Tem sentido salvar o capitalismo brasileiro?, por Rogério Maestri

por Rogério Maestri

Os países dependentes, e principalmente o Brasil, tem uma característica que o diferem do capitalismo dos países centrais, temos um capitalismo sem ter capitalistas.

Durante séculos fomos um país de oligarquias rurais, e com a Proclamação da República estas oligarquias assumiram o papel do poder central, o poder inclusive o militar estava nas mãos destas oligarquias, não através do exército brasileiro, mas através das milícias estaduais que juntas ultrapassavam em muito o poderio bélico do próprio governo central.

Este poder destas oligarquias mais vinculadas ao campo do que a cidade distorceu em muito o crescimento da indústria. Somente durante a segunda guerra que se inaugurou uma industrialização pesada baseada no Estado do que na capitalização das indústrias por meio de bolsas ou mesmo por capital próprio dos seus proprietários.

A industrialização de Juscelino Kubitschek foi baseada no capital internacional, e tirando empresas de economia mista somente poucas empresas com capital nacional que vingaram, importamos sucata que alguns chamavam de indústria automobilística, e na sombra desta surgiram grandes fabricantes de autopeças que baseados numa lei de proteção a indústria nacional também produziam sucatas.

Com os ventos precoces da globalização trazidas por Collor a indústria nacional se abriu ao mercado externo, e como era de se esperar, não resistiram na sua maior parte à modernidade que jamais tiveram, como resultado disto, as poucas indústrias nacionais que ainda tinham alguma capacidade tecnológica foram vendidas aos grandes capitais internacionais.

A única coisa que sobrou em termos de produção de tecnologia nacional foi nas empresas estatais, que algumas delas foram devidamente vendidas e como empresas privadas optaram por continuar nas exportações de commodities, pois para isto não é necessário nada de tecnologia inovadora.

Parte dos antigos donos das empresas nacionais optou para reforçar o sistema financeiro ou simplesmente viverem do rentismo ou da especulação imobiliária ou em outro setor devidamente atrasado, que é o setor da construção.

Com os governos do Partido dos Trabalhadores, na época em que havia alguma condição de criar um capitalismo brasileiro foram realizadas algumas tentativas quase que burlescas como alavancar alguns industriais ao mesmo nível de “players internacionais”. Porém como qualquer idiota sabe, para uma indústria se lançar no mercado internacional como um “player internacional” ela precisa antes que qualquer coisa ter um nível tecnológico que a habilite a isto, porém como grande parte dos responsáveis pela economia em todo este período eram mais “operadores do sistema financeiro” ou mesmo pessoas que falsamente tinham algum conhecimento de que é uma indústria (vide Palocci e Meirelles), tentaram começar pelo fim e não pelo começo. Como o Partido dos Trabalhadores era composto por sindicalistas, políticos tradicionais e mais uma plêiade de pessoas que não entendiam nada de tecnologia, sempre a visão do que é uma industrialização de um país, tentaram continuar com as mesmas ferramentas que Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, baseando-se numa indústria internacional através das inúmeras renúncias fiscais as montadoras, sem a mínima contrapartida, ou turbinando a Petrobrás sem ter o cuidado de montar uma cadeia lógica de desenvolvimento tecnológico que se espraiasse ao resto da sociedade. Era deixado aos seus diretores, que conforme foi visto estavam mais preocupados em encher os seus bolsos e dos partidos que montar uma rede efetiva de industrialização.

Também como Juscelino Kubitschek uma série de empresas de construção civil, baseadas mais no esquema de propinas do que na evolução tecnológica, floresceram mais como flores carnívoras que são belas, porém extremamente mal cheirosas do que lírios do campo. Quando aberto a caixa de Pandora é o que está se vendo.

Do lado de quem deveria estar promovendo o desenvolvimento tecnológico é outro desastre, temos sociedades de Engenharia que estão mais interessadas em promover campeonatos de futebol sete do que a tecnologia. Temos agencias de fomento tecnológico que na imensa maioria dos seus gastos são empregados para professores e pesquisadores passear no primeiro mundo para contribuir com o desenvolvimento tecnológico daqueles países do que gerar tecnologia de ponta autóctone.

Ou seja, somos um imenso país em que há um capitalismo sem capitalistas no senso mais amplo do termo, temos outra imensa indústria que é capitaneada por empresas internacionais, temos empresas de capital misto que fazem o seu serviço pela metade, e junto com isto tudo temos um sistema político que é um reflexo das condições econômicas que vigoram no país.

Agora vem a pergunta: Tem sentido salvar o capitalismo brasileiro?

A primeira pergunta que pode ser uma resposta a esta é, qual capitalismo que devemos salvar?

A segunda e mais importante, se não for salvo este “capitalismo brasileiro” tem sentido abrir ainda mais este capitalismo ao imperialismo internacional, que não tem o mínimo interesse em dar benesses ao país e desenvolver tecnologias que seriam concorrentes às tecnologias da matriz?

Mais uma pergunta: Tem sentido voltar as políticas pseudo desenvolvimentistas que subsidiam com dinheiro público a riqueza de poucos?

Parte do sistema político de oposição acha que a reeleição de Lula pode resolver algo. Porém esquecem que o mesmo Lula e o governo do Partido dos Trabalhadores foram os que exatamente não inovaram nada e seguiram políticas que talvez para 1945 e 1956 fossem corretas.

Se não temos capitalistas, se não temos um desenvolvimento estabelecido não seria a hora de quem paga tudo, tomar as mãos desta tentativa de desenvolvimento que todos desejamos. Se isto não for feito teremos de novo outra casta de pseudo capitalistas que simplesmente utilizarão as benesses do Estado em se enriquecer mais.

Temos que elogiar as excelentes intensões dos governos do Partido dos Trabalhadores, porém devemos ter em mente que apesar de grandes conquistas sociais que a população conseguiu neste período o passado não deve voltar.

Temos milhares de pessoas que foram treinadas para desenvolver coisas úteis e inovadoras, é hora de cobrar destes o retorno a nação de todos os privilégios que gozaram nas últimas décadas, eu digo claramente, cobrar e não pedir. E para isto seria necessário na realidade que o Partido dos Trabalhadores se torne na realidade um partido dos trabalhadores, e não um em que estes são convocados para uma nova inauguração de uma escola, de um conjunto habitacional, pois estes não deviam ter nem festa nem inauguração, pois são uma obrigação e não um grande feito.

Redação

41 Comentários

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    1. Querias o que? Que eu desse a solução para este impasse?

      Querias o que? Que eu desse a solução para este impasse? Sou uma pessoa que reconheço as minhas capacidades e não as acho poucas, porém não sou idiota ao ponto de achar que tenho as soluções.

      Este espaço é para a discussão, não para a doutrinação!

      1. Pô, mais calma aí, né?

        Meio a meio, né? Vários posts conytém propostas & soluções. Podemos discordar delas e discuti-las. Podemos aceitá-las em parte. Podemos rejeitá-las no todo. Mas tudo bem: a questão é que muitos de nós já sabemos quais são os problemas, e que não bastará para resolvê-los voltar às soluções propostas por Lula e Dilma – temos que fazer diferente. E dá para arriscar algumas propostas nesse sentido. Não arriscar nenhuma é ficar, também, no ponto em que estamos, penso eu, com as escusas de praxe.

  1. O Inverso da PEC 55 já!

    Que acadêmicos, que economistas façam um projeto de transição do nosso “sistema financeiro” onde se poderá ter uma economia forte, que gere empregos e que dê resultados para todos!

    O que vemos hoje são receitas que são geradas quase que na boca do caixa do tesouro, poupança, tesouro direto e outros papeis que se o governo baixar os juros a ZERO quebram ou passam a bater panela!

    O Japão está ou esteve com juros zero!

    Ao invês de uma transição de aposentadoria draconiana, 20 anos de baixo investimento em educação e saúde, que faça isso: Adequar nosso sistema financeiro a realidade do mundo, onde se necessa´rio for baixar os juros a zero, a economia anda!

    Tem países com défict publico acima de 100% e nem por isso sua população está morrendo antes de aposentar!

    Que se estude uma transformação em sistema financeiro que baixa os juros –  sem perdas para os investimentos!

    Que os bancos trabalhem mais, como fazem os outros paises fortes!

  2. Não se trata de salvar o

    Não se trata de salvar o capitalismo, trata-se de salvar o país. Sua análise peca por rever o passado sem entender quais são e foram os nossos reais entraves para o desenvolvimento. Coréia e China já importaram sucata, fizeram coisa parecida com o que fizemos mas agora estão ai. Obviamente que eles prestaram atenção em pontos importantes que nós ou negligenciamos ou adiamos por falta de coesão nacional.

    1. Então, meu caro, responda as perguntas.

      Este artigo não é para levantar soluções é para levantar corretamente o problema, pois um problema mal posto dá soluções erradas.

  3. Não precisa remover a merda, basta substituir as moscas

    Bem antes, achavam que o problema era o João Goulart, e não o capitalismo, e que a solução não eram as reformas de base, mas o golpe militar. E fizeram o golpe, com menos pessoas comendo e mais pessoas fazendo fome, o bolo cresceu, mas não foi dividido. Mais recentemente, acharam que o problema eram os Milicos Golpistas Torturadores, e não o capitalismo. A solução seria a velha raposa Tancredo Neves. O Velho bateu as botas, mas não sem antes fazer um aeroporto em sua propriedade particular com o dinheiro da viúva. Sarney tomou seu posto. Depois acharam que o problema era o Sarney, e não o capitalismo, e que a solução era o Caçador de Marajá Collor de Mello. Depois viram que Collor de Mello era a doença, não a cura, pois a cura eram os Neoliberais Tucanos. Veio Itamar Franco e FHC em dose dupla. Nada obstante a alternência das moscas, a merda continuava (e continua intacta). Veio o Lula, o qual foi sucedido pela Dilma. E a merda intacta. Acharam que o problema era o Lulopetismo, e não a bosta capitalista. A solução era botar o Temer. Botaram o bode na sala. A sala tá toda cagada. Agora acham que a solução não é remover a merda, mas substituir o bode Temer por um bode mais cagão do que ele. E o FHC está sendo forjado a ser a próxima mosca na sopa dos brasileiros que conseguirem um emprego antes de morrer sem se aposentar.

  4. Concordo ate a parte de que o

    Concordo ate a parte de que o articulista comeca a dizer que os academicos e pesquisadores trabalham para desenvolver tecnologias para os paises desenvolvidos. Ja é a centésima vez que um pseudointelectual pseudoesquerdista vem com esta conversa mal informada. Ao contrario, se os academicos e pesquisadores nao fazem mais é justamente porque os capitalistas brasileiros tem horror a inovacao e ao risco. Quando encontram empresas dispostas a inovar o sucesso é enorme. Vide o caso da Embrapa, vide o caso da Petrobras, vide o caso da Embraer 

    1. Todas elas são empresas que

      Todas elas são empresas que tem pesquisadores próprios e que tiveram suas respectivas culturas de pesquisa criadas enquanto empresas públicas; 

      no brasil, nós não podemos contar nem com os empresários para investir e se arriscar e nem com as universidades pra fazer pesquisa voltada pra indústria – agente precisa criar algo novo, com presença forte do Estado no desenvolvimento tecnológico, mas indo atrás das potencialidades locais, do que já está pronto para ser arregimentado, sem tentar impor tudo através de planificação econômica. Os colégios tecnológicos goianos podem ser um embrião para isto: 

      “Para o Cotec de Itaguaru foram adquiridas 34 máquinas de costura e uma máquina Audaces de corte automatizado. O equipamento permite um corte de alta qualidade e precisão em larga escala sem o desperdício de tecido”

      “Por meio de chamadas públicas e agendamentos, as empresas locais poderão utilizar as máquinas de corte e costura do Cotec de Itaguaru.”

      http://www.goiasagora.go.gov.br/governo-investe-r-15-milhao-em-colegio-tecnologico-de-itaguaru/

    2. Caro Antonio, escrevi toda uma resposta sobre o que escreves….

      Caro Antonio, escrevi toda uma resposta sobre o que escreves, mas para não desprestigiar a academia que anda tão por baixo, resolvi guarda-la, porém posso dizer que és um verdadeiro idiota, pois nem sabes com quem está falando e colocas agressões estúpidas como a de me chamar de pseudointelectual pseudoesquerdista , se tiveste o mínimo trabalho em olhar o meu curricula lattes que está graças ao bom deus completamente desatualizado, verias que teces loas aos pesquisadores que trabalham com a Petrobras, pois estás falando com alguém que foi durante 15 anos não só pesquisador mas o responsável por um dos laboratórios que foram construídos a apartir do nada para a indústria de Petróleo e Gás que é utilizada não só pela petrobras mas como pela Shell, a Exxon Mobil e outras, isto tudo trazendo recursos para o ensino de graduação e pós-graduação como para a universidade em geral.

      Antes de ficar bostejando, procure saber quem é o teu interloctor, pois quem aqui fala sabe exatamente das entranhas da P&D no Brasil.

      Vá te catar. 

      1. Blz, tudo muito lindo mas

        Blz, tudo muito lindo mas quanto custa a gasolina mesmo?

        Quanto é vendido o barril de petróleo  dentro do Brasil, 120 dólares(porque este é o preço que paga o consumidor)?

        Um monopólio estatal que necessira de inovação para competir com a sua sombra.

        A principal inovação é o enriquecimento ilicito.

         

        1. Aliança, vai procurar a tua turma.

          Estamos fazendo uma discussão séria, não aquela que nos “Fóruns da Liberdade” patrocinados por empresário monopolistas que não conseguem nem desenvolver nada mais inteligente do que coisas que já haviam há 50 anos (e não estou colocando este número por nada, mas se tivesse vontade poderia provar sobre o fantástico capitalismo de compadrio que se garante através de normas e outros ardis, poderia provar) e quando se veem na frente de algo mais novo do que isto nem conseguem produzir.

          Vai lá, tu o Cata Guri (isto para mim é nome de pedófilo) que os imbecis vão bater bastante palmas, vai.

  5. Finalmente alguém fez as

    Finalmente alguém fez as perguntas certas!

    Leiam o que eu vou escrever com atenção e entendam que o que eu vou dizer é um resumo, uma versão bastante simplificada e grosseira do problema geral mas que deve ser o bastante pelo menos para um ponto de partida

    Primeiro, vocês estão sendo ativamente sabotados pelos cabeças brancas e pelos garotos de Wall Street, que usam a sua “elite” preguiçosa e estúpida como testas-de-ferro para impedir qualquer avanço do país. No mínimo prendam todos estes traidores, a China não chegou aonde chegou sendo “boazinha” com traidores e agentes de desestabilização e bem que os cabeças brancas tentam.E acabem com a rede Globo, ela consegue ser mais venenosa para o país do que várias Fox News juntas.

    Segundo, cresçam. Ergam as cabeças, parem de se acovardar toda vez que vocês precisam tomar uma decisão séria, aceitem que o mundo é um mundo cão aonde ninguém ajuda ninguém de graça e ninguém é “bonzinho”, eu mesmo estou tentando dar conselhos porque eu só tenho a ganhar se o Brasil acordar e se tornar um grande e importante parceiro comercial ao invés da republiqueta de terceiro mundo que vocês são hoje.

    Terceiro, vocês precisam de um plano. Ninguém chega em lugar algum seguindo as ridículas “receitas dos cabeças de planilha” como Nassif chama os seus economistas, vocês precisam de algo como o que Lula estava tramando e em escala ainda maior se for possível. Vocês precisam de indústrias, vocês precisam aprender a fazer navios, a fazer plataformas, a fazer carros sem depender completamente de alguma empresa estrangeira. Vocês precisam de parcerias como a SAAB (a fabricante do Gripen) ao invés de serem meros compradores de produtos finais e exportadores de matéria-prima bruta e de baixo valor agregado.

    São três pontos portanto: Soberania nacional (vocês não têm faz tempo), Aprender a jogar o Jogo Global (vocês mostram não ter espinha para isso) e Plano de país (vocês quase conseguiram um com Lula).  Vocês têm potencial, precisam agora erguer a cabeça, respirar fundo e ir atrás sabendo que não vai ser fácil e que precisam tentar mesmo assim.

  6. DESENVOLVIMENTO

    Excelente reflexão reproduzida por Rogério Maestri. Como profissional da engenharia, me formei e trabalhei no ABC vendo de perto como atuam as multinacionais, sobremaneira as alemãs e norte americanas, sempre me perguntei por que o Brasil não possui a exemplo da China e Coréia, estratégias de desenvolvimento econômico próprio, com forte ênfase em desenvolvimento de uma indústria de ponta altamente competitiva, aliada na formação de recursos humanos que lhes dê sustentação e massa crítica para criação de valores econômicos e sobretudo de conhecimento e domínios tecnológicos. Infelizmente, após décadas perdidas defronte a um desenvolvimento exponencial no mundo inteiro, não está mais nas mãos do Brasil conhecimento e empoderamento sequer para tocar a incipiente indústria que nos resta se é que um dia tivemos uma “indústria brasileira”. Em meio a discussões superficiais e rasteiras, quando não suicidas como a do congelamento dos investimentos em educação, o que o Brasil quer ser perante o mundo daqui a 5 ou 10 anos? Pelo andar da carruagem, mero exportador de bananas. Resta-nos formar profissionais (as próximas gerações) para carregar os caixotes até os navios dos gringos. A gorjeta não é tão ruim assim!

  7. me lembra uma velha…

    aula. Mais ou menos assim:   licões para o milenio-

    – Se teu negocio der um retorno de 20%, tu es medalha de bronze. Não fez mais nada que a obrigação pois qualquer banco vai te pagar 20% ao ano sem voce fazer esforço nenhum!

    – Se teu negócio der um retorno de 30%, tu es medalha de prata. Tem feito com afinco o trabalho mas tem que melhorar pois um banco em investimento de risco pode remunerar mais que isso.

    – Se voce tiver um retorno de 40% ou mais, voce é ouro!  Voce inovou, otimizou o maximo a logistica, esta com excelentes contratos. Voce irá receber o bonus anual.

     

    Pois bem, Nassif, isto foi no meado dos anos 90 e até hoje é cristalino, os numeros ainda continuam estes com apenas um porem: Toda a gordura que a revol~ução da internet promoveu já foi embora e as inovações que pedem desesperadamente não existem. Então rentabilidade de 20% está EXCELENTE, ninguem mais consegue muito mais que isso sem se arriscar.

    O que existe é sim um grande colapso economico e ambiental que, ai sim, com muita ciencia e seriedade, e apenas assim, poderemos superar esta fase e passarmos para a “terceira idade” da humanidade.

  8. O problema que o capitalistmo

    O problema é que o capitalistmo no Brasil não tem sentido. Em qualquer economia que procure desenvolver seu mercado interno; ampliar suas possibilidades de exportações; estimular o desenvolvimento tecnológico, etc., não penaliza seus cidadãos com um sistema financeiro espoliador. Muito pelo contrário, há um estímulo para o risco e com isto o fomento de iniciativas, sejam em microemrpresas, sejam em empresas de todos os portes. 

    Enquanto não nos conscientizarmos de que os juros são a saúva de nossa economia, continuaremos condenando a todos a uma espiral de frustração e medo de empreender. Nossas “elites” são rentistas, pois há quem lhes pague os juros e essa “normalidade” é o desafio que nos falta superar: MUDAR O CONCEITO CULTURAL DE NOSSA BASE DE INVESTIMENTOS.

    Ou se estimula a produção ou poderemos esquecer tecnologia e desenvolvimento, continuaremos a ser uma plataforma de comodities e reserva de mercado para as grandes operações geopolíticas americanas.

    1. o problema….

      Obrigado. Uma matéria que dá algum sentido. Nunca tivemos capitalismo porque nunca cremos nele. Nunca foi política de Estado. O mundo que conhecemos é resultado da 2.a Grande Guerra. Os nossos problemas eram muito menores que o da maioria dos países. Europa principalmente. Aquela multidão de miseráveis do Terceiro Mundo Europeu enchiam os navios até os anos de 1940 para fugir da pobreza, da fome, do atraso e das doenças. Acolhemos a todos. Desnutridos, em farrapos, sem futuro ou esperança: alemães, italianos, suiços, franceses, búlgaros, espanhóis, russos, ucranianos, judeus, inclusive muitos norte americanos que fugiram da guerra da Secessão. Perdemos o bonde da História. Na festa da repartição do Mundo em 1945 não comparecemos, nem mandamos representante, nem saímos na foto. Os americanos fizeram a festa sozinhos, financiaram e reconstruíram a Europa, enquanto estavamos exercitando nossa mediocridade política. Nos deixamos para trás. Estamos fazendo a mesma coisa nestes últimos 30 anos. Uma potência em todo o sentido esperando alguém para nos dar a mão e nos guiarmos. Precisamos do restante do Mundo para que? A China, um deserto transformado em país com mais de 1 bilhão de bocas para alimentar, se fechou por meio século e quando se abriu, o planeta todo foi que correu atrás dela. Quanto mais um país que tem de tudo. O que precisamos que não podemos produzir, inclusive cérebros?    

      1. Zé não se se tu sabes, mas fomos convidados pelos ….

        Zé não se se tu sabes, mas fomos convidados pelos norte-americanos para participar das tropas de ocupação na Europa, declinamos o convite.

        1. ze…

          Caro rdmaestri, como afirmei, a mediocridade politica encontrou o seu lar neste país. Continuamos fazendo o que sempre fizemos. Não assumimos  nossas responsabilidades e nossos erros e ficamos a acusar alguém ou algo que não existe fora nosso despreparo e covardia. 

      2. Zé um grande erro.

        Getúlio Vargas sabia o que era industrialização, desejava a industrialização e é tratado por nossos historiadores de merda como um Caudilho Gaúcho.

    2. E as universidades

      também são parte central do problema

      Nas universidades, a esquerda não quer que se produza tecnologia e nem que se gere lucros; e a direita só quer saber mesmo é dos lucros que ela vai ter com a renda fixa pública – os mesmos lucros que desestimulam o empreendedorismo – e eles ainda tem a cara de pau de fazer isto se dizendo defensores da iniciativa privada e se divertindo com os alunos que fazem greve pra tentar ajudar construir o país.

       

    3. E as universidades

      também são parte central do problema

      Nas universidades, a esquerda não quer que se produza tecnologia e nem que se gere lucros; e a direita só quer saber mesmo é dos lucros que ela vai ter com a renda fixa pública – os mesmos lucros que desestimulam o empreendedorismo – e eles ainda tem a cara de pau de fazer isto se dizendo defensores da iniciativa privada e se divertindo com os alunos que fazem greve pra tentar ajudar construir o país.

       

  9. Falta-nos nacionalismo, patriotismo.

    Acho difícil que o PT ou qualquer partido que assuma a responsabilidade pela gestão pública tenha recursos para “salvar o capitalsmo”. O problema do nosso capitalismo está nos nossos “capitalistas”, na cultura das pessoas que operam nossa inicitiva privada. Poucos são Marcelo Odebrecht, que expandem seus negócios pelo mundo mas não deixam de ser brasileiros, a maioria não titubeia em vender suas empresas a investidor estrangeiro. “Trabalhar para que se posso viver de renda?”

    O governo pode apoiar a iniciativa nacional, estimulá-la a crescer, mas não tem como impedir que, exitosas essas iniciativas, sejam entregues de mão beijada a estrangeiros. Ou melhor, ter, tem, mas ao preço de ser demonizado pelas firmas de fabricação de notícias, comprometidas que são com o capital estrangeiro. Aliás a Odebrecht está sob ataque… porque mesmo? Porque trabalhou como todas as empresas, notadamente depois dos governos militares, na base na propina? Ou porque levou a bandeira do Brasil ao mundo todo?

    E a história da criação de “starups”, desde o início concebidas para serem vendidas?

    Tem a questão da inovação. Mas, entre outros programas de educação, o programa “Ciência sem fronteiras” previa que o beneficiado contribuísse com o Brasil, fixava o inovador por aqui mesmo. Mas não o prendia.

    Seria necessário, acho, que deixássemos de lado esse negócio de depender desse ou daquele governo para desenvolvermos, em nós próprios, um pouco de responsabilidade pelo nosso país, senão por nós, pelos que virão depois de nós. Mania de empreendedor privado brasileiro de gostar do chupinhar o estado para depois cuspir no prato em que comeu…

  10. Comentário

    A noção de capitalismo brasileiro reflete ainda a visão da democracia capitalista como um modelo ideal.
    O mérito do texto é apontar ao contrário. O Brasil não é capitalista, é igual à coca-cola: é isso aí, esse híbrido que é brevemente descrito.
    O Estado se organiza a partir dessa forma de ser típica brasileira – inicluindo aí o sistema judiciário.
     

  11. O autor faria bem em não acreditar tanto no marketing

    A gente tem mania de achar que coisa ruim só acontece no Brasil.

    O Brasil pensado como lar de 2 ou 3 milhões de bem-nascidos vem produzindo conhecimento e avanços técnicos científicos na proporção dessa baixíssima inclusão.

    Se você é “insider” em alguma indústria, sabe que nela aqui no Brasil há gente muito boa, trabalho influente e de qualidade mundial. Sabe também que o panorama é moldado por um conjunto de forças e circunstâncias que não condizerm com uma “nação industrial”:

    – Qualquer investimento espera retorno financeiro imediato e alto, o que move qualquer inovação para o intramuros de corporações locais ou estrangeiras que necessitam salvaguardar sua posição no mercado (e que por isso investem no longo prazo). Um corolário é que quase toda “startup” brasileira atua no chamado “business-to-business” e se apoia na esperança de obter grandes clientes para tornar-se viável financeiramente.

    – O mercado consumidor esperado para virtualmente qualquer novo produto de consumo é o conjunto reduzido de pessoas com dinheiro de sobra. Pessoas que vivem em uns 50 bairros selecionados nem tão assim espalhados pelo país.

     

    Creditar a Getúlio Vargas e a JK e suas políticas industriais, ou a Lula e o já interrompido capitalismo de Estado envergonhado a nossa indigência industrial é culpar justamente os gols que conseguimos marcar, os raros artilheiros que tivemos no nosso time, pela nossa infindável série de derrotas em jogos antes e depois de suas eras.

    À sua pergunta: vale a pena salvar o capitalismo brasileiro? Ora, se ele existir, sim!

    Não existe mágica para tornar a pátria do café-com-leite, a terra do encilhamento, de uma hora para outra uma dinâmica economia industrial. Não há também, por outro lado, mal algum em começar com fórmulas que deram certo antes e em outros lugares. Leis de conteúdo nacional, inovação financiada com dinheiro público e em órgãos públicos, universidades engatinhando na produção de ciência, indústrias incipientes e cronicamente defasadas, quem nunca foi assim? A alternativa, ao que tudo indica, é virar as costas para o projeto de um país industrializado, relegar-se às nossas, ahem, “vantagens comparativas”, como gostam de dizer alguns economistas. Ou será que há uma forma de apressar isso tudo e substituir “tudo o que está aí”?

    A efeméride Temer me ensinou que, sem democracia, não há avanço, cessam os compromissos dos líderes com o país.

    Vale a pena salvar o capitalismo? No meu ver, não temos outro sistema à mão que tenha amplo suporte da nossa própria sociedade: nós vivemos, falhamos e perdemos as esperanças sob o capitalismo, mas um capitalismo que frequentemente é voltado contra nós.

    O artigo toca em um ponto para o qual a crise atual também vem me abrindo os olhos. Qual a diferença entre o investidor brasileiro e o estrangeiro? Sem conhecimento científico para ir adiante, eu me pergunto se a estrutura social que controla a maioria do capital privado no Brasil não seja ainda aquela legada pela colonização, se nosso capital nacional não é profundamente divorciado dos interesses e das aspirações da sociedade. 

    Vale a pena salvar o capitalismo? Vale, a começar por salvar-se o capitalismo de cada um de nós, a nossa capacidade de individualmente acumular riquezas, de empreender, encontrar oportunidades de causar um impacto positivo na economia, a oatender necessidades da sociedade, auferir ganhos por fazer algo melhor que a alternativa posta à nossa frente. Esse capitalismo, sem ceder a fantasias adolescentes das histórias de Ayn Rand, é negado à maioria dos brasileiros.

    A minha dúvida é que, em se respeitando as regras da democracia, estimulando a criação de conhecimento dentro do país, estabelecendo regras do jogo que não sejam o simples “laissez faire” melífluo e infantil do neocolonialismo que nos legou bancos espanhóis e telefônicas portuguesas, se igualar o investidor brasileiro ao internacional e abrir o país a investimentos estrangeiros de toda natureza, sob regras que beneficiem o país (transferência de tecnologia, parceria com empresas brasileiras, regras obrigando investimento local parte de receitas), não seria melhor do que a política que crious as renúncias fiscais que foram parar todas no bom e velho “overnight”.

     

     

     

    1. Hoje por um acaso vi um FNM circulando em Porto Alegre!

      Para quem não sabe FNM é a sigla de Fábrica Nacional de Motores, que na ideia original em 1939 pelo Velho e saudoso Getúlio Vargas seria uma primeira fábrica nacional de motores que fabricariam motores para aviação. Depois de tratativas durante a Segunda Grande Guerra foi conseguido a licença de fabricar motores sobre licença da Wright, o inspirador desta fábrica era o coronel Guedes Muniz. Por mais incrível que pareça em 1946 os primeiros motores ficaram prontos assim como alguns aviões que os utilizavam. Devido a manobras do ministro da aviação da época foram comprados dos norte-americanos 100 motores iguais aos que seriam fabricados inviabilizando o negócio.

      Apesar do Dutra ter mandado fechar a fábrica, o então Brigadeiro Muniz começou a fabricar de tudo na FNM para mantê-la viva, até que conseguiu por licença a fabricação dos caminhões FNM sob licença da  Isotta Fraschini italiana, a FNM em 1958 fabricava caminhões com blocos de ALUMÍNIO, e com todos os percalsos que sofreu veio a ser vendida pelos golpistas de 1964 em 1968 para a Alfa Romeo e finalmente em 1977 para depois fechá-la em 1979. Conclusão, Juscelino Kubitschek deixou importar um monte de lixo obsoleto (máquinas velhas para produzir carros que deram errados ou saíam de linha como o Aero Aço) e o sonho de uma indústria nacional de motores morreu.

      O surpreendente que caminhões com quase cinquenta anos continuam trabalhando por aí a partir de uma fábrica pública, ineficiente, e outros qualificativos que sabia construir bem caminhões para durar meio século.

      [video:https://youtu.be/JJ6Nuw18aAU%5D

  12. O capitalismo é quem mudou

    Caro Maestri

    Arrisco-me a responder as tuas perguntas.

    A pergunta certa seria:

    “ Depende o que você entende por capitalismo “.

    O capitalismo como entendemos, muitas indústrias e empregados perdendo na mais valia, quase não existe mais no ocidente. Os EUA mandaram quase todas as suas linhas de produção para a Ásia, onde há trabalho semi escravo. Detroit que o diga, está virando uma cidade fantasma, após ter falido pela saída das suas indústrias que foram para China e Índia.

    Ninguém aqui no Ocidente estará disposto, nem em sonhos a imitar a China quando o assunto é salários baixíssimos e condições de semi escravidão. Na China ( que diga-se de passagem, não é uma democracia ) sindicatos e greves são proibidos, e os direitos trabalhistas são bem mais restritos do que nos países do ocidente. E se quiséssemos mesmo ter um parque industrial teríamos que competir com a China que tem custos quase zero, pelas razões que acabei de explicar.

    O México está tentando imitar a China, e lógico produzindo muita miséria. Mas acho que também não vamos querer algo assim por aqui.

    Portanto podemos esquecer este tipo de capitalismo industrial.

    ———–
    Mas existem  alternativas. Os EUA, privatizaram praticamente todos os seus presídios e obrigam os presos a trabalhar em condições similares às chinesas quase de graça. Dizem que dá um lucro fantástico e alguns até chamam isto de moderna escravidão americana. Mas creio que não queremos isto também.

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    Tem também a indústria de tecnologia de ponta, como a Alemanha que produz os VW Audi, e vende a preços caríssimos, coisa que a China ( ainda ) não consegue produzir.

    Os EUA estão começando a quarta revolução industrial, seguindo o exemplo de indústria de tecnologia de ponta, onde quase que só robôs trabalharão nas fábricas.

    Mas não temos cacife para fazer algo igual, e nem o tio Sam iria olhar com bons olhos isto. E depois que a Lava Jato começou com a quebradeira de empresas, ninguém faria um investimento tão vultuoso assim no Brasil.

    Portanto esquece isto também.
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    O que sobrou para nós? Se tentarmos qualquer coisa, os EUA vem aqui e desmancham. Se a população continuar crescendo a miséria aumentará, pois sem emprego e geração de renda, não há como alimentar tanta gente.

    Sobrou para uns poucos continuar sugando o país pelo rentismo. A uns outros poucos continuarem trabalhando nas poucas micro empresas que não foram afetas pela crise. E o restante, a maior parte do país?

    Ou… Fazer um controle de natalidade voluntário no país  até que a população diminua ao número do Brasil Colônia, quando tinha uns 10 milhões de habitantes. Com certeza, chegando a este ponto não teremos nenhuma preocupação com as crises financeiras internacionais, nem com o desemprego, nem com crises ambientais, nem com a criminalidade, nem com o inchaço das favelas, nem com nada. Talvez nos tornaríamos num Canadá ou numa Austrália com muito turismo e qualidade de vida.

    ” Muitas vezes, as Vitórias são determinadas pelas tuas renúncias, e não apenas pelas tuas escolhas “

    1. Viajou?

      Parece que o Maestri viajou e esqueceu que para montar qualquer proposta é preciso ter uma população envolvida e participante de um movimento de pertencimento a uma nação. O que é impossível com o atual arranjo de forças políticas centradas no poder do judiciário e dos meios de comunicação, todos a serviço de banqueiros agiotas nacionais e internacionais. Parece que o Maestri viajou e esqueceu que para realizar qualquer movimento de evolução, da banania à soberania, como foi tentado recentemente, tem que combinar com os russos, Marinhos, Moros, Roberto Setubal e suas ma$$onaria$$.

      1. Exatamente

        Aqui no Brasil, para fazer qualquer coisa precisamos em primeiro lugar pedir a benção e a permissão do governo dos EUA

        Em segundo lugar pedir a benção e a permissão das Empresas norte americanas, notadamente as petroleiras.

        Em terceiro lugar para fazer qualquer coisa aqui na República de Bananóvia precisamos pedir a benção e a permissão de nossa ” elite “

        Em quarto lugar para tomar qualquer decisão importante no país precisamos pedir a benção e a permissão da mídia .

         

        Nem precisa dizer que nenhuma benção ou permissão que não seja do interesse do ” stablishment ” será dada.

         

        Portanto não seremos nós que decidiremos se alguma coisa será salva ou perdida por aqui.

  13. O capitalismo deve ser destruído no mundo inteiro

    A selvageria capitalista já ultrapassou todos os limites de tolerância da humanidade. Em qualquer enquete que se faça em qualquer parte do mundo é avassaladora a maioria que quer o capitalismo extinto.

  14. O Brasil necessita aumentar o

    O Brasil necessita aumentar o nivel de poupança interna.

    E só isso que dá pra escrever senão o censor do blog não publica.

  15. Boa pergunta, resposta

    Boa pergunta, resposta difícil.

    Só teria sentido salvar o capitalismo brasileiro se fosse possível transformá-lo em um capitalismo de tipo escandinavo ou em algo parecido. Neste caso, deveriamos nos perguntar: como fazer isso e com quem devemos contar para tal empreitada. Como reproduzir uma experiência histórica tão diferente e para poucos numa experiência histórica como a brasileira de tudo diferente daqueles países e para uma população de 200 milhões de habitantes.

    Ainda que colocassemos no lugar dessa oligarquia corrupta e plutocrática, uma burocracia eficiente controlada por uma sociedade civil organizada e vigilante, ainda assim estaríamos ao sabor das forças destrutivas e instáveis desse sistema mundial.

    Que contradição: nossos oligarcas através do controle do Estado criaram nosso capitalismo com recursos de todos os cidadãos (via tributos e endividamento público). Esse capitalismo se desenvolveu de uma maneira que beneficiou apenas e tão somente estas oligarquias e os poucos que as rodeavam (classes médias “mínimas”).

    As oligarquias eram duplamente favorecidas: primeiro porque o desenvolvimento do capitalismo favorecia seus negócios privados (como banqueiros, proprietários de terras, construtores e fornecedores do Estado) e segundo porque ocupavam os espaços políticos e com isso também a direção do aparelho produtivo estatal como extenções de seus negócios privados.

    Bem ou mal assim se construiu esse sistema produtivo estatal. Durante os governos militares essa situação chegou ao seu paroxismo. As oligarquias meteram o país na crise dos 80 do século passado utilizando as estatais como lastro e garantia para o endividamento externo e para amortecer os choques inflacionários. Na década de 90 depois de quebrarem essas empresas venderam a idéia de que hipotecando e definitivamente vendendo esse aparato produtivo a iniciativa privada poderia relançar a economia brasileira na rota do crescimento. O resultado disso já conhecemos parte dessa oligarquia incorporou esse investimento público dentro de seus portfolios privados. E uma vez mais todos os cidadãos pagaram por mais essa volta de parafuso, favorencendo uma vez mais essas mesmas oligarquias. E asssim fomos criando nossos capitalistas nascidos e crescidos debaixo dessa frondosa árvore construida com o dinheiro meu seu e de todos.

    Se fossemos olhar desta perspectiva poderiamos dizer que necessitamos salvar o capitalismo brasileiro de nossos capitalistas políticos que construiram o Estado e o capitalismo a sua imagem e semelhança: irresponsável, aventureiro, antisocial, corrupto, venal.

     

  16. Excelente e instigador

    Um tema apaixonante e o começo de uma tarefa com longo caminho a percorrer aqui no Brasil. Junto com destacar o fato de haver falta de conceito prático sobre investimento e desenvolvimento, como o provam as desastradas políticas industriais, há que destacar a sublimação do capitalismo para uma nuvem financeira apátrida. A equação de capital e trabalho do Marx não se sustenta nos tempos atuais, pois temos hoje um capital financeiro intocado e um “empresário” tão empobrecido e endividado como o operário que compõe o outro lado da equação que antes descrevia o “capitalismo”.

  17. Elite de Vira-Latas

    Elite de Vira-latas

    Desculpe, mas de capitalismo estamos falando aqui?

    Temos uma República Brasileira fundada por funcionários públicos fardados que vêm desde de 15 de novembro de 1889 tutelando essa país. Não há um projeto do setor privado nessa República que através das décadas, desde de 1889, não tenha passado pelo crivo de funcionário públicos quer sejam fardados, quer sejam togados, quer sejam concursados, incluindo aí: Forças Armadas, Banco do Brasil, Receita Federal, Caixa Econômica Federal e BNDES, para não falarmos das autarquias e repartições públicas dos ministérios da Fazenda, Banco Central e infinidades outras.

    Uma República tutelada como essa descrita acima tem uma elite medíocre com mentalidade de funcionário público que vê com suspeita a ascensão social, ganhar dinheiro com empreendimentos próprios ou empreendedorismo e, além do mais, extremamente recalcados por terem escolhido carreiras pública opacas e sem brilho, não tendo como alternativa senão o roubo ou a extorsão do setor privado para a ascensão social.

    Nessa nova fase do autoritarismo de funcionários públicos togados temos juízes com salários de mais de R$ 50.000 por mês que colocaram metade do PIB Brasileiro na Cadeia. Quem corrompeu quem? Foi Odebrest que corrompeu o Estado ou Estado que corrompeu a Odebrest, nessa República de Funcionários públicos fardados, togados ou com cursados?

    O problema todo é que essa elite atual de donos de jornal e funcionários públicos togados apostaram todas suas fichas na eleição de Hilary Clinton e perderão, tornando-se, assim, cachorro sem donos, ou seja, uma elite de vira-latas.

     

    1. Não meu caro, não foram funcionários públicos que …..

      Não meu caro, não foram funcionários públicos que fundaram a República Brasileira, foram simplesmente as oligarquias rurais, principalmente as Paulistas e Mineiras que fizeram isto simplesmente para em toda a República Velha se beneficiarem do Estado.

      Não inverta as coisas, o boi não se coloca sozinho para puxar a carreta.

      Não inverta a relação causa efeito para transferir ao setor público a responsabilidade de uma oligarquia que nunca soube trabalhar.

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