Enviado por Ronaldo Bicalho
Do site do Instituto Ilumina
Vento e sol pedem passagem, por Roberto Pereira D’Araujo
Como já mostramos aqui, desde 2015 que o crescimento do consumo de energia elétrica está estagnado quando comparado à evolução do nosso histórico. Antes da crise, precisávamos de cerca de 2.200 MW médios novos a cada ano. Agora, mal chegamos a 1.000 MW médios, o que é ínfimo para um país que precisa de energia para crescer. Abaixo a evolução da média móvel de 12 meses do consumo de energia.
Não vamos ser ingênuos de culpar apenas a crise econômica. É preciso lembrar que, sob o atual modelo mercantil e sob o predomínio privado do setor, a tarifa de energia praticamente dobrou de valor. Até hoje as autoridades nunca apresentaram um diagnóstico sobre as razões desse “vexame” internacional. O Ilumina tem sua opinião, mas, será que algum dia teremos a ótica oficial?
Além do consumo “desanimado” ajudar a não termos problemas de suprimento, como já mostramos aqui, a oferta de energia foi ampliada.
Hoje temos o triplo de geração térmica que tínhamos há 10 anos. Ou seja, oferta temos, mas muito cara.
Enquanto isso, o sol e o vento ficam abismados com o atraso brasileiro, pois, afinal, sol e vento é o que mais temos.
Vejam a geração eólica brasileira durante um dia.
Realmente, temos um problema de redução da geração pela metade durante o dia.
Mas, vejam o total de geração solar, ainda muito abaixo de países onde o sol não brilha como aqui.
Se somarmos as duas gerações, o sol pode ajudar a resolver esse problema do vento.
É óbvio que o operador do sistema está percebendo essa obviedade. Quem olha o sistema como um todo, percebe que um caminho novo está surgindo.
Mas, como o Brasil resolveu individualizar e mercantilizar tudo, esse benefício pode não ser atribuído à nenhuma das duas fontes!!
Bem, se a teimosia mercantil é intransponível, que tal examinar projetos onde as duas fontes se combinam?
A Austrália já descobriu o óbvio.
Enquanto isso, percebem-se argumentos para ampliar ainda mais a nossa oferta térmica. O que poucos notam é que o vento, ainda sem a ajuda do sol, já está “mimetizando” o que as térmicas fazem no sistema brasileiro. Vejam abaixo.
Vejam como as eólicas já “imitam” a complementação térmica durante o ano de 2018.
Apesar de toda essa obviedade, estamos no Brasil. Aqui o óbvio tem que “ulular” muito alto para ser ouvido.
Este texto foi publicado originalmente no site do Instituto Ilumina
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