Um compromisso eterno | processo de transformação parte III

O último post sobre (meu) processo de transformação é, muito provavelmente, o mais difícil – porque há tanta movimentação nele e hoje acordei mais pra lá doque pra cá, consumindo energia preciosa e, ai, me culpando um tanto por isso. 

Daí é mais ou menos assim que funciona: o derradeiro passo pra todo e qualquer processo de transformação é o exercício diário de caminhar e seguir em frente, destinada ao seu objetivo e, pra isso, é necessario que você tenha um objetivo. Uau, que simples! – é o que você deve estar pensando. Vou te dar um cenário mais realista: com 35 anos, o que nem é tanto tempo assim visto que estes processos acometem pessoas de todas as idades, a bagagem emocional é enorme. Sistema de crenças, traumas, pensamentos etiquetados, achismos e manias não evaporam com a velocidade que a gente gostaria – até porque, acredito, são estes itens os que norteiam o chamado “grau de evolução” (que, lembre-se, é individual, pessoal e intransferível, não vale se comparar com o amiguinho do lado, combinado?).

E é justamente neste ponto de exercitar diária e rotineiramente o seu “novo eu” que o bicho pega, porque você é uma enorme armadilha pra si mesmo e, pois é, tem seus vícios mentais que podem, por exemplo, te lembrar o quanto você não é merecedora de sucesso bem antes de uma reunião. E faz o que com isso?

Alguns pedem pra respirar e, por mais que eu acredite, esta é uma técnica que exije uma calma que eu já não tenho de saída. O que eu faço é chamado de “abraçar a sombra, que tem muito mais a ver com meu ser-passional, funciona que é uma beleza. “Mas pô, jura mesmo que essa droga de sombra vai aparecer bem na hora desta maldita reunião que vai me salvar a lavoura?” É, é bem nessa hora – na hora do vamos ver, por assim dizer – que tudo aquilo com o que você está tentando acabar vai brotar como gremilim na água e fazer um barulho danado. Por isso a objetivação do onde se quer chegar é de suma importância: por mais relevante que seja o processo da caminhada, nestas horas de irritação e questionamentos e, por que não?, auto-sabotagem (a maioria de nós faz isso, ô, pai…), o que segura a onda legalzinho é ter pra onde olhar. Mesmo que esteja lá longe, mesmo que falte muito: este muito já vai ser menos depois desta reunião, viu só? Pronto, isso vai passar. 

A técnica que eu uso é a de imprimir um detalhe ou outro do meu objetivo no maior número possível de coisas: desde a roupa que eu visto (que pode ter uma cor que me remete ao objetivo) at’uma pequena anotação num post it pra mim mesma no canto da tela do computador: vale qualquer subterfúgio pra me lembrar de que a caminhada pode ser a maior dureza, mas ela é minha e este objetivo aqui, ah, ele vale tudo.

Como é este processo pra você? Me conta, quero muito saber! 

Mariana A. Nassif

4 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Transformações
    Tive uma necessidade imensa de transformar-me há uns 15 anos. E rolou até que bem. Não trabalho com objetivos – não acredito muito nesse negócio de propósito e menos em livre arbítrio. Prefiro fazer como no futebol ou no jazz: treino, treino, treino e depois improvisação pura.

    Treino é manter a saúde em dia; ler regularmente bons livros; manter-me informado em pelo menos duas línguas; cultivar poucas e boas amizades; cuidar da casa – especialmente fazer o mercado, cozinhar e lavar louça; contar até três antes de falar qualquer coisa; aprender a hora de beber e não beber álcool; aprender algo que não sei – eu estudo música, sem querer ser músico.

    E aí, ir para a vida e improvisar. Não escolhemos: é a vida quem convoca.

    1. Aceito

      Mario, é bacana ler a confirmação prática do termo indivíduo e entender que cada qual tem um processo que bem cabe quando a vida convoca. Eu, por exemplo, me sinto tão cheia de ansiedade que se não tiver pra onde olhar sou capaz de passar o dia sofrendo por antecipação da tal convocação da vida 😉 Obrigada, de coração, por compartilhar seu processo aqui e que este também possa ser o espaço de troca e exercício do diferente, tão escasso hoje em dia – do português “eu só estou contando o meu processo e não dizendo que ele é o (único) correto 😉 

  2. Gosto dos seus textos

    Eh bom pensar as vezes em dar um giro e mudar alguns aspectos da personalidade. Principalmente aqueles que os proximos nos dizerm ser nossos defeitos. So lembrando Lispector, naquele livro ”terrivel” de suas correspondências, numa carta para sua irmã:

    “Até cortar os proprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta o nosso edificio inteiro”. 

     

    1. <3

      Sem dúvidas – adoro Clarice e creio da mesma forma. Acredito, ainda, em processos de evolução, não sei porque (ainda) insisto em chamar de mudança 😉

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador