Sobre editoriais e canalhices, por Pedro Carajilescov

A peça diz ainda que ambos representam o resultado da degradação da atividade política. Não, senhor editorialista. Bolsonaro pode representar isto, pois foi resultado de um golpe de estado, apoiado pelo seu jornal

Sobre editoriais e canalhices

por Pedro Carajilescov

Em sua edição de hoje (26/05/2020), o jornal Estadão publicou o editorial “Nascidos um para o outro”, pretendendo traçar um paralelo entre o ex-presidente Lula e Bolsonaro. Trata-se de uma peça canalha e ignóbil, redigida por alguém absolutamente sem caráter.

Começa afirmando que ambos enxergam o mundo sob a mesma ótica para a realização de seus projetos totalitários. Senão vejamos. O projeto totalitário de Bolsonaro é evidente, conclamando seus seguidores a se armarem, formando milícias, e estimulando militares a se insurgirem contra as instituições. Na atuação de Lula, quando ele fez algo semelhante? Nunca. Sempre respeitou a Constituição e governou de forma democrática e com respeito aos direitos humanos.

O editorial diz que Lula saúda a morte de pessoas quando disse “ainda bem que a natureza criou esse monstro do coronavírus…”, quando, de fato, ele estava saudando a compreensão da importância do papel do Estado na vida do país, visão facilmente compreensível pelo contexto da declaração que o editorialista mal-intencionado não quis observar. Isto é muito diferente do que faz Bolsonaro que ironiza a escalada de mortes pela pandemia que ele se recusa a enfrentar e pressiona governadores e prefeitos a fazerem o mesmo. Se não bastasse isso, faz gracinhas que são tristes traços de sua personalidade doentia.

A peça diz ainda que ambos representam o resultado da degradação da atividade política. Não, senhor editorialista. Bolsonaro pode representar isto, pois foi resultado de um golpe de estado, apoiado pelo seu jornal, que tirou do poder uma presidenta que não havia cometido qualquer tipo de crime ou desvio. Bolsonaro está na presidência porque uma intensa campanha da mídia corporativa pôs na cadeia o candidato preferido do povo e pela ampla, imoral e ilegal campanha de fake News, que varreu o país. No caso de Lula, sua histórica luta em prol dos direitos dos trabalhadores, em plena ditadura, é que o levou à presidência, sempre contra os interesses da mídia reacionária, que este jornal é representante maior.

Maquiavel afirmou que não há poder que dure para sempre. Em corolário, eu afirmo que o Estadão já deixou de ser jornal há muito tempo, se transformando em um folhetim descartável e só útil para embrulhar peixe.

Redação

6 Comentários

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  1. Infelizmente, não consegui encontrar, no texto, o nome do editorialista. Mas também não faz muita diferença, pois eu queria apenas dizer que esse corno devia comparar, pela total semelhança, sua casa ao pior dos puteiros do mundo. Não tem diferença, imagino, já que para ele o boçal e o Lula são a mesma coisa. Para mim, a mesma coisa são as duas que citei antes.

  2. Obrigado, Helio! Pois é, além de corno, f.d.p. e cafajeste, é também covarde…omitindo seu nome para que fique enlameado o jornal, aliás, enlameado é uma redundância nessa porcaria que se acha imprensa livre.

  3. Pedro Carajilescov, um brasileiro de coragem e fibra, está de parabéns pelo artigo. Esclarecedor, didático, mostrando com clareza a diferença abissal entre Lula e o inquilino atual do Palácio do Planalto.

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