Alfredo Dias Gomes vai do jazz ao baião em novo CD, por Carlos Motta

O filho baterista de Janete Clair e Dias Gomes alcança a marca de 11 discos solos, lançando agora o CD “Solar”

Alfredo Dias Gomes vai do jazz ao baião em novo CD

por Carlos Motta

Alfredo Dias Gomes é um músico realizado e inquieto. O filho baterista de Janete Clair e Dias Gomes alcança a marca de 11 discos solos, lançando agora o CD “Solar”, gravado em seu próprio estúdio, na Lagoa, Rio de Janeiro, nas plataformas digitais – download e streaming no iTunes, Spotify, Napster e CD Baby – e em CD físico.

Desta vez, o baterista carioca surpreende reunindo oito faixas autorais e inéditas, revelando-se um exímio compositor também nas harmonias mais brasileiras, regionais. “Solar” é justamente o oposto do que Alfredo Dias Gomes apresentou em “Jam” – lançado no ano passado e muito bem recebido pelo público – um disco agressivo, com o característico volume do jazz rock. Ainda em 2018 o baterista lançou, também nas plataformas digitais, o CD “Ecos”, um resgate de gravações realizadas no ano 2000.

Tendo iniciado sua carreira com Hermeto Pascoal, com quem gravou o icônico “Cérebro Magnético”, e, posteriormente, acompanhando e gravando com Sérgio Dias, Lulu Santos, Kid Abelha, dentre muitos outros, foi a partir de 1993, ao se desligar da banda de Ivan Lins, que o baterista decidiu se dedicar aos próprios projetos e realizar-se também enquanto compositor e entusiasmado virtuose das baquetas.

O CD “Solar” não apenas ressalta tais motivações embrionárias, assim como revela um lado mais “brasileiro”: “Quando comecei a compor esse novo trabalho, pensei numa proposta diferente – decidi tocar, além da bateria, os teclados e os baixos do disco, dando ênfase à forma como crio minhas composições. Adicionei somente um solista, meu grande amigo e superinstrumentista Widor Santiago, no sax tenor, sax soprano e flauta. “Solar” é um disco autoral e nele misturo ritmos e melodias brasileiras com jazz e jazz-fusion”, afirma o músico.

A jornada começa com “Viajante”, composta em 1980 a pedido da própria mãe, Janete Clair: “Minha mãe me pediu uma música para um personagem de uma novela – ‘Coração Alado’ (1980/81), sobre um nordestino que vinha ganhar a vida no Rio de Janeiro, interpretado por Tarcísio Meira. Nessa época, eu tocava na banda do Hermeto Pascoal e estava ‘respirando’ música brasileira, então compus para a trilha sonora da novela o baião “Viajante”, gravado pelo Dominguinhos, e agora, gravado em versão instrumental inédita”,diz o baterista.

Música que dá nome ao disco, “Solar” foi composta em 7/4, com pegada pesada de bateria e melodia abrasileirada. Já “Trilhando” traz o andamento rápido do jazz, o característico “walking bass”. Em “Corais”, o baterista apresenta seu lado mais doce e suave, com uma balada de melodia bem brasileira. Em “Smoky”, um jazz climático traz a bateria participando da melodia, dobrando juntamente com o sax.

Outro grande momento do disco, a faixa “El Toreador” – composta por Alfredo Dias Gomes em 1993 para a trilha sonora da peça teatral de mesmo nome, escrita por sua mãe – traz tinturas ibéricas, fortemente espanholada. Já “Alta Tensão” é fusion inédito, com clima tenso e destaque, no final, para a bateria bem solta e improvisada. De nome sugestivo, a última faixa “Finale” continua na atmosfera fusion, terminando com duo de bateria e sax em ritmo de samba.

Completam a discografia de Alfredo Dias Gomes os CDs Ecos (2018), JamM (2018), Tributo a Don Alias (2017), Pulse (2016), Looking Back (2015), Corona Borealis (2010), Groove (2005), Atmosfera (1996, com participações de Frank Gambale e Dominic Miller), Alfredo Dias Gomes (1991, com a participação especial de Ivan Lins) e o single Serviço Secreto, de 1985.

Links para download ou streaming

https://alfredodiasgomes.hearnow.com/solar

Redação

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