem de descontar 4% de inflação.
Se o governo representa a sociedade, presume-se que, ao imprimir dinheiro para criar postos de trabalho, tal governo tem o objetivo de beneficiar o povo. Em sendo assim, como o povo poderia se ferrar?
Ou o governo não é do povo, pelo povo e para o povo?
Ora, se todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da Carta Magna, como esse povo pode, ao exercer o poder, ferrar a si mesmo ao imprimir dinheiro para gerar emprego?
Explica aí, Li de Brusque, por favor
Em primeiro lugar a mentirosa conta do André Araújo que pagamos 400 bilhões de juros foi desmascarada.
O plano doido de imprimir dinheiro pra cobrir os déficits públicos gerou inflação, empobreceu a população como um todo nos anos anteriores ao plano real.
A cada plano o governo e bancos se apropriavam de parte da correção monetária.
Como eu já disse e não foi contestado.
Fazer um plano doido de retomada da economia na base da impressão de dinheiro baseado na premissa mentirosa de que o Brasil gasta uma fábula em juros é encomendar o desastre.
Desta maneira vamos acabar invertendo o fluxo migratório e vamos todos pra Venezuela.
É fácil saber. Não basta pesquisar o superávit primário do governo durante um ano?