Justiça aprova impeachment da presidente da Coreia do Sul

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Jornal GGN – Nesta sexta-feira (10), o Tribunal Constitucional da Coreia do Sul aprovou o impeachment da presidente Park Geun-hye. Ela é acusada de subornar empresas como Samsung, Hyundai e LG para realizarem doações para fundações de sua amiga, Choi Soon-sil.
 
O processo de deposição de Park teve início em dezembro pelo Parlamento do país. O primeiro-ministro Hwang Kyo-ahn continuará como presidente em exercício até novas eleições que devem ocorrer em maio. Entre os nomes cotados para assumir a presidência, está Ban Ki-moon, ex-secretário-geral da Organização das Nações Unidas.
 
A carreira da ex-presidente coreana começou ainda na ditadura de seu pai, Park Chung-hee, nos anos 70. Em 1974, ela perderia a mãe em um atentando. Cinco anos depois, seu pai seria morto pelo próprio chefe de inteligência do país. 

 
Leia mais abaixo: 
 
Da Folha
 
Justiça aprova impeachment, e presidente da Coreia do Sul é deposta
 
O Tribunal Constitucional da Coreia do Sul aprovou nesta sexta-feira (10) a deposição da presidente Park Geun-hye, 65. A decisão é tomada seis meses após escândalo de corrupção e tráfico de influência que a levou cair em desgraça.
 
A mandatária sofreu impeachment sob a acusação de subornar conglomerados como Samsung, Hyundai e LG, a doarem a fundações de sua melhor amiga, Choi Soon-sil, em troca de favores.
 
Park Geun-hye é a primeira presidente a ser deposta em um impeachment desde a divisão da Península Coreana, em 1948. O único a passar por processo similar foi Roh Moo-hyun, absolvido pela Justiça em 2004.
 
O Parlamento havia detonado o processo em dezembro. Agora, o primeiro-ministro Hwang Kyo-ahn continua como presidente em exercício até as novas eleições, previstas para o início de maio.
 
Entre os principais nomes cotados para a sua sucessão, estão o opositor Moon Jae-in, seu rival na disputa à Presidência em 2012, e o ex-secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ainda sem partido.
 
Além do suborno, os deputados incluíram no processo a ação do governo no naufrágio da balsa Sewol, que matou 304 estudantes em 2014. Pais de vítimas e a população consideram que Park não fez o suficiente após a tragédia.
 
Com a deposição, a agora ex-presidente deverá terminar seus 43 anos de carreira política, iniciada sob a ditadura de seu pai, Park Chung-hee. Ela se tornou primeira-dama após sua mãe, Yuk Young-soo, ser assassinada em um atentado contra o então mandatário em 1974.
 
Cinco anos depois, ela perderia o pai, assassinado pelo próprio chefe de inteligência. Park Chung-hee é considerado o responsável pelas bases do desenvolvimento social e econômico sul-coreano.
 
A ORIGEM
 
Órfã de pai e mãe, Park aproximou-se mais de Choi Tae-min, chefe da seita religiosa Igreja da Vida Eterna, na década de 1980.
 
Há relatos de que o religioso a teria convencido sobre seu poder de se comunicar com a mãe assassinada —o que ele negou em uma entrevista concedida em 1990.
 
A aproximação com o guru levou também à amizade com a filha dele, Choi Soon-sil, que virou a principal confidente de Park. Em outubro, a presidente disse que a amiga a ajudara “em momentos de dificuldade no passado”.
 
A proximidade das duas acabou se traduzindo em negócios a partir de 2013, quando Park chegou à Casa Azul (sede do governo). Para Choi, o livre trânsito foi uma oportunidade para enriquecer e aumentar sua influência.
 
Além de atuar como agente da presidente, exigindo aos grandes conglomerados que doassem a suas fundações por favores do governo, conseguiu indicar funcionários e ter acesso a documentos confidenciais, incluindo informações de inteligência.
 
A amiga da presidente deposta foi presa em novembro. Dias antes, reconheceu sua relação com Park e disse estar arrependida. “Cometi um pecado que merece a morte.”
 
Chamada de “rasputina”, ela aguarda julgamento. O escândalo abalou irreversivelmente a imagem da primeira presidente mulher sul-coreana, que, antes da eleição, em 2012, disse que não se beneficiaria do poder. 
 
Redação

6 Comentários

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  1. cadê o Gustavo Gollo?

    Pois é, parece que este caso foi um julgamento justo, de uma presidenta corrupta, e sem influência yanque. Mas… sei muito pouco. Ela fazia um governo esquerdista, progressista? peitou interesses fortes internacionais yankees? Seria o caso pro Gustavo Gollo, bem informado sobre rolosinterneacionais no extremo oriente, explicar se foi legítimo, ou se o golpe constitucional patrocinaod por yankees saiu da américa do sul e foi exportado pra ásia… Só falo que isto ocorreu no momento em que os EUA estão entrando em acordo coma  Coréia pra instalar um sistema poderoso de misseis pra defendê-los da Coréia do Norte… mas com alcance a´te a China! Desconfie…

    1. Acho difícil ter o dedo dos

      Acho difícil ter o dedo dos EUA nesse impeachment; o partido da presidenta deposta representa a direita conservadora ligada aos militares e que costuma se alinhar aos interesses dos EUA, e analistas estão dizendo que esse impeachment favorece muito a retomada do poder por progressistas.

      Tenha em mente, no entanto, que a definição de esquerda e direita que nós usamos não se encaixa na política coreana.

  2. O fim do papado das chaebols?

    De exportadora de jinseng e de perucas de cabelos, nos anos 70, a potência global nos segmentos de navios, automóveis, gadgets, alta tecnologia eletrônica e médica, nos dias atuais, as chaebols corporificam a essência material do súbito desenvolvimento coreano. A indução dessas corporações foi por meio de política de Estado, impulsionado sobretudo a partir da presidência do general Park Chung Hee, pai da presidente impeachada Park Gyeun Hee.

    Na Coreia do Sul, a economia se confunde com essas mega-corporações, modelo inspirado nas antigas zaibatsus japonesas. À elas, cabem impulsionar “logísticamente” as relações econômicas internacionais do país. Por trás de tudo, o senso prioritário de DESENVOLVIMENTO. Conhecemos a marca Samsung pelos produtos eletrônicos, mas escassamente sabemos de sua destacada atuação como uma das maiores trading de químicos do mundo; sabemos da Hyundai e seus automóveis aqui no Brasil, porém, poucos sabem de ser ela a responsável única pelo desenvolvmento da indústria naval – estaleira – sul-coreana. Em tudo, na Coreia do Sul, a Chaebols está incorporada na vida da sociedade. Coisas banais como o principal evento esportivo, a liga nacional de Baseball, os times são “times-chaebols”, representando cada uma das 10 grandes corporações. 

    Sinais de mudança? 

    Tão impactante quanto o impeachment da presidente Park foi a prisão vice-chairman e herdeiro da Samsung, Jay-Yong Lee, na medida em que não existe uma linha divisória clara, mesmo que tênue, entre o o interesse público e o interesse privado (leia-se, na Coreia do Sul, das chaebols). Se a sociedade sul-coreana cansou dessa modelo econômico e político, resta saber o que virá, sobretudo, à luz de um plausível enfraquecimento gradativo do poder dessas mega-corporaões. Pode-se pensar em algo semelhante com a desetruturação das grandes corporaçòões de infraestrutura no Brasil? Sim, mas efeitos advindos de ímpetos de justiça poderão ser muito mais impactantes obre o modelo econômico sul-coreano, onde, como disse, as chaebols são a essência de sua economia.

     

     

     

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