Proposta de impeachment é crime contra o trabalhador, por J. Carlos de Assis

Por J. Carlos de Assis

Os proponentes do impeachment são assassinos sociais. No ano passado, por conta de intrigas alimentadas pelo TCU e pelo TCE, perdemos o ano na medida em que toda iniciativa do Executivo para retomar a economia era esmagada pela grande mídia ou pelo Congresso. Entretanto, quem realmente perdeu o ano não foram políticos com mandatos, integrantes dos tribunais superiores, membros do TCU, ou donos da mídia, todos com empregos e rendas resguardados “constitucionalmente”.  Foi a sociedade brasileira. Foi o povo. O trabalhador.

Vão agora estender a intriga do impeachment ao ano de 2016. Será outro ano perdido para o povo. Mais desemprego, mais queda de renda, menos esperança. Enquanto isso os fomentadores do caos continuarão agindo como vampiros, esgotando até a última gota as energias da maior parte da sociedade que não verá saída para seu desespero a curto prazo. A mídia continuará alimentando o caos, sempre sob o pretexto de combater a corrupção mas na verdade combatendo a viabilidade de uma saída econômica e política para o país.

É hora de quebrar esse círculo vicioso em que forças irresponsáveis, que cuidam exclusivamente de interesses próprios espúrios, arrastam a sociedade para um beco sem saída. É fundamental que as forças sociais tomem consciência da manipulação a que estão sendo submetidas e se rebelem contra a opressão midiática mancomunada com interesses externos que querem manter o Brasil num regime de servidão financeira, capitaneado pelos bancos e seus asseclas no próprio Banco Central.

É preciso tomar consciência de que, ao lado dos assassinos políticos da sociedade, estão, como seu instrumento eficaz, os assassinos financeiros. Este é, na verdade, o papel do Banco Central na economia e na sociedade brasileira. Mediante a arbitragem de taxas de juros extorsivas, ele promove a transferência de renda de pobres para ricos, assim como de brasileiros em geral para o exterior. É que, munido de uma carta de autonomia concedida pelo governo FHC, o Banco Central não precisa de prestar contas a ninguém, a não ser a si mesmo.

Quem impede, assim, que os diretores do Banco Central realizem seus interesses, e não os  interesses do Brasil? Quem, para ser muito claro, os impede de entrar em conluio com os banqueiros para se enriquecerem pessoalmente nas operações financeiras que comandam, principalmente com os chamados derivativos? Quem, para ser ainda mais claro, os impede de roubar diretamente para si e para os bancos? Recorde-se que a diretoria da Petrobrás tinha no mínimo cinco ladrões. Quantos não terá a diretoria do BC, com os bilhões que manipula?

Essa situação não se resolverá de forma simples. É necessária uma ação vigorosa dos poderes da República a partir da regeneração deles próprios. No momento certo, creio eu, deveremos ter uma Constituinte com esse objetivo. Até lá, nossa intenção é reforçar a Aliança pelo Brasil a fim de termos um instrumento comum de parlamentares e da sociedade civil com dois objetivos centrais: 1) evitar o impeachment com suas consequências nefastas, e 2) exigir da Presidenta a adoção de uma política econômica progressista, promovendo em grande estilo o funeral do plano Levy.

*Economista, doutor pela Coppe/UFRJ, autor de “Os Sete Mandamentos do Jornalismo Investigativo”, Ed. Textonovo, SP, 2015.

Redação

11 Comentários

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  1. A peroração em torno do impeachment no final das contas teve…

    A peroração em torno do impeachment no final das contas teve um efeito contrário. Ou seja, acabou desmoralizando a oposição e os golpistas e fortalecendo e reanimando a esquerda e os movimentos sociais. A presidenta Dilma acabou saindo como vítima. Resta agora ela saber aproveitar esse vento favorável, o que parece que não ocorrerá.

    Se a presidenta tivesse o mínimo de bom senso já teria acenado para os grupos que barraram o impeachment. Mas não, seu primeiro gesto foi um desastre, conseguiu colocar em risco toda sua vantagem com o aceno à reforma da previdência e trabalhista. Se ela não fosse tão desastrada essa crise política já teria se dissipa. 

  2. Concordância

    Concordo desde que o numero 2 passe a ser o 1. Primeiro quem foi eleita para governar deve fazê-lo, deixando os críticos e adversários para trás. Ela já assumiu as bobagens do mandato anterior, agora deve acertar mais do que errar.

  3. Inversão de caisa e efeito

    Inversão de caisa e efeito para defender o governo.

    A culpa da existência da corrupção é da denuncia da policia não do corrupto.

    O impedimento é a tentativa de impedir que a situação piore cada vez mais para o trabalhador.

     

  4.  
    Apesar de todos os

     

    Apesar de todos os percalços o anos de 2015  não foi tão negativo assim. apesar da queda da arrecadação e da tentativa de paralisar o país,as grandes obras do governo avançaram e,mesmo no caso da petrobrás,a redução dos investimentos e do ritmo das obras contratadas deu-se muito mais em função da atual conjuntura internacional do preço das commodities do que a tentativa dessa gente de paralisar o país.

    Politicamente foi um ano extremamente positivo. Mostrou ao povo brasileiro que em momento algum pode baixar a guarda em relação a democracia por mais divergências que possam existir em relação aos governantes sob o forte risco de vir a ser dominado pela ditadura fascista.

    Enfim,2016 será melhor e a direita raivosa,a continuar sua luta insana,irá amargar derrotas atrás de derrotas.

  5. “Os proponentes do

    “Os proponentes do impeachment são assassinos sociais. No ano passado, por conta de intrigas alimentadas pelo TCU e pelo TCE, perdemos o ano na medida em que toda iniciativa do Executivo para retomar a economia era esmagada pela grande mídia ou pelo Congresso.”

    Esse J. Carlos de Assis é patético. É tão incisivo em suas opiniões absurdas, que chego a confiar que ele realmente crê no que diz, tão fora da realidade está. Ora, dizer que o desastre econômico por que passamos é responsablidade da mídia e do Congresso beira a inacreditável alienação, na melhor das hipóteses, ou o estelionato, na pior.

  6. Assis,
    Vida longa e profícua à Aliança pelo Brasil.
    É certo que muitos dos comentaristas e articulistas deste GGN, se não o fizeram ainda, se associarão aos esforços de proteção à nossa riqueza e à cidadania brasileira frente aos vampiros e bucaneiros de plantão.
    Eu, trabalhadora, agradeço e me solidarizo com todos os que estão sob as nefastas consequências do “assassinato social” tão bem retratado por você neste libelo.
    Obrigada.

  7. ação vigorosa dos poderes da República…

    Me alinho com seu pensamento reformista, já que a revilução não está presente e nem se vislumbra entre nós.

    Mantenha-se a ordem democrática com amadurecimento e aprofundamento das conquistas sociais.

    A crise forjada pelo PIG/LAVA JATO/PSDB/DEM…colocou o Gov. muma armadilha. A do Gov. de coalizão profunda geral e irrestrita.

    Coalizão com quem? Com dois pastores de lobos em pele de cordeiro, que alimenta a sanha frénetica do baixo clero congressual?

    O aparelho de Estado está sériamente infiltrado por gente patrocinada pelo poder econômico hegemônico. A “coalizão” aumentou as rachaduras do edifício democrático, permitindo ainda mais, infiltrações corrosivas, pondo em risco o edifício constitucional.

    A meritocracia com compromisso programático, não faz parte de nossa gestão, em inúmeros Ministérios de grande relevãncia econômica e social. Isto sem falar no BACEN, a meca dos baqueiros. O Poder Judiciário neoliberal em sua grande maioria.

    Neste estado de coisa, não é de se esperar iniciativa de cima pra baixo, como qualquer ação vigorosa ou regeneração dos poderes por eles mesmos. Nisto não acredito.

    Acredito sim em reforçar a Aliança pelo Brasil. Tô dentro. Esta poderá pressionar por mais conquistas sociais sustentáveis.

    Se me permitir, alem dos dois objetivos centrais, os quais avaliso, gostaria de colocar uma objeção, não ao seu texto que é perfeito, mas, ao Gov.

    Como é possível o Governo insistir na “política de boa vizinhança” com quem prega o impeachment 25 hs por dia, no sofá da casa do cidadão brasileiro?

    Este setor de comunicação do Gov. que deve estar cheio de “gênios descartáveis”, precisa deixar de ser masoquista a fazer a real política. O republicanismo barato e infantil, custa caro ao Governo que se submete à uma mídia golpista, alongando aoinda mais o sofrimento dos brasileiros que querem ver o Governo dar a volta, por cima do golpe.

     

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