Constituição sim, béééééébria não

Um pastor criminoso tem defendido transformação do Brasil numa teocracia http://www.conjur.com.br/2017-out-04/biblia-sim-constituicao-nao-prega-pastor-condenado-preconceito.

Suponhamos que ele consiga o que deseja.  Quais serão as consequencias?
A primeira e mais evidente seria o conflito pelo controle deste território onde vivem dezenas de milhões de pessoas que não se sujeitarão pacificamente a horda de bárbaros que explora a credulidade popular para obter lucro e poder político. Os intolerantes defensores da béééééébria teriam que enfrentar uma intolerancia igual ou maior.

A guerra religiosa afetaria de maneira negativa a produção e circulação de bens e alimentos. Abalado pela crise o Estado deixaria de arrecadar tributos e os pastores e bispos que vivem desfrutando e/ou roubando dinheiro público teriam que encontrar outra fonte de renda. Os recursos extorquidos dos evanjegues iriam diminuir por causa da mortandade provocada pela guerra. 

O enfraquecimento do Estado também abriria espaço para guerras de secessão. Potências interessadas em nossas riquezas minerais ficariam tentadas a intervir para controlar parcelas imensas do território brasileiro. Algumas delas se aliaram aos jagunços evanjegues, mas outras iriam trata-los como inimigos. 

Nos últimos anos ocorreram vários ataques de terroristas evangélicos contra igrejas católicas e terreiros de umbanda. Durante a guerra religiosa, os templos evangélicos e as empresas dos pastores passariam a ser atacados aumentando o prejuízo dos defensores da teocracia fundamentada na béééééébria.

Os pastores organizariam cerimônias públicas para queimar os infiéis e os livros que eles consideram heréticos. Nas fogueiras de béééééébrias alguns jagunços e líderes evanjegues também seriam queimados. A violencia passaria a ser legitimada por todas as religiões com prejuízo evidente inclusive para os inimigos da Constituição.

A béééééébria não tem valor jurídico para aqueles que não são evangélicos. A Lei que garante a vida, a dignidade humana e a propriedade deles também perderia seu valor geral e abstrato. Acostumados a abusar sexualmente de crianças e mulheres, alguns pastores e bispos começariam a ser obrigados a ver suas filhas e esposas estupradas de maneira sistemática.

Os sofrimentos causados pela guerra acarretariam conflitos no interior da comunidade evanjegue. A falta de coesão entre eles facilitaria sua derrota. Mas os derrotados não poderiam contar com a tolerancia, a generosidade e a simpatia dos vitoriosos. Ao fim da guerra religiosa os negócios, bens, propriedades e templos dos evangélicos seriam confiscados e/ou vendidos para pagar indenizações e milhares de pastores e bispos seriam banidos e enjaulados. Os criminosos de guerra provavelmente seriam julgados e executados.

É isso que os jagunços evanjegues desejam? Se for, assim seja. Na parte que me cabe continuarei a defender a vigencia da Constituição acima da béééééébria.

 

Fábio de Oliveira Ribeiro

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