Cidades sitiadas na Síria sofrem com escassez de comida

Jornal GGN – Segundo organizações humanitárias, a situação é considerada crítica em cidades sírias sitiadas tanto por tropas leais a Bashar al-Assad quanto por rebeldes da oposição, com pessoas desnutridas e morrendo de fome. Marianne Gasser, da Cruz Vermelha, mais de 400 mil pessoas vivem nesses locais.

Ontem, 44 caminhões chegaram a Madaya,  cidade próxima à fronteira com o Líbano e que está isolada há seis meses. De acordo com a organização Médicos Sem Fronteiras, cinco pessoas morreram por desnutrição somente no domingo, incluindo uma criança de 9 anos. Ao menos 25 pessoas morreram de fome desde o começo de dezembro.

Do O Globo

Comida já não basta para cidades sitiadas na Síria, alerta MSF
 
Com atraso, ajuda chega a sírios que passam fome em Madaya
 
Mais de 60 caminhões com alimentos, água e itens de primeira necessidade conseguiram chegar a cidades sírias sitiadas tanto por tropas leais a Damasco quanto por rebeldes da oposição ao ditador Bashar al-Assad. A situação nesses lugares é considerada crítica por organizações humanitárias, com pessoas morrendo de fome, desnutridas.

— Mais de 400 mil vivem nessas zonas cercadas, e a situação delas é desesperadora — afirmou Marianne Gasser, dirigente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) na Síria. — A operação vai durar alguns dias. É positivo, mas pode ficar limitado a uma única distribuição. É preciso ter acesso constante a essas cidades.

Ao todo, 44 caminhões chegaram ontem a Madaya, no Sudoeste sírio, próximo à fronteira com o Líbano — o cerco das forças do regime deixa isolados os 42 mil habitantes da cidade já há seis meses. Ao mesmo tempo, outros 21 caminhões se dirigiram a Foua e Kefraya, no Noroeste do país. Os veículos levaram ajuda fornecida pelo Programa Mundial de Alimentos, pelo CICV e pelo Crescente Vermelho.

De acordo com a última atualização da Médicos Sem Fronteiras (MSF), somente no domingo houve cinco óbitos por desnutrição, entre eles uma criança de 9 anos — pelo menos 25 pessoas morreram de fome desde 1º de dezembro. Cerca de 200 moradores são considerados em situação crítica.

— Somente entregar comida neste momento já não é mais suficiente. É necessário cuidados médicos especializados — afirmou ao GLOBO o especialista em assuntos humanitários da MSF, Michiel Hofman. — Há cerca de dez pessoas em condições extremamente graves que necessitam ter retirada médica para fora de Madaya, porque o hospital local não está em condições de atender estes casos. É preciso retirar de lá principalmente bebês, crianças e idosos.

Segundo a MSF, até mesmo os médicos que trabalham em Madaya são atingidos pelo cerco: há relatos de equipes que já não comem há uma semana. De acordo com a Cruz Vermelha, os caminhões levaram a cidade comida e água suficientes para suprir 40 mil pessoas por um mês, além de medicamentos, cobertores e kits de higiene.

— Olhem para a tática de matar pela fome grotesca que o regime sírio está usando agora contra seu próprio povo. Olhem para as imagens assombrosas de civis, incluindo crianças, e até bebês, em Madaya. Estas imagens nos lembram a Segunda Guerra Mundial — criticou enfaticamente a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Samantha Power.

 

Redação

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