Andre Motta Araujo
Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo
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Ralos do orçamento – prédios e serviços, por André Araújo

O total da corrupção atacada pelas operações anti-corrupção dos últimos três anos chega a R$ 6 bilhões, os RALOS de desperdício são muito maiores do que esse valor e não provocam nenhuma indignação na população, que até os desconhece

Por André Araújo

Os paladinos do AJUSTE FISCAL vêm batalhando pela reforma da previdência a que atribuem importância capital para o reequilíbrio do orçamento federal. Pela mesma linha de raciocínio, as folhas de salários dos servidores públicos dos três poderes, que consomem grande parte dos impostos arrecadados, precisam ser revisadas porque há descalabros notórios no excesso de remuneração e vantagens incontáveis que estão inviabilizando as finanças públicas.

De fato, o campo de gastos com pessoal ativo e inativo consome a maior parte dos impostos e há imensos desperdícios de todo tipo, sem falar na ineficiência sistêmica da administração pública no Brasil, grande parte dele irracional e desconexa, pagando muito a quem pouco produz e pagando mal a servidores essenciais à prestação de serviços ao cidadão.

Mas além desse campo de despesas, há dois outros “ralos” de queimação de recursos públicos, menores, mas por isso mesmo, mais irracionais, porque poderiam ser facilmente controlados.

Vale notar que o Estado Novo de 1937 organizou muito bem a administração pública federal através do DASP – Departamento Administrativo do Serviço Público -, que padronizou funções e salários, estabeleceu o concurso público como forma de ingresso em toda a administração e regras modernas e científicas para a gestão do Governo, um processo avançado à época.

Em algum ponto da trajetória pós-1945, esse sistema racional foi desmontado e hoje a administração pública brasileira nos três níveis e nos três poderes é um caos total, muitas vezes proposital, sem regras claras e sem controles universalmente existentes em outros países – por exemplo, não há uma central de pagamento de servidores, de modo que é possível um mesmo servidor receber três ou quatro vezes o teto máximo através da diversificação de fontes pagadoras; é aposentado em uma função, depois recebe salário em outra que exerce  e acumula salário de professor mais a pensão da esposa falecida. Uma fonte pagadora não sabe da outra quando um sistema centralizado simples pelo CPF poderia localizar acumulações aberrantes, vantagens indevidas e cumulativas de verdadeiros saqueadores do Tesouro, com aparência de legalidade.

PRÉDIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Os prédios usados por órgãos da administração pública dos três níveis e dos três poderes devem ser sóbrios e funcionais, não precisam ser requintados e luxuosos.

Não é assim que pensam muitas autoridades que têm o poder de alugar, comprar ou construir prédios com dinheiro público. Há uma necessidade de ostentar poder e suntuosidade que é incompatível com o bem público porque excede a necessidade da eficiência do Estado.

Não há e nunca houve, que eu saiba, na Administração Federal e nos Estados, um CONTROLE CENTRALIZADO do dispêndio de dinheiro público com prédios. Cada órgão aluga, compra ou constrói o que quiser, sem que acima dele haja um controle que mensure a relação custo-beneficio ou a necessidade real desse gasto.

Em princípio, o cidadão-contribuinte não exige luxo ou suntuosidade em uma repartição pública, o que ele quer é ser bem atendido com eficiência. Portanto, o prédio público não precisa estar em zona nobre. Pode e deve estar em áreas onde o aluguel ou o custo de ocupação é mais barato e todas as cidades têm áreas desse tipo. Além do custo, a ocupação de áreas centrais atende ao interesse público ao revitalizar zonas muitas vezes degradadas, como o centro velho de São Paulo, lotado de prédios vazios.

Vou citar alguns casos que conheço. Em Brasília, a SECRETARIA DE AVIAÇÃO CIVIL (SAC) ocupava como sede parte do Centro Cultural do Banco do Brasil, perfeitamente adequado a essa Secretaria, que a meu ver já é uma duplicação das tarefas da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que funciona no Rio em um grande edifício de 30 andares, também um exagero. A SAC achou pouco ou simples demais o Centro Cultural do BB, alugou parte de uma dessas moderníssimas torres no centro financeiro de Brasília, prédio e local caríssimos, luxuosos, paredes de vidro importado, área nobre da turma do dinheiro, bancos de investimentos, corretoras, gestoras de fortunas, etc. Para que a SAC precisa estar lá, ao lado de banqueiros e de advogados internacionais chicosos?

Os Ministérios em Brasília têm um enorme apetite para alugar anexos cada vez maiores e o mercado de Brasília é dominado por certos “incorporadores” imobiliários com grandes vinculações politicas, bem conhecidos, que se especializaram em alugar prédios para o Governo. Há muitos negócios sem explicação, por exemplo, o Ministério do Esporte deixou um prédio modesto na gestão Aldo Rabelo e se mudou para um prédio maior em área mais cara na gestão George Hilton, sem explicação razoável. O espaço anterior era adequado, mudar para quê? Há MUITA mudança sem explicação lógica, feita por estalos na cabeça de Ministro; mudam pelo prazer de mudar, sem sequer tentar uma racionalização de espaços.

Em São Paulo, na região cara da Avenida Paulista, há em uma só rua, travessa da Paulista, Rua Bela Cintra, várias Secretarias do Governo de São Paulo, sendo a maior a de Energia. Na Rua Frei Caneca, também travessa da Paulista, a Secretaria de Bem Estar Social, que cuida da miséria, prédio luxuoso vizinho a um hotel internacional. Para que está ali? Deveria estar na Zona Leste, onde estão os pobres que a Secretaria deve assistir. Na Alameda Jau, paralela à Av. Paulista, está a Secretaria do Planejamento, em prédio novo. Na mais cara ainda região da Av. Faria Lima está a ARTESP, agência estadual que cuida das concessionárias de estradas, em prédio chique e novo, ocupa o prédio inteiro. Por que não está na região central, onde o aluguel é um quinto ou um décimo da região da Faria Lima, das mais caras de São Paulo?

Eu explico o porquê: É PARA O CONFORTO DOS BUROCRATAS, que moram nas áreas nobres e não querem ir para regiões mais pobres e baratas. O público vai a qualquer lugar quando precisa dos serviços da repartição, o público quer ser atendido, não precisa de luxo.

Ao mesmo tempo o Estado de São Paulo, assim como a União, tem PRÉDIOS VAZIOS. O antigo IPESP, Instituto de Previdência do Estado, tem um prédio grande na área da Xavier de Toledo, vazio há anos. Por que lá não estão Secretarias que pagam aluguéis caros? É prédio próprio do Estado, enorme, cabem lá várias Secretarias, área central, pertíssimo do Metrô.

É verdade que o Estado de São Paulo comprou do Banco Itaú nove prédios na região central, espólio de bancos que o Itaú incorporou e para lá transferiu alguns órgãos e Secretarias. Parabéns, mas falta tirar do luxo os burocratas da Paulista e da Faria Lima, gente chique que gosta de conforto, boas garagens para suas vans importadas, bom ar-condicionado.

Nos demais poderes a coisa é pior. O Tribunal de Justiça tem uma enorme quantidade de prédios, a coisa extrapolou, há 30 anos só tinha os solenes prédios dos tribunais, hoje tem prédios avulsos, como o antigo Hotel Hilton, enorme, para gabinete dos desembargadores. Mas o Hilton não é o único, há outros. O custo de tantos prédios representa uma fortuna no orçamento já bilionário dos tribunais.

O Ministério Público do Trabalho, que ocupava um modesto prédio baixo na Rua Bento Freitas, no centro expandido, hoje está em uma torre sofisticada com heliporto na região do centro financeiro da Av. Paulista, um prédio enorme com entrada majestosa e jardim, mais de 20 andares, enquanto o Ministério Público Federal, que pela lógica tem muito mais pessoal e trabalho do que o Ministério Publico do Trabalho, ocupa um prédio menor na mesma região.

Já o IBAMA em São Paulo está em um prédio de dez andares na Al. Tietê, na área sofisticada dos Jardins, a Alameda é paralela à Rua Oscar Freire, centro do comércio de luxo de São Paulo.

Por que o IBAMA precisa estar na área “fashion” de grifes caras de São Paulo? Por que não está na Penha, no Centrão, em Santana, onde obviamente o aluguel é infinitamente mais baixo?

Quem precisa de algum certificado do IBAMA vai a qualquer lugar, mas estar em área chique satisfaz  o ego dos burocratas a custa do dinheiro público. A secretária sai do elevador e pode ir a pé até as Arezzo, a Iodice, à Schultz, à Forever, fazer suas compras, estão a 200 metros da sede do IBAMA, a zona de compras mais chique de São Paulo, hospedando repartição pública.

Quem APROVA o aluguel e ocupação de prédios pagos com dinheiro dos contribuintes?

Que eu saiba, cada órgão aluga o prédio que seus dirigentes quiserem, sem aprovação prévia de ninguém, negócios milionários não passam A PRIORI por uma central de controle.

Uma ideia seria uma CENTRAL DE PRÉDIOS da Administração Federal onde se faria o inventário dos prédios vazios do Governo e antes de um órgão pretender alugar novo prédio, seria necessário receber aprovação dessa central não só para ver se há prédio vazio disponível, MAS também para se conferir o preço do aluguel por metro quadrado, onde há muitas discrepâncias, há critérios disparatados para estabelecer preços de locação e há casos de alugueis excessivos pagos pelo poder público – em tese, um ótimo e seguro inquilino que deveria pagar menos e não mais do que um locatária privado, que pode quebrar e dar enorme prejuízo ao locador. Ver tudo isso e mais do que tudo a LÓGICA DA MUDANÇA E DA LOCAÇÃO.

Há que estabelecer um critério de prédios para a administração, vedando o aluguel de edifícios padrão luxo. A administração pública NÃO PRECISA CONQUISTAR CLIENTES. O demandante de serviços precisa ir ao órgão, o poder público não precisa impressioná-lo como um fundo de investimentos que quer conquistar investidores, então por que estar em uma torre de grife chique de vidros importados e elevadores sofisticados? Na realidade, o conforto é para a autoridade lá instalada e sua corte, e não para o cidadão, e além disso, a autoridade quer mostrar poder, impressionar, tudo a custa do dinheiro do contribuinte.

Comecei a me interessar por esse assunto faz muito tempo, quando presidi uma estatal estadual de São Paulo. O prédio era na região dos Jardins, não precisava estar lá, o contrato de aluguel mostrava valores mais alto que o padrão da região. Encaminhei a mudança para a região central, não executei porque ultrapassou minha gestão, mas a mudança foi feita com enorme economia. Hoje a estatal está no centro velho de SP em prédio do Estado, economizando no mínimo R$ 200 mil por mês de aluguel. A PETROBRAS chegou a alugar uma torre no Rio por R$ 6 milhões por mês, a Torre Almirante, em boa hora devolvida.

R$ 6 milhões por mês corresponde a um prédio de R$ 1,2 bilhão, ou seja, perto de 400 milhões de dólares. Existirá prédio desse custo no Rio de Janeiro? Parece inverossímil.

SERVIÇOS COMPRADOS PELO GOVERNO

O Governo Federal compra serviços de mão de obra (limpeza, segurança, contabilidade, atendimento, portaria, mão de obra burocrática), de aluguel de carros com e sem motorista, passagens aéreas, serviços médicos, o mega ralo que atende pelo nome de INFORMÁTICA, consultoria de variados tipos. NÃO HÁ CRITERIOS RACIONAIS e nem controles-padrão, cada órgão compra de quem e como quer. A Lei de Licitações é um biombo que facilita a vida do fornecedor-cativo e dificulta o novo concorrente.

Há um tipo de FORNECEDOR-PARCEIRO para determinados órgãos, o chamado VENDE-TUDO. Ele está tão enfronhado naquele órgão que ninguém mais entra, fornece de papel higiênico a programas de informática, ele tem certeza de quando vai receber, sabe dos bastidores do órgão, a Lei de Licitações é a sua arma, ele fecha a porteira e domina o território.

É difícil, muito difícil, ver uma grande e respeitada empresa vendendo para grande parte do governo federal. Elas preferem que “distribuidoras” se apresentem com seus produtos, não querem correr riscos de exposição, achaques e escândalos e não conseguir receber.

Nas licitações também aparecem os “chacais”, empresas que só entram em licitação para atrapalhar, impedir que o ganhador leve o negócio e para desistir do processo pedem uma “compensação”, esse é o universo da Lei 8.666, um dos ralos do orçamento.

TERCEIRIZAÇÃO DE MÃO DE OBRA

Área de grandes dispêndios de recursos públicos, de controle difuso e confuso, o grande ralo é a fatura cobrar por mais terceirizados do que os efetivamente fornecidos. Na fatura aparecem 100 faxineiros, mas só aparecem para trabalhar 70. Quem paga a fatura não é a mesma autoridade que confere quantos terceirizados efetivamente trabalharam, ai se abre uma janela para enormes discrepâncias. Não se vê a CGU (Controladoria Geral da União) se interessar por esse ralo. Pelo menos não há notícia de problemas encontrados nessa área onde há tercerizadoras especializadas no governo federal com 60 mil empregados, uma das quais pertence a uma das mais altas autoridades da Republica, em Brasília ate os sabiás sabem quem é.

PASSAGENS

Não há uma Central de Passagens, cada órgão compra de seu jeito. Se a compra fosse em bloco, como fazem TODAS as grandes empresas, seria possível reduzir o custo em no mínimo 50%. Na compra em bloco, a empresa faz uma estimativa de quanto vai gastar em passagem naquele ano e aí negocia com as companhias aéreas o desconto de volume, que é altíssimo.

Como o governo não faz isso, paga o PREÇO CHEIO ou de balcão, o mais caro da tabela.

Na última conta, o Governo gasta R$ 2 bilhões de passagens por ano, pagando preço máximo, deixando de economizar metade desse valor.

INFORMÁTICA

Um dos maiores ralos de serviços. Um software pode custar R$ 1.000 e outro, um pouco melhor, pode custar R$ 200.000. É um campo para imensos desperdícios na busca “pela última novidade, do mais moderno”, um DISPÊNDIO sem nenhuma justificativa CUSTO x BENEFICIO, de análise fundamental por uma CENTRAL DE CONTROLE desse gasto.

O Governo Federal dispõe de um grande órgão de informatização, o SERPRO, que deveria estabelecer padrões e gerir de forma CENTRALIZADA a compra de serviços de informática.

Um extraordinário exemplo de desperdícios de recursos públicos nessa área é a implantação de BIOMETRIA para 144 milhões de eleitores brasileiros, a um custo de R$ 2,5 bilhões. Para que? Segundo informa o TSE, para combater fraudes. A fraude no sistema convencional é mínima, irrelevante. Não há registro de fraudes importantes NA VOTAÇÃO. Vamos gastar R$ 2,5 bilhões realmente para que? Para ostentar modernidade? Mas será isso prioritário com recursos públicos escassos, quando hospitais federais estão fechando por falta de verbas muito menores, como o Hospital São Paulo da Escola Paulista de Medicina, paralisado por falta de esparadrapo, gaze, mercúrio cromo, luvas cirúrgicas?  Para que biometria?

Todo e qualquer sistema de controle precisa fazer a equação custo-benefício, se a fraude é mínima não há razão para, a pretexto de combatê-la, se gastar bilhões.

Nos EUA, pátria da informática e da modernidade, as eleições são realizadas em cartolinas perfuradas, método com mais de 100 anos, na maioria dos países mais evoluídos da União Europeia as eleições são realizadas em papel ou em máquinas de votar simples e tradicionais, ninguém tem essa obsessão provinciana, caipira, brega com a última novidade do pedaço, para que essa obsessão com a “modernidade” caipira, sem nexo, sem lógica, a um custo extraordinário para nada. O dispêndio desse imenso valor está em linha com o custo do mega prédio do TSE, construído a um custo hoje equivalente a  quase a R$ 1 bilhão entre prédio e cadeiras de R$ 30 mil, todo um gigantesco desperdício de dinheiro publico que não gera nenhum retorno econômico, é uma volúpia de queima de recursos públicos em anexos, prédios, tudo sem um conceito de racionalização de espaços e de funções, aumenta-se por vontade de expandir sem nenhuma preocupação com o gasto, chegamos já a aberrações como um STF com 4.500 funcionários, aumentado a cada ano, duplicando a garagem onde já há uma lista de espera para 1.000 novas vagas, tal o número de burocratas em uma Tribunal com 11 Ministros e 400 funcionários por Ministro, o custo vai ao infinito e ninguém que manda gastar tem preocupação com isso, o dinheiro é de ninguém e gastar não dói no bolso de quem manda gastar.

Enquanto se fala em AJUSTE FISCAL que estoura na ponta dos hospitais para pobres, nas cúpulas o gasto continua livre e solto em sequer gestos simbólicos de austeridade, ALGO ESSENCIAL para exigir austeridade da população.

Não há como falar em AJUSTE FISCAL com esses imensos ralos de desperdício intocados.

O SISTEMA AMERICANO

Os EUA têm longa tradição e experiência em controle de recursos públicos. O centro do sistema é o ESCRITÓRIO GERAL DE CONTABILIDADE  (O G.A.O., hoje General Accountbility Office), um órgão do Congresso dos EUA, criado para racionalizar o gasto antes que ele aconteça e não apenas para fiscalizar a documentação do gasto como se faz no Brasil.

Sua ação é muito maior do que o nosso modelo de Tribunais de Contas.

O G.A.O. antecipa sua ação ANTES DO GASTO. Se o Governo quer construir um hospital em determinada área, o G.A.O. vai pesquisar se:

  1. Há realmente necessidade desse novo hospital? É preciso justificar racionalmente a necessidade do gasto, não basta uma ideia de um deputado ou senador para agradar sua base, é preciso um relatório de necessidade comprovada, com dados e pesquisa.

2. Não se poderia aproveitar melhor os hospitais JÁ existentes? Para que um novo?

3. Invés de construir um hospital novo, não seria mais econômico COMPRAR um hospital antigo na área e reformá-lo? Ou alugar um hospital desativado e renová-lo?

 4.Não seria possível fazer um convênio com um hospital na área, invés de construir um novo hospital? Comparar o custo de um convenio versus um novo hospital.

O G.A.O. faz tudo isso antes do gasto ser feito. Nossos Tribunais de Contas investigam DEPOIS do gasto feito, o que tem efeito muito menor sobre o desperdício de recursos públicos e analisa a parte formal dos documentos e não a lógica do gasto, a relação custo x benefício.

O G.A.O. provocou o fechamento de 800 das 2.000 bases militares americanas no mundo, comprovando que eram inúteis e não compensavam os gastos. Bilhões de dólares foram economizados com bases militares esquecidas pelo mundo.

O G.A.O. impediu bilionários gastos em projetos de armamentos novos, como um avião-bombardeiro que se mostrou totalmente anti-econômico e foi proposto pelo Pentágono por pressão de deputados de áreas onde havia indústria aeronáutica. O projeto foi arquivado.

CORRUPÇÃO E RALOS DE DESPERDÍCIO

O total da corrupção atacada pelas operações anti-corrupção dos últimos três anos chega a R$ 6 bilhões, os RALOS de desperdício são muito maiores do que esse valor e não provocam nenhuma indignação na população, que até os desconhece.

A corrupção tem cara e endereço, os RALOS são difusos e não têm rosto, mas tem efeitos econômicos muito maiores no orçamento público. Em tempos de AJUSTE, é curioso que pouco se fala e nada se combate nesses imensos sorvedouros de recursos públicos.

Andre Motta Araujo

Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo

11 Comentários

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  1. “..a população desconhwce..” 

    “..a população desconhece..”  ..pronto, não precisava ler mais nada

    BOA PARTE disso tudo é culpa do CONTROLE REMOTO da Dilma e de LULA ..tivessem eles colocado ordem na casa, talvez a mídia pudesse agora estar mais responsável  ..mais democrática  ..plural  ..ética e adulta  ..independente da corrente que escolhesse atuar

    FATO – GERAÇÕES de brasileiros estão sendo condenadas sem que estas torneiras fechem  (as quais eu somaria o salário, estabilidade e benefícios exclusivos dos NABABOS)

    – a Reforma Administrativa IMPEDE na pratica com que o Estado assista os mais aflitos

    – a Reforma Trabalhista precariza os direitos em nome dos lucros a serem expatriados

    – a Reforma da Previdência promete exigir mais do que o mercado de trabalho entrega

    – nosso Judiciário ainda mantém cargos vitalícios e o senado desproporcional, mandatos dilatados  ..de recall ninguém quer ouvir falar

    – Nossas vantagens comparativas, como na energia e agricultura, na extrativa e indústria de base,  sem as ferramentas duma Caixa, BB e BNDES, estão sendo engessadas e CRIMINALIZADAS

    ..e como ? Como empregar um cara até os 65-70 anos  ..sem preparo nem garantia de renda já que os gastos estão congelados?

    Gente gente  ..estas reformas que nos inviabilizam VEM DE FORA  ..não são daqui  ..daqui somente um Congresso de ANALFABETOS funcionais que promete se repetir com muito “Funqueiro” se candidatando em 2018  ..e um bando de reacionários que só olham pro próprio umbigo

    Pior que ainda vemos parte da esquerda pedir, ao INVÈS da CPMF e do Imposto sobre IGREJAS  ..ficar pedindo o medonho e ridiculo imposto sobre patrimonio e herança, como se este tivessem potencial permanente – e justo – de arrecadação ?!

    eita, tem  gente TACANHA em tudo quanto é canto  ..PQP ..que desanimo

  2. Corrupção

    O maior ralo está localizado em Brasília. Essa politicagem do toma-lá-dá-cá, envolvendo o Executivo e o Legislativo mantendo uma rede corrupta aonde são gastos rios e mais rios do dinheiro público (recursos dos impostos) para mante-los e seus altos salários, que diga-se de passagem, é um absurdo. Eles trabalham pouco, ganham muito, se aposentam cedo e levam consigo mensalmente uma boa grana após dois ou três mandatos (ao Presidente basta um). Temos um Judiciário que também é um ralo aonde se gasta muito com os Supersalários. Nós é devemos pagar a conta para eles se manterem Nós que pagamos impostos sustentamos toda essa roubalheira e nada nos é dado como benefícios. Só querem tirar, tirar e tirar. O que fazer? Na atual conjuntura, se o Congresso desejar, eles colocam uma coroa na cabeça do Temer e o elevam a “Rei do Brasil”… Ainda não chegamos ao fundo do poço, se é que existe no Brasil um poço de maldades que tenha fundo. Que M de “Democracia”.

  3. Prova imensa da falta de noção do povo, inclusive para reclamar

    Excelente artigo, é absurdo como inclusive a discussão e crítica são feitas com as coisas erradas. Quando menciono o tipo de situação que o articulista brilhantemente expôs como sendo o principal problema para destruir a corrupção, todo mundo fica com aquela cara de paisagem e glútea. A gente fala, explica e passa no cérebro da galera como água nas costas do pato.

    Porém a solução é essa mesmo, apontar, falar, explicar e permitir que aos poucos essa incrível fonte de escoamento e fuga de recursos seja estancada, junto com o serviço da dívida, outra impressionante e insaciável engolidora de nosso dinheiro de impostos.

    A solução para o Brasil existe e se apóia em um tripé: reforma tributária, auditoria da dívida e reforma administrativa dos servidores da elite.

    O resto é resto e jogar para a platéia.

  4. E os juros da dívida pública, André Araújo?

    O André Araújo fez vista grossa no que diz respeito à parte do orçamento abocanhada pelos detentores de títulos públicos.

    1. Tenho mais de VINTE artigos

      Tenho mais de VINTE artigos aqui no blog sobre o maior gasto do orçamento federal, os juros da divida publica.

      Neste artigo trato de ralo MENORES mas não porisso menos importantes, deixei isso claro.

      Os juros da divida são parte da POLITICA MONETARIA que está abusrdamente errada e sobre esse tema fiz aqui

      longuissimos artigos, para mudar os juros é preciso mudar toda a politica monetaria e minha opinião

      neste tema é radical, da atual politica nada se aproveita, ela opera CONTRA o Brasil e a favor do rentismo.

      1. Obrigado, André

        Amigo, desculpe eu não ter notado que você tratava aqui apenas de ralos menores, mas nem por isso menos importantes.

        Obrigado, André. Eu frequento essa página há relativamente pouco tempo e por isso desconheço muitos dos seus artigos.

  5. Como se vê facilmente, naõ há

    Como se vê facilmente, naõ há necessidade de fulano ou cicrano aparecerem com as grandea teses. Pior ainda quando, com orrgulho mencionam estudos no exterior, e lá mesmo, fazem exatamente ao contrário do que propõem aqui. Exemplo: o gabinete de um juiz ou desembargador, na justiça federal em São Paulo, se situa num dos locais mais caros do país: avenida Paulista. E as salas medem de 150m2 a 300 ou mais m2. Precisa de tudo isso? Quanto mais quando se sabe que a “entrega juridicional” se dá em. no mínimo, cinco anos!!!. E ainda por cima, ninguém cuida do progresso intelectual desses nababos, apenas se cuida do pogresso financeiro deles. Excelente texto, a mostrar que as soluções estão mais próximas do que se imagina!!! Porém seria preciso ter vontade pólítica!!!!

  6. o círculo não virtuoso da terceirização

    O conceito de terceirização remete a postulados de gestão e de management que foram alavancados a partir dos anos 90. Junta-se a ele os conceitos de benchmark, downsizing, reengenharia, core competence. Inicialmente muito bem acoplado na iniciativa privada, onde empresas pagavam milhões para que consultorias de gestão para implementá-los, alguns desses conceitos passaram para a Administração Pública; dentre elas, nada mais impactante que a “ferramenta” da terceirização.

    A terceirização do setor público tornou-se um NOVO SEGMENTO da economia brasileira. Nele inclui-se uma gama elástica do que se pode considerar como serviços. Vale o destaque dos chamados petit services como segurança & asseio, automação, conserto & manutenção predial, suporte TI, alimentação & bem estar. FORTUNAS foram concebidas nessa onda, onde emergiram muitos dos novos ricos, esses que não se sentem em nada constrangidos em mostras as suas externalidades de forma grotesca. Não satisfeitos, alguns arvoram-se de narcisismo ainda maior ao acharem-se dotados de suficiente envergadura para escreverem autobiografias autoenaltecedoras e aconselhadoras de “como se dar bem na vida”.

    A bem da verdade é que o que esses emergentes não expressam em seus livros: como cresceram ou como mantém na ponto cumo há anos, contradizendo até mesmo a natural tendência dos rendimento decrescente ao longo dos anos. A resposta todos já sabem: basta ver quem ganhou e quem mais apoiou o vencedor em eleições sucessivas. 

     

     

     

     

     

     

     

  7. Excelente!

    Excelente artigo, André Araújo.

    Parabéns! 

    Causa uma alegria em ver alguém “botando o dedo na ferida” e uma tristeza em perceber que nenhum politico de qualquer partido propõe ou discute estes aspectos.

    Moro numa cidade do interior do RJ, com cerca de 180 mil  habitantes e este tipo de coisa acontece, logo o descalabro das administrações federais e estaduais provavelmente se multiplicam nos mais de  5 mil municípios.

    Queria acrescentar que não espero dos partidos descompromissados com o interesse do povo que se interessem pelo tema, uma vez que saõ compadres dos reais beneficiados.

    É o mutualismo na política.

    Quem sabe um partido de cunho popular?

  8. Trabalho no serviço público e

    Trabalho no serviço público e afirmo que o custo do disperdício pode ser maior que o custo da corrupção. É claro que não temos como medir se a minha afirmação é verdadeira, mas é a minha percepção depois de trabalhar por 30 anos aqui.

    Tem um aspecto que o André não abordou, mas é a área onde vejo um grande desperdício; falo dos projetos descontinuados por mudança de gestão.  Exemplo real: o novo diretor indicado resolve adotar a sua gestão apoiado em um software que custa cerca de 800 mil reais. Treina-se funcionários para por em prática o seu uso. Muda-se a o diretor e o novo resolve que este software não atende “as necessidades”. Joga-se fora o tempo dos funcionário e os 800 mil reais assim… fácil e sem que isso seja considerado errado eu um despedício pelo Estado.

  9. Muito bom artigo Sr André.
    Eu

    Muito bom artigo Sr André.

    Eu acrescentaria algo mais ,como PROPAGANDA.

    O dinheiro gasto em propaganda é um absurdo ,estou falando de milhões de reais jogados fora.Exemplifico :

    -Companhia de abastecimento de água no meu Estado,  há alguns anos atrás fez uma campanha milionária na radio e TV para dizer ÁGUA TRATADA TODO O DIA.

    QUE LINDO  !

     O diretor da companhia era candidato a Deputado Estadual,(Bem feito que não se elegeu ,embora tenha sido convidado para várias entrevistas)

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