Duvivier, todos nós atrapalhamos e ajudamos, por Francy Lisboa

O artigo do Duvivier dizendo que quem não quer ajudar então não atrapalhe vem bombando nas redes sociais. Depois de lê-lo chego à conclusão que, apesar de bem escrito, o texto tem potencial para interromper o debate.

Basicamente ele refere-se à busca por contradições como elemento atrapalhador, ou seja, vindo daqueles que não querem ajudar. Ora, se a contradição é arma forte para o debate então qual é o problema em usá-la?

O mais engraçado é que Duvivier usa e abusa das contradições para criticar aqueles que usam as contradições para fazer críticas ao alheio. É só refletirmos mais profundamente e veremos que no fundo todos nós navegamos entre o atrapalhar e o ajudar da lógica do humorista e missivista da Folha. Seria caso então de paralisação total dos debates, com cada um enfiando a viola no saco e cuidando do seu próprio quadrado? Afinal, não quer ajudar então não atrapalhe!

Entendo que ter opinião e expô-la nos dias atuais é ter consciência de poder ser criticado, tendo como base a nossa própria contradição. A contradição, repetindo, não deveria ser vista como algo errado, demonizável, ou mesmo depreciador, mas sim como condição dos ser humano em sociedade.

Considerando o contexto capitalismo onde pessoas mais à esquerda e à direita convivem, é óbvio que o enredo é muito mais propício à diminuição dos riscos de incorrer em contradição para aqueles que defendem o livre Mercado como capaz de sanar os problemas da humanidade, da divisão entre vagabundos e esforçados, etc.

O que mais há são jargões de direita explorando a contradição da esquerda inserida no bojo capitalista. Há a tal “esquerda caviar”, a tal “esquerda Mcdonald”, e tantos outros jargões fazendo alusão à esquerda “impura”, sem votos de pobreza, não franciscanas. O próprio Duvivier foi vitima de uma pregação com base na contradição de ser mais a esquerda e estar comendo em restaurante de alto padrão no Rio de Janeiro.

Todos nós que ousamos questionar o sistema de dentro estamos mais pronos a sermos acusados de contradição. As contas a pagar e as consequências do débito são conhecidos agentes da nossa contradição, precisamos sobreviver e viver, e é nesse contexto que somos facilmente taxados como contraditórios.

Mas tudo isso é normal. Não adianta pregar que ninguém atrapalhe uma vez que todos nós abusamos de explorar aquilo que nos torna humanos: a contradição.

Redação

19 Comentários

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      1. Capitalista ?

        Isso é ser capitalista ? Ou isso é ser um idiota, que se acha o máximo. Ó dó do moço, se entrar p/ a política será um segundo cunha, o tiranete. Que necessidade de ser alguém, de aparecer ? Espero que chegue logo a um amadurecimento, se puder e conseguir  Pelo jeito o seu (dele) Deus, é o dinheiro e mais nada e respeito não existe no seu dicionário. Um infeliz de carteirinha.

        1. Impressionante a ignorância

          Imagine, dizer que os comunistas mataram VÁRIOS papas. Deve achar que o comunismo existe desde a Idade Média… Rs

        2. Gente!!!

          é uma sátira dos revoltados online. ele (que é carioca) até faz sotaque de paulistano.

          ele usa camiseta da CBF, fala absurdos exatamente para mostrar como esses caras são ignorantes. 

          Termina com “vou rasgar o crisma”.

          Obviamente ironizando os idiotas que falam qq merda… 

          1. Uai Vânia

            Ninguém ixpricou nada !. Só vc agora. Como não frequento essa gente e apenas vi o vídeo, cheguei a conclusão colocada antes. Então, desculpe a falha nossa.

          2. Parecia um idiota bem convincente…

            Ironia é algo perigoso, porque sempre pode ser entendida literalmente, sobretudo quando o personagem simulado é muito plausível.

  1. O grande problema hoje não é

    O grande problema hoje não é a contradição, como bem disse nesse texto ela, a contradição, faz parte do debate, mas não é a contradição a protagonista dos embates na internet e nas ruas hoje, o que prevalece são os xingamentos, a apresentação de “dados” que não se comprovam, tem até site especializado em difundir mentiras como fatos.
    Ligaram o play após as eleições de 2014 e parece que todos os imbecis, no sentido real da palavra, se sentiram a vontade para expor como pensam e o que realmente são, imbecis.

    1. exatamente,quem usa a

      exatamente,quem usa a narrativa da midia golpista não está querendo debater e sim fazer acusações e atrapalhar muito quem está querendo debater.

       

      Concordo bastatnte com o artigo do Duvivier.

  2. Texto totalmente

    Texto totalmente desnecessário, pra não dizer inútil. Usar da pena (atualmente dos teclados e das telas), num momento como o atual, para debater contradições da esquerda é dar munição aos adversários (algumas vezes imigos, mesmo). Sob o pretexto de apontar contradições nas críticas de Duvivier, a articulista presta um desserviço aos democratas, aos esquerdistas e a todos aqueles que defendem mais justiça social e combte à desigualdade. É pueril o argumento  das contas a pagar, para “mostrar” contradições da esquerda; a autora precisa se lembrar de que vivemos num país capitalista e mesmo aqueles que defendem o socialismo, o comunismo e outros sistemas mais igualitários precisam sobreviver no sistema econômico vigente no Brasil. Se a autora pesquisar e estudar mais, verá que do lado da direita e dos reacionários NÃO ocorre esse tipo de “fogo amigo”. Com este artigo infantil e bobo ela atrapalha. E muito. Sob o pretexto de contrapor Duvivier, a autora confirma a tese por ele apresentada e defendida.

    1. Meu caro, justamente por

      Meu caro, justamente por isso. O texto de Duvivier parece a primeira vista “excelente”. Mas critiuca aqueles “sem argumento” que prontamente miram a contradição alheia para “atrapalhar” o debate. Nesse sentido, se eu questionar qualquer atitude eu estarei “atrapalhando”, não é mesmo? Então fiquemas cada um nos eu galho, já que todos só querem “ajudar”. Valha-me Deus!

  3. Atrapalhar e contraditar são coisas diferentes

    Ué, contraditar e atrapalhar não são coisas diferentes? Quando um professor contradita um aluno apontando-lhe um erro está atrapalhando? Ou está ajudando? Está ajudando, claro, e tal contradita é ajuda. Como ajudar é quase antônimo de atrapalhar, atrapalhar não é contraditar. Não se deve tomar uma coisa pela outra.

    Por outro lado, quando um Eduardo Cunha, por exemplo, em represália às ações do PGR e do STF que provavelmente serão tomadas contra ele, ameaça retaliar o Planalto, criando CPIs prejudiciais ao governo (do BNDES e fundos de pensão, além de ameaçar articular a convocação do ministro da Casa Civil, Aloísio Mercadante, e de Edinho Silva, da Comunicação Social, na CPI da Petrobras) não lhe move o intuito da contradição, mas da atrapalhação (espera que, atrapalhando o governo, tenha deste ajuda nas suas pendengas judiciais). Pode-se mesmo atrapalhar sem contraditar, como, por exemplo, atacando a pessoa (ou instituição), em vez de seu argumento (ou finalidade), como parece querer fazer Eduardo Cunha. Então, atrapalhar não é contraditar.

    Antigamente, com menos firulas e mais restritamente, se falava da crítica construtiva e da destrutiva. Ambas estão no espaço semântico da contradição, uma ajuda, outra atrapalha. Duvivier estava se referindo certamente à segunda (ah, sim atrapalhar, ou não, o país).

  4. Ora, se a contradição é arma forte para o debate

    “Ora, se a contradição é arma forte para o debate então qual é o problema em usá-la?”

    Parei de ler aqui.

  5. Se quer ajudar , então atrapalhe.

    Caros debatedores,

    eu já teci comentários à respeito deste texto.

    De início, eu também achei que o famigerado humorista “mandou bem” no texto. 

    Todavia,  “mandou bem” assim, num certo sentido “vulgar” ( no bom sentido, no popular), pois se formos descer a detalhes – e  num DEBATE, os debatedores atentos assim o faz – ai o texto já não foi tão bom assim, vez que poderia  ser facilmente refutado. Vou tentar dizer o que pensei.

    Primeiro: o título foi infeliz ( sim, é um título popular e nesse sentido foi feliz, mas, logicamente, não)

    Vejam:

    Não quer ajudar, não atrapalha.

    A proposição foi essa:

    Se não quer ajudar então não atrapalha.

    Dai, é possível concluir, logicamente, que uma pessoa pode QUERER AJUDAR mas , mesmo assim, ATRAPALHAR.

    Ou mesmo NÃO QUERENDO AJUDAR ,  ATRAPALHAR  e ainda assim, “agir” de acordo com a “verdade” lógica.

    Ou ATRAPALHAR desejando AJUDAR., e por ai vai, repito, logicamente, vez que uma coisa “é” uma coisa, outra coisa “é” outra coisa. Não se pode ser e não ser ao mesmo tempo.

    “Ser ou não  ser, eis a questão”…

    Mas, é claro que essa lógica não se  aplica às relações humanas, assim, de forma tão “racional”. Não vamos aqui nos prender à lógica maior ou menor, formal ou material. 

    Desconsiderando-se, portanto, ainda que parcialmente, este caráter “racional” do pensamento, caímos , necessariamente, no perigo da FALÁCIA, ou da persuasão, ou do uso da  linguagem com seus “signos” e noutros bichos. rsrs Sobretudo, se estivérmos num debate qualquer. 

    Definir o que vem a ser “ajudar” é algo complexo e , certamente, em matéria de relacionamento humano, vai depender do contexto e da percepção de mundo de cada “individuo”. Dependerá da “alma  e do espírito de cada “ser”.

    Nesse sentido, posso discordar totalmente do autor e mesmo assim “querer ajudar”.

    Além disso,  meus caros debatedores, poderíamos seguir com o “pensamento de Frankfurt” e/ou apelar para um “Derrida” da vida, ou um Foucault. ( maneira própria de ver e sentir de cada um). rsrssr Quem sabe um Gramsci? kkkk

    Mas, é claro que não vamos seguir por ai também né. rsrsrsr

    Desta forma, propus uma saída

    Como disse no outro comentário:

    se quer ajudar? Então pode atrapalhar à vontade desde que respeite alguma referência, algum marco, alguma coisa que sirva de suporte ou de limite para o seu “livre arbítrio”.

    E essa coisa se chama: Constituição da república federativa do Brasil  PROMULGADA em 1988.

    Respeitando-a, em todos os sentidos, tudo bem, atrapalhe à vontade pois assim, penso,  estaremos nos ajudando.

     

     

     

  6. Achei que só eu vi o texto do

    Achei que só eu vi o texto do Duvivier como um raciocínio circular que não diz nada. Me esforcei para gostar e não consegui.

  7. Será que ninguém entendeu ?

       Todo mundo tem o fetiche de apontar o dedo pra isso e aquilo, fica resmungando de tudo mas não só não faz nada para melhorar as coisas como ataca qualquer iniciativa sem nem mesmo apontar alternativa nenhuma. Tá incluso aí uma crítica aos apolíticos, apartidários, etc…

        Essa postura vai além de atitudes diante do teclado, já escrevi aqui sobre coisa parecida vinda desses trolls da direita, os críticos tem sempre razão: se um cidadão em dificuldades fica na dele é covarde, se reclama é pelego, se vai pra uma eleição pra tentar mudar algo é suspeito, se se elege é culpado, se muda alguma coisa aí sai de baixo, cuidado com a turma do contra , se te pegam na rua… melhor nem usar vermelho.

  8. É este o “famoso” quem mesmo ?

    Mais uma “celebridade ”  de nossa estimada Mídia. Parece  que nasceu de uma mistura do Reinaldo, malafaia, Jabour, etc e temperado com o olhar de louco varrido do cunha e o pedantismo do gilmar mendes, ops, dantas, ou vice-versa.

    Não vai acabar bem, como todos os citados. Pobrezinho dele e de seus pais.

  9. Passo
    GGN insiste em publicar Duvivier e é uma escolha legítima.

    Eu não comento. Falta estofo a este rapaz que, de repente, porque foi hostilizado, virou um “heroizinho”. Não me convence.

    Sempre popular … Aí um Santayanna é publicado aqui e recebe um ou dois comentários. No GGN! Vai entender …

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