Jorge Alexandre Neves
Jorge Alexandre Barbosa Neves professor Titular de Sociologia da UFMG, Ph.D. pela Universidade de Wisconsin-Madison, nos EUA. Professor Visitante da Universidade do Texas-Austin, também nos EUA, e da Universidad del Norte, na Colômbia.
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Por que precisamos de uma elite negra no Brasil?, por Jorge Alexandre Neves

A questão da desigualdade racial é envolta em uma grande quantidade de desinformação e mal-entendidos

Foto Freepick – Modificada

Por que precisamos de uma elite negra no Brasil?

por Jorge Alexandre Neves

A decisão do Magazine Luíza (1) de criar um sistema de cota para negros no seu programa de trainee gerou uma grande celeuma, o que incluiu um processo judicial movido por um defensor público federal. A questão da desigualdade racial é envolta em uma grande quantidade de desinformação e mal-entendidos (2). Um dos pontos centrais de desconhecimento diz respeito exatamente ao fato observado pelo Magazine Luíza e que levou a empresa a tomar a decisão de criação de uma cota racial: é nos níveis ocupacionais mais elevados que a desigualdade racial se manifesta de forma mais significativa. Este é um fenômeno bem conhecido por quem pesquisa a desigualdade racial no Brasil (3), quanto maior o nível da ocupação (ou cargo), maior a desigualdade racial.

Portanto, não é à toa que as cotas raciais surgiram inicialmente para lidar com o acesso dos negros aos níveis mais elevados do sistema educacional, particularmente, o nível universitário. Quanto à educação, já está bem documentado o efeito benéfico das cotas raciais. Quanto ao mercado de trabalho, contudo, precisamos de mais análises.

Para que estudemos de forma adequada a desigualdade salarial entre grupos raciais, é importante que possamos fazer nossos modelos estatísticos ou econométricos controlando a origem socioeconômica – ou seja, características socioeconômicas das famílias de origem – dos indivíduos adultos, que estão no mercado de trabalho. O último banco de dados brasileiro que nos permite fazer esse tipo de análise é a PNAD-2014. Analisando os indivíduos do sexo masculino (os resultados para as mulheres é semelhante) de 25 a 65 anos de idade (um corte etário bastante utilizado nesses tipos de análise), observa-se que o diferencial líquido (após controlar por fatores de capital humano e de origem socioeconômica) dos salários de negros e brancos é de aproximadamente 20%. Ou seja, controlando-se por uma série de fatores referentes à qualificação (capital humano) e à origem socioeconômica, observa-se que os indivíduos brancos têm um salário médio cerca de 20% maior do que os negros (pretos e pardos).

Quando se analisa só as ocupações de elite (aquelas com maiores escores na escala do Índice Socioeconômico Internacional – ISEI – da ocupação), percebe-se que a desigualdade racial é ainda maior. Essas ocupações são marcadas por ativos específicos, a saber, os ativos de qualificação (requerem elevados níveis educacionais) ou ativos organizacionais (o exercício da autoridade, algo típico de ocupações gerenciais e de supervisão) e representam aproximadamente 20% da População Economicamente Ativa ocupada no Brasil (aqueles com percentil 80 ou mais no ISEI). No caso dessas ocupações de elite, a diferença salarial entre brancos e negros é 35% maior do que a média dos trabalhadores em geral (controlando-se pelos mesmos fatores de capital humano e origem socioeconômica).

Utilizando-se os chamados Modelos Multiníveis (com indivíduos no primeiro nível e ocupações no segundo) ou Hierárquicos, observa-se que, embora seja nas ocupações com maior nível (os cargos mais altos) que a desigualdade salarial entre negros e brancos é maior, o chamado “efeito composição” da raça interfere de forma bastante relevante nessa desigualdade. Ou seja, o que se observa é que a elevação da proporção de negros em uma ocupação reduz a desigualdade salarial entre negros e brancos. Mais especificamente, uma elevação de 10% na proporção de negros reduz em 1,5% a desigualdade salarial entre negros e brancos. Portanto, por exemplo, se numa ocupação há 20% de negros e a participação dos negros dobra (indo para 40%), a desigualdade salarial entre negros e brancos nesta mesma ocupação irá diminuir em 15%.

Estes dados estatísticos mostram que a melhor forma de combater a desigualdade racial no mercado de trabalho é justamente fazendo o que o Magazine Luíza decidiu fazer, elevar a participação dos negros nas ocupações de nível socioeconômico mais alto, que são as ocupações de elite, aquelas nas quais eles estão menos presentes. Esperemos que o exemplo seja seguido. A formação de uma elite socioeconômica negra terá um impacto extremamente positivo na redução da desigualdade racial no Brasil. Além do “efeito composição” descrito acima, haverá ainda, provavelmente, um “efeito demonstração” (3) bastante positivo.

Jorge Alexandre Barbosa Neves – Ph.D, University of Wisconsin – Madison, 1997.  Pesquisador PQ do CNPq. Pesquisador Visitante University of Texas – Austin. Professor Titular do Departamento de Sociologia – UFMG – Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
  1. Há poucos dias, ficamos sabendo de um outro caso que, não sei qual a razão, não provocou tanta polêmica quanto o caso do Magazine Luíza. Talvez por se tratar de uma grande multinacional, o que só reforçaria o espírito de vira-latas da nacionalidade por parte da extrema direita brasileira. Ver: https://blogs.oglobo.globo.com/capital/post/executivo-da-bayer-que-criou-trainee-so-pra-negros-sofreu-preconceito-na-carreira-perguntaram-o-que-eu-fazia-ali.html?utm_source=Facebook&utm_medium=Social&utm_campaign=O%20Globo.
  2. Ver: https://www.hojeemdia.com.br/opini%C3%A3o/colunas/jorge-alexandre-1.457816/ra%C3%A7a-e-desigualdade-1.548516.
  3. Ver: http://www.sbsociologia.com.br/rbsociologia/index.php/rbs/article/view/225.
  4. Ao verem uma maior presença de pessoas de seu grupo racial em ocupações de maior nível socioeconômico, os jovens negros passam a perceber essas ocupações como algo dentro do seus espectros de aspirações e não como “empregos de brancos”.

 

Jorge Alexandre Neves

Jorge Alexandre Barbosa Neves professor Titular de Sociologia da UFMG, Ph.D. pela Universidade de Wisconsin-Madison, nos EUA. Professor Visitante da Universidade do Texas-Austin, também nos EUA, e da Universidad del Norte, na Colômbia.

11 Comentários

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  1. Nassif: puta que pariu. Que diferença faz a “cor” da Elite? Roxa, branca, amarela ou preta. O problema não reside na “cor”, nos “cinquenta tons de negro”. O que precisamos é de negros conscientes de sua raça, dos seus valores, de sua dignidade. Que comecem lutar pelos seus direitos, como pessoas e como cidadãos. Que se reunam em grupos, clubes, organizações, levando consciência e ajudando (como no tempo anterior a LeiÁurea) aos seus desafortunados. Trabalho grande e árduo? Não tenha dúvida. Os negros queremos igualdade, não superioridade sobre os de outras raças. E é nisso, meu caro, que esse o artigo, por mais boa vontade que aparente, pra mim nada disse…

    “Eu, também, sou a América”.
    (Langston Hughes)

    Eu, também, canto a América

    Eu sou o irmão mais preto.
    Quando chegam as visitas,
    Me mandam comer na cozinha.
    Mas eu rio
    E como bem,
    E vou ficando mais forte.

    Amanhã,
    Quando chegarem as visitas
    Me sentarei à mesa.
    Ninguém ousará, então, me dizer,
    “Vá comer na cozinha”.

    Além do mais,
    Eles verão quão bonito eu sou
    E se envergonharão –

    Eu, também, sou a América.

    1. Concordo, o caminho proposto é pela inclusão identitária, liberal, não muda a realidade, a não ser daqueles que aderiram, e venceram a luta pela inserção.

    2. Incrível como mesmo entre leitores com um perfil progressista o debate sobre as desigualdades raciais gere tamanha reação negativa. A dita esquerda brasileira não está preocupada com as desigualdades.
      Médicos, engenheiros, advogados, jornalistas e outras profissões são parte da elite brasileira. Só mesmo Brasil que uma pessoa ganha 40 salários mínimos por mês pode se declara de classe média.
      Pela expressão utilizada pelo leitor, fiquei com a impressão de um solicitação ao Luís Nassif interdite os textos do professor Jorge Alexandre Neves, um especialista do debate sobre desigualdade, com muitas pesquisas empíricas realizadas.
      Pelo amor de Deus

  2. E eu que achava que o problema da desigualdade social era a existência de elites.

    Mas os adeptos das políticas identitárias querem entre o 1% haja diversidade de melanina, enquanto os 99% continuam na mesma. O fato de negros chegarem à elite não mudou em nada a situação da massa dos negros e trabalhadores nos EUA.

    Segue trecho de artigo de João Bernardo:

    “Os identitarismos étnicos servem para mobilizar o descontentamento das massas inferiorizadas pelo racismo em prol da ascensão social de uns poucos, quer graças ao status político adquirido na militância quer graças ao status universitário obtido através de medidas que facilitam o acesso ao ensino superior, ou graças aos dois processos em conjunto. Trata-se exclusivamente de uma recomposição das elites. Vejamos o resultado de cinco décadas de integração escolar nos Estados Unidos, a affirmative action, acção afirmativa, a mesma política que inspirou a Fundação Ford a orientar o movimento negro brasileiro para reivindicar a obtenção de quotas nas universidades.

    Nos Estados Unidos a affirmative action foi instaurada por várias Ordens Executivas promulgadas entre 1961 e 1967. Ora, se em 1968 as famílias negras ganhavam cerca de 60% do que ganhavam as famílias brancas e detinham um património equivalente a menos de 10% do detido por uma família branca média, a situação não mudou. Nestas circunstâncias é utópico desejar uma integração escolar massiva, porque a diferença de rendimentos continua a suscitar a segregação habitacional. Sem conseguir promover as massas, a affirmative action, tal como as outras medidas similares, tem como único resultado a promoção de elites. É certo que mesmo a esse nível as diferenças se mantêm, e actualmente entre os 10% de afro-americanos mais ricos o património da família mediana corresponde a menos de 1/5 do património de uma família equivalente nos 10% de americanos brancos mais ricos. Adoptando outro critério, enquanto nos Estados Unidos mais de 15% das famílias brancas detêm hoje um património superior a um milhão de dólares, só cerca de 2% das famílias negras atingiram esse patamar. Mas este é o topo da pirâmide. Se baixarmos um pouco a vista, verificamos que o acesso a boas universidades explica que nos Estados Unidos a remuneração dos profissionais negros mais bem pagos tenha ascendido continuamente nos últimos cinquenta anos, enquanto a da maior parte dos trabalhadores negros declinou em termos reais.

    O identitarismo étnico pretende legitimar-se afirmando que a ascensão de um maior número de pessoas dessa etnia aos escalões dirigentes na política e nos negócios teria como resultado a melhoria das condições sociais e económicas das massas daquela etnia. Mas para desmentir o argumento basta recordar a história da África nos últimos setenta anos. Os movimentos anticoloniais promoveram elites nativas e deixaram as massas trabalhadoras na mesma situação. Se eu quisesse desdobrar esta simples frase numa cadeia de factos empíricos, teria de escrever em vários volumes uma história da África contemporânea, a tal ponto ela se confunde com a substituição das elites coloniais pelos dirigentes políticos da independência. Com a descolonização e a hegemonia alcançada pelas novas elites africanas, a clivagem económica entre estas elites e o resto da população copiou — aliás, utilizou como modelo — a antiga clivagem racial entre colonizador (branco) e colonizado (negro).”
    https://passapalavra.info/2020/09/133661/

  3. O negro brasileiro tem, mais que qualquer outro cidadão do país, o sentimento tão profundo de viralatismo que se permitiu ser chamado de negro e ainda se orgulhar disso.
    Antes dos anos 70, chamar alguém de negro era se preparar para levar uma bolacha na cara. Era um insulto da mais alta malignidade tanto quanto o é para um cidadão americano hoje. Havia nas escolas musiquinhas próprias para se insultar respectivamente: negros, alemães, portugueses e japoneses, e o que hoje ordinariamente se chama de ” bulliyng” era considerada uma prática natural e corriqueira.
    Entretanto, as crianças educadas, a maioria, bem como as professoras(professores eram raríssimos no ensino básico) jamais chamavam as coleguinhas de negrinho, japa, alemão, portuga…, porque era feio. As professoras exerciam seu preconceito piedoso ignorando discretamente as crianças mais escuras, as pardas, as japonesas com dificuldade de se alfabetizarem em português, e as outras, menos iguais.
    Os bairros, em sua maioria compostos de todas essas matizes humanas, mantinham pois um respeito reverencial a cada um. As pessoas não brancas eram chamadas de “pessoas de cor” e não desvalorizavam a vizinhança por morar no bairro, os japoneses logo se reuniram e criaram bairros mais adiantados e unidos puseram as gerações seguinte para estudar, os portugueses compraram terrenos, construiram casas, expandiram bairros, montaram vendinhas e padarias e muitos passaram a viver de aluguéis, os alemães eram raríssimos e se organizaram em meios próprios mantendo a pureza de sua cultura e preservação dos costumes, e os italianos unidos ou avulsos, expandiram São Paulo.
    Depois do “black power” trazido pelos costumes americanos no final dos anos 60 e início dos anos 70, os nossos “de cor” passaram a se autodenominar “negros”. Os tempos já eram bicudos, o regime era apertado, a política mudou, a crise separou as camadas sociais e a tolerância com os “de cor” acabou. O preto virou negro, ficou mais pobre, saiu do cortiço para a favela, a voracidade imobiliária tomou de assalto as casas dos bairros mais próximos do centro expulsando os pobres para mais longe, a política só cuidava do que estava mais perto, as fontes de trabalho foram se esgotando, as indústrias foram fechando as portas e as cidades foram inchando com a migração interna.
    Antes do golpe de 64, por força do respeito criado pela discriminação branda, alguns grupos afro-brasileiros quiseram se reunir para fortalecer laços e a exemplo de outras comunidades segregadas, promover o desenvolvimento como um todo. Fundaram o “Aristocrata Club”, que congregava pessoas bem sucedidas da raça, procurava influência política e social, e tinha por objetivo especial refinar a cultura assimilada do branco no meio afrodescendente, eis que não podia faze-lo naturalmente no meio branco.
    Por certo essa iniciativa não deveria durar muito, já que a nossa maravilhosa legislação considerava preconceituosa a iniciativa de clube fechado para negros.
    Assim desarticulados a partir da quebra de resistência na origem, onde somente as gafieiras eram consideradas dignas da cultura negra, aconteceu o que deveria acontecer: mudar as coisas para mantê-las iguais.
    Hoje o Aristocrata ressurge timidamente para mais uma derrocada, a consideramos as políticas raciais defendidas pelo preto de alma loira Sérgio Camargo.
    Comparativamente ao negro americano, o brasileiro é um pária. Não há um núcleo sequer que agregue riqueza considerável.
    A população afrodescendente não consegue ultrapassar a camada média da população brasileira em todos os aspectos. Pode, quando muito, ter alguma respeitabilidade em algum setor.
    Chris Rock numa de suas comédias fez uma notável constatação a respeito do sentido de riqueza do branco e do negro.
    Dizia ele meneando a cabeça: “man, negro quando pega um dinheirinho, em vez de multiplicar ele vai lá, compra um carrão vistoso, gasta uma fortuna em rodas espalhafatosas, põe um som irado e sai pelas ruas se exibindo como um pavão, já o branco, man, ele investe, ele tem tradição em lidar com dinheiro, por isso que você não vê negros realmente ricos.”
    Mas, o Chris é rico graças à educação que recebeu, bem como outros cidadãos de sua cor que conseguiram formar uma elite no país, coisa que no brasil não é possível. E por quê? Porque assim como qualquer cidadão perseguido politicamente o negro não tem o direito de se reunir.
    Um grupo de brancos é amizade, um grupo de negros é quadrilha e causa muito medo à população dominante. É para ser assim.
    O negro brasileiro quando ganha dinheiro, além de se exibir não se sente obrigado a se solidarizar com os demais, de maneira que seu dinheiro se dissipa pela não formação de uma estrutura, ou na melhor das hipóteses é utilizado para mitigar situações de carência da população sem ter o poder de solucioná-la.
    Luiza deveria e deve fazer o que promete, só não poderia dizê-lo.
    Ela está interferindo numa seara política além de seu alcance e de alcance dos próprios brasileiros.
    Essas coisas funcionam de modo subreptício, discreto e subentendido como um anúncio de emprego pedindo pessoas de “boa aparência”, onde “boa aparência” é ser branco.

    1. Amei. Eu fico observando nas lives, pretos e pretas chamando a nossa gente de negros. Negro vem do grego “necro”que significa morto.
      Eu nao estou morta. Eu nao me submeto a essa normalizacao da necro-politica da elite.
      Nao estou aqui pra querer ser parte dessa elite, absolutamente nojenta, escravagista que defende o seu territorio e a destruicao do pais.
      Me poupa…elite negra joga no esgoto do esquecimento. Ja temos uma elite negra nos milicianos apoiadores do bozo e sua familicia.
      Precisamos de pretas e pretos que querem um Brasil melhor, mais educados, mais saldaveis, com labor justo e salarios dignos pra dar o melhor as filhas e filhos de todos os matizes de pele.

      chega de separar os trabalhadores e trabalhadoras. Estamos numa guerra economica, fratricida e destruidora do futuro de nossas filhas e filhos, pobres e de todas as cores.
      Juntemos as nossas lutas, as plantas, os animais, os rios, lagos, mares e florestas.
      Muito amor trabalhando para um futuro de alegrias e bem estar.
      Fora bolsonaro e todos os vendilhoes da patria.

    2. Os argumentos aqui me fez lembra O Conde Arthur de Gobineau e o seu ensaio sobre a desigualdade natural entre as raças. A culpa do atraso do brasil é dos negros. Só falta fecha com chave de ouro afirmando que os negros deveriam agradecer o período de escravidão no Brasil, pois, assim, tiveram contato contato com a cultura portuguesa e se civilizaram um pouco. Não fizeram mais porque são irremediavelmente incapazes.

  4. Acabei de lê o livro “O presidente negro” , de Monteiro Lobato. Nele, o escritor do Sítio do Pica-pau amarelo prega o extermínio da população negra. A esquerda brasileira nunca fez uma crítica séria sobre o livro. Porque a questão de classe é a maus importante. Parece , na verdade, que essa esquerda nunca entendeu o Brasil. Desigualdade e pobreza no Brasil tem um componente racial que é fundante. O bom marxista é aquele que estuda e conhece a realidade a sua volta. O texto de Jorge Alexandre lança luzes neste debate cada dia mais dominado pelo obscurantismo

  5. Quando, no seio do que é entendido como um campo de esquerda, se apresentam vozes advogando uma diversificação racial das elites como programa socioeconômico, e isso não apenas não causa um escândalo, mas arregimenta apoiadores, é porque o triunfo ideológico do capital é total.

    1. Elite socoeconomica no texto refere-se a médicos, engenheiros, advogados, pilotos de avião, gerente da alta gestão, burocracia pública. Mas parece que vocês não querem é não aceitam isso. Entendo. Não querem ser atendido por um médico negro, não querem ter um chefe negro. Florestan Fernandes já havia detectado isso. Mas ravistas são os outros.

    2. Elite socoeconomica no texto refere-se a médicos, engenheiros, advogados, pilotos de avião, gerente da alta gestão, burocracia pública. Mas parece que vocês não querem é não aceitam isso. Entendo. Não querem ser atendido por um médico negro, não querem ter um chefe negro. Florestan Fernandes já havia detectado isso. Mas ravistas são os outros.

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