Quando Temer defendeu que direitos e inclusões garantidos por PT afastariam crise

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal  GGN – Em artigo publicado em 2013, o então vice-presidente Michel Temer defendia que crises institucionais eram naturais, mas que elas não poderiam afetar governos democráticos como o de Dilma Rousseff; defendia que os direitos sociais são garantias da Constituição, devendo ser respeitados; e defendia manter a Constituição “forte e sobranceira”. 
 
Mais, afirmou que o governo Dilma atendia a todos os preceitos da Carta Magna, que, por sua vez, fez com que “milhões de brasileiros ascenderam socialmente e atendeu-se ao princípio da ‘dignidade humana'”.
 
“Como todos esses preceitos vêm sendo aplicados, não temos crise institucional. Diferentemente do passado, e embora a Constituição Federal esteja completando 25 anos, não se esboça necessidade de modificação institucional”, escreveu Temer, pouco após a onda de manifestações de junho de 2013.
 
Em clara defesa da governabilidade da então presidente Dilma, Temer disse que “temos sido capazes de evitar crise institucional pela aplicação dos dispositivos constitucionais”.
 
Contrariando as atuais medidas drásticas contra direitos, que antes defendeu embasados na Constituição, como a PEC 55, do Teto dos Gastos Públicos, enfatizou, mais de uma vez, que foi a democracia social, além da liberal (econômica), que permitiu “extraordinária ascensão social de 35 milhões de pessoas à classe média”.
 
Se hoje, o presidente peemedebista afirma que as manifestações sociais “não representam a vontade da maioria” e que se tratam de ações de “vândalos”, naquele 2013, afirmava que os protestos era a materialização de uma “democracia eficiente”.
 
 
“Ora, essa nova classe média passou a exigir não apenas aquilo que já havia conquistado, mas outra fórmula de democracia. A essa terceira eu chamo de democracia eficiente. Ou seja, passou-se a exigir maior qualidade nos serviços públicos prestados ao povo”, publicou, completando: “na democracia que emergiu das manifestações, a voz dos manifestantes não era rouca, mas límpida. E cobra maior eficiência de seus governantes.”
 
Por fim, Michel Temer defendeu a manutenção fiel aos preceitos sociais garantidos pela Constituição Federal, para que não haja crises institucionais e para que o Brasil funcione. “Volto a dizer: as razões da estabilidade institucional e da adequação social às realidades constitucionais derivam exatamente da obediência estrita aos padrões jurídicos fixados pela Constituição Federal.”
 
Leia o artigo completo, na Folha de S. Paulo, em setembro de 2013, aqui.
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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