Índia espera por seu “novo salvador econômico”

Jornal GGN – Na próxima sexta-feira (16), a Índia deve anunciar seu novo primeiro-ministro. Tudo indica que Narendra Modi, do Partido Bharatiya Janata (BJP), de oposição, será o escolhido. E isso lhe trará uma missão difícil e quase automática: repetir o sucesso econômico aplicado no Estado de Gujarat em escala nacional.
E esta função, especialmente, promete altas cargas de dramaticidade: a Índia parou de desacelerar. O Fundo Monetário Internacional (FMI) já anunciou uma previsão de crescimento de 5,4% para 2014 e 6,4% em 2015 – das maiores médias entre os países emergentes (Brics).
Além disso, a inflação baixou de 11% para 8% ao ano, a rupia estabilizou-se após uma queda livre no verão passado. Em resumo: com ou sem o novo líder da oposição no poder, o país tem condições de avançar.
Mas quem depositou suas esperanças em Modi espera muito mais do que isso. O povo indiano acredita que ele será capaz de gerar empregos novos, melhorar a infraestrutura e atrair os mesmos investimentos estrangeiros que conquistou quando governador de Gujarat. E não só os indianos têm essa expectativa: as bolsas estão animadas e o índice indiano já subiu mais de 15%, nos últimos seis meses.

Como um novo salvador, o povo indiano acredita que Modi será capaz de enfrentar a burocracia que impera no país a ponto de dar continuidade a projetos que estão parados e a um poderoso ciclo de investimentos. Mas os obstáculos referentes às exorbitantes dívidas das empresas indianas, aos 50 maiores projetos de infraestrutura paralisados e a impossibilidade de estímulos fiscais que enfrentará não estão sendo levados em conta.
Os programas sociais do antigo governo também precisarão ser revistos, como o recente programa de subsídios para alimentos básicos, que foi ampliado. Mas muitos integrantes do governo são terminantemente contra todos eles, bem como outros projetos de bem-estar social que Modi já mostrou querer implantar.
E no que se refere aos planos de transformar a Índia numa potência industrial, haverá a necessidade de mudar leis trabalhistas antigas, aprovar emendas e revisar a política tributária. Uma tarefa que beira o impossível, entre países em desenvolvimento.
Por outro lado, o possível novo primeiro-ministro contará com poucas necessidades de aliança para governar, tem um banco central comandado por um economista respeitado e parece ser bem-vindo à Corte Suprema do país, mesmo com todos os limites à sua autoridade, num sistema político parecido com o norte-americano. Uma realidade que pode impor custos ao crescimento, mas também é um desdobramento natural de uma democracia.
Com informações do Valor Econômico
Redação

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