…e quando a realidade é tanta, que queremos fugir dela?…

…e quando a realidade é tanta, que queremos fugir dela?…

(texto escrito em meu Face após a leitura do artigo do professor Marcos Dantas)
.
Esse texto é quase uma “anti-reflexão”, meus amigos. Porque é mais um desabafo do que “pensamentos coordenados e alinhados num artigo”. Traz praticamente apenas dúvidas, questionamentos e “confissões de ignorâncias múltiplas” – é um texto honesto nesse sentido, e acho que alguns se identificarão com ele – a busca pela consciência da realidade, dessa tal lucidez, é um caminho angustiante… Porque? Porque se formos realmente sinceros nessa busca, os depararemos com signos a que não estamos acostumados, coisas de difícil assimilação numa primeira leitura, não estamos habituados a “esgarçar” os limites da mente para forçá-la através da repetição, a apreender aqueles novos signos, preceitos, ideias, conceitos…..
.
Todas essas coisas eu senti ao ler o texto “Crer e destruir – tentando entender um retrocesso histórico, por Marcos Dantas” – no GGN, hoje. Ando tão exausto, que nem consegui ler o texto inteiro, bastaram alguns trechos para eu compreender que estava diante de algo simples, mas muito DENSO, e bem acima do que estou acostumado pelo meu baixo conhecimento acadêmico…. E olha que se trata de um assunto que me domina mente e coração nos últimos anos, os que leem meus textos com frequência identificarão isso facilmente….. Nesse aspecto, foi apaixonante ver um mestre falar de coisas que falo como “amador empírico” – a agradável sensação do: “olha como apesar de simples o texto é profundo, cita fontes ricas, alinhava coisas que em você são fragmentos esparsos e angustiantes, se você se esforçar e mergulhar nesses abismos, pode “chegar lá” um dia, formando o esqueleto e o corpo do tema que você quer conhecer e escrever sobre nos próximos anos….”
.
E que tema é esse, do artigo do professor de comunicação da UFRJ, Marcos Dantas? Basicamente, uma tentativa de saber COMO E PORQUE nossa sociedade se tornou o que é, esse horror, esse pântano obscuro, essa mistura de intolerância, fascismo, indiferença social, o mal e as perversidades comendo a sociedade “pelas beiradas”, a ponto de nos tornarmos um espanto vergonhoso aos olhos do mundo….. – Tanto que em seu artigo, Marcos Dantas traz toda uma síntese de quem eram os oficiais da “SS” nazista, como eram altamente cultos, a nata da sociedade alemã naquela época. Compreendemos melhor o conceito da “banalização do mal” de Hannah Arendt, compreendemos o que se sucede no Brasil de hoje e em várias partes do mundo, é um “banho de lucidez e conscientização” novos à disposição dos que estão nessa busca…
.
Porque essa minha “anti-reflexão” afinal? Apenas para REAFIRMAR a necessidade premente de aprendermos com essa turma de articulistas e intelectuais brasileiros que têm feito um trabalho DIGNO E BRILHANTE, numa forma de LUTA sim, que é trazer a realidade à luz do conhecimento, das ideias, porque se não entendemos os “comos e porquês”, a História se repete como FARSA, como tragédia e comédia dantescos, e jamais sairemos dessa condição perversa, sórdida, DESUMANA CONDIÇÃO, de sermos uma das nações que causa ao seu próprio povo a fome, a morte por causas “prosaicas” como diarréia e outras doenças decorrentes do descaso de nossos governantes e de nossa sociedade pouco atingida por essas precariedades, esse Brasil narcísico, egoísta, amesquinhado, que “não quer saber de política”, hipócritas, pois “querem saber de política” se é o caso de achincalhar e odiar homens de quem têm nojo como Lula, ou deporem uma presidente como Dilma para jogarem o poder nas mãos da mais canalha das quadrilhas – PMDB e os “respeitáveis” tucanos, que essa turba tanto admira e vota neles em massa…..
.
PRECISAMOS compreender o que é uma rede Globo, um Moro, um Dallagnoll, os três desembargadores paupérrimos em ética, dignidade e conhecimento jurídico, para exaltarem e concordarem com a sentença criminosa de Moro, condenando Lula num processo além do que Kafka seria capaz de imaginar.
.
É CONHECENDO O MAL, seus fatores, sua forma de pensar, sentir, agir, que podemos combatê-lo mais eficazmente – que o diga a ingenuidade poliana de Lula e Dilma, acreditando no “republicanismo” dessas autoridades, que destroçaram nossa democracia, depuseram uma presidente eleita, tiraram Lula da eleição, nada faz crer que não o jogarão na cadeia, enquanto permitem todo o desmonte do Brasil, seu fatiamento e entrega às potências estrangeiras, o momento mais perigoso e fatídico de nossa História em 500 anos.
.
Repito a pergunta-título dessa “anti-reflexão”:
.
“…e quando a realidade é tanta, que queremos fugir dela?…”
.
Respiramos fundo, recuperamos as forças e insistimos, cientes de que lutar sem consciência da realidade é “dar socos a esmo”, é quase o mesmo que não lutar……
.
À lucidez, ao conhecimento, às reflexões que nos façam saber o país que somos, e como combater essa gente canalha que hoje nos desfigura e humilha, enquanto nação NÃO-civilizada – e compreendermos o papel de nossa elite e classe média nessa guerra que hoje vivemos.
.
A luta de classes hoje, no Brasil, é nossa REALIDADE mais evidente. Apreender todos os significados que envolvem essa luta, deve ser a prioridade de todos nós, os inconformados com a destruição do nosso país.

Redação

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador