Sobre os sacrifícios que Dilma pode e deve realizar, por Fábio de Oliveira Ribeiro

Quando Lula assumiu o poder ao ser eleito pela primeira vez, ele gozava de imenso capital político. FHC saiu de cena como imensa rejeição e soterrado por denuncias de corrupção (pritavataria tucana, compra da emenda que possibilitou seu segundo mandato, início do escândalo da Petrobras, etc…). Lula poderia ter colocado um ponto final na carreira de FHC e explodido o PSDB ordenando um pente fino nas ações governamentais dele e de seus aliados, mas não fez isto.

Talvez o petista tenha intuído que ao atacar o adversário poderia fortalecê-lo. Talvez fosse ingenuo o suficiente para acreditar que poderia contar com o apoio eventual da bancada do PSDB na Câmara dos Deputados. Tendo vivenciado o que ocorreu com Jânio Quadros, talvez Lula tenha concluído que não deveria enfiar a faca até o cabo no barriga do adversário. Quem costuma fazer isto ica exposto à máxima fragilidade político-partidária no momento de maior necessidade de apoio (foi o que ocorreu quando Jânio Quadros renunciou acreditando que poderia voltar ao poder fortalecido).

O fato é que em nome de um suposto republicanismo, Lula evitou o revanchismo ou não quis transformar FHC numa vítima sacrificial. Numa República, contudo, ninguém deveria ficar acima da Lei. E o fato de FHC e sua quadrilha ter sido poupada é a verdadeira gênese da crise que atormenta o governo Dilma Rousseff. Ela não pode atingir FHC, que enfia a faca na barriga de Dilma Rousseff porque sabe ser beneficiário da prescrição por falta de ação estatal oportuna contra os crimes cometidos no governo dele.

A vítima sacrificial poupada por Lula se esforça agora para sacrificar a herdeira política do ex-presidente. Se Dilma Rousseff cair, o pais mergulhará no caos e até mesmo as pretensões eleitorais de Lula serão comprometidas. Isto se ele mesmo não for totalmente enredado pelas conspirações jornalístico-policiais que tem sido tecidas para prendê-lo impedindo sua candidatura. Sujar a ficha de Lula seria a maior vingança de FHC, cuja ficha ficou limpa justamente porque não foi perseguido depois que passou a faixa para ele.

Política e religião são fenômenos diferentes e, paradoxalmente, semelhantes. Os religiosos olham para o passado, os políticos olham para o futuro, mas ambos atuam no presente para organizar, suavizar e pacificar a vida em sociedade. Política e religião são, portanto, os dois espaços criados pelos homens para permitir que eles convivam uns com os outros de maneira estável a fim de que possam criar seus filhos e, eventualmente, desfrutar seus netos.

Muito embora o sagrado (campo da religião) e o profano (campo da política) estejam separados, na Cidade Antiga ambos caminhavam juntos. A autoridade do líder que deveria comandar homens e não poderia obter a sujeição de todos mediante violência, nascia tanto da política quanto da religião. Por isto, não era incomum a mesma pessoa transitar entre os dois campos. Júlio Caesar foi eleito Consul de Roma, mas antes disto ele foi Flamen Dialis https://pt.wikipedia.org/wiki/Fl%C3%A2mine_dial. Aquele que um dia foi encarregado de organizar as festas e os sacrifícios em honra de Júpiter organizaria exércitos e sacrificaria milhares de homens durante a Guerra da Gália e na Guerra Civil. Não causa estranhamento o assassinato de Júlio Caesar no Senado ter se revestido de um caráter expiatório e, portanto, sacrificial e religioso.

“…como bem mostrou R. Smith, o puro e o impuro não são contrários que se excluem, mas dois aspectos da mesma realidade religiosa. As forças religiosas se caracterizam por sua intensidade, sua importância, sua dignidade e por conseguinte são separadas. É isso o que as constitui, mas o sentido no qual são exercidas não é necessariamente predeterminado por sua natureza. Elas podem ser exercidas tanto para o bem quanto para o mal, o que depende das circunstâncias, dos ritos empregados etc. Assim se explica como o mesmo mecanismo pode satisfazer necessidades religiosas extremamente diferentes. Ele tem a mesma ambiguidade das próprias forças religiosas. É apto ao bem e ao mal; a vítima representa tanto a morte quanto a vida, a doença e a saúde, o pecado e o mérito, a falsidade e a verdade. Ela é o meio de concentração do religioso: exprime-o, encarna-o, transporta-o. É agindo sobre ela que se age sobre ele, que se dirige o religioso, seja atraindo-o e absorvendo-o, seja expulsando-o e eliminando-o. E explica-se do mesmo modo que, por procedimentos apropriados, essas duas formas da religiosidade possam se transformar uma na outra e que, em alguns casos, ritos que parecem opostos sejam às vezes quase indiscerníveis.” (Sobre o Sacrifício, Marcel Mauss e Henri Hubert, editora Cosacnaify, 2013, São Paulo, p. 66-67) 

José Dirceu foi condenado sem provas, porque não provou sua inocência, com base na literatura e sob a influência evidente de uma teoria jurídica alemã que, além de ter sido distorcida, não se ajusta muito bem aos princípios constitucionais do direito penal e do direito processual penal. Nenhum tucano foi julgado da mesma forma que ele. Portanto, podemos concluir que José Dirceu foi sacrificado https://jornalggn.com.br/blog/fabio-de-oliveira-ribeiro/jose-dirceu-a-vitima-sacrificada-ao-deus-mercado-no-altar-da-midia.

O sucesso do sacrifício de José Dirceu parece ter animado os mestres que movimentam a cordinhas da oposição. Eles se empenham agora para sacrificar Dilma Rousseff e Lula. Sacrificariam a própria democracia se tivessem maioria no STF.

No Brasil, política e religião voltaram a caminhar juntas. Mas a finalidade desta estranha reunião do sagrado e do profano promovida pelo PSDB (um partido que se diz laico) não é unir o país e sim provocar o oposto. Aqueles que sacrificam os líderes do povo querem, na verdade, fazer com que o povo sacrifique a si mesmo numa Guerra Civil. Talvez esteja na hora de Dilma Rousseff retirar as luvas e exercer o poder em que está investida. Nunca antes no Brasil a vida de tantos e a preservação da unidade territorial do país dependeu do sacrifício de algumas aves agourentas e envelhecidas.

Fábio de Oliveira Ribeiro

31 Comentários

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  1. Piada

    Então a culpa da incompetência da dilma e do provável comprometimento de lula em corrupção são culpa do FHC ?

    Caraca, os petralhas tem é que procurar uma terapia coletiva com psiquiatra pois aí já não é mais oposição política mas sim complexo de inferioridade.

    Sugiro um psiquiatra cubano para vocês 

    1. A sua defesa da quadrilha

      A sua defesa da quadrilha tucana (mediante o ataque indiscriminado a Lula e a Dilma) soa como coisa de bandido por implicação. Quanto você embolsou durante a Privataria Tucana?

      1. Todo

        mundo que não é PT ou coligados (PMDB inclusive??) não presta, certo? Poxa, que mundo triste certo? Especialmente, onde vestais estão sendo atacados por outros vestais… Mas, debate, no seu espaço não pode…

    2. O caso realmente é grave.
      Eu

      O caso realmente é grave.

      Eu assisti o Lula por 8 anos falando em dizimar adversários e partidos políticos

      Há algo de republicano nisso ?

      No mundo de Alice FHC não foi preso porque Lula não quis, mais hohe FHC quer dizimar Dilma por vingança e algo que não ocorreu |?

       

    3. Leu o texto? Conseguiu

      Leu o texto? Conseguiu interpretar o que está escrito nele?

      Como sempre, os coxinhas se limitam às análises (e interpretações) mais rasas possíveis. Nem deveria estar aqui. É demais para o seu intelecto… 

    4. Nassif, esse post merece ser

      Nassif, esse post merece ser deletado. Lugar de fascista não é aqui. Não contribui em nada para o debate sadio e proveitoso. Já basta de fascismo.

  2. sacrifícios e sacrifícios para o bem maior do brasil do futuro

    “Talvez esteja na hora de Dilma Rousseff retirar as luvas e exercer o poder em que está investida. Nunca antes no Brasil a vida de tantos e a preservação da unidade territorial do país dependeu do sacrifício de algumas aves agourentas e envelhecidas.”

    ou talvez,

    Dilma Roussef descer do salto alto e engrandecer-se, no memorial da brava gente brasileira, com o gesto cívico de grandeza política da renúncia incondicional para o bem maior da Pátria amada

    ou talvez, ainda…

    Dilma Roussef e seu governo brilhantemente assinalado jung/mann definitivo: o país vive uma paralisia frenética (se agita vira-e-mexe se remexe e nada acontece…) ou, na abordagem freud nem sai de cima: o país vive uma paralisia catatônica, e então, no lugar do gesto político da renúncia incondicional entra a questão médico-humanitária, lá no supremo, da eutanásia política do governo Dilma, para o bem maior da Pátria amada.

     

    1. Discordo. Dilma não deve se

      Discordo. Dilma não deve se auto-sacrificar. Deve é sacrificar todos os tucanos implicados em roubalheiras antes e depois da gestão de FHC. Simples assim. 

      E se você é um deles… bem fará Dilma se sacrificar você também.

      1. E não só tucanos.

        Tem Tucano, tem Ministro do TCU, RBS, empresários, PMDBista pra todo lado…

        É muito tempo de corrupção encrustada no Estado brasileiro.

        Não é pequena a tarefa de que a incumbimos.

  3. Segundo mandato

    Segundo mandato serve pra isto. Aí vc pode resolver problemas pendentes do primeiro mandato excluindo o governo anterior. Entretanto o bom da Democracia é a liberdade política independente do partido e afinidade.

    Ser do bem é difícil mesmo! Gandhi fazia a manifestação pacífica, mudou alguma coisa? Muito pouco! Os EUA fazem o uso  da guerra e portanto são a maior potênca mundial.

    Dilma pode fazer o correto e pode acabar com o Lula, ou pode fazer o normal (não sei se Lula tem alguma culpa no cartório). Quem perde será sempre o país. 

    Os fins nunca justificarão os meios.

  4. Foi a maior aberração de

    Foi a maior aberração de Lula. Bem sao debemos que ele é um conciliador. Mas há um limite bem nitido para a concliação: A exposição pessoal e o dever perante a sociedade.

    Desde que assumiu, em 2003, que venho dizendo que foi um grave erro não mandar apurar.

    Não por revanchismo, mas por dever. Os landrões e vendilhões teriam que ser identificado para o bem das instituições. 

    Vi, na Bahia, ACM perder a eleição para Valdir Pires  que, como Lula, é um conciliador. Não investigou nada. Se omitiu. Passou recibo de honesto para ele. Na eleição seguinte foi destruido politicamente, e nada mais foi investigado.

    Com Lula, deu-se o mesmo. Não marcou o território. Conciliou. A quadrilha hoje usufrui ( tá na moda o usufrutuário ) da roubalheira do patrimônio público.

    Conclusão. A esquerda tem vocação para vidraça. Ou, tem síndrome de mulher de malandro, gosta de apanhar.

     

     

    1. A aberrante leniência com FHC

      Concordo plenamente.

      Entretanto não espero que Dilma mude sua inação. Faz parte de sua fé acreditar que no final o mocinho vence, tal qual os velhos faroestes.

      O propalado republicanismo federal e sua inação está deixando os agentes governamentais à deriva de seus apetites pessoais onde os mais vorazes vencem.  Como é sabido, o caradurismo é intrínseco ao malfeitor. Já as esquerdas, tradicionalmente, tem uma série de pré-conceitos para atuar.

      É necessário que sejam legais e éticos mas são inaceitáveis a leniência e a inação. Estes, como roubos e corrupções, são igualmente malfeitos. Se não legais mas certamente democráticos.

      Dilma, aja !!!!

  5. A origem do problema atual,

    A origem do problema atual, pra mim, é mais antiga: a redemocratização de fachada, onde os membros civis da ditadura ficaram impunes e continuaram participando da vida política como se nada houvesse acontecido. Esta gente se aliou aos tucanos durante o governo fhc e agora é este grupo que tenta de novo um novo golpe de estado. Promover uma devassa no período fhc teria também o efeito de realizar um acerto de contas com os civis participantes da ditadura.

    1. Seu ataque pessoal é tão
      Seu ataque pessoal é tão ridículo e rasteiro que revela apenas uma coisa: a sua incapacidade de fazer um ataque pessoal certeiro e eficaz. Você escreve como um bom nóia, muito embora isto seja uma impossibilidade (nóia é apenas nóia é, portanto, não pode ser bom).

  6. sempre pensei como voce, Fábio

    sempre pensei como voce.

    me perguntava : porque Lula não mostrou ao povo brasileiro e ao mundo os estragos que FHC fez ao Brasil com sua privataria, e o desmonte do estado.

    porque???

    1. Para não acontecer o que acontece hoje!

      Com o país destroçado daquele jeito (em 2003) fatalmente resultaria em intervenção militar. 

      No momento atual vai ficar nisto aí.

  7. Erro do O GLOBO precisa ser

    Erro do O GLOBO precisa ser exibido em horário nobre. Um dia depois do “pedido de desculpas” do jornal dos irmãos Marinho à Lula e sua família, nenhum outro jornal se retratou por terem também divulgado o factoide criado por Lauro Jardim. Portanto, a mentira repercutiu mais do que a verdade. Em razão disso, espero que o PT coloque no ar este “erro” jornalístico para mostrar aos brasileiros quem fala a verdade e quem mente neste país.

  8. Alguns acréscimos que podem ser vistos como divergências

     

    Fábio de Oliveira Ribeiro,

    Tenho acompanhado com mais atenção os seus comentários, principalmente em respostas e réplicas. A mim eles parecem cada vez mais curtos e algumas vezes grossos, mas sempre certeiros.

    Já divergimos bastante como lá no seu ótimo post “JB afundou ao cavalgar no tigre da mídia e cresceu ao desmontar do Tribunal” de sexta-feira, 30/05/2014 às 13:12, aqui no blog de Luis Nassif e que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/blog/fabio-de-oliveira-ribeiro/sobre-os-sacrificios-que-dilma-pode-e-deve-realizar-por-fabio-de-oliveira-ribeiro

    Continuo avaliando que a esquerda não compreendeu direito o resultado do Julgamento da Ação Penal 470: a transformação do crime de caixa 2 em crime de corrupção (Só do caput) quando praticado por funcionário público com o poder de um deputado (ou que venha a ser deputado). Não só não compreendeu, mas por não compreender não pode avaliar o quanto de positivo para o combate ao caixa 2 foi aquele resultado.

    E ao observar que o resultado do Julgamento da Ação Penal 470 significou, via STF, estabelecer para o crime de caixa 2 a pena maior do crime de corrupção (Diga-se de passagem que para o crime de corrupção o PT conseguiu, via parlamento, o aumento da pena, enquanto, via o mesmo parlamento, o partido não havia conseguido aumentar a pena do crime de caixa dois), eu me pergunto se, a despeito do prejuízo moral que foi para o PT as condenações aplicadas aos membros do partido, o resultado obtido (aplicar a pena de corrupção ao crime de caixa dois quando praticado por funcionário com o poder político de um deputado) não foi de interesse do PT?

    E tenho dúvida se José Dirceu não tivesse de algum modo próximo dos acontecimentos relacionados com a Ação Penal 470 e também com a operação Lava Jato, a Ação Penal 470 e a operação Lava Jato teriam tido prosseguimento? Quer dizer eu considero que foi, é e será benéfico para o país no longo prazo tanto o prosseguimento da Ação Penal 470 (que já se encerrou) como o prosseguimento da operação Lava Jato pelo menos no longo prazo apesar dos transtornos para a economia.

    E eu faço essa avaliação mesmo considerando que a corrupção não é ruim para uma economia capitalista. O que diferencia a mais valia da corrupção é que a mais valia é permitida pela lei. A corrupção pode no máximo representar aumento dos gastos públicos que é o principal mecanismo para a economia mundial capitalista poder crescer. Assim, apesar de a corrupção não ser ruim sob o aspecto econômico, considero que se deve dar todos os poderes ao Poder Judiciário e ao Ministério Público para a combater.

    Então numa realidade política como a brasileira, será que, sem a proximidade de José Dirceu, tanto o julgamento da Ação Penal 470 como o desenvolvimento da operação Lava Jato não teriam tido o prosseguimento que teve o Mensalão Mineiro? Talvez seja até melhor que o Mensalão Mineiro não seja julgado porque ele pode ter alguns diferenciais que acabam não permitindo que ele leve ao mesmo resultado que se teve no julgamento da Ação Penal 470. A meu ver é preferível que o julgamento do Mensalão Mineiro fique sem julgamento para que assim possamos sentir o que representou a presença de José Dirceu no julgamento da Ação Penal 470. Sem José Dirceu talvez o Brasil não tivesse passado por essa expiação.

    Bem, ao ler este seu post “Sobre os sacrifícios que Dilma pode e deve realizar, por Fábio de Oliveira Ribeiro” de segunda-feira, 09/11/2015 às 10:39, aqui no blog de Luis Nassif, eu lembrei de fazer os elogios aos seus comentários e posts, lembrei de apontar aquela divergência mais antiga que tivemos sobre o resultado do julgamento da Ação Penal 470, lembrei de ressaltar alguns pontos de interrogação que eu tenho sobre a presença de José Dirceu junto à Ação Penal 470 e junto à Operação Lava-Jato e lembrei ainda de salientar um aspecto que eu não vejo ele sendo considerado nas várias análises que se fazem sobre a política brasileira nos últimos vinte anos e que faço a seguir.

    Desde a Emenda da Reeleição eu tenho destacado que o PT e o PSDB se dividiram para reinar, ou seja, PT e PSDB fizeram um pacto para evitar que alguma aventureiro abocanhasse o cetro presidencial. Essa é a essência da luta que se trava entre os dois partidos. Eles podem se ferir, mas não ao ponto que um ou outro se destrua e assim abra caminho para um aventureiro ganhe as eleições para presidente da República.

    Há comentários mais antigos meus em que eu falo sobre isso. De antemão faço referência ao post “Dilma e a falta de conhecimento sobre o exercício do poder” de quarta-feira, 04/11/2015 às 20:04, aqui no blog de Luis Nassif e de autoria dele e que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/dilma-e-a-falta-de-conhecimento-sobre-o-exercicio-do-poder

    Ainda na primeira página do post “Dilma e a falta de conhecimento sobre o exercício do poder” há um comentário de Nickname enviado quinta-feira, 05/11/2015 às 01:15 e para o qual eu intenciono enviar um comentário em que eu pretendo estender-me um pouco sobre o que eu chamo de conluio entre o PT e o PSDB. Eu precisava fazer umas duas ou três pesquisas para concluir meu comentário, mas não tive tempo e deixei para depois para fazer a conclusão, mas espero que hoje ainda possa enviar o comentário para Nickname.

    De todo modo especificamente sobre o que eu chamo de conluio não há muito mais a ser dito que não conste de trecho de um comentário que eu enviei sexta-feira, 27/02/2009 às 14p4 (comentário número #252), e que está na página de frente do post “O Brasil no freio” de 25/02/2009 às 15p3, no blog de Pedro Dória e que eu transcrevi em comentário que eu enviei terça-feira, 03/05/2011 às 08:20:00 BRT, para o comentarista denominado Albertoo99, lá no post “Ou todos, ou ninguém (14/03)” de quinta-feira, 14/04/2011, lá no blog de Alon Feuerwerker. O trecho que transcrevi é o seguinte:

    “ Não era, entretanto, sobre a questão econômica que eu desejava falar. Minha intenção era relembrar sobre os milhares de comentários que eu tenho encaminhado para os blogs nos últimos três anos, mostrando que a política brasileira foi apropriada pela USP e o processo democrático tornou-se um jogo de cartas marcadas. Mostrando também como o Serra pôde-se transformar de um candidato que não conseguia ir para segundo turno numa eleição no município de São Paulo a um candidato com vaga cativa no segundo turno da eleição presidencial. E como São Paulo saiu de uma condição de estado dividido entre quatro ou cinco candidaturas em 1989 (Afif, Covas, Maluf, Ulisses e o próprio Collor) para só uma em 2006 (Geraldo Alkmin). E como o PT e o PSDB se dividiram para reinar. E como a galera do PT e do PSDB se digladiam, enquanto os mandões de um e de outro tratam de manter entre eles o poder a qualquer custo. Só assim se explica a revista ter quase dois anos antes prognosticado os resultados das urnas de 2010.”

    Tanto o blog de Pedro Doria como o de Alon Feuerwerker estão desativados. No blog de Alon Feuerwerker é possível o acesso aos posts com os comentários. O endereço do post “Ou todos, ou ninguém (14/03)” é:

    http://www.blogdoalon.com.br/2011/04/ou-todos-ou-ninguem-1403.html

    Esclareço que os três últimos anos a que eu me refiro era mais ou menos o tempo desde que eu acreditava ter iniciado o envio de comentários nos blogs. E talvez lá no blog de Pedro Doria alguém tenha me censurado por falar em USP alegando que o PT seria da PUC e o PSDB da USP. Na verdade, eu utilizava USP para me referir a intelectualidade paulista. E a revista a que eu me refiro é The Economist que havia publicado no início de 2009, uma reportagem sobre as próximas eleições presidenciais no Brasil em 2010, apresentando como candidatos, Dilma Rousseff e José Serra. Também cabe corrigir que a revista não prognosticou quase dois anos antes o resultado das urnas de 2010. A revista prognosticou os dois candidatos que em 2010 teriam mais chances de serem eleitos.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 09/11/2015

  9. Caramba!

    Poderia pelo menos ser menos descarado escolhendo um lado só da história? Suas justificativas são ajustadas para caber em seu mundo, onde uns são bons, outros são maus. Pelo amor de Deus, não deu para perceber que tanto o PT como o PSDB são farinhas do mesmo saco? Ah, esqueci, você vai falar do PIG, que sou idiota etc. Você cansa…

    1. O simples fato de voce
      O simples fato de voce igualar o petista José Dirceu (condenado por suspeita e sem prova) ao bandido impune FHC (que comprovadamente comprou deputados para poder disputar um segundo mandato) demonstra todo seu compromisso com a quadrilha do PSDB. Quando você embolsou para legitimar a Privataria Tucana?

      1. É,

        me parece  aqueles típicos casos de menino dono da bola, o qual, quando perde, manda acabar com a pelada… Não sabe brincar, não desce pro play!!!! Só vale o seu ponto de vista?

  10. Tempo

    O atual governo se encontra numa posição de extrema fragilidade, neste sentido repete uma velha estratégia politica, para pelo menos conseguir alguma sobrevida. Quem manda é o Capital, e desta maneira qual é o setor que apesar da grave crise econômica esta conseguindo lucros extraordinários?

     Se tiver a mesma sorte de outros governos, que igualmente se encontravam no fio da navalha e conseguiram sobreviver adotando a mesma estratégia, chegara as próximas eleições. Hoje são os bancos que ditam as regras, até pouco tempo passado a indústria dividia com o setor as diretrizes do poder, como o setor produtivo sofreu um forte processo de desindustrialização o bancário ficou com a primazia. E como um sorvedouro atrai a maior fatia do PIB brasileiro para seus apaniguados. O problema do governo é o tempo, e os tempos mudaram, manter o saco de maldades muito tempo aberto pode acarretar sérios prejuízos para suas hostes, o que não aconteceu no passado, 3 anos, talvez, seja muito tempo.

    A politica no Brasil sempre foi incapaz de unir os variados interesses da sociedade, e, por suas riquezas, sempre foi cobiçado pelas demais potências do mundo. A política brasileira é, portanto, muito complexa e os interesses políticos sempre divididos. Somente por períodos curtíssimos, estas forças heterogêneas estiveram de alguma forma convergentes, por esta razão, jamais houve projetos de desenvolvimento de longa duração.

    Sem projeto de longa duração a politica no Brasil, além de ser ilegítima, no sentido de reverberar os anseios popular, sempre foi uma politica das circunstancias, impedida de como sempre foi, de agregar os diversos interesses num sentido único no intuito da prosperidade de todos.

    A Dilma para alguns é apenas uma vitima, para outros uma espécie de laranja, para outros tão culpada como todos, o tempo dirá, mas até aqui vem demonstrando uma rara capacidade de superar as adversidades. Se adotado a pauta neo liberal ou a pauta ortodoxa, não importa, a finalidade da política seria a manutenção do Estado. Já acusaram de tudo. De ser conivente ou leniente ou até fraca diante do crescimento das bancadas conservadoras, tornando a bancada evangélica a expressão de um ameaçador fundamentalismo religioso que coloca em risco a laicidade do Estado. Coitado do estado laico, que não pode sequer discutir a questão do aborto.

    Se até então sua vida pessoal havia sido ignorada, passou a ser vista como parte dos motivos de como se projetou na politica, ganhou a pecha de simpatizar com um excesso de republicanismo, esquecendo a prisão da ditadura, relegando os companheiros a sanha dos adversários políticos. Não obstante as lamurias dos militantes do seu partido, manteve a ancestral forma de governo brasileiro, a centralização do poder com a elite ditando os rumos da economia. Insistindo nas considerações que a melhor forma de administração seria a adotada expressão do Estado moderno.

    Sabedora de que um bom Estado depende de um bom governante, e para que ele seja bom, deveria possuir boas virtudes. E diante das pústulas que eclodiu tornando a corrupção os miasmas expostos, se viu diante da necessidade de pelo menos manter as aparências de virtude. Imprescindível para manter um mínimo de sustentação popular. Uma das formas de governar um sistema politico que só conhece os conchavos e a divisão dos espólios da riqueza nacional, seria através dos militares, que estão afastados do cenário politico depois da experiência mal sucedida e desta forma descartados.

    Como o Brasil é um Pais de grande extensão territorial, o sistema achou por bem descentralizar aceitando a formação dos estados como federativos, desta forma distribuindo de alguma maneira parte do poder para as famílias de cada região, e potencializando um poder central, mesmo que em consequência disto criasse o monstro da burocratização, pouco importava, mas o poder ainda estaria centralizado em si. Contudo, nestes estados federativos as disputas envolvendo diversos e heterogêneos interesses, dificilmente possibilitaria a manutenção deste poder centralizado, num sistema politico que previa o governo por apenas alguns anos, então seria necessário manter o povo em estado de penúria e constante dificuldade de sobrevivência, negando-lhes o acesso a uma educação de qualidade e o direito a terra.

    Este cenário foi extremamente adequado para o surgimento dos discursos demagógicos e populista, no mundo com a guerra fria duas forças se confrontavam para se tornar preeminente, surgiu o discurso da luta de classes e o confronto de empregados versus patrões. As forças surgidas nestas circunstancias ascenderam o poder, leis demagógicas em vez de favorecer a prosperidade coletiva, que a bem da verdade, nunca foram realmente criadas para tal, continuam impedindo o surgimento de um verdadeiro estado de direito, e por fim cooptadas pelo verdadeiro PODER ancestral que domina verdadeiramente a riqueza nacional.

    Para a pessoa chegar ao mais alto cargo eletivo, evidentemente sabe disto tudo, o PT muito improvavelmente chegara com alguma força considerável na próxima eleição presidencial. O que passa pela cabeça da Dilma?

    Só o tempo dirá.

  11. Se lesse Maquiavel….

    Em ” O príncipe”, Maquiavel explica passo-a-passo para a Casa dos Medici, o que fazer  com as gerações dos derrotados !!!

    – Passe todos no fio da espada, senão é o seu pescoço que rolará em seguida !!!

    Infelizmente, o condutor da nossa boiada era um semi-analfabeto e  só sabia “tocar o berrante” prá ajuntar a boiada !!

    Simples assim !!

  12. Lula é um politico profissional

    Lula é um politico profissional, se ele varesse FHC do mapa politico não poderia ter ganho 4 eleições usando FHC como saco de pancadas é simples.

    O que me intriga é  Dilma ter demitido todos os ministros de Lula e elevado a primeira categoria os adversarios do petista grã mestre como Ze Eduardo e Mercadante. O que se passa na cabeça de Dilma? qual é a dela ? é isso que precisa ser esclarecido. Jaques Wagner assumiu as redeas é a ultima chance para Dilma, mas jaques Wagner não é Lula de carteirinha mais ainda quando foi preterido pela própria Dilma na corrida eleitoral ao planalto em substituição ao Lula.

  13. Ah !!!.. Vamos conduzir o

    Ah !!!.. Vamos conduzir o andor com mais cuidado. Me desculpem aqueles que imaginam haver  no momento em que o Lula e PT foram obrigados a assinar um documento no qual se comprometia a não romper contratos. Numa circunstâcia como aquela, as chances do caldo entornar não eram despresíveis. De fato, o presidente teve momento em que claudicou, mas, certamente não foi este o episódio que maltratou sua biografia. Pra mim, o Lula fraquejou ao aceitar ser peitado pelo desqualificado gilmar mendes.

    Orlando

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