O que está acontecendo é um extermínio, diz oposicionista sírio

Do Diário de Notícias

Oposição síria apela à comunidade internacional para impedir “um novo Ruanda”

“Dois terços das mortes de civis são agora provocados pelos bombardeamentos aéreos de Al-Assad”, alertou Khaled Khoja.

O dirigente do principal grupo oposicionista sírio, a Coligação Nacional, apelou na segunda-feira aos membros da Organização das Nações Unidas (ONU) para que evitem tornar o seu país num “novo Ruanda”.

“O que está a acontecer na Síria é um extermínio”, disse Khaled Khoja, durante uma conferência de imprensa, em referência aos bombardeamentos com barris de explosivos realizados pelo regime de Bashar al-Assad.

“Dois terços das mortes de civis são agora provocados pelos bombardeamentos aéreos de Al-Assad e 95% dos mortos pelos ataques aéreos de Al-Assad são civis”, detalhou.

“Isto não tem de ser assim. Há tempo para evitar outro Ruanda”, afirmou Khoja, falando por ocasião da assembleia geral da Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque.

O dirigente defendeu que o primeiro passo deve ser a imposição de uma zona de exclusão aérea para proteger civis dos ataques aéreos.

A oposição tem reclamado uma zona de exclusão aérea desde que começou o levantamento contra o regime de Damasco, mas o assunto nunca foi discutido seriamente pelo Conselho de Segurança da ONU, que tem sido dominado pelo desacordo sobre o que fazer na Síria.

A Turquia, que abriu as suas portas a dois milhões de refugiados sírios, tem apelado repetidamente para uma zona de interposição, apoiada por uma zona de exclusão aérea no norte da Síria.

“Para dois milhões de sírios, isto representa esperança”, afirmou Khoja, que acrescentou: “A comunidade internacional deveria escutar”.

Grupos de direitos humanos e potências ocidentais têm denunciado os bombardeamentos com barris de explosivos por serem especialmente mortíferos e indiscriminados.

O conflito na Síria já provocou mais de 240 mil mortes.

 

Redação

10 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. GGN citando propaganda…

    Os guerrilheiros de qualquer país não tem condições de lutar de igual para igual contra as forças armadas do país, já que eles não tem números, armamentos, equipamentos, treinamento e financiamento suficientes para isso, e por isso a guerrilha sempre é destruída rapidamente pelo exército nacional ou então é obrigada a ir para os subterrâneos e fazer apenas pequenas operações.

    Mas é estranho como a “resistência”, feita de “guerrilheiros” consegue enfrentar as forças armadas sírias frente a frente, de igual para igual e durante anos, não é mesmo?

    Quem fornece o treinamento, armamento e financimanto para isso? Os EUA e a Europa Ocidental.

    Os EUA e a Europa Ocidental bancam tudo, já que a guerra na Síria não tem nada a ver com remover um “ditador” para que a “democracia” floresça (só idiotas acreditam nisso), e sim a construção dos oleodutos que levarão o petróleo para o Mar Mediterrâneo, para ser levado aos EUA e à Europa Ocidental.

  2. ué, perderam o apoio americano?? agora aguenta

    a uns dias atrás estavam prontos para derrubar o bashar. agora querem acusar ele de violento. e querem que se acredite nisso? cutucou a onça, agora aguenta!

    tava grandão antes, o que te fez mudar de idéia?

  3. O “turco”

       Este “Conselho Nacional Sirio de Oposição ” , tão apoiado por europeus e depois pelos americanos, é um “saco de gatos”, cujo unico ponto em comum entre seus integrantes, é que Assad + Baath, deve ser derrubado, pois fora este ponto, as divergencias internas explicam um pouco do problema da crise siria, pois :

         Dr. Khaled Kojha, um médico sunita não religioso, que quando escreve ou fala, quem na realidade se expressa é a Turquia, uma vez que ele é um turcomano – sirio, financiado pela Turquia , Europa e sauditas ( franceses em especial ), que possui suas próprias “tropas” ( Brigadas turcomanas ), combatendo contra Assad, mas fora das “tropas”, e do comando do “outro” Conselho Nacional Sirio, que é comandado por George Sabra. 

         A perda maior da oposição a Assad, foi a defecção do Iman Mouath Al-Khatib ( Frente Al Nusra * ), do comando da Coalizão Nacional Siria – Forças Revolucionárias, substituido por Sabra e Kojha, pois em 2012/2013, Al_Khatib ( apesar de clérigo sunita é um moderado ), foi profético, pois acreditava que Assad “é um mal menor”, portanto negociavel para uma transição, do que os radicais islamicos (ISIS/Daesh), já a época financiados por fundos sauditas e operando no Iraque ( qualquer um sabe, ocorreu no Iraque desborda para a Siria ).

          * Frente Al-Nusra: unica força militar efetiva, alem dos curdos, que combate tanto Assad como o ISIS.

          Kojha e Sabra, deveriam explicar, se é que possivel, o que eles fizeram com os milhões de dolares, que receberam de europeus, outros sauditas e americanos, visando formar tropas ( 12.000 na promessa, 1.200 na realidade, efetivamente menos de 100, e em campo: 10 – nem um “pelotão” – que inclusive desertaram ).

  4. Síria e os refugiados: uma linha cronológica

    Para entender o conflito que ocorre na Síria, alguns pontos que devem ser levados em consideração:

    1 – A “Primavera Árabe”, evento que foi marcado por uma série de revoltas e manifestações contra regimes  que teve desdobramentos diferentes nos países em que foi observada, serviu de pretexto para um “plot”, um plano de derrubada de governos considerados inimigos pelos EUA;

    2 – No caso da Líbia, anterior ao da Síria, os EUA, muito antes de estourar o conflito propriamente dito, se aproveitaram do momento de revolta de setores da população para armar mercenários terroristas que passaram a atacar alvos do governo;

    3 – As manifestação anti-governo da Primavera Árabe se confundiram com os ataques violentos dos mercenários financiados para atuar na Líbia;

    4 – Os ataques provocaram a reação do governo de Kadafi, que passou a ser acusado, e o caso repercutir meramente mundo afora meramente como um “ataque sem motivo a própria população indefesa pelo perverso ditador”, como foi exposto incansável e propositalmente pela imprensa. Na verdade, devido à barafunda, à confusão formada entre os reais manifestantes e os terroristas infiltrados entre eles, não era possível delinear onde terminavam as manifestações e onde começavam os ataques. Assim, a ideia que o povo líbio, pacífico, estava sendo alvo de violência, foi vendido como verdade inquestionável. O que se verificou ser mentira, pois durante os conflitos vários foram os casos de apreensão de mercenários estrangeiros por parte do exército de Kadafi agindo na Líbia;

    5 – Em vista desta propaganda, na ONU, os EUA insistentemente solicitavam ao Conselho de Segurança, além da deposição de Kadafi, a criação de uma zona de exclusão aérea “humanitária” (resolução 1976) e a conseguiram (pelas abstenções de China e Rússia), a princípio para fornecer suprimentos para desabrigados e as vítimas dos “ataques”. Entretanto, tal ajuda se revelou ser um plano para a entrada de caças da OTAN e para facilitar o bombardeio de alvos do governo líbio;

    6 – Os ataques culminaram com a destruição da Líbia, da deposição de Kadafi e a criação de um governo títere aliado ao Ocidente;

    7 – A próxima bola da vez seria a Síria. Novamente, manifestações anti-governo foram observadas por lá. Novamente, mercenários pagos passaram a agir por lá. Enredo bem parecido com o da Líbia;

    8 – Motivados pelo sucesso do plano para a Líbia, os EUA queriam para a país de Assad o mesmo desfecho que elaboraram para a Líbia. Assim, desde 2011 os EUA tentam intervir militarmente na Síria através de resoluções no Conselho de Segurança da ONU (idêntico ao observado no caso da Líbia). Só que foram barrados por vetos de China e Rússia, talvez porque estes últimos perceberam as intenções nada nobres e humanitárias e por perceberem que a Síria teria o mesmo destino que o da Líbia. E também pelo fato que a Rússia mantinha (e ainda mantém) relações miltares e comerciais com a Síria, além de possuir uma base militar em Tartus, cidade litorânea do Mediterrâneo;

    8 – Assim os EUA adotaram uma estratégia diferente: propaganda difamatória constante (acusações contra o governo, como “ataques a civis indefesos”, uso de armamento químico) e guerra suja: continuar financiando os mercenários mais intensamente com armas e logística, mergulhando o país numa guerra civil sem previsão de cessamento;

    9 – A propaganda demonizatória só foi colocada abaixo quando ficou claro que não eram cidadãos indefesos que estavam lutando contra um tirano. Era uma insurreição armada planejada pelos EUA com vistas a derrubar uma ditadura considerada inimiga. Assim, os ataques de Assad não eram um genocídio como primeiramente venderam, mas uma reação a ataques violentos planejados;

    10 – Um ponto a ser destacado: em 2013 a ONU e os EUA acusaram o governo sírio de usar armamento químico nos combates, atingindo civis. Em verdade, a Síria mantinha um arsenal químico que se encontrava desativado. Ocorre que em muitos casos os armamentos químicos apreendidos eram de origem ocidental e a autoria do seu uso por parte do governo não poderia ser comprovada cabalmente. Ainda em vista disso, os próprios rebeldes chegaram a utilizar armamento químico em alguns ataques, armamentos que foram depois apreendidos pelo próprio exército sírio. Ainda assim, Assad colaborou com a força tarefa e se desfez do seu arsenal químico a pedido da ONU;

    11 – Os indício que evidenciam o envolvimento do Ocidente (em especial os EUA) foram: os ataques dos “rebeldes” a locais exclusivamente civis, com o propósito de atribuir ao governo sírio a autoria dos atentados; a apreensão no Líbano de um navio com um carregamento de armas e munições (provenientes inclusive do exército de Kadafi) que tinha como destino a Síria além da presença de terroristas estrangeiros que atuaram na Líbia, usando armamento de fabricação norte-americana e israelense;

    12 – Os conflitos se iniciaram próximos à fronteira da Turquia, de onde se acredita que os mercenários entraram em território sírio. Inicialmente os maiores estragos foram observados em Aleppo, a segunda cidade mais importante depois de Damasco, situada a noroeste do país, passando por Hamah, Homs e, mais recentemente, chegando finalmente a Damasco;

    13 – O conflito se estendia por diversos pontos do país. Á já confusa situação se agravou com a entrada do chamado grupo “Estado Islâmico” no país. Ainda é um ponto obscuro se a criação do grupo foi algo espontâneo, criado a partir da crescente ou se foi criado a com vistas a permitir um avanço de tropas do Ocidente para o combate ao grupo, mas que ocultariam o intuito de mais incisivamente derrubar o governo sírio. Fato é que o Estado Islâmico tem em comum com os grupos rebeldes o mesmo alvo: a derrubada de Assad;

    13 – A onda de migração de refugiados que se observa globalmente atingiu seu ápice recentemente, onde inclusive alguns vieram buscar abrigo no Brasil;

    Assim, o texto que acusa o governo de provocar indiscriminadamente a morte de civis, além de inverificável, é apenas especulativo.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador