O Escândalo Daniel Dantas: duas investigações

Exclusivo! 

A capa do livro de Raimundo Pereira

O título acima é do livro que será lançado em outubro pela Editora Manifesto. É uma reportagem do jornalista e supervisor editorial da revista mensal Retrato do Brasil, Raimundo Rodrigues Pereira. Raimundo, inclusive, publica neste setembro, na revista Piauí, que já está nas bancas, texto de seis páginas intitulado “Protógenes e eu” no qual discorre sobre o que chama – e em referência ao título do livro – sobre a investigação de Protógenes Queiroz, ex-delegado da Polícia Federal, que conduziu a operação Satiagraha do início de 2007 a meados de 2008, e a investigação dele próprio, Raimundo, sobre o trabalho do hoje candidato a deputado federal pelo PC do B. Como cita em trecho da introdução do livro, dado aqui pelo NR com exclusividade(incluindo a capa, ao lado): “Este livro é uma crítica ao trabalho do delegado Protógenes Queiroz na condução da famosa Operação Satiagraha, que levou à prisão Daniel Dantas, desde então, a mais famosa figura dos meios financeiros do País. O livro é formado por duas partes. A primeira, com considerações sobre o trabalho do policial e do jornalista. E uma segunda, com os artigos publicados na revista mensal Retrato do Brasil, sobre a investigação do delegado.” Segue: “Este livro tem uma conclusão política. Ela surge a partir de uma investigação jornalística feita para entender a razão dos erros gritantes de uma investigação policial (…)”.

“Era mentira” 
Na reportagem da Piauí que acabo de ler, Raimundo aponta erros de interpretação dos grampos e contradições nos rumos da investigação e nos relatórios apresentados por Protógenes. “As gravações [aprendidas na casa do delegado] indicam que Demarco [inimigo conhecido de Dantas] ajudou Protógenes a preparar a prisão do banqueiro”. E vai além, no que se configura uma denúncia das mais graves, pois aponta uma ligação intrínseca entre Queiroz e a Rede Globo, por meio de um conhecido repórter da emissora, Cesar Tralli. Diz a reportagem de Piauí, e também consta no livro, que a gravação que levou a prisão de Humberto Braz por tentativa de suborno não teria sido gravada pela Polícia Federal, e, sim, por funcionários da emissora. 

A gravação exclusiva era da Globo e não da PF?  

O relatório baseado no inquérito [aberto em 24 de julho de 2008] sobre a Operação Satiagraha, foi feito pelo delegado Amaro Vieira Ferreira, e entregue ao juiz da 7º vara Criminal Federal de São Paulo, juiz Ali Mazloum, nove meses depois. “Pelo relatório de Ferreira, fica evidente que o delegado não apenas deu à Globo a exclusividade de cobertura da prisão de Daniel Dantas. Ele usou funcionários da emissora, no papel de policiais, para gravar a famosa conversa no restaurante El Trenvía exibida no Jornal Nacional. [na imagem acima]. Protógenes dissera ao juiz Fausto De Sanctis que a gravação havia sido feita pela Polícia Federal. Era mentira. A prova maior está na fita sem cortes, encontrada na busca policial do dia 5 de novembro de 2008 num dos locais em que o delegado morava, o apartamento 2508 do Shelton Inn, em São Paulo.” Segue: “Na gravação em vídeo encontrada com Protógenes, aparecem os dois cinegrafistas da equipe da Globo que fizeram o trabalho, Robinson Cerantula e William Santos. Eles surgem testando a câmera diante de um espelho – com o que se incluíram na fita.” No relatório, Ferreira diz: “A verdade só veio à luz com a apreensão das gravações originais e a revelação inconteste de que a filmagem foi realizada por repórteres da Rede Globo.” A história toda, afinal esse é apenas um pedaço de todo o enredo que permeia o jogo político e econômico nacional, está em mais de 300 páginas de texto e fotos. Para fechar, em seu blogue, acesse AQUI, o candidato Protógenes cita a presença de Raimundo Pereira durante a inauguração de seu Comitê Eleitoral de campanha, em 22 de julho.

Redação

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador